ISABELLA
—Por que você não escovou o cabelo? — Ela perguntou antes de fechar a porta de casa.
—Fiquei com preguiça — dei de ombros, mostrando minha postura relaxada.
Meus polegares começaram a brincar um com o outro enquanto minha mãe estacionava no Del Mar Carlin, um lugar bem caro para comer, devo acrescentar.
Minha mãe irradiava uma energia alegre e animada enquanto saltava do carro e praticamente voava em direção às portas. Eu, por outro lado, fiquei sentada no carro, pensando no que deveria dizer ou pensar sobre toda essa situação.
—Você consegue, Isabella — sussurrei para mim mesma.
Saí do carro colando um sorriso no rosto, me aproximei da porta quase tropeçando, mas me levantei suavemente, endireitando minha postura. O porteiro deu uma risadinha e eu sorri de volta, e daí? Sou desajeitada.
Assim que as portas se abriram, fiquei boquiaberta como uma idiota.
Era lindo, as paredes pintadas em um tom de rosa claro, com detalhes dourados, diamantes por toda parte enquanto as pessoas andavam como se nada de novo estivesse acontecendo, como se vissem aquilo todos os dias... gente rica.
—Bunny — ouvi minha mãe me chamar, então me virei devagar.
Lá estava minha mãe com seu lindo vestido longo azul e seu cabelo loiro perfeitamente penteado. Meus olhos viajaram até sua mão, que estava entrelaçada com outra.
Meus olhos subiram lentamente por essa pessoa. Ele usava um terno preto que se ajustava perfeitamente em seus enormes bíceps, o que me deu uma pista de que ele se exercita bastante. Meus olhos verdes encontraram os azuis dele, e minha respiração ficou mais pesada.
Seu cabelo castanho claro tinha cachos nas pontas, sua mandíbula era perfeita, seus lábios estavam inchados e ligeiramente separados, e tudo o que eu conseguia pensar era em manchá-los com meu brilho labial.
—Você está bem? — Minha mãe estava ao meu lado, olhando para mim preocupada, enquanto esse homem estava parado ali com uma sobrancelha levantada.
Até sua sobrancelha é incrivelmente sexy.
—Mhm — respondi brevemente.
Começamos a andar em direção a esse homem incrivelmente bonito, e meu coração começou a bater mais rápido.
—Essa é minha filha, Isabella — minha mãe me apresentou, e eu estendi minha mão trêmula para ele segurar.
—Sou Charles, o noivo da sua mãe — Charles roçou seu dedo na minha mão antes de apertá-la, fazendo com que eu inspirasse e expirasse profundamente enquanto apertava minhas pernas juntas.
Droga, ele é o noivo da minha mãe.
—Querida, você precisa fazer xixi? — Minha mãe perguntou.
Oh meu Deus, que vergonha, mãe.
—Acho que não — tossi minha resposta, me repreendendo mentalmente.
Charles deu uma risadinha. Eu nem tinha percebido, mas ainda segurava a mão dele. Ele me olhou de um jeito estranho antes de eu soltar sua mão.
—Vamos comer — disse minha mãe, tentando aliviar a energia desconfortável. Eu acenei com a cabeça.
Todos caminhamos até a mesa. Minha mãe e Charles sentaram-se lado a lado, enquanto eu me sentei ao lado da minha mãe, tentando evitar os olhos azuis gelados do noivo dela. Quero dizer, ele parece tão jovem e já está se casando... céus.
—Bella, você tem alguma pergunta para nós? — minha mãe perguntou.
—Algumas.
—Pode perguntar — sua voz profunda e rouca era música para os meus ouvidos.
—Quantos anos você tem? — disparei.
—Bella, isso é indelicado... — minha mãe começou a dizer, mas foi interrompida por Charles.
—28 — ele respondeu.
Eu pensei por um segundo. É uma grande diferença de idade.
—Mãe, você não acha que é um pouco velha para ele? — falei antes de pensar na minha resposta.
