ISABELLA
Depois da noite passada com toda a questão de Charles, percebi algo. Eu amo Charles, e não de uma maneira de padrasto, mas sexualmente.
Deus, preciso tirar esses pensamentos pecaminosos da minha cabeça, Isabella, ele está comprometido com sua mãe, eu repetia na minha cabeça enquanto arrumava minhas roupas.
—Bella—. Ouvi a doce voz da minha mãe me chamando.
Virei-me com as caixas nas mãos, minha mãe estava apoiada no batente da minha porta.
Merda, ela sabe sobre a noite passada, pensei.
—Como você está, querida?— minha mãe sorriu suavemente.
Exalei aliviada.
—Estou bem—. Disse sem rodeios. Ainda me lembro do jantar, seus gritos sobre meu pai. Não vou perdoá-la até eu querer, pode ser uma vadia, mas quem se importa, sinceramente.
—Querida, já te pedi desculpas, o que mais você quer?—. Ela cruzou os braços sobre o peito. Seu rosto estava marcado pela frustração.
—Você pode me dar uma nova mãe?— Eu a empurrei levemente e desci as escadas.
Coloquei minha caixa junto com todas as outras caixas no carro da minha mãe. Empurrei suavemente todas as caixas para trás, certificando-me de não deixar nenhum espaço sem ocupar. Agora que penso nisso, não vi Charles a manhã toda, só minha mãe enlouquecida com a mudança e essas coisas.
—Bella, certifique-se de pegar a Bolinha— disse minha mãe, parada ao lado da porta do carro.
—É o meu gato. Não vou me esquecer dele, não sou como você, não esqueço quem amo—. Revirei os olhos. —Ou devo dizer, marido?— Sorri para ela, docemente.
Vi os olhos da minha mãe mudarem de um tom claro para um escuro em questão de minutos, ela inalou profundamente antes de soltar todo o ar.
—Pegue o maldito gato, Isabella—. Ela abriu a porta do carro e entrou. Peguei com cuidado Bolinha, meu gato persa laranja, que meu pai me deu no meu aniversário de treze anos.
—De qualquer forma—. Eu disse caminhando em direção ao carro. —Onde está Charles?— Perguntei, fingindo desinteresse.
—Ele saiu de manhã—. Respondeu minha mãe.
Coloquei o cinto enquanto Bolinha se acomodava nos meus braços e colo, olhei para minha mãe que não desviava os olhos da estrada. Havia um silêncio total, um silêncio desconfortável.
Estendi a mão e liguei o rádio. A música “Fetish” da Selena Gomez tocava bem alto. Minha mãe olhou rapidamente para mim, provavelmente a música a estava incomodando, ela chama esse tipo de música de “música nojenta” e age como uma santa, sinceramente, já fez sexo, tem uma filha.
—Você tem um fetiche pelo meu amor—. Cantei junto com Selena, quase soando como ela.
—Você me disse que não cantava mais—. Minha mãe sorriu e virou-se rapidamente para me olhar.
—Eu não canto.
—Querida, sua voz é incrível, parece que você tem trabalhado nela.
—Papai me deu a voz. Agradeça a ele pela minha voz incrível.
Minha mãe franziu o cenho e continuou olhando para frente, concentrada na estrada. Ela estava certa em uma coisa, minha voz é incrível, não é para me gabar, mas eu tenho uma voz incrível graças ao meu pai. Ele me matriculou em aulas de canto e ele mesmo tem uma voz incrível, mas depois que ele foi embora, parei de cantar e de fazer todas as outras coisas também.
Depois de uma hora de música desagradável e silêncio desconfortável, chegamos à casa de Charles, não é uma casa, é uma m*****a mansão.
—Não pode ser.— Fiquei de boca aberta ao ver aquilo.
—Não seja rude, Bella—. Ela disse antes de sair do carro, revirei os olhos. Abri a porta do carro e saí.
Minha mãe abriu as portas da mansão como se fosse dona do lugar, o que me faz pensar que ela já esteve aqui muitas vezes. Uma senhora veio rapidamente em nossa direção, ela estava vestida de empregada, com roupas brancas e pretas.
