Uma semana se passou e Bruna não o viu novamente. Tivera algumas vezes próxima da casa dele para ver se o encontrava no caminho e algumas poucas na frente da residência dele. Mas não o viu. E a casa permanecia fechada, sem nenhum sinal de pessoas lá dentro. Até mesmo Ralf não saiu das imediações naqueles últimos dias. Só a acompanhava em suas caminhadas. Ela também sabia que ele não queria muito conversar com ela, pois havia sido bem restritivo em sua fala na vez que se encontraram. Incrivelmente os pesadelos das noites que a atormentavam pararam misteriosamente desde o dia que o conhecera. Quanto mais ela pensava, mais confusa ficava. Nas duas últimas noites, tomara remédios para dormir, pois não queria ficar pensando em todas as suas dúvidas com relação àquele estranho. Só queria dormir tranquilamente e que sua mente a deixasse em paz.
- Acho que eu preciso voltar. – disse Bruna levantando-se. – Tia Dani pode ficar preocupada.Ele a acompanhou pela praia. No caminho conversaram sobre diversos assuntos sem importância. A companhia dele era agradável e Bruna se perguntava o real motivo de ele estar ali. Alguma coisa ele escondia dela e não adiantaria perguntar. Ele só contaria quando quisesse e se quisesse. Então não lhe restava nada mais a não ser esperar... Pelo próximo encontro, pela próxima conversa, torcendo para que fosse logo.Quando Bruna chegou viu que Dani já preparada o jantar.- Precisa de ajuda, tia?- Se quiser ajudar, eu aceito, querida.- Vou tomar um banho rápido e já desço.Bruna tirou a roupa cheia de areia e tomou um banho rápido. Depois colocou uma roupa confortável e desceu para ajudar a tia.Dani estava calada, somente dava a
Enquanto tomava café da manhã, Bruna acabou falando com a tia sobre seu sonho da noite anterior.- Está encantada