Ops.
—Isabella Lillian Evans — ela pronunciou meu nome completo em um tom irritado, me fazendo encolher.
Charles deu uma risadinha suave. Minha mãe lançou um olhar irritado para ele, impedindo-o de continuar rindo.
—Desculpa, isso foi um pouco demais — admiti.
—Você está perdoada — minha mãe sorriu, amargamente.
—Eu tenho uma pergunta para você, Isabella — meu nome deslizou da língua dele de forma tão perfeita que quase me fez gemer.
—Sim? — gaguejei como uma idiota.
Charles fez uma longa pausa. Não consegui evitar fixar meu olhar nele, com seus traços fortes e perfeitos.
—Nós vamos nos mudar para a casa do Charles — soltou minha mãe, me fazendo engasgar com o pedaço de comida que estava na minha boca.
Tapei a boca com as mãos enquanto lutava para engolir a comida.
—Você está brincando — falei, tomando um gole de água.
—De jeito nenhum — ela sorriu para Charles e depois de novo para mim.
—Mãe, só se passaram dois anos desde que o papai se foi — sussurrei, e sua expressão caiu ao mencionar meu pai.
—Não fale do seu pai, Bella — a voz da minha mãe tingiu-se de incredulidade e raiva.
—Claro, agora que você tem um novo marido jovem, esqueceu completamente do meu pai, sabe, o homem que você amava — gritei, irritada, sem me importar que estávamos em um lugar chique, sem me importar que Charles estava bem ali. —Quem se importa com ele, certo? — bati meu punho na mesa, sendo bem dramática.
—Seu pai se foi, ele nunca vai voltar, Bella. Você realmente precisa seguir em frente — gritou minha mãe, me assustando com a frieza na voz dela.
Balancei a cabeça, incrédula com seu tom. Meus olhos lacrimejantes se moveram dos olhos da minha mãe para os de Charles. Ele tinha pena escrita em seu rosto, mas havia outra emoção ali que eu não consegui identificar.
—Tenham um bom jantar — levantei-me rapidamente da cadeira e joguei o guardanapo na mesa.
—Querida, eu não... — minha mãe tentou falar, mas eu a cortei no meio da frase.
—Prazer em conhecê-lo, Charles — falei.
Saí furiosa daquele restaurante luxuoso e irritante, com lágrimas escorrendo pelas bochechas. Minha mãe nem tentou me impedir.
Eu não tinha as chaves do carro da minha mãe, nem as de casa, e muito menos as da casa do meu pai. Estou um caos, então comecei a caminhar até o único lugar onde sei que sempre sou bem-vinda.
—Grace.
Bati na porta da casa da minha melhor amiga, soluçando e tremendo de frio porque estava um gelo lá fora e eu não tinha trazido jaqueta.
A porta se abriu, e alguém que eu não esperava estava ali, bem na minha frente.
—Isabella, é você?
