- Acho que eu preciso voltar. – disse Bruna levantando-se. – Tia Dani pode ficar preocupada.
Ele a acompanhou pela praia. No caminho conversaram sobre diversos assuntos sem importância. A companhia dele era agradável e Bruna se perguntava o real motivo de ele estar ali. Alguma coisa ele escondia dela e não adiantaria perguntar. Ele só contaria quando quisesse e se quisesse. Então não lhe restava nada mais a não ser esperar... Pelo próximo encontro, pela próxima conversa, torcendo para que fosse logo.
Quando Bruna chegou viu que Dani já preparada o jantar.
- Precisa de ajuda, tia?
- Se quiser ajudar, eu aceito, querida.
- Vou tomar um banho rápido e já desço.
Bruna tirou a roupa cheia de areia e tomou um banho rápido. Depois colocou uma roupa confortável e desceu para ajudar a tia.
Dani estava calada, somente dava a
Enquanto tomava café da manhã, Bruna acabou falando com a tia sobre seu sonho da noite anterior.- Está encantada por ele... É normal sonhar com ele. – falou Dani tentando não dar importância.- Mas tia, não acha estranho ter um sonho se repetindo por vários dias com um homem sem rosto e daí de repente aparece um rosto e é de um homem que conheceu há pouco? – perguntou Bruna.- São sonhos, Bruna. Não perca seu precioso tempo do dia tentando desvendá-los. Deixe para se preocupar com isso durante a noite. Também pense sobre isso à noite.Bruna preferiu não falar sobre já ter sonhado com Alex antes mesmo de conhecê-lo. Imaginava que Dani não acreditaria.- Bruna, vou reforçar o que eu já lhe disse: evite ver este homem novamente.- Posso tentar, tia. Mas vai ser um pouco difíc
- Venha, sente-se aqui. – falou ele.Ela foi, sentando-se no outro sofá, bebendo o chá, tentando ficar calma e pensar no que falaria.- Ralf está aqui desde que iniciou a chuva. Ele está bem. Não havia como avisar. – disse ele.- Eu imaginei isso... Mas precisava me certificar. Minha tia estava certa de que ele estava bem... Mas eu não.- Então você decidiu voltar para casa? – perguntou ele.- Sim. – disse ele.- Problema resolvido?- Sim... – disse ela sem entender muito bem o que ele estava querendo dizer.O chá estava bom e em temperatura agradável, com açúcar do jeito que ela gostava.- Cachorro ingrato... Nem se importou comigo. – disse ela acariciando ele.- Quando vai partir? – perguntou ele.- Eu... Ainda não sei. Vou falar com minha tia. Não sei como ela reagir&
Ela saiu em direção à porta e colocou a mão na maçaneta para abri-la quando foi impedida por ele.- Me desculpe... Eu só disse a verdade.- Eu quero ir embora. – disse ela. – Não quero mais ficar aqui com você.- Não quer saber por que você vai sofrer se envolver-se comigo?- Não... Eu não quero saber.- E não tem interesse em saber por que eu não quero me envolver com você?- E você não quer? – perguntou ela. – Não se preocupe, deixou isso bem claro.- Sua tia tinha razão o tempo todo.- Alex, eu quero ir embora.- Você não tem perguntas? Por que não as faz, Bruna? Tem medo das respostas.Ela olhou nos olhos dele e disse:- Tenho muitas perguntas... Mas já não me importa as respostas.- Vai embora sem saber nada? Co
O doutor Adam entrou pela porta, retirando a capa de chuva e pendurando em um cabide próximo è entrada.- Acreditam que ainda chove? – observou ele.Bruna e Alex o observavam calados. Bruna estava preocupada com o que Dani pensaria sobre ela passar a noite ali, na casa de dois homens. Ela também temeria se não conhecesse o doutor Adam há tanto tempo.- Falou com minha tia? – perguntou ela ansiosa.O doutor Adam trouxe-lhe uma pequena sacola com algumas roupas dela e um tênis.- Tudo certo. Sua tia é muito gentil e simpática.- Isso eu concordo... Quando ela quer realmente ela consegue ser muito gentil e simpática. Só não esperava que ela fosse assim... Com o senhor. – confessou Bruna.- Bruna, acho que podemos dispensar as formalidades, não é mesmo? Afinal, você está na minha casa de praia, usando as roupas do meu f