As pessoas realmente vestem as governantas assim? Pensei que isso só acontecia nos filmes.
—Senhora Salazar.— A governanta fez uma reverência, uma m*****a reverência.
Que merda.
—Onde está Charles?— Minha mãe disse de forma grosseira, nem sequer a cumprimentou ou olhou para ela.
Minha mãe agora se acha toda poderosa e má porque seu marido é um deus sexy e rico.
Eu honestamente estava surpresa, minha mãe nunca age assim, olhei entre ela e a mulher mais velha.
—Desculpe, ela é grosseira, não precisa se curvar, e o nome dela é Sarah Evans—. Apontei com um sorriso. —E eu sou Isabella Evans, mas pode me chamar de Bella— estendi a mão.
Ouvi minha mãe rindo baixinho, as mulheres mais velhas abaixaram o olhar, sem apertar minha mão. Levantei a sobrancelha, curiosa.
—Ela está te dando problemas?
Virei-me, e de repente Charles apareceu, como se tivesse surgido do nada. Sua voz profunda ressoou na sala, fazendo com que o ambiente se tornasse tenso. Afastei-me um pouco dele, pois estava muito perto para eu me sentir confortável. Esqueci completamente a pergunta que ele acabara de me fazer, distraída pelo aroma fresco de menta de sua respiração e seu rosto lindo.
—Não, querida — interveio minha mãe. Ela segurou sua mão, obrigando-o a envolvê-la com seus braços. Então, o beijou com tanta brutalidade que foi desagradável.
A cena diante de mim me enjoou, e fiquei paralisada, sem saber o que fazer, até que alguém quebrou o silêncio.
—Senhorita Evans, gostaria que eu lhe mostrasse seu quarto? — disse uma mulher vestida como empregada.
Virei-me para ela.
—Sim, por favor — respondi com um sorriso gentil. Ela assentiu e me pegou pelo braço suavemente.
—Não a toque — rosnou minha mãe.
A empregada imediatamente soltou minha mão. Virei a cabeça para minha mãe, lançando-lhe um olhar de desprezo. Sem desviar o olhar dela, peguei novamente a mão da empregada e sorri enquanto me afastava. Ouvi minha mãe dizer algo mais, mas não prestei atenção.
Subimos as escadas juntas, de mãos dadas, e enquanto fazíamos isso, fiquei impressionada com a magnitude e a beleza do lugar. Sem perceber, já estávamos dentro do quarto. As paredes eram de um branco impecável e o chão de madeira clara. Tudo era lindo e exatamente ao meu gosto.
Passei os dedos pela cama no centro do quarto e depois na mesinha de cabeceira. Lá encontrei um porta-retrato com uma foto minha e de minha mãe. Eu teria uns 7 anos, e ela cerca de 20. Parecíamos tão felizes naquela época.
Peguei o porta-retrato e o guardei em uma gaveta. Quando me virei, percebi que a empregada estava me observando. Ao notar meu olhar, ela ajeitou o vestido e começou a caminhar em direção à saída.
— Como você se chama? — perguntei.
Ela parou e respondeu calmamente,
— Rosalie.
— Obrigada, Rosalie — disse, acompanhando minhas palavras com um gesto de saudação. Ela apenas olhou para minha mão, como se não entendesse o que significava, e saiu do quarto.
Me perguntei se talvez ela não tivesse permissão para saudar.
Coloquei Bolha, meu bichinho de pelúcia, na cama. Ele caiu sobre o cobertor macio, o que me fez dar uma risadinha. Abri minha mala e comecei a desempacotar.
Percorri o quarto enquanto pendurava as roupas no armário e dobrava algumas peças nas gavetas. Quando terminei, decidi descer para marcar presença. Já era tarde, o céu escuro envolvia a casa. Desci furtivamente, vestindo shorts e uma regata, embora tenha colocado um sutiã, por precaução.
Passei por várias portas até que finalmente cheguei à cozinha. Estava tão empolgada que corri em direção à geladeira. Abri, revelando uma quantidade infinita de comida.