ISABELLA—Isabella, é você?Eu não conseguia falar, estou completamente entorpecida, primeiro tudo sobre o jantar, depois isso. Minha vida pode piorar?—Você voltou para a cidade—. Minha voz saiu como um mero sussurro.—Acabei de chegar esta noite—. Ryan disse enquanto olhava ao redor. Assim que percebeu que não havia ninguém lá fora comigo, seus olhos castanhos escuros encontraram meus olhos verdes claros.Deus, ele ainda está tão gostoso.—Isso foi um erro—. Tentei me virar, mas Ryan foi rápido o suficiente para segurar meu pulso e me puxar contra seu peito tonificado. Minha respiração ficou mais pesada e minhas mãos começaram a suar imediatamente.—Não me toque, Ryan—. Puxei meu braço de volta para o meu lado.—Entre—. Ryan diz, sua voz está tão diferente, mais profunda e mais forte, e seus olhos estavam mais escuros do que há três anos. Seu cabelo não estava penteado para trás com gel como antes, agora estava bagunçado e mais claro, e ele estava mais bronzeado do que o normal e se
ISABELLADepois da noite passada com toda a questão de Charles, percebi algo. Eu amo Charles, e não de uma maneira de padrasto, mas sexualmente.Deus, preciso tirar esses pensamentos pecaminosos da minha cabeça, Isabella, ele está comprometido com sua mãe, eu repetia na minha cabeça enquanto arrumava minhas roupas.—Bella—. Ouvi a doce voz da minha mãe me chamando.Virei-me com as caixas nas mãos, minha mãe estava apoiada no batente da minha porta.Merda, ela sabe sobre a noite passada, pensei.—Como você está, querida?— minha mãe sorriu suavemente.Exalei aliviada.—Estou bem—. Disse sem rodeios. Ainda me lembro do jantar, seus gritos sobre meu pai. Não vou perdoá-la até eu querer, pode ser uma vadia, mas quem se importa, sinceramente.—Querida, já te pedi desculpas, o que mais você quer?—. Ela cruzou os braços sobre o peito. Seu rosto estava marcado pela frustração.—Você pode me dar uma nova mãe?— Eu a empurrei levemente e desci as escadas.Coloquei minha caixa junto com todas as o
ISABELLA— Bunny, acorda. — Todo o meu corpo começou a tremer, gemo enquanto me espreguiço. Minha mãe está ao lado da minha cama me observando como um falcão.— Mãe, posso te ajudar? — pergunto sarcasticamente. De repente, minha mãe tira um vestido rosa.— Uau, então agora você consegue tirar vestidos do cu.— Se arrume, Isabella. — Minha mãe revira os olhos, eu a encaro como se ela fosse louca.— Sarah, querida, o sol ainda não nasceu, então eu também não. — Zombei de sua voz aguda e irritante enquanto puxava o cobertor sobre minha cabeça. Uma coisa que mamãe odeia é quando a chamo de Sarah, ela sempre diz "sou sua mãe, me chame de mãe" blá blá.— Isabella, Evans, levante-se agora mesmo! — Grita minha mãe, puxando o cobertor.— Tá bom. — Murmurei.Levantei-me e fui ao banheiro, minha mãe estava logo atrás de mim.— Mãe, posso cagar sozinha? — Antes que ela pudesse responder, fechei a porta do banheiro na cara dela.— É melhor você estar pronta em 10 minutos. — Grita minha mãe. Ligo o
ISABELLA—Você conseguiu.— Uma voz disse, era um homem de terno, talvez alguns anos mais velho que Charles. Charles e esse estranho rapidamente apertaram as mãos de forma agressiva, todos os homens fazem isso, percebi.—Esta é minha noiva, Sarah, e sua filha Isabella—. Charles nos apresentou ao homem. Apertei suas mãos levemente com um sorriso caloroso em meus lábios.—Gino Fuentes—. Ele pronunciou seu nome com um sorriso.Desconfortável.Os olhos de Gino desceram até a minha roupa, puta merda. Eu parecia uma prostituta que trabalha nas ruas no tempo livre e eles estavam vestidos tão bem e modestamente.—Onde estão sua esposa e sua filha?— Charles perguntou, tirando a atenção da minha roupa, o que agradeci.—Minha esposa não pôde vir, mas minha filha deve chegar em breve com seu noivo—. Gino nos indicou nossos assentos. —Meu filho e sua esposa também chegarão logo com seus filhos.Sentei ao lado da minha mãe, e ela ao lado de Charles. Fiquei feliz por não ter que me sentar ao lado de
