RAUL ONPor uns cinco minutos ficamos em silêncio, apenas com o som das pessoas nas outras mesas, talheres contra os pratos e risadas.— Teria algo para me dizer? — decido quebrar o silêncio com esta pergunta.— Não. — a Laura responde quase num sussurro.Ajeito-me no banco, procurando uma posição mais confortável.— Algo mudou dentro de você? — faço outra pergunta, estando agora mais receoso pela resposta.Dependendo do que a Laura diga, irá ditar o meu humor nas próximas horas.— Sim. — ela diz no mesmo tom baixo, mas agora com um pequeno sorriso de canto.Solto um suspiro de alívio.Percebo que a Laura passa a me observar e retribuo com um olhar sereno.Eu amo essa mulher!— Aqui não é um lugar apropriado para este tipo de conversa, não é? — afirmo.— Nenhum pouco. — a mulher concorda.Rimos.Noto a Laura se perder em pensamentos, fico curiosa em saber quais são eles. — Você fez de propósito. — a Laura diz-me.— Como? — pergunto confuso.— Orquestrou o diálogo, me irritou proposit
..... MAIS TARDE .....LAURA ONO almoço e o restante da tarde passaremos na praia, estou ansiosa para tomar um banho de mar.Antes de irmos, ligo para o Pietro para conversarmos. Ontem a noite não tive tempo de ligar-lhe e não quero ficar procrastinando isso.— Oi, meu amor! — exclamo ao ver o seu rosto através do vídeo chamada.— Oi, mãe! — ele sorri.Estou na cozinha para ter mais privacidade, além de evitar que o Raul apareça em algum momento e o Pietro perceba que estamos juntos.— Tudo bem por aí? — pergunto.— Está sim. — Pietro responde.— Estou morrendo de saudades de você, Pepê. — admito.Ficar dias longe do Pietro me deixa mal, eu nem vejo ele durante a semana mais e agora perco o final de semana que temos juntos.— Eu também, mamãe! — ele continua — Você vai demorar para voltar? — Volto amanhã à tarde. — respondo.— E onde você está? — Pietro pergunta curioso.— Precisei fazer uma viagem de emergência, para resolver alguns assuntos. — digo sem dar detalhes.— Hm... — ele
..... DIA SEGUINTE .....LAURA ONO meu celular, o qual está em cima da minha mesa de trabalho, começa a vibrar. Uma vibração. Duas. Três. Quatro. Cinco.Eita! O que deve ser?A Joyce não veio hoje, pois foi diagnosticada com dengue, sendo assim, o meu trabalho é dobrado. Deixo os meus afazeres de lado, para ver do que se trata as notificações que chegaram a meu celular."Bom dia, Laurinha!""Tudo bem por aí??""Quanto tempo, né??""Fiquei sabendo algo...""Gostaria de confirmar se a informação procede"Sorrio ao ver serem mensagens da Karina, uma amiga de longa data que tive a oportunidade de conhecer na faculdade. "Bom dia, Ká! Estou bem e você?""Já tem um tempo mesmo que não nos vemos.""O que seria?"Desconfio do que a Karina irá dizer, mesmo assim prefiro deixá-la falar primeiro."O Raul e você estão se separando?" — Karina pergunta sem rodeios. Mordo o lábio inferior."Estamos em processo de divórcio." — afirmo na mensagem."Assim? De repente?" "Por que você não me disse?"Si
..... DIA SEGUINTE .....LAURA ONCaminho em direção a imobiliária ao estacionar o carro; como combinei com o Raul, iríamos conversar após o fim meu expediente.Pedi para a minha mãe buscar o Pietro das atividades curriculares, assim podíamos ficar despreocupados e ter mais tempo para conversar.Admito que fiquei ansiosa o dia todo, na expectativa de como será o resultado desta conversa. Estou convicta da decisão que irei tomar, mas não sei se o Raul irá concordar com as condições que irei propôr.Ao adentrar na imobiliária, vejo Lorena, a recepcionista temporária do Raul.— Boa tarde. — cumprimento.A mulher levanta o olhar para mim e força um sorriso:— Boa tarde.— Eu vim ver o Raul. - aviso quando percebo que ela não irá dizer mais nada.— Reuniões apenas com horário marcado e até às 16h da tarde. — a recepcionista avisa.— Agora não é hora de bancar a funcionária competente. — digo com indiferença na voz — O Raul está na sala dele?— Aqui não é encontro de família, porque não deix
