ISABELLA
—Isabella, é você?
Eu não conseguia falar, estou completamente entorpecida, primeiro tudo sobre o jantar, depois isso. Minha vida pode piorar?
—Você voltou para a cidade—. Minha voz saiu como um mero sussurro.
—Acabei de chegar esta noite—. Ryan disse enquanto olhava ao redor. Assim que percebeu que não havia ninguém lá fora comigo, seus olhos castanhos escuros encontraram meus olhos verdes claros.
Deus, ele ainda está tão gostoso.
—Isso foi um erro—. Tentei me virar, mas Ryan foi rápido o suficiente para segurar meu pulso e me puxar contra seu peito tonificado. Minha respiração ficou mais pesada e minhas mãos começaram a suar imediatamente.
—Não me toque, Ryan—. Puxei meu braço de volta para o meu lado.
—Entre—. Ryan diz, sua voz está tão diferente, mais profunda e mais forte, e seus olhos estavam mais escuros do que há três anos. Seu cabelo não estava penteado para trás com gel como antes, agora estava bagunçado e mais claro, e ele estava mais bronzeado do que o normal e seu estilo havia mudado drasticamente.
—Não, eu vou embora—. Me virei para ir embora, mas mais uma vez ele me pegou pelo pulso e me puxou de volta.
—Eu te levo.
—Não, você não vai me levar—. Corrigi ele, puxando meu braço de seu aperto firme.
—Sim.
—Não.
—Sim.
—Jesus Cristo, eu vou com vocês, só parem de discutir—. Minha melhor amiga, Grace, aparece atrás de Ryan com uma expressão de irritação no rosto.
—Grace, me leva você, eu não vou entrar no carro com ele—. Eu disse, lançando um olhar mortal para Ryan.
—Droga! Deixa que eu te levo, Isabella—. Gritou Ryan, furioso.
Olhei para Grace, ela estava olhando para baixo, para seus pés, evitando o desconforto, como se suas pernas de repente fossem interessantes.
—Tudo bem, mas Grace, você vai junto—. Comecei a marchar em direção ao carro, e Grace me seguiu rapidamente e em silêncio.
Agora estou sentada no banco de trás, enquanto Grace está no banco do passageiro. Ninguém falava até que minha melhor amiga decidiu fazer uma pergunta.
—O que aconteceu essa noite?— Perguntou Grace.
—Minha mãe—. Respondi com um suspiro, enquanto me recostava na janela do carro, vendo as luzes das casas distantes começarem a se apagar.
FLASHBACK
—Grace, onde está?— Invadi o quarto dela, provavelmente parecendo mais louca do que nunca, com meu cabelo loiro todo bagunçado e a camiseta longa de Ryan sem nada por baixo além da minha pele.
Não nos esqueçamos da maquiagem da noite anterior, com delineador escuro, agora parecendo que eu tinha dois olhos roxos.
—Bella, de quem você está falando?— Grace se levantou da cama e se aproximou lentamente de mim.
—Ryan, seu irmão—. Gritei.
—Isabella, ele foi embora—. Grace disse isso como se sempre soubesse, o que significava que ele havia planejado isso há algum tempo.
Todo o meu mundo desabou com apenas essas poucas palavras.
—O quê?— Perguntei, confusa, sem querer acreditar em uma única palavra do que ela acabara de dizer.
—Ele foi para o Havaí há duas horas. Ele fez algo? É por isso que você está assim? Ele te pregou uma peça, né?— Grace riu, —Clássico do Ryan. O que ele fez? Espera, ele deixou uma caixa de confetes na sua porta?
Meu rosto empalideceu, tudo começou a girar. Todas as teorias que ela tinha pensado, e nenhuma delas estava certa. Ele me deixou depois de prometer que não o faria, mentiu para mim e levou algo que eu nunca poderia recuperar.
—Bella, por que você está chorando?— Perguntou Grace, preocupada.
Nem percebi que estava chorando até ela dizer algo.
—Grace, eu dei minha virgindade a ele—. Chorei enquanto me desmoronava bem na frente dela, minhas pernas me abandonaram e eu estava caindo no chão quando ela me pegou.
