Bruno Arruda
Minha mãe tinha uma melhor amiga desde o jardim. Elas cresceram juntas, estudaram juntas, dividiam as roupas, as camas e como elas mesmas contavam chegaram a dividir alguns rapazes.
Minha mãe se casou e um ano depois eu nasci. Dona Lilian sempre sonhou em ter filhos, ela teria enchido a casa de crianças, infelizmente por causa de algumas complicações depois da gravidez ela nunca mais pode ter filhos.
Depois um ano e dois meses do meu nascimento a melhor amiga da minha mãe deu a luz a Ana.
Dona Jaqueline Virtelli era mãe solteira e ao invés de deixar a pequena em creche ou com babás ela ficava na minha casa enquanto a mãe trabalhava, minha mãe passou a ser sua segunda mãe.
Com isso nós crescemos juntos, estudando nas mesmas escolas dividindo os brinquedos os banhos e até nossos pais.
Ela sempre foi como uma irmã pra mim. Mesmo eu sabendo que não era. Eu nunca havia olhado para ela como mulher até o dia que Denis um colega da escola ficou no meu pé para que "colocasse Ana nas mãos dele", eu nunca faria isso, Denis era mulherengo e minha irmãzinha não seria mais uma na lista dele, de jeito nenhum!
Depois veio André, o Henrique, o Paulo, o David, o Arthur, o Deivison... Quase todos o rapazes da escola e principalmente da minha sala queriam alguma coisa com Ana. Foi um ano fudido porque o ciúme me roeu cada maldito dia enquanto cursava o primeiro ano.
Eles faziam questão de enaltecer cada parte do corpo dela que eu nunca havia reparado. Passei a prestar mais atenção nela e de uma forma diferente. Seus cabelos, pernas, sorriso, a forma perfeita dos lábios, a cintura, o contorno dos seios...
As férias de dezembro chegaram e junto com ela o alívio porque não teria nenhum marmanjo olhando para ela, minha princesa.
O problema é que eu passei a querer exatamente o que eles queriam. Eu sei, isso é horrível! Ela é praticamente minha irmã e minha melhor amiga desde sempre.
O fato é que eu a queria mesmo assim, eu desejava Ana, queria beijar os lábios dela apenas para saber o sabor.
Então um belo dia de verão e sol quente eu resolvi pedir um beijo. Eu jurava que ela diria não, ao contrário disso, depois de querer o saber o porque, algo que nem eu sabia, ela sorriu e aceitou o beijo.
O que era pra ser bom se tornou o meu inferno, eu me vi apaixonado por ela. Me perdi completamente. Foi comigo que Ana viveu as primeiras experiências dela. Foi eu quem dei o primeiro beijo, foi comigo que ela perdeu a virgindade.
Eu havia planejado pedir a Ana em namoro, nós éramos bons em nos beijar, bons na cama e melhores amigos desde sempre.
Eu encontrei Ana beijando Damon na quadra, nunca me decepcionei tanto com ninguém como foi com ela. Por isso começamos a brigar, o clima ficou estranho, decidi ir cursar faculdade em uma cidade distante.
Um mês depois de ter me mudado para meu novo endereço recebi uma mensagem da Ana pedindo que eu voltasse que precisa conversar comigo. Ela chorava e no fim ela disse o que eu sonhei em ouvi durante muito tempo.
"Bruno eu te amo, não só como meu amigo, amo você como uma mulher ama um homem. Eu quero que volte, por favor. Se você não voltar, se não quiser ficar comigo, se não sentir o mesmo... Eu prometo nunca mais te procurar."
Na última ligação desesperada da minha amiga, minha melhor amiga e confidente de anos ela me contou. Ela me disse, mesmo assim eu não não acreditei, eu não retornei suas ligações.
Terminei a faculdade, abri meu próprio negócio, eu estava bem, tinha uma namorada linda, uma casa boa, uma vida boa. As coisas vieram muito fáceis. Terminei a faculdade descido a pedir minha namorada em casamento.
Eu deveria saber que Carla não tinha os mesmos planos, ouvi ela dizer que eu deveria voltar para minha ex, sabia que ela estava certa quando disse que eu nunca estaria inteiro enquanto não resolvesse os problemas no meu passado.
Não sei se Ana se encaixa nisso, nunca fomos namorados, mas eu ainda pensava nela. Eu ainda queria vê-la. Se eu fechasse os olhos e me concentrasse poderia sentir o gosto do seu beijo. A sua pele quente e arrepiada sob meu toque.
Foi por isso que decidi voltar, foi por ela e para ela que eu voltei e percebi que tinha perdido muito mais do que imaginava. E se um dia eu duvidei amar aquela mulher, não havia mais dúvida alguma, Ana era a mulher da minha vida.