LAURA ON— Laura?! — Raul indaga, assustado.Abro a porta do boxe para ver o Raul, não há ninguém com ele.Mas eu escutei alguns gemidos...— O que está fazendo aqui? — o homem indaga, ficando de costas para mim.— Eu decidi fazer uma surpresa. — explico.— E que surpresa... — Eu pensei haver alguém com você. — murmuro.— Você achou o quê? — o Raul me olha sobre o ombro.— O que está escondendo de mim? — faço o Raul virar-se e vejo a sua mão repousando sobre o seu membro ereto.— E-eu... Eu posso explicar... — Raul fica sem jeito.Solto um suspiro de alívio.O Raul estava se masturbando.— Isso explica os gemidos que ouvi. — falo.— Laura, não pense que sou um pervertido e nem nada... — Raul começa a se explicar — Eu preciso me aliviar, fiquei mal-acostumado no Rio de Janeiro.— Tudo bem, eu entendo. — digo calmamente.— Isso é constrangedor. — Raul diz envergonhado.— Bom, mas o que você estava pensando enquanto se masturbava? — pergunto com um sorriso arteiro.— Em você. — Raul res
.... DOIS ANOS DEPOIS .....LAURA ON— Leonardo Veiga, você aceita Taciane Vitória Renosto Veiga como sua legítima esposa? — o celebrante pergunta.— Aceito. — o meu irmão Léo responde.— Taciane Vitória Renosto Veiga, você aceita Leonardo Veiga como seu legítimo esposo? — o celebrante pergunta novamente.— Aceito. — Tatá responde sorridente. Após anos de preparação, o Léo e a Tatá enfim estão se casando. A noiva está tão linda, emanando a sua beleza jovial.Muitos estão emocionados, a minha mãe está em prantos ao meu lado. Admito que eu também não me contive, é emocionante casar o meu irmão — que é a propósito mais velho que eu.O melhor disso tudo é que eu ganhei a aposta que fiz com os gêmeos, Luís e Lorenzo, que o Léo iria chorar ao ver a Tatá entrando de noiva — ele nem se importou em disfarçar, chorou todo apaixonado ao ver a Taciane no altar. O Raul me apoiou, pois, segundo ele:"O casamento é um dos poucos momentos que você verá um homem chorar."Sem falar de todo o local, a
— O que você está fazendo, Raul? — Laura pergunta, quando estamos no estacionamento da ‘boate’.Durante o caminho, mantive a minha mão firme em seu pulso, para que a Laura não se perca no meio das pessoas. Isso não impediu que ela tropeçasse em seu salto alto.— Vou levá-la para casa. — respondo.Destravo o alarme do carro e abro a porta do passageiro, para que a Laura se sente.— Mas eu estava me divertindo tanto! — ela faz um bico.Contenho o riso.Já faz muito tempo que não via a Laura alta de álcool.— As suas amigas nem estavam de olho em você, Laura. — afirmo — Você está alta devido ao álcool, que algum engraçadinho poderia se aproveitar de você.— Você adora estragar tudo, Raul... — sua frase sai estendida.— Você ainda me agradecerá. — dou de ombros.Vou para o meu lugar e dou a partida no carro, saindo do estacionamento. Mais carros estão chegando para a festa, pelo jeito estas pessoas vão até o amanhecer.— Para onde você está me levando? — Laura pergunta, olhando a rua.— P
"Quando o Raul e eu nos conhecemos, numa festa de um amigo em comum, eu não poderia imaginar que iríamos além de um beijo. Quero dizer, o Raul era esquisito demais! Com aquelas roupas surradas, o cabelo emaranhado e a boca volumosa devido ao aparelho...Pensou? Pois bem! Eu não sei o que vi nele para aceitar um beijo. Na verdade, talvez eu saiba sim. Por eu estar usando um mini vestido, o qual o meu pai me mataria se me visse usando, acabei por chamar a atenção de moleques idiotas e que só pensavam em sexo. Passei a maior parte da noite sentada, devido ao vexame. Foi então que o Raul se aproximou, na tentativa de conversar. A princípio, eu me contive. Eu sabia as palavras que ele usaria:"Vamos para um lugar mais reservado?""E aí, gatinha? Namora?""Bem gostosa essa sua bunda neste vestido, hein?"Contudo, o que o Raul disse, me deixou surpresa:"Gostaria que soubesse que você é a garota, a qual mais me chamou atenção nesta festa, com o seu sorriso fofo e a delicadeza em seus movi