—Não, Isabella, por favor, me diga que você...
Eu a interrompi com um aceno urgente, confirmando sua nova e correta teoria. Ela me abraçou enquanto eu gritava e chorava, colocando a cabeça dela sobre a minha.
—Shh, vai ficar tudo bem—. Grace sussurrava.
—Eu me preocupo com ele, Grace—. Gritei.
—Shh.
FIM DO FLASHBACK
—Isabella...
—Bella.— Grace me tirou de meu repentino flashback, estava na minha frente com um olhar preocupado.
—Sim?— Minha voz falhou, a tristeza estava voltando e desta vez eu não poderia escapar dela.
—Estamos aqui, Bella, você tem certeza de que está bem?— Grace colocou a mão dela sobre meu joelho.
—Estou bem—. Sorri para ela fracamente.
Abri lentamente a porta do carro e caminhei em direção à porta da minha casa. Nem tentei olhar para Ryan novamente, nem mesmo um último olhar, estava com muito medo.
Ele ainda me tem em suas mãos, e agora que ele voltou à cidade, isso vai me desgastar mentalmente.
Bati na porta o mais forte que pude para acordar minha mãe. Ouvi o carro de Ryan sair da entrada e meu corpo relaxou um pouco mais agora que eu sabia que ele havia ido embora. Continuei batendo até que a porta finalmente se abriu.
—Eu não quero ouvir...
Minha frase foi interrompida assim que meus olhos pousaram em uns olhos azul-escuros, os mesmos que me fazem tremer até o fundo da alma, os de Charles. Meus olhos desceram para seu peito nu, oh não. Meus olhos se arregalaram ao ver seu peito forte, ele estava vestindo apenas uma calça de moletom e nada mais, e seu cabelo estava bagunçado e irresistível, eu queria passar meus dedos por ele.
Assim que ele percebeu que era eu, abriu a porta para eu entrar, mas não se moveu para o lado, o que significava que eu teria que me apertar entre seus abdominais e a moldura da porta.
Enquanto eu me apertava, ele decidiu me prender entre seu peito e a moldura da porta. Seu nariz quase tocava o meu, e seu hálito quente soprou contra minhas bochechas pálidas, sua cabeça estava ligeiramente inclinada enquanto seus olhos começavam a me perfurar. Minha mão se agarrou à minha coxa enquanto eu ficava mais nervosa, meus lábios entreabriram, desejando sentir os dele, carnudos e rosados.
Charles passou perto do meu rosto e se inclinou mais perto do meu ouvido.
—Sua mãe estava preocupada—. Ele sussurrou com sua voz profunda e sexy.
—EU...
Eu nem conseguia falar. Estava tão concentrada no fato de que ele estava tão perto de mim que minha boca secou de repente. Apertei as pernas ao sentir uma sensação estranha lá embaixo, Charles olhou para baixo.
—Você precisa urinar de novo?— Charles sorriu maliciosamente. Abri a boca para falar, mas nada saiu.— Não se esqueça de fechar a porta, Coelhinha—. Charles ronronou meu apelido com tanta intensidade que me arrepiei. Ele piscou para mim antes de subir as escadas, me deixando confusa.
