_Ana vamos nos atrasar. - Bruno grita do andar de baixo.
Eu passei esse fim de semana na casa da tia Lili como as aulas iam começar logo na segunda minha mãe não fez muita objeção. Então como no ano passado Bruno acordou e foi até meu quarto para me acordar.
Eu estou com muito sono e quero continuar na cama mas, sei que daqui a pouco Bruno vai voltar e me empurrar para o banheiro ou jogar água em mim. Por isso me arrasto até o banheiro enquanto tomo banho ouço o som de movimento no meu quarto.
_Aninha eu coloquei seu café no balcão e fiz sanduíche para você levar. - Tia Lili fala enquanto arruma minha cama.
_Obrigada tia. - Beijo seu rosto depois de sair do banheiro.
_De nada filha. Se arrume logo porque o Bruno está pronto.
Não respondo, me arrumo rápido e desço. Bruno está sentado em um dos bancos do balcão.
_Bom dia Ana. - Ele sorri.
_Bom dia.
Estou sentada comendo Bruno olha para a porta toda hora. Está inquieto.
_O que foi? - Franzo a testa e olho confusa pra ele enquanto mastigo e falo.
_Engole. - Ele diz sorrindo. - Sua mãe não te ensinou que é feio falar de boca cheia?
Engulo o resto do meu sanduíche e sorrio.
_Idio... - Antes que termine de falar Bruno me beija. - Porque v...?
_Shiiiiiii! - Bruno pede. - A minha mãe!
Como se a tia Lili e seus super poderes de mãe soubessem o que estamos fazendo ela chama da escada.
_Vão escovar os dentes crianças. Bruno hoje o seu pai vai levar vocês.
_Tudo bem mãe. - Bruno responde ao passar por ela na escada.
...
Escovamos os dentes meu tio Cláudio nos levou para escola e assim que o carro do seu pai saiu Bruno me arrastou a uma parte na entrada da escola onde uma grande árvore se esgueirava pelo muro subindo alto até bem acima do muro da minha escola.
O tronco grosso e forte da enorme árvore esconderia com facilidade pelo menos umas três pessoas.
_O que você está fazendo? Pergunto tentando entender a atitude inusitada do meu amigo.
_Quero te beijar Ana e não pode ser dentro da escola.
Antes que eu argumentasse os lábios do Bruno estavam sendo pressionados contra os meus, sua língua batendo contra meus dentes pedindo passagem.
Meu coração batendo forte dentro peito e aquele sensação estranha no meu estômago. Eu não conseguia dizer não.
O beijo só rompido pelo barulho do sinal.
_Você está vermelha. - Bruno brinca e depois fica sério. - Seus lábios estão muito vermelhos... Queria te beijar de novo. - Ele sorri me olhando de um jeito estranho.
...
As primeiras aulas foram um tédio, ainda não consigo entender porque os professores insistem com essa coisa de apresentação. É um saco!
No intervalo Bruno estava sentado perto da fonte me esperando como em todo o ano passado. Ele passou os braços sobre meus ombros e sorriu.
_Ana!? - Ouço me chamar e olho para trás. - Simon estava parado logo atrás de nós. - Você está ainda mais bonita. - Ele diz com um sorriso sacana.
_Mas ela não é pro bico mané! Tira o olho da minha irmã. - Bruno responde. - Vem aninha vamos logo para o nosso canto.
Sigo meu amigo sem entender direito a reação dele.
_Eu gostei do elogio Bruno... - Tendo conversar.
_Ana aquilo não foi um elogio, foi uma cantada!
Não quero discutir por isso fico calada e desisto de conversar e fazê-lo ficar mais irritado.
...
O dia estranho que vivi termina com Bruno e eu vendo TV no quarto dele. Estou deitada em seu peito enquanto ele faz carinho na minha cabeça e cabelos. Nós já jantamos e escovamos os dentes. Levanto minha cabeça procurando os olhos de Bruno.
_O que foi pequena. - Ele diz sem se quer mexer a cabeça para me olhar, seus olhos estão presos na televisão.
_Posso pedir um beijo. - Ele beija minha testa ainda com os olhos presos no filme de terror. - Não é esse beijo... - Me sinto bem tímida agora e eu nem sei porque!
Bruno se vira na cama ficando em cima de mim e beija. Um beijo quente que me rouba o ar. Me solto dele e sinto seus lábios no meu pescoço. Meu corpo inteiro se arrepia, meu amigo sorri ainda com os lábios na minha pele e depois volta a me beijar.
_Esse tipo de beijo? - Pergunta se jogando ao meu lado da cama.
Estou tentando conter minha respiração e não soar tão alarmada. O idiota volta sorrir do meu estado.
_Imagina quando nós transarmos?
Arregalo os olhos e olho pra ele assustada.
_Você tinha que ver sua cara. - Ele gargalha mostrando o quanto é idiota por me fazer acreditar no ele disse.
_Ja disse que você é um babaca?
_Um babaca que te faz arrepiar só com alguns beijos.
