Alexander mexia com toda a minha estrutura. Estar com Brandon era bom, mas, Deus, o que Alexander estava fazendo comigo? Seus toques eram possessivos, quentes, mas, ao mesmo tempo, carinhosos. Um contraste intrigante entre o CEO temido e poderoso e o... meu Alex?Quando Lucas anunciou que Abby havia chegado, deixei Alexander no quarto e fui feito um foguete encontrá-la. Assim que a porta do elevador se abriu e Abby surgiu, algo dentro de mim se remexeu. Uma saudade me atingiu, lembranças me tomaram, e, assim que seus braços me envolveram em um abraço apertado, eu desmoronei. Não sabia de onde vinham aquelas lágrimas, se eram de felicidade, tristeza ou algo a mais...— Ei, garota, se soubesse que ia estragar minha blusa nova com sua maquiagem, teria vindo com uma mais surrada.Ri entre as lágrimas. Aí estava ela. Abby, minha melhor amiga de toda a vida. Todos se foram, mas Abby... ela ainda estava aqui.— Cala a boca, eu nem tô usando maquiagem.Ficamos ali, rindo e grudadas uma na out
AlexanderUma semana afastado foi o suficiente para as coisas virarem de cabeça para baixo. Por mais que tenha gostado de cada minuto que passei com Evelyn, me afastar assim foi uma péssima ideia. Eu precisava resolver tudo, colocar alguns malditos em seus devidos lugares. Isso aconteceria em Berlim, na Alemanha.Ouvi a porta do quarto se abrir, mas a ligação era importante. Sentia os olhos de Evelyn em mim, só que o tempo estava correndo, e eu não podia perder o voo. Só que, como sempre, ela não ia deixar barato. Insistiu. E eu, como na maioria das vezes, fui um cretino.Mas quando olhei nos seus olhos e vi a mágoa, a dor... voltei atrás e cedi. Queria me socar por ter causado dor a ela novamente.— Evie... — sussurrei seu nome, e ela me olhou com aquelas duas avelãs.Segurei seu lindo rosto entre minhas mãos, acariciando sua pele na intenção de acalmá-la e nos acertarmos antes de eu partir. Mas meu celular tocou, e eu precisava atender.— Chen.Assim que atendi, Evie pegou suas cois
EvelynAinda não acreditava que estava indo para Berlim assim, do nada, simplesmente porque Alexander decidiu. Algo dentro de mim gostava desse jeito mandão e possessivo dele. Mas havia outro lado que me dizia para não ceder, para não permitir que ele me dominasse dessa maneira.Entramos no avião como ele ordenou, e fiquei sem ar. Era enorme, dividido em cinco seções. Havia nele um quarto, salas de jantar e de reunião. Os banheiros eram espaçosos, como era possível um avião assim? Deve custar uma fortuna!Emily nos mostrava o lugar e apresentava a tripulação. A comissária Scarlett era uma mulher bonita, com um olhar afiado. O piloto, Arthur, e o copiloto, Vince, pareciam bem simpáticos.Assim que as apresentações terminaram, Alexander e os outros se juntaram a nós. Benjamin seguiu para a cabine, enquanto Jackson, carregando uma maleta preta, foi até o bagageiro. Já Alexander foi interceptado por Scarlett.— Querido, quando soube do seu acidente, fiquei tão preocupada.A voz dela era s
AlexanderEm vinte e nove anos de existência, nunca me apaixonei, nem desejei ter alguém ao meu lado. Não sei lidar com esse tipo de relação. Gosto de coisas práticas. Talvez por isso sempre tenha sido bem-sucedido no ramo da segurança. Mas, desde o dia em que meu caminho cruzou com o da Evelyn, tudo isso mudou.— Já passaram dois minutos, Alex. — Evie disse, ainda com os lábios nos meus.— Aproveite a viagem. Assim que terminar a reunião... — Dei um beijo rápido nela.— Volto para você.Vi algo brilhar em seus olhos, como se minhas palavras tivessem despertado algo em sua mente. Ela assentiu e, dessa vez, me olhou com mais suavidade.— Estarei aqui.Sorriu para mim. Deus, como eu queria puxá-la para o quarto e ignorar todo o resto. Mas essa não era uma viagem a passeio, e havia algo grande me esperando em Berlim.Segui até a sala onde Benjamin e Jackson me aguardavam. Ao entrar, vi que Chen já estava em uma videoconferência com eles.— Chen, sem enrolação. — Meu tom era firme, autori
