Tem quase um mês que eu e Bruno estamos bem. Tirando tia Lili que nós pegou juntos na cozinha, ninguém mais sabe. Pelo menos, é o que eu e Bruno pensamos... Tia Lilian pode ter contato sobre sobre nós.
A rotina é quase a mesma. Bruno pega a Bea pela manhã, exceto as vezes que eu durmo na casa dele ou ele na minha. Nossa princesa vai para escola na parte da tarde, o pai pega ela depois da escola e eu busco depois da faculdade.
As vezes eu durmo na casa dele então Bea pode dormir até mais tarde e eu acordo cedo para só então ir para casa tomar banho e ir trabalhar. As vezes Bruno dorme na minha casa, nesses dias ou nos encontramos no caminho, ou ele vai até minha casa e entra porque eu dei a chave a ele, ou vamos da casa dele até a minha.
Geralmente decidimos como serão as noites no momento em que ela começa.
Bruno.A vida as vezes parece cruel, parece que tem alguém no universo que gosta de curtir com a sua cara e rir das suas merdas. Eu estava feliz, estava muito feliz quando cheguei a casa de André.Minha filha correu para os braços dos avós. Jaqueline estava cortando tomates quando eu cheguei e André se encostou na bancada como se estivesse ali antes conversando com a esposa.André sempre soube, desde algum tempo depois do meu retorno, quase sete meses atrás que eu amava a filha dele. Por isso pareceu uma tremenda traição as cenas que não seguiram depois de constatar que Ana não estava na cozinha com eles._Eu vi o carro da Ana, onde ela está? - perguntei um tanto confuso._Nos fundos, mas não vá lá agora. Ela está com um namoradinho. - André diz e vejo que está feliz, como se gostasse de quem é a pessoa que está com Ana._Namoradinho!? Eu sou o namorado
Eu não esperava que tudo isso acontecesse, quando acordei pela manhã eu só pensava na reação da minha família, o que eles iriam pensar e como reagiriam ao saber que Bruno e eu estamos de novo numa relação.Enquanto todos da mesa riam, meu pai contava o que tinha acontecido, sobre sua ótica. Bruno ri algumas vezes em outras ele se defende dizendo que me ama e não vai deixar ninguém me tomar dele.Eu estou ouvindo a todos, reparei no enorme sorriso que tia Lili exibe depois de saber sobre nós. Minha mãe está um pouco retraída ainda, talvez seja por Bruno. Eu não sei. Bea diz o tempo todo que eu e o pai estamos namorando, numa musiquinha infantil.Os homens da mesa parecem de alguma forma apoiar o ato impulsivo de Bruno. Não posso dizer que não estou surpresa, de fato estou. Ainda mais porque suas palavras, suas ameaças estão vivas na minha cabeça e se repetem."Vou colocar um anel nesse dedo bem grande e voc
Tinha dias que Ana estava diferente, no começo achei que foi pelo fato de quase a obrigar a ir morar comigo. Foi meio que uma intimação. Falei no calor do momento, não deveria ter sido assim. Ela concordou, eu permaneci calado, era o que eu queria de qualquer forma.No sábado a tarde depois do meu pedido de casamento tudo ia bem. André ofereceu a piscina para nos distrair e minha filha estava feliz brincando. Todos estavam. Até eu ver Ana quase desmaiando, se não fosse meu pai segurando ela...Dei a Bea no colo da minha mãe e sai da piscina o mais rápido que pude. Levei Ana ao médico e depois de longas três horas dentro daquele hospital. O veredito estava nas mãos do médico._Depende do seu ponto de vista. - o médico respondeu a pergunta da Ana. - você não tem ideia do que tem causado suas tonteiras? - essa é a primeira vez que o médico sorri. Ana balança a cabeça negativamente. - você está grávida._Grávida!?