Os meses passaram tão rápido! Já tem quase quatro meses desde o primeiro beijo que Bruno e eu compartilhamos. A minha rotina segue sem muitas alterações. Durante a semana eu fico na casa da tia Lili e na sexta vou para casa ficar com minha mãe por todo fim de semana. No domingo a noite dona Jaqueline me leva até a casa do meu amigo para começar outra semana de aula.Essa semana antes de eu entrar pela porta da casa da Lílian minha mãe perguntou sobre a amizade minha e do Bruno. Pelo que entendi a mãe do meu amigo desconfia que alguma coisa mudou. A verdade é que tudo mudou.Sorrio sem entender a estranha curiosidade da minha mãe. Ela nunca pergunta ou quis saber sobre algum rapaz que acho bonito ou coisas do tipo. Tento insenar espanto e noj
O nosso beijo é urgente, cheio de necessidade, cheio de sentimentos, de saudades. Me deito na cama sentindo o corpo magro do meu amigo sobre mim.Continuamos a nos beijar até ele estar encaixado entre minhas pernas. Bruno pressiona o quadril em mim e geme.Não sei se é o quarto que está quente, ou cama, ou sou eu, ou somos nós. Eu sinto calor, um calor estranho parece vir de dentro mim e aumentar cada vez que Bruno pressiona seu corpo contra o meu.Ele desce beijando meu pescoço, depois levanta minha blusa e beija minha barriga. Tiro minha blusa desesperada por mais contato. Eu sinto que vou explodir. Meu coração bate descompassado, o estomago está gelado e estou tremendo.
Depois de ter ficado brigada com o Bruno por todo o jantar e noite eu acordo suada e nervosa. Tive um pesadelo muito, muito ruim. No sonho eu estava me afogando num mar de águas escuras o céu negro sobre minha cabeça estava carregado de nuvens mais escuras que a própria noite. Não havia em que me segurar ou uma forma de sair dali. Não importa qual direção que eu olhava tudo que eu via era água, muita água. As enormes ondas viam sobre mim com força me fazendo submergir e beber ainda mais daquela água salgada. Uma onda maior que todas as outras me fez afundar e dessa vez eu não conseguia voltar a superfície, meu pulmão clamava por ar mas tudo que eu conseguia era água.. Então eu acordei, ainda sentia a sensação de afogamento, a falta de ar e o medo, o frio.Comecei a chorar, não sei se de alívio ou de medo. Como todas as vezes
Não vi Bruno entrar na escola e não tive qualquer sinal dele até a hora do recreio. Estava sentada no fim do corredor comendo uma coxinha e tomando uma coca quando ele chegou e se sentou ao meu lado._Eu contei para o meu pai. - Abri os olhos surpresa com a declaração dele e parei de mastigar, eu queria era cuspir tudo na cara dele.Não precisava ser muito inteligente para saber o que ele tinha contado, e tudo? Isso quer dizer que tio Cláudio agora deve estar me julgando! Não quero nunca mais voltar para a casa dele! Caramba! Com que cara eu vou olhar para o meu tio agora? Não quero pensar o que vai acontecer!
Bruno resolveu me dar espaço depois nós meio que andamos discutindo sobre ter ou não algo entre nós e principalmente contar aos pais dele. Eu estava me sentindo bem com isso com o espaço que ele tinha me dado. É sério! Tudo tinha voltado ao normal, éramos amigos de novo.Mas uma das garotas do último ano, uma loira oxigenada metida a patricinha, uma adepta a pantera cor de rosa, resolveu dar em cima do Bruno, Vanessa Alcântara Mascarenhas fez questão de beijar o Bruno na minha frente!_Eu não me importo se ela não sabia! - Grito com Bruno pela enésima vez.Estamos nós dois discutindo no vestiário, porque e
As férias de Julho se aproximavam com uma velocidade exorbitante. As provas bimestrais começariam na próxima semana. Minha mente e coração andavam numa briga constante. Eu não tinha coragem de perguntar para o Bruno se o nosso status havia mudado. Por isso conjecturava inúmeras possibilidades na minha mente.Nossos momentos e beijos passaram a ser comuns e em público, não estávamos escondendo de ninguém, nem dos pais dele, apesar de não falarmos sobre isso com eles. Nenhum garoto da escola chegava perto de mim sem que ele desse uma de macho alfa. Algumas vezes na escola eu era pega de surpresa por alguns beijos rápidos e palavras enciumadas, era bom, uma intimidade diferente da que tínhamos.Algumas pessoas perguntavam
Depois daquele dia a tal garota que agora eu sei que se chama Dalila, ficou no pé do Bruno ela sempre dá um jeito de estar onde estamos, de se meter nas nossas conversas, estou ficando cada dia mais irritada com ela, que garota sem noção!Enquanto ela fala sem parar como será sua viagem até o interior de São Paulo, de como o lugar é lindo, ou como a comida é maravilhosa. Ela descreve o lugar, o clima, falta falar a roupas que as pessoas usam por baixo. O pior é o que Bruno dá atenção a ela._Você deveria ir Bruno. Aposto que vai adorar. - Ela fala de um jeito que me incomoda muito. Será que ela não percebe que está passando dos limites?
Me tranquei no meu quarto a tarde inteira. Só sai a noite quando Lilian me chamou para jantar. Eu jantei em silêncio e depois de agradecer subi as escadas para meu quarto. Quando estava no fim da escada escutei a conversa dos meus tios com o Bruno._O que aconteceu? - Tia Lili pergunta._Vocês brigaram? - Foi a vez do meu tio perguntar._Estamos brigados... - Bruno respondeu sua voz transmitia o desapontamento e a tristeza._Por que? - Os pais do meu melhor amigo perguntam juntos, eu fico parada escondida tenta