Essa semana antes de eu entrar pela porta da casa da Lílian minha mãe perguntou sobre a amizade minha e do Bruno. Pelo que entendi a mãe do meu amigo desconfia que alguma coisa mudou. A verdade é que tudo mudou.
Sorrio sem entender a estranha curiosidade da minha mãe. Ela nunca pergunta ou quis saber sobre algum rapaz que acho bonito ou coisas do tipo. Tento insenar espanto e nojo.
_Nós somos amigos! Não consigo nem imaginar uma coisa dessas!!!!
_Se não quer me contar tudo bem. Eu não sou boba, os olhares que vocês dão um para outro mudou a tempos. - Agora meu espanto foi legítimo. - Só quero dizer que se cuide, se aparecer com uma barriga vai morar na rua. - Ela diz fria e com um pouco de maudade na voz.
Abaixo a cabeça e saio do carro.
Quando entro na sala meus olhos já estão submersos por lágrimas. Bruno é o primeiro a me ver e correr até mim.
_O que aconteceu!? - Balanço a cabeça em negação. - Por que está chorando?
_O que foi Ana? - Tia Lili pergunta preocupada. Todos já estão na sala e olham pra mim o que está me deixando ainda mais nervosa.
As lágrimas escorrem sem parar. Uma atrás da outra. Abraço meu próprio corpo lembrando da expressão da minha mãe. Ela sempre foi tão fria comigo.
_Minha... Minha mãe! - Soluço alto sinto o abraço do meu amigo e o calor gostoso do corpo dele.
_O que sua mãe fez dessa vez? - Lilian pergunta indignada, minha mãe sempre cuidou de mim de uma forma estranha, como se ela fosse só uma espectadora da minha vida, ela parece não me amar. Se ela tinha que me chamar atenção era com brutalidade, com muita grosseria, eu se quer lembro a última vez que ela me deu um beijo ou abraço ou me perguntou como foi a minha semana.
_Vem vou cuidar de você. - Bruno disse ainda abraçado a mim me carregando até as escadas.
Nós subimos e conversamos sobre o que minha mãe tinha tido. Depois de algum tempo tia Lili entrou no quarto e falou comigo me avisando que ficaria na casa dela esse mês.
Depois que sua mãe saiu meu amigo me contou que ela tinha nos visto beijar quando estávamos na piscina e que ela até tinha reagido bem dada a situação porém resolveu contar a minha mãe... Bom, minha mãe arrumou um escândalo!
Resolvemos voltar a ser só amigos, melhores amigos, sem beijos.
...
Tem quase uma semana que eu não beijo mais o Bruno e sinceramente isso está me incomodando muito. Foram tantas as vezes que eu quis beijar ele. Pra piorar tem uma garota na escola, a Camila ela está afim dele e eu afim de cometer um assassinato.
O pior é brigar com meu amigo porque eu não quero que ele fique com ninguém. Eu sei que é ridículo, mas eu quero ele fique só comigo.
Tia Lili saiu para fazer compras e eu estou sozinha aqui na sala fazendo um dever de história. O Bruno deve estar jogando videogame ou dormindo. Resolvi ligar uma música mas isso só piora.
Estou nervosa e ansiosa, muito ansiosa. Minha vontade é subir e beijar o Bruno até que meus lábios dêem calo!
_Droga!
Empurro os cadernos para frente na mesa e respiro fundo. Estou ponderando se devo ou não subir como meu coração quer. Claro que eu não ouvi minha razão e subi as escadas, Bruno estava deitado na cama com os fones no ouvido e jogando. Ele sorri e retira os fones batendo ao lado da cama para que eu me sentasse.
_Quer jogar? - Ele pergunta pausando o jogo e me oferecendo a manete.
_Quero te fazer uma pergunta... Você não precisa responder se não quiser...
_O que quer me perguntar? - Ele volta a jogar.
_Você ficou com a Camila? - Pergunto com vergonha por estar com ciúmes.
_Qual Camila? - Ele pergunta me olhando de novo.
_A loirinha da turma 301.
_Ah tá... Não, porque?
_Hum... - Será que eu devo dizer que a garota está afim de ficar com ele? Ou devo omitir? Droga! Ele pode acabar descobrindo. - Ela disse que está afim de ficar com você... Que ia chegar em você hoje... Então...
_Eu não fiquei com ninguém Ana, a última menina que eu beijei foi você. - Ele fala entediado.
Sorrio feliz por isso e caminho até a cama.
_Por que perguntou?
Respiro fundo e resolvo dizer a verdade.
_Porque eu estava com ciúmes, ela é tão bonita... e o corpo dela...
_Você é muito linda Ana. Só não percebeu ainda. - Bruno está olhando para a TV, ele joga com confiança e nem se quer olha pra mim. - Eu ainda sinto tanta vontade te beijar.
Meu coração acelera, não sei o que responder, eu também tenho vontade de beijar ele de novo e de novo! Isso com certeza não é normal porque somos amigos, quase irmãos!
Os olhos dele estão presos em mim, quando eu não digo nada ele se aproxima um pouco, permaneço imóvel sem desviar os meus olhos dos dele. Bruno se aproxima mais, não resisto a essa tortura e termino com a distância que faltava.
Um turbilhão de emoções passa por mim.
