...... DIA SEGUINTE ......LAURA ONPassei o resto da tarde, a noite e a madrugada chorando, pensando sobre o ponto em que o meu casamento com o Raul chegou.Durante um momento em que consegui me contar e as lágrimas cessaram, peguei no sono. Infelizmente, não tive o luxo de dormir mais, pois é segunda-feira e a semana se inicia outra vez.Levanto-me preguiçosamente, pego os meus pertences e vou para o banheiro. Ao me olhar no espelho, não tem como ignorar os meus olhos inchados e as olheiras fundas.— Uma noite fez todo este estrago. — murmuro.Faço as minhas necessidades matinais, tomo um banho para acordar de vez. Quando termino, volto para o quarto e começo a me arrumar para o trabalho — hoje irei pular a academia e ir direto para a empresa. Passo corretivo e base para disfarçar o meu olhar deprimido e um batom para dar uma cor nos meus lábios.Ao concluir o meu procedimento de beleza, pego os meus pertences, como bolsa, um casaco e a chave do carro e saio do quarto, indo em direçã
LAURA ON (NO TRABALHO)— Meu Deus, Laura! Quanto suspense! — a Joyce exclama, quando chegamos no restaurante onde iremos almoçar. — O local de trabalho não era o melhor lugar para conversar. — explico.Escolhemos uma mesa e nos sentamos.— Mas você se manteve em silêncio a manhã toda, nem para adiantar o assunto. — Joyce reclama.— Eu não queria falar sobre isso logo cedo. — continuo — Na verdade, acho que nem agora estou pronta. — Chega de enrolação, Laura. Me conta logo, o que houve? — Joyce me pressiona.Respiro fundo para revelar a tomada de decisão que tive ontem:— Eu pedi o divórcio.A boca da Joyce forma um perfeito O.— C-como? — quando ela enfim consegue dizer — Tão de repente assim? Sem mais e nem menos?— Tinham motivos para o casamento chegar a este ponto, Joyce. — lembro.— Eu sei, é que foi inesperado. — ela admite — Você sempre tão certinha, é a última pessoa que eu imaginaria se divorciar. — Está me rotulando, Joyce? — pergunto, provocando — Se um homem se divorcia
RAUL ON— O Pietro já adormeceu. — a minha mãe diz, voltando para a cozinha.— Obrigada, mãe. — agradeço.Termino de organizar a louça usada no jantar, enquanto a dona Maria pega duas taças e um vinho. Quando tudo está feito, vamos para a área externa para apreciar a brisa da noite e o vinho.— Não posso mentir que não fiquei ansiosa em falar sobre isso, filho. — a minha mãe começa. Nos sentamos num banco e eu fito o céu estrelado.— Eu não sabia como te dizer isso. — admito.Começo a contar todo o ocorrido para a minha mãe, desde o desentendimento com os irmãos da Laura na casa dos meus sogros ao pedido de divórcio. A mulher faz algumas perguntas para conseguir entender melhor a situação, como saber quando foi que os meus conflitos com a Laura iniciaram.— Você ainda sente algo pela Laura, Raul? — a minha mãe pergunta por fim.— É claro, mãe. — apresso-me em dizer — Eu a amo.— Isso me deixa mais aliviada. — ela solta um suspiro e continua — É que as suas atitudes demonstram indifere
..... DIA SEGUINTE .....LAURA ON— De onde vieram estas flores? — Joyce pergunta ao me ver com um buquê de rosas-vermelhas nos braços.Sento-me na minha cadeira e coloco as belíssimas flores sobre a mesa, pego o bilhete que tem ali e leio:— "Com amor, de seu esposo Raul." — continuo — Estavam na recepção.— Parece que alguém está flertando para te conquistar... — Joyce diz com um sorrisinho.— As rosas são lindas, mas vieram tarde demais. — digo com indiferença na voz.— Você irá jogá-las fora? — Joyce pergunta.— Não sou tão má assim. — continuo — Irei dar para a minha mãe, ela irá adorar.— Pelo jeito, temos uma mulher fria e um homem desesperado por aqui. — Joyce comenta.— Pois é! — concordo — Talvez tenham mais algumas surpresas do decorrer da semana. — Por quê? — Ontem levei os papéis para dar entrada no pedido de divórcio pessoalmente para o Raul. — conto — Ele disse que não iria assinar, então irá começar a fazer investidas para fazer com que eu mude ideia.— Sinceramente,