— Obrigada, deusa da comida! — murmurei, olhando para o teto como se falasse com uma divindade. Estendi a mão e tirei uma tigela grande de cerejas.
— Você quis dizer "obrigado, Charles" — disse uma voz que ressoou na cozinha, me fazendo saltar e derrubar a tigela de cerejas.
O lugar estava escuro, então tentei identificar de onde vinha a voz. Caminhei até a parede e acendi as luzes. Quando o fiz, soltei um suspiro de surpresa. Charles estava sentado à mesa, sem camisa, com uma xícara na mão. Não consegui distinguir bem o que ele estava bebendo.
Tentei disfarçar minha surpresa e agir como se não me afetasse.
— Você me fez derrubar as cerejas — apontei para o chão, onde as cerejas escuras estavam espalhadas.
— Não é culpa minha que você está nervosa — respondeu calmamente, tomando outro gole de sua bebida.
— Estou na casa de um estranho, as luzes estavam apagadas, e você decidiu falar com essa voz tão profunda — disse, ainda atônita com a situação.
— É a casa do meu padrasto — corrigiu ele.
Isso me incomodou. Sentir atração por ele e agora ele mencionar a palavra "padrasto" era perturbador.
— Você nunca será meu padrasto — retruquei enquanto me abaixava para pegar as cerejas uma a uma.
— Olhe para mim — sua voz, agora mais baixa, chegou até mim como um sussurro, muito mais perto.
Levantei os olhos, e lá estava ele, de pé na minha frente, com uma calça de moletom pendurada perigosamente baixa. Eu estava de joelhos, olhando para cima. Engoli em seco, sentindo um nó na garganta. Charles se ajoelhou até ficar no meu nível, o que me fez prender a respiração.
—Em que você está pensando? — ele perguntou, enquanto seus olhos escureciam.
Em vez de responder, meus dedos deslizaram-se até suas sardas. Eu nunca havia notado quantas ele tinha, pequenas manchas escuras em sua pele que o faziam mais atraente.
—Você tem sardas bonitas — murmurei, traçando seu rosto suavemente.
Ele estremeceu ao meu toque e, em um movimento rápido, me virou. Agora minhas costas estavam contra o peito dele, e ambos respirávamos com dificuldade.
Sua mão pegou a minha, guiando meus dedos lentamente em direção ao meu torso, traçando um caminho que me fez tremer. Quando minha mão chegou à borda da minha roupa íntima, ele parou completamente. Soltei um pequeno gemido de frustração.
Abri os olhos e olhei para ele.
—Por que você parou? — minha voz soava rouca.
—É hora de dormir, Bunny — ele sussurrou no meu ouvido, me provocando um arrepio.
E então, seu calor desapareceu. Ele me deixou, mais uma vez, com a necessidade insatisfeita. Esqueci as cerejas e subi as escadas. Passei pelo quarto da minha mãe e de Charles, e foi então que eu ouvi.
—Mais forte, Charles — sussurrou minha mãe.
Ouvi seus gemidos de prazer. Que sortuda.
Eu estava furiosa, entrei no meu quarto e bati a porta com força. Meu sangue fervia de raiva, me joguei na cama olhando para o teto liso.
Primeiro ele me excita e me deixa aquecida, depois faz amor com ela. Ele não vai me tocar ou me excitar novamente, não vou me permitir ficar como uma tola nunca mais.