Bruna entrou em casa preocupada com o que Dani falaria. Estava certa de que ouviria um sermão e não estava nada bem para conversar com a tia sobre aquele assunto tão delicado. Mas sabia que não poderia fugir.Dani correu até ela e lhe deu um beijo, abraçando-a carinhosamente:- Você está bem? – perguntou ela.- Sim... Está tudo bem. – tranquilizou ela.Bruna ficou surpresa com a manifestação de carinho de Dani, que não costumava muito demonstrar seus sentimentos.- Eu peguei muita chuva até chegar lá... Então o doutor Adam, digo, o Arthur insistiu que eu não poderia voltar, que ficaria doente... Então insistiu que eu ficasse. Eu não queria, mas ele não me deixou voltar. Eu o conhecia... Foi meu psiquiatra desde o início da depressão. Fiquei muito surpresa quando o vi lá... Ele é
O dia estava lindo, em nada lembrando a chuva dos últimos dias. Bruna colocou o biquíni e uma camiseta larga por cima, pois seu objetivo do dia era caminhar um pouco e se banhar no mar morno e límpido. Sua pele estava ávida pelo sol forte e o sal marinho.- Não vai tomar café da manhã? – perguntou Dani.Ela pegou uma maçã e disse:- Acreditaria se eu dissesse que preciso tomar um sol e sentir o mar?Dani riu:- Você estando há certo tempo na Praia do Portal eu diria que sim. Sol e mar e a vista exuberante que temos aqui é viciante.- Vai ser difícil quando eu tiver que retonar para casa. Sentirei falta de tudo isso. – admitiu Bruna.- E quem disse que você precisa ir? Tempo minha querida... Você tem todo tempo do mundo. – disse Dani.Tempo... Esta palavra parecia ser muito importante de uma hora para outra em
Bruna descobriu que por mais que ele tentasse afastá-la, no fundo ele queria alguém. Era impossível ele se sentir completo e feliz estando sozinho sem ninguém para conversar naquela ilha enorme e solitária. Talvez ele temesse a aproximação porque sabia o que o futuro lhe reservava. Mas ela sabia o que aconteceria e sinceramente não se importava... Sabia que iria sofrer quando ele partisse, mas estava disposta a pagar o preço. Embora ela não entendia o porquê e não aceitasse direito, não perderia tempo sofrendo antes de acontecer... O melhor a fazer era aproveitar cada minuto ao lado dele enquanto ele estava ali, vivo.Seu corpo a traía quando pensava em Alex. Sua pele ficava sensível à simples presença daquele homem. E ela não entendia como aquilo era possível, sendo que havia passado seis anos com Adrian e jamais tivera aquelas sensaç&oti
Três dias se passaram e Bruna não viu mais Alex. Saia diariamente, mas não o encontrava na praia. Ralf também não estava com ele, pois havia passado o tempo todo na residência de Dani. Ela sentia uma sensação estranha e um medo de ele não querer mais vê-la. Não estava arrependida de ter feito amor com ele, pelo contrário, havia sido perfeito, mas também não queria que ele não a procurasse mais por causa daquilo. De forma alguma queria que aquilo os afastasse, mas infelizmente parecia que era o que estava acontecendo. Ele a estava evitando e isso era bem claro. E ela poderia procurá-lo na casa dele, mas não faria isso. Estava cansada de ir atrás dele e o tempo todo e ele nunca se preocupar com ela.No final da tarde um vento mais forte começou a soprar, anunciando a chuva da noite. Bruna estava deitada no sofá, olhando a rua e tentando ler um