Tia Lili sempre adorou o jardim dela. Da sua casa grande e cheia de utensílios de última geração, o jardim era o lugar mais valioso. Ele ficava alguns metros da piscina. Eu tinha aprendido a cultivar e amar cada flor daquele jardim com ela. Naquela manhã não fora diferente. Eu tinha acordado cedo e deixado o preguiçoso do Bruno na cama dele. Estavamos de férias e eu queria aproveitar cada pedacinho dela. Por isso acordava cedo. Tomei meu café da manhã com biscoito e chocolate que tia Lili sempre reclamava em me dar. Para ela eu deveria comer mais frutas, leite e derivados. Eu nunca gostei dessas coisas, apesar de comer, principalmente quando estava na casa dela. Depois de comer fui regar as flores do jardim. Não eram nem dez horas e sol estava quente em meio a um céu azul sem nuvens
Depois de colocar meu biquíni me deitei na espreguiçadeira, estava com um pouco de vergonha do Bruno, eu não sei bem porque, nunca tive vergonha dele, até... Até ele me beijar. Ele tentou conversar comigo algumas vezes, falou de jogos novos, da escola e depois sentou do outro lado da piscina, eu percebi que ele não tirava os olhos de mim, só tentei ignorar. Aquela situação estava ficando cada vez mais estranha. Depois do almoço Bruno me chamou para ver um filme, eu não estranhei o fato de ele caminhar para o quarto e sim por ter fechado a porta. Meu amigo se encostou na porta fechada e me olhou sério. _Quero saber o que está acontecendo, você está diferente comigo desde o beijo no quintal!
_Ana vamos nos atrasar. - Bruno grita do andar de baixo.Eu passei esse fim de semana na casa da tia Lili como as aulas iam começar logo na segunda minha mãe não fez muita objeção. Então como no ano passado Bruno acordou e foi até meu quarto para me acordar.Eu estou com muito sono e quero continuar na cama mas, sei que daqui a pouco Bruno vai voltar e me empurrar para o banheiro ou jogar água em mim. Por isso me arrasto até o banheiro enquanto tomo banho ouço o som de movimento no meu quarto._Aninha eu coloquei seu café no balcão e fiz sanduíche para você levar. - Tia Lili fala enquanto arruma minha cama._Obrigada tia. - Beijo seu rosto
Os meses passaram tão rápido! Já tem quase quatro meses desde o primeiro beijo que Bruno e eu compartilhamos. A minha rotina segue sem muitas alterações. Durante a semana eu fico na casa da tia Lili e na sexta vou para casa ficar com minha mãe por todo fim de semana. No domingo a noite dona Jaqueline me leva até a casa do meu amigo para começar outra semana de aula.Essa semana antes de eu entrar pela porta da casa da Lílian minha mãe perguntou sobre a amizade minha e do Bruno. Pelo que entendi a mãe do meu amigo desconfia que alguma coisa mudou. A verdade é que tudo mudou.Sorrio sem entender a estranha curiosidade da minha mãe. Ela nunca pergunta ou quis saber sobre algum rapaz que acho bonito ou coisas do tipo. Tento insenar espanto e noj
O nosso beijo é urgente, cheio de necessidade, cheio de sentimentos, de saudades. Me deito na cama sentindo o corpo magro do meu amigo sobre mim.Continuamos a nos beijar até ele estar encaixado entre minhas pernas. Bruno pressiona o quadril em mim e geme.Não sei se é o quarto que está quente, ou cama, ou sou eu, ou somos nós. Eu sinto calor, um calor estranho parece vir de dentro mim e aumentar cada vez que Bruno pressiona seu corpo contra o meu.Ele desce beijando meu pescoço, depois levanta minha blusa e beija minha barriga. Tiro minha blusa desesperada por mais contato. Eu sinto que vou explodir. Meu coração bate descompassado, o estomago está gelado e estou tremendo.
Depois de ter ficado brigada com o Bruno por todo o jantar e noite eu acordo suada e nervosa. Tive um pesadelo muito, muito ruim. No sonho eu estava me afogando num mar de águas escuras o céu negro sobre minha cabeça estava carregado de nuvens mais escuras que a própria noite. Não havia em que me segurar ou uma forma de sair dali. Não importa qual direção que eu olhava tudo que eu via era água, muita água. As enormes ondas viam sobre mim com força me fazendo submergir e beber ainda mais daquela água salgada. Uma onda maior que todas as outras me fez afundar e dessa vez eu não conseguia voltar a superfície, meu pulmão clamava por ar mas tudo que eu conseguia era água.. Então eu acordei, ainda sentia a sensação de afogamento, a falta de ar e o medo, o frio.Comecei a chorar, não sei se de alívio ou de medo. Como todas as vezes
Não vi Bruno entrar na escola e não tive qualquer sinal dele até a hora do recreio. Estava sentada no fim do corredor comendo uma coxinha e tomando uma coca quando ele chegou e se sentou ao meu lado._Eu contei para o meu pai. - Abri os olhos surpresa com a declaração dele e parei de mastigar, eu queria era cuspir tudo na cara dele.Não precisava ser muito inteligente para saber o que ele tinha contado, e tudo? Isso quer dizer que tio Cláudio agora deve estar me julgando! Não quero nunca mais voltar para a casa dele! Caramba! Com que cara eu vou olhar para o meu tio agora? Não quero pensar o que vai acontecer!
Bruno resolveu me dar espaço depois nós meio que andamos discutindo sobre ter ou não algo entre nós e principalmente contar aos pais dele. Eu estava me sentindo bem com isso com o espaço que ele tinha me dado. É sério! Tudo tinha voltado ao normal, éramos amigos de novo.Mas uma das garotas do último ano, uma loira oxigenada metida a patricinha, uma adepta a pantera cor de rosa, resolveu dar em cima do Bruno, Vanessa Alcântara Mascarenhas fez questão de beijar o Bruno na minha frente!_Eu não me importo se ela não sabia! - Grito com Bruno pela enésima vez.Estamos nós dois discutindo no vestiário, porque e