ISABELLA— Bunny, acorda. — Todo o meu corpo começou a tremer, gemo enquanto me espreguiço. Minha mãe está ao lado da minha cama me observando como um falcão.— Mãe, posso te ajudar? — pergunto sarcasticamente. De repente, minha mãe tira um vestido rosa.— Uau, então agora você consegue tirar vestidos do cu.— Se arrume, Isabella. — Minha mãe revira os olhos, eu a encaro como se ela fosse louca.— Sarah, querida, o sol ainda não nasceu, então eu também não. — Zombei de sua voz aguda e irritante enquanto puxava o cobertor sobre minha cabeça. Uma coisa que mamãe odeia é quando a chamo de Sarah, ela sempre diz "sou sua mãe, me chame de mãe" blá blá.— Isabella, Evans, levante-se agora mesmo! — Grita minha mãe, puxando o cobertor.— Tá bom. — Murmurei.Levantei-me e fui ao banheiro, minha mãe estava logo atrás de mim.— Mãe, posso cagar sozinha? — Antes que ela pudesse responder, fechei a porta do banheiro na cara dela.— É melhor você estar pronta em 10 minutos. — Grita minha mãe. Ligo o
ISABELLA—Você conseguiu.— Uma voz disse, era um homem de terno, talvez alguns anos mais velho que Charles. Charles e esse estranho rapidamente apertaram as mãos de forma agressiva, todos os homens fazem isso, percebi.—Esta é minha noiva, Sarah, e sua filha Isabella—. Charles nos apresentou ao homem. Apertei suas mãos levemente com um sorriso caloroso em meus lábios.—Gino Fuentes—. Ele pronunciou seu nome com um sorriso.Desconfortável.Os olhos de Gino desceram até a minha roupa, puta merda. Eu parecia uma prostituta que trabalha nas ruas no tempo livre e eles estavam vestidos tão bem e modestamente.—Onde estão sua esposa e sua filha?— Charles perguntou, tirando a atenção da minha roupa, o que agradeci.—Minha esposa não pôde vir, mas minha filha deve chegar em breve com seu noivo—. Gino nos indicou nossos assentos. —Meu filho e sua esposa também chegarão logo com seus filhos.Sentei ao lado da minha mãe, e ela ao lado de Charles. Fiquei feliz por não ter que me sentar ao lado de
ISABELLAMeus olhos percorreram seu escritório, ignorando sua pergunta. Nunca tinha estado em seu escritório, era tão organizado e perfeito. Passei os dedos levemente pela parede, minhas pernas me seguiram rapidamente. Ele me observava como um leão que se aproxima sorrateiramente de sua presa, eu parei no meio da sala.—Pensei que fosse um fantasma—. Sussurrei, as palavras escaparam dos meus lábios, saíram ásperas e profundas.—É mesmo?— Respondeu.Em sua mão segurava um copo de uísque com apenas um cubo de gelo. Notei que nas vezes em que o vi bebendo suas bebidas alcoólicas, elas sempre tinham apenas um cubo de gelo.—É sim.Isabella, por que você é estúpida? Me repreendi mentalmente.—Hoje foi interessante—. Charles se recostou em sua cadeira, com o dedo indicador no queixo. Observei cada um de seus movimentos, seu dedo começou a roçar sua pele suave como mel.Meus olhos percorreram cada curva do seu rosto, eu não conseguia desviar o olhar. Ele era tão cativante e sensual que me de
ISABELLAMinha mãe tem passado os últimos dias batendo na minha porta, implorando para que eu fale com ela ou até mesmo para que a deixe entrar, mas eu me recusei.Como posso olhar minha mãe nos olhos depois do que fiz? Não ouvi nada de Charles, ele nem mesmo me implorou para não contar à minha mãe.—Bunny, tem alguém aqui para você—. A doce voz da minha mãe veio de trás da porta. Tirei os lençóis brancos de cima de mim e me aproximei da porta na ponta dos pés, inclinei-me e encostei o ouvido na porta, tentando captar uma voz familiar.—Sou eu, Heidi.O que ela está fazendo aqui?Abri a porta apressadamente e joguei meus braços em volta do pescoço dela, puxando-a para mais perto de mim. Heidi se assustou no começo, mas logo se recuperou e retribuiu o abraço. Heidi é minha prima por parte de pai, é basicamente como minha irmã. Sempre fomos eu, Grace e Heidi, mas depois que meu pai nos deixou, ela também me deixou.—Não acredito que você está aqui—. Eu disse, muito emocionada com minhas