BrunoA mulher mais bonita, a estrela mais brilhante, a dona do meu coração, meu sonho, meu mundo, meu amor, minha namorada, minha amante, minha mulher, a mãe dos meus filhos, minha inspiração, aquela que dá cor a minha vida, que me deu uma família, que deu seu amor.AnaQuando ela entrou pelo corredor com pétalas brancas espalhadas pela grama, em seu vestido, perfeita. Eu me senti o homem mais feliz do mundo. Por tudo o que aconteceu nos últimos anos, por tudo que ela foi capaz de me perdoar pelo bebê cresce na barriga dela. Por estarmos finalmente juntos.Eu só tenho a agradecer.Eu sei que não será um mar de rosas, ainda enfrentaremos dificuldades, talvez ela ainda demore a realmente confiar em mim... O que eu quero é estar junto dela até meu último suspiro, vou lutar todos os dias para conquistar o amor dela, conquistar de volta sua confiança.André entrega
Quando cheguei em casa senti uma mistura de alívio e muita ansiedade. Alívio por estar finalmente de volta para minha casa e ansiedade para o que estava por vim. Eu retornaria para escola e para a minha não tão antiga vida.Tudo no meu quarto estava do mesmo jeito que eu deixei. Olhando para as coisas do meu bebê me dei conta de que deveria começar a me preparar para sua chegada. Talvez pedir ajuda a tia Lili fosse minha melhor opção no momento.Respiro fundo para tentar tomar coragem e enfrentar os desafios que tenho pela frente. Decido começar pelas roupas que trouxe de volta. Separo as limpas da sujas,guardo as limpas e levo o resto para a lavanderia...._Eu não sei o que fazer, minha vida está condicionada ao nascimento do bebê. Eu me sinto meio... Eu não sei dizer... Sem valor ou... Perspectiva de futuro... Sinto como se fosse depender do meu pai sempre. Que minha vida vai ser só isso,
Bruno Arruda Minha mãe tinha uma melhor amiga desde o jardim. Elas cresceram juntas, estudaram juntas, dividiam as roupas, as camas e como elas mesmas contavam chegaram a dividir alguns rapazes. Minha mãe se casou e um ano depois eu nasci. Dona Lilian sempre sonhou em ter filhos, ela teria enchido a casa de crianças, infelizmente por causa de algumas complicações depois da gravidez ela nunca mais pode ter filhos. Depois um ano e dois meses do meu nascimento a melhor amiga da minha mãe deu a luz a Ana. Dona Jaqueline Virtelli era mãe solteira e ao invés de deixar a pequena em creche ou com babás ela ficava na minha casa enquanto a mãe trabalhava, minha mãe passou a ser sua segunda mãe.
Tia Lili sempre adorou o jardim dela. Da sua casa grande e cheia de utensílios de última geração, o jardim era o lugar mais valioso. Ele ficava alguns metros da piscina. Eu tinha aprendido a cultivar e amar cada flor daquele jardim com ela. Naquela manhã não fora diferente. Eu tinha acordado cedo e deixado o preguiçoso do Bruno na cama dele. Estavamos de férias e eu queria aproveitar cada pedacinho dela. Por isso acordava cedo. Tomei meu café da manhã com biscoito e chocolate que tia Lili sempre reclamava em me dar. Para ela eu deveria comer mais frutas, leite e derivados. Eu nunca gostei dessas coisas, apesar de comer, principalmente quando estava na casa dela. Depois de comer fui regar as flores do jardim. Não eram nem dez horas e sol estava quente em meio a um céu azul sem nuvens
Depois de colocar meu biquíni me deitei na espreguiçadeira, estava com um pouco de vergonha do Bruno, eu não sei bem porque, nunca tive vergonha dele, até... Até ele me beijar. Ele tentou conversar comigo algumas vezes, falou de jogos novos, da escola e depois sentou do outro lado da piscina, eu percebi que ele não tirava os olhos de mim, só tentei ignorar. Aquela situação estava ficando cada vez mais estranha. Depois do almoço Bruno me chamou para ver um filme, eu não estranhei o fato de ele caminhar para o quarto e sim por ter fechado a porta. Meu amigo se encostou na porta fechada e me olhou sério. _Quero saber o que está acontecendo, você está diferente comigo desde o beijo no quintal!
Último capítulo