O nosso beijo é urgente, cheio de necessidade, cheio de sentimentos, de saudades. Me deito na cama sentindo o corpo magro do meu amigo sobre mim.Continuamos a nos beijar até ele estar encaixado entre minhas pernas. Bruno pressiona o quadril em mim e geme.Não sei se é o quarto que está quente, ou cama, ou sou eu, ou somos nós. Eu sinto calor, um calor estranho parece vir de dentro mim e aumentar cada vez que Bruno pressiona seu corpo contra o meu.Ele desce beijando meu pescoço, depois levanta minha blusa e beija minha barriga. Tiro minha blusa desesperada por mais contato. Eu sinto que vou explodir. Meu coração bate descompassado, o estomago está gelado e estou tremendo.
Depois de ter ficado brigada com o Bruno por todo o jantar e noite eu acordo suada e nervosa. Tive um pesadelo muito, muito ruim. No sonho eu estava me afogando num mar de águas escuras o céu negro sobre minha cabeça estava carregado de nuvens mais escuras que a própria noite. Não havia em que me segurar ou uma forma de sair dali. Não importa qual direção que eu olhava tudo que eu via era água, muita água. As enormes ondas viam sobre mim com força me fazendo submergir e beber ainda mais daquela água salgada. Uma onda maior que todas as outras me fez afundar e dessa vez eu não conseguia voltar a superfície, meu pulmão clamava por ar mas tudo que eu conseguia era água.. Então eu acordei, ainda sentia a sensação de afogamento, a falta de ar e o medo, o frio.Comecei a chorar, não sei se de alívio ou de medo. Como todas as vezes
Não vi Bruno entrar na escola e não tive qualquer sinal dele até a hora do recreio. Estava sentada no fim do corredor comendo uma coxinha e tomando uma coca quando ele chegou e se sentou ao meu lado._Eu contei para o meu pai. - Abri os olhos surpresa com a declaração dele e parei de mastigar, eu queria era cuspir tudo na cara dele.Não precisava ser muito inteligente para saber o que ele tinha contado, e tudo? Isso quer dizer que tio Cláudio agora deve estar me julgando! Não quero nunca mais voltar para a casa dele! Caramba! Com que cara eu vou olhar para o meu tio agora? Não quero pensar o que vai acontecer!
Bruno resolveu me dar espaço depois nós meio que andamos discutindo sobre ter ou não algo entre nós e principalmente contar aos pais dele. Eu estava me sentindo bem com isso com o espaço que ele tinha me dado. É sério! Tudo tinha voltado ao normal, éramos amigos de novo.Mas uma das garotas do último ano, uma loira oxigenada metida a patricinha, uma adepta a pantera cor de rosa, resolveu dar em cima do Bruno, Vanessa Alcântara Mascarenhas fez questão de beijar o Bruno na minha frente!_Eu não me importo se ela não sabia! - Grito com Bruno pela enésima vez.Estamos nós dois discutindo no vestiário, porque e
As férias de Julho se aproximavam com uma velocidade exorbitante. As provas bimestrais começariam na próxima semana. Minha mente e coração andavam numa briga constante. Eu não tinha coragem de perguntar para o Bruno se o nosso status havia mudado. Por isso conjecturava inúmeras possibilidades na minha mente.Nossos momentos e beijos passaram a ser comuns e em público, não estávamos escondendo de ninguém, nem dos pais dele, apesar de não falarmos sobre isso com eles. Nenhum garoto da escola chegava perto de mim sem que ele desse uma de macho alfa. Algumas vezes na escola eu era pega de surpresa por alguns beijos rápidos e palavras enciumadas, era bom, uma intimidade diferente da que tínhamos.Algumas pessoas perguntavam
Depois daquele dia a tal garota que agora eu sei que se chama Dalila, ficou no pé do Bruno ela sempre dá um jeito de estar onde estamos, de se meter nas nossas conversas, estou ficando cada dia mais irritada com ela, que garota sem noção!Enquanto ela fala sem parar como será sua viagem até o interior de São Paulo, de como o lugar é lindo, ou como a comida é maravilhosa. Ela descreve o lugar, o clima, falta falar a roupas que as pessoas usam por baixo. O pior é o que Bruno dá atenção a ela._Você deveria ir Bruno. Aposto que vai adorar. - Ela fala de um jeito que me incomoda muito. Será que ela não percebe que está passando dos limites?
Me tranquei no meu quarto a tarde inteira. Só sai a noite quando Lilian me chamou para jantar. Eu jantei em silêncio e depois de agradecer subi as escadas para meu quarto. Quando estava no fim da escada escutei a conversa dos meus tios com o Bruno._O que aconteceu? - Tia Lili pergunta._Vocês brigaram? - Foi a vez do meu tio perguntar._Estamos brigados... - Bruno respondeu sua voz transmitia o desapontamento e a tristeza._Por que? - Os pais do meu melhor amigo perguntam juntos, eu fico parada escondida tenta
Depois do que aconteceu com Bruno no quarto nós não falamos sobre isso, eu até tentei, quis entender, mas ele me disse para desencanar que não tinha sido nada de mais.Talvez não fosse para ele que vivia com um monte de garotas e sabe lá o que eles faziam. A história dos nossos beijos se espalhou pelo colégio, todos estão falando... E alguns sendo até cruéis.Uma garota me chamou de puta no banheiro dizendo que eu estava seduzindo o Bruno, que eu era repugnante e... Eu saí correndo para chorar no fundo da escola atrás da quadra..Toda essa confusão sentimental está me deixando cansada.As coisas com a