ISABELLA—Isabella, você sabe perfeitamente quem eu sou — disse Charles, aproximando-se de mim.—Fique aí! — Gritei, exigindo que ele permanecesse onde estava. —Eu não sei quem você é, olhe para todas as pessoas que você acabou de matar —. Gritei, apontando para a marca de mão ensanguentada na parede.Eu estava mais do que furiosa, mas acima de tudo, morrendo de medo.—Eram pessoas más, Bunny — sibilou, irritado com tudo.—E talvez você também ache que eu sou uma pessoa má, lunático.BeepBeepCharles levou o telefone à orelha.—Venha limpar essa maldita bagunça, agora — gritou muito alto, e depois jogou o telefone no balcão.—Você mentiu para minha mãe — sussurrei, ele levantou os olhos para encontrar os meus. —Isso vai muito além de simplesmente transar com a filha dela.Ele estava prestes a dizer algo, mas parou.—Eu não acredito.—Você vai sair da cidade comigo, e nem pense em dizer não, porque eu prometo que mato seu primo patético — ameaçou-me com uma voz cheia de veneno.Eu não
ISABELLA—Vai ficar aí parada como uma estátua?Revirei os olhos e fechei a porta atrás de mim, tentando correr em direção ao banheiro, mas antes que minha mão tocasse na maçaneta, a mão de Charles se interpôs à minha frente, impedindo-me de continuar.—Sai da frente—. Exigi, irritada. Ele está começando a me pressionar, qual é o problema dele comigo?—Estou te deixando nervosa?— Ele diz baixinho ao meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer minha espinha.Infelizmente, ele confundiu minha raiva com nervosismo, os dois têm significados bem diferentes.—Muito pelo contrário.—Então olhe nos meus olhos—. Ele diz. Eu praticamente podia ver o sorriso dele na minha cabeça, arrogante desgraçado.Meus olhos estavam fixos no chão, tinha medo de fazer contato visual com seus olhos pecaminosos.Finalmente, fiz contato visual com ele, engoli o enorme nó na garganta enquanto lamia meus lábios secos e necessitados. Seus olhos desceram até meus lábios, de repente eles brilharam com curiosidade.O ar
ISABELLAO sol entrava abundantemente no quarto, brilhando contra a minha pele pálida e sedosa. Abri os olhos e me virei suavemente para encontrar a cama vazia, apenas eu nela. Segurei com força os lençóis ao redor do meu corpo e me levantei. Procurei Charles por todo o quarto, mas ele não estava em lugar algum, até que ouvi a porta do banheiro se abrir, e ele apareceu, muito elegante, com uma calça jeans preta e um suéter preto de malha.Aquele suéter me parecia muito familiar.— Onde você conseguiu esse suéter? — Eu me levantei sobre os joelhos, minhas bochechas ficaram coradas só de pensar na noite passada.— Sua mãe me comprou. — Ele virou de costas para mim e pegou seu café que estava sobre a mesa.Minha mãe mentiu quando disse que era para um colega de trabalho.— Isso é fantástico. — Disse, agora zangada porque ele estava usando aquele suéter depois de passar a noite comigo. Levantei-me completamente e tentei caminhar até o banheiro, mas sua mão agarrou a minha, bruscamente.—
ISABELLADesviei o olhar para a mesa e coloquei as mãos sobre o colo. Algo estava definitivamente errado com esse homem, ele estava vestido exatamente com as mesmas roupas pretas que os homens que Charles matou usavam.—O que está acontecendo agora?— Charles perguntou, percebendo meu nervosismo.—Nada.— Minha voz saiu como um mero sussurro.Charles continuou digitando em seu celular, sem prestar realmente atenção em nada, enquanto o homem suspeito se sentava na cabine atrás de mim. Lentamente, coloquei a mão no bolso de trás para pegar o celular e enviar uma mensagem sobre o cara que me dava arrepios, mas antes que pudesse fazer isso, a doce senhora trouxe nossa comida.Mantive minha mão no bolso de trás, congelada, tentando não fazer movimentos bruscos para não chamar a atenção.—Obrigada— Eu disse.—Não se preocupe—. Ela disse com um forte sotaque italiano.Charles começou a cortar suas panquecas, enquanto eu olhava para a comida à minha frente, perdida em pensamentos.Dei-lhe um ch