EvelynEu já tinha visto Alexander em seu modo implacável, mas vê-lo agredir Benjamin, seu amigo de infância, daquela maneira... Despertou coisas em mim que eu não queria sentir. Emily chorava compulsivamente. Eu sabia dos riscos envolvidos no trabalho dos meninos, um erro podia ser fatal. De certa forma, foi assim com Brandon. A morte dele nunca foi solucionada ou, se foi, ninguém nunca me contou.Nesse ramo, as pessoas simplesmente somem. Olhei para Emily, ainda em prantos. E quando isso acontece, às esposas, namoradas, noivas... Só resta chorar e aprender a dar adeus. Não foi o caso de Benjamin e Emily, graças a Deus, ele ainda está vivo. Mas Brandon sempre me dizia como a traição era vista por aqui: quem vacila paga um preço. E esse preço é a vida.Então, um pensamento me atingiu... A bronca que Alexander tem de Brandon... As indiretas que, muitas vezes, os meninos, Emily, e até mesmo Amélia soltam sobre ele... Será que Brandon... meu Brady... era um traidor?Não.Não posso.E não
AlexanderQuando Scarlett veio até mim, informando que Evelyn tinha desmaiado, um buraco se abriu em meu peito. Era uma mistura de preocupação e medo.Quando cheguei à sala, ela estava caída no chão, com Emily e Abigail sobre ela. Jackson quis pegá-la do chão, já que eu não conseguiria por causa do gesso. Mas eu jamais permitiria que outro homem carregasse a minha mulher.Exatamente.Minha mulher.Arranquei aquela porcaria num rompante de fúria. Peguei-a no colo e segui para o meu quarto. Não permiti que ninguém entrasse. Apenas a deitei na cama e fiquei ali, velando seu sono. Desde que a conheci, esse tem sido meu passatempo preferido: velar seu sono.Quando ela acordou, o alívio me atingiu, mas eu precisava ter certeza de que ela estava bem. Informei que pousaríamos para levá-la ao hospital. Mas ela... Nunca concorda comigo de imediato. E, claro, ela faria caso por causa do gesso. O pouco que conheço de Evelyn já me fazia imaginar isso.Mas foi o toque dela no meu braço, suas unhas
EvelynDepois que Alexander saiu do quarto, me deitei e dormi. Só percebi o quanto precisava disso depois de passar o que pareceram horas adormecida.Quando acordei, vi Alexander sentado na poltrona ao lado da cama. Ele me encarava com aquela máscara de sempre, impassível, difícil de ler. E isso me incomodava.Sentei-me na cama e vi uma bandeja com comida. Olhei para ela e depois para Alexander, que permanecia calado.— Agradeço, mas estou sem fome — apontei para a comida.— Abigail disse que você já está há horas sem comer.A voz dele era seca, sem emoção. A mesma que ele usava quando nos conhecemos.— Agradeço sua preocupação. E a de Abby. Mas não tenho fome...Joguei as pernas para fora da cama e o encarei.— O que significa que não irei comer.Me levantei, mas sua voz fria chamou minha atenção.— Onde pensa que vai?Olhei para ele com a mesma expressão que ele usava comigo.— Banheiro. Alguma objeção? — levantei as sobrancelhas em desafio.— Seja rápida. Pousaremos em minutos.Ele
AlexanderQuando fui informado de que pousaríamos, fui até o quarto avisar Evelyn. Ela estava largada na minha cama, a respiração tranquila e os lábios… aqueles lábios… levemente entreabertos. Minha vontade era acordá-la e tomá-la pra mim. Mas, se antes eu achava que ainda era cedo, Brandon ainda quente em sua memória, em seu corpo, agora, eu já nem sabia mais o que pensar.Grávida?Fiquei sentado, apenas a encarando, até que ela acordou e sentiu meus olhos fixos nela.Nossa interação não foi das melhores. Eu, como sempre, prático demais, frio demais… difícil demonstrar emoções. Enquanto Evelyn... ela era o oposto. Era sentimento puro. Luz. Carinho. Amor.Dei a ordem e saí.Quando ela veio até mim para irmos ao hospital, esses sentimentos novos e conflitantes dentro de mim me impediram de dizer qualquer coisa. Na verdade, eu não disse nada.Chegando lá, é claro que ela não deixaria barato.— Doutor, esse senhor não é nada meu. Está aqui apenas como intérprete.Ela teve essa audácia. E