ISABELLADepois da noite passada com toda a questão de Charles, percebi algo. Eu amo Charles, e não de uma maneira de padrasto, mas sexualmente.Deus, preciso tirar esses pensamentos pecaminosos da minha cabeça, Isabella, ele está comprometido com sua mãe, eu repetia na minha cabeça enquanto arrumava minhas roupas.—Bella—. Ouvi a doce voz da minha mãe me chamando.Virei-me com as caixas nas mãos, minha mãe estava apoiada no batente da minha porta.Merda, ela sabe sobre a noite passada, pensei.—Como você está, querida?— minha mãe sorriu suavemente.Exalei aliviada.—Estou bem—. Disse sem rodeios. Ainda me lembro do jantar, seus gritos sobre meu pai. Não vou perdoá-la até eu querer, pode ser uma vadia, mas quem se importa, sinceramente.—Querida, já te pedi desculpas, o que mais você quer?—. Ela cruzou os braços sobre o peito. Seu rosto estava marcado pela frustração.—Você pode me dar uma nova mãe?— Eu a empurrei levemente e desci as escadas.Coloquei minha caixa junto com todas as o
ISABELLA— Bunny, acorda. — Todo o meu corpo começou a tremer, gemo enquanto me espreguiço. Minha mãe está ao lado da minha cama me observando como um falcão.— Mãe, posso te ajudar? — pergunto sarcasticamente. De repente, minha mãe tira um vestido rosa.— Uau, então agora você consegue tirar vestidos do cu.— Se arrume, Isabella. — Minha mãe revira os olhos, eu a encaro como se ela fosse louca.— Sarah, querida, o sol ainda não nasceu, então eu também não. — Zombei de sua voz aguda e irritante enquanto puxava o cobertor sobre minha cabeça. Uma coisa que mamãe odeia é quando a chamo de Sarah, ela sempre diz "sou sua mãe, me chame de mãe" blá blá.— Isabella, Evans, levante-se agora mesmo! — Grita minha mãe, puxando o cobertor.— Tá bom. — Murmurei.Levantei-me e fui ao banheiro, minha mãe estava logo atrás de mim.— Mãe, posso cagar sozinha? — Antes que ela pudesse responder, fechei a porta do banheiro na cara dela.— É melhor você estar pronta em 10 minutos. — Grita minha mãe. Ligo o
ISABELLA—Você conseguiu.— Uma voz disse, era um homem de terno, talvez alguns anos mais velho que Charles. Charles e esse estranho rapidamente apertaram as mãos de forma agressiva, todos os homens fazem isso, percebi.—Esta é minha noiva, Sarah, e sua filha Isabella—. Charles nos apresentou ao homem. Apertei suas mãos levemente com um sorriso caloroso em meus lábios.—Gino Fuentes—. Ele pronunciou seu nome com um sorriso.Desconfortável.Os olhos de Gino desceram até a minha roupa, puta merda. Eu parecia uma prostituta que trabalha nas ruas no tempo livre e eles estavam vestidos tão bem e modestamente.—Onde estão sua esposa e sua filha?— Charles perguntou, tirando a atenção da minha roupa, o que agradeci.—Minha esposa não pôde vir, mas minha filha deve chegar em breve com seu noivo—. Gino nos indicou nossos assentos. —Meu filho e sua esposa também chegarão logo com seus filhos.Sentei ao lado da minha mãe, e ela ao lado de Charles. Fiquei feliz por não ter que me sentar ao lado de
ISABELLAMeus olhos percorreram seu escritório, ignorando sua pergunta. Nunca tinha estado em seu escritório, era tão organizado e perfeito. Passei os dedos levemente pela parede, minhas pernas me seguiram rapidamente. Ele me observava como um leão que se aproxima sorrateiramente de sua presa, eu parei no meio da sala.—Pensei que fosse um fantasma—. Sussurrei, as palavras escaparam dos meus lábios, saíram ásperas e profundas.—É mesmo?— Respondeu.Em sua mão segurava um copo de uísque com apenas um cubo de gelo. Notei que nas vezes em que o vi bebendo suas bebidas alcoólicas, elas sempre tinham apenas um cubo de gelo.—É sim.Isabella, por que você é estúpida? Me repreendi mentalmente.—Hoje foi interessante—. Charles se recostou em sua cadeira, com o dedo indicador no queixo. Observei cada um de seus movimentos, seu dedo começou a roçar sua pele suave como mel.Meus olhos percorreram cada curva do seu rosto, eu não conseguia desviar o olhar. Ele era tão cativante e sensual que me de