..... FINAL DE SEMANA — SÁBADO .....LAURA ONUmas das minhas prioridades — senão, a primeira — é o meu filho Pietro. Ser mãe mudou a minha mente e forma de enxergar a vida, com isso, fiquei abalada quando o Pietro escolheu voltar a morar com o pai.A princípio esta separação me incomodou, mas como não posso obrigá-lo — e nem quero — a ficar comigo, quando passamos os finais de semanas juntos, procuro uma programação especial.Hoje não é diferente, viemos para o parque aquático e iremos passar o dia, acompanhados das minhas cunhadas Taciane e Giovana.— Faz tanto tempo que eu não venho num parque aquático! — Giovana conta.Chegamos por volta das 10h e fizemos uma pausa para almoçar.— Nem me diga, o trabalho consome todo o meu tempo. — Taciane concorda.— É bom sair da rotina. — afirmo.— Demais, pena que é só um dia. — Taciane fala e continua — Eu preciso de quinze dias no litoral, longe dos problemas para recarregar as energias.— Não seria nada mau mesmo. — concordo.— Eu também pr
..... MAIS TARDE .....RAUL ONEstou aproveitando ao máximo o tempo que a minha mãe está aqui em casa. Não é nada fácil cuidar dos afazeres de casa, sendo assim, contar com a ajuda dela tem sido um peso a menos.Quando o relógio marca 20h, o jantar já está pronto e o Pietro e eu nos juntamos a minha mãe á mesa para a refeição.— Como foi o final de semana com a sua mãe, Pietro? — a minha mãe pergunta para o neto. Não faz muito tempo que chegamos, acabei perdendo a hora devido ao trabalho. A sorte foi que a minha mãe veio perguntar se o Pietro viria embora hoje e aí sai às pressas para buscá-lo.— Foi bom, vó. Nós passeamos bastante. — Pietro responde.— Que legal! — dona Maria exclama — Que bom que alguém te leva para passear, não é? — a última parte ela diz para mim.Dou de ombros.— No sábado nós fomos ao parque aquático com a tia Tatá e a tia Gi. — Pietro começa a contar — E a minha mãe foi comigo no tobogã mais alto que tinha no parque!— Meu Deus! — a minha mãe exclama, fingindo
..... ALGUNS DIAS DEPOIS .....LAURA ONHoje o dia está tão atarefado aqui no trabalho, mal tenho tempo para respirar. Não tenho dúvidas de que até o final do dia terei dor de cabeça.Quando dá o meu horário de café, é um alívio para mim. Alguns minutos — ainda que poucos — são o que eu preciso para não surtar!Ao lado da empresa tem uma cafeteria, rapidamente fui até lá para comprar um pão de queijo para acompanhar o meu café. Ouço o som da porta da cozinha se abrir e em seguida passos de alguém que vem em minha direção.— Olá, Laura! — o Gael aparece em meu campo de visão e cumprimenta-me com um sorriso.— Oi, Gael. — cumprimento — Servido? — ofereço o meu lanche.— Não, obrigado. — ele dispensa e completa — Eu não gosto de pão de queijo.— Como? — pergunto surpresa — Você deve estar brincando!— Não, eu realmente não gosto de pão de queijo.— Isso é praticamente impossível! — exclamo — Qual criatura na face da Terra não gosta de pão de queijo?!— Eu! — ele ri do meu drama.— Isso
..... ALGUNS DIAS DEPOIS .....O som do telefone preenche a minha sala, tirando a minha concentração do trabalho.— Sim? — digo ao atender, vi ser uma ligação da recepção.— Raul... — a voz da Lorena soa manhosa — A senhorita Laura, sua esposa, está aqui. — Peça para que ela entre. — respondo sem enrolação.— Está bem. — a Lorena concorda e a ligação chega ao fim.Ajeito-me na cadeira, esperando ansiosamente pela Laura. Já tem alguns dias que não tenho notícias dela.Aos meus olhos, tudo parece estar em câmara lenta. Vejo a porta se abrir e a Laura vestindo o seu uniforme formal de trabalho, o qual apesar de ser sútil, agora parece me chamar a atenção: a saia preta de algodão modelando a curva de seu quadril e coxas revelam pernas torneadas, a camiseta lhe cai bem realçando a sua cintura e os seus peitos avantajados — até tenho a impressão de que os botões estão no limite.Faz tanto tempo que não paro para observar atentamente a beleza da Laura?Aparentemente, a resposta é sim, aliá