ISABELLAMeus olhos percorreram seu escritório, ignorando sua pergunta. Nunca tinha estado em seu escritório, era tão organizado e perfeito. Passei os dedos levemente pela parede, minhas pernas me seguiram rapidamente. Ele me observava como um leão que se aproxima sorrateiramente de sua presa, eu parei no meio da sala.—Pensei que fosse um fantasma—. Sussurrei, as palavras escaparam dos meus lábios, saíram ásperas e profundas.—É mesmo?— Respondeu.Em sua mão segurava um copo de uísque com apenas um cubo de gelo. Notei que nas vezes em que o vi bebendo suas bebidas alcoólicas, elas sempre tinham apenas um cubo de gelo.—É sim.Isabella, por que você é estúpida? Me repreendi mentalmente.—Hoje foi interessante—. Charles se recostou em sua cadeira, com o dedo indicador no queixo. Observei cada um de seus movimentos, seu dedo começou a roçar sua pele suave como mel.Meus olhos percorreram cada curva do seu rosto, eu não conseguia desviar o olhar. Ele era tão cativante e sensual que me de
ISABELLAMinha mãe tem passado os últimos dias batendo na minha porta, implorando para que eu fale com ela ou até mesmo para que a deixe entrar, mas eu me recusei.Como posso olhar minha mãe nos olhos depois do que fiz? Não ouvi nada de Charles, ele nem mesmo me implorou para não contar à minha mãe.—Bunny, tem alguém aqui para você—. A doce voz da minha mãe veio de trás da porta. Tirei os lençóis brancos de cima de mim e me aproximei da porta na ponta dos pés, inclinei-me e encostei o ouvido na porta, tentando captar uma voz familiar.—Sou eu, Heidi.O que ela está fazendo aqui?Abri a porta apressadamente e joguei meus braços em volta do pescoço dela, puxando-a para mais perto de mim. Heidi se assustou no começo, mas logo se recuperou e retribuiu o abraço. Heidi é minha prima por parte de pai, é basicamente como minha irmã. Sempre fomos eu, Grace e Heidi, mas depois que meu pai nos deixou, ela também me deixou.—Não acredito que você está aqui—. Eu disse, muito emocionada com minhas
ISABELLA—Isabella, você sabe perfeitamente quem eu sou — disse Charles, aproximando-se de mim.—Fique aí! — Gritei, exigindo que ele permanecesse onde estava. —Eu não sei quem você é, olhe para todas as pessoas que você acabou de matar —. Gritei, apontando para a marca de mão ensanguentada na parede.Eu estava mais do que furiosa, mas acima de tudo, morrendo de medo.—Eram pessoas más, Bunny — sibilou, irritado com tudo.—E talvez você também ache que eu sou uma pessoa má, lunático.BeepBeepCharles levou o telefone à orelha.—Venha limpar essa maldita bagunça, agora — gritou muito alto, e depois jogou o telefone no balcão.—Você mentiu para minha mãe — sussurrei, ele levantou os olhos para encontrar os meus. —Isso vai muito além de simplesmente transar com a filha dela.Ele estava prestes a dizer algo, mas parou.—Eu não acredito.—Você vai sair da cidade comigo, e nem pense em dizer não, porque eu prometo que mato seu primo patético — ameaçou-me com uma voz cheia de veneno.Eu não
ISABELLA—Vai ficar aí parada como uma estátua?Revirei os olhos e fechei a porta atrás de mim, tentando correr em direção ao banheiro, mas antes que minha mão tocasse na maçaneta, a mão de Charles se interpôs à minha frente, impedindo-me de continuar.—Sai da frente—. Exigi, irritada. Ele está começando a me pressionar, qual é o problema dele comigo?—Estou te deixando nervosa?— Ele diz baixinho ao meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer minha espinha.Infelizmente, ele confundiu minha raiva com nervosismo, os dois têm significados bem diferentes.—Muito pelo contrário.—Então olhe nos meus olhos—. Ele diz. Eu praticamente podia ver o sorriso dele na minha cabeça, arrogante desgraçado.Meus olhos estavam fixos no chão, tinha medo de fazer contato visual com seus olhos pecaminosos.Finalmente, fiz contato visual com ele, engoli o enorme nó na garganta enquanto lamia meus lábios secos e necessitados. Seus olhos desceram até meus lábios, de repente eles brilharam com curiosidade.O ar