ISABELLAMinha mãe tem passado os últimos dias batendo na minha porta, implorando para que eu fale com ela ou até mesmo para que a deixe entrar, mas eu me recusei.Como posso olhar minha mãe nos olhos depois do que fiz? Não ouvi nada de Charles, ele nem mesmo me implorou para não contar à minha mãe.—Bunny, tem alguém aqui para você—. A doce voz da minha mãe veio de trás da porta. Tirei os lençóis brancos de cima de mim e me aproximei da porta na ponta dos pés, inclinei-me e encostei o ouvido na porta, tentando captar uma voz familiar.—Sou eu, Heidi.O que ela está fazendo aqui?Abri a porta apressadamente e joguei meus braços em volta do pescoço dela, puxando-a para mais perto de mim. Heidi se assustou no começo, mas logo se recuperou e retribuiu o abraço. Heidi é minha prima por parte de pai, é basicamente como minha irmã. Sempre fomos eu, Grace e Heidi, mas depois que meu pai nos deixou, ela também me deixou.—Não acredito que você está aqui—. Eu disse, muito emocionada com minhas
ISABELLA—Isabella, você sabe perfeitamente quem eu sou — disse Charles, aproximando-se de mim.—Fique aí! — Gritei, exigindo que ele permanecesse onde estava. —Eu não sei quem você é, olhe para todas as pessoas que você acabou de matar —. Gritei, apontando para a marca de mão ensanguentada na parede.Eu estava mais do que furiosa, mas acima de tudo, morrendo de medo.—Eram pessoas más, Bunny — sibilou, irritado com tudo.—E talvez você também ache que eu sou uma pessoa má, lunático.BeepBeepCharles levou o telefone à orelha.—Venha limpar essa maldita bagunça, agora — gritou muito alto, e depois jogou o telefone no balcão.—Você mentiu para minha mãe — sussurrei, ele levantou os olhos para encontrar os meus. —Isso vai muito além de simplesmente transar com a filha dela.Ele estava prestes a dizer algo, mas parou.—Eu não acredito.—Você vai sair da cidade comigo, e nem pense em dizer não, porque eu prometo que mato seu primo patético — ameaçou-me com uma voz cheia de veneno.Eu não
ISABELLA—Vai ficar aí parada como uma estátua?Revirei os olhos e fechei a porta atrás de mim, tentando correr em direção ao banheiro, mas antes que minha mão tocasse na maçaneta, a mão de Charles se interpôs à minha frente, impedindo-me de continuar.—Sai da frente—. Exigi, irritada. Ele está começando a me pressionar, qual é o problema dele comigo?—Estou te deixando nervosa?— Ele diz baixinho ao meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer minha espinha.Infelizmente, ele confundiu minha raiva com nervosismo, os dois têm significados bem diferentes.—Muito pelo contrário.—Então olhe nos meus olhos—. Ele diz. Eu praticamente podia ver o sorriso dele na minha cabeça, arrogante desgraçado.Meus olhos estavam fixos no chão, tinha medo de fazer contato visual com seus olhos pecaminosos.Finalmente, fiz contato visual com ele, engoli o enorme nó na garganta enquanto lamia meus lábios secos e necessitados. Seus olhos desceram até meus lábios, de repente eles brilharam com curiosidade.O ar
ISABELLAO sol entrava abundantemente no quarto, brilhando contra a minha pele pálida e sedosa. Abri os olhos e me virei suavemente para encontrar a cama vazia, apenas eu nela. Segurei com força os lençóis ao redor do meu corpo e me levantei. Procurei Charles por todo o quarto, mas ele não estava em lugar algum, até que ouvi a porta do banheiro se abrir, e ele apareceu, muito elegante, com uma calça jeans preta e um suéter preto de malha.Aquele suéter me parecia muito familiar.— Onde você conseguiu esse suéter? — Eu me levantei sobre os joelhos, minhas bochechas ficaram coradas só de pensar na noite passada.— Sua mãe me comprou. — Ele virou de costas para mim e pegou seu café que estava sobre a mesa.Minha mãe mentiu quando disse que era para um colega de trabalho.— Isso é fantástico. — Disse, agora zangada porque ele estava usando aquele suéter depois de passar a noite comigo. Levantei-me completamente e tentei caminhar até o banheiro, mas sua mão agarrou a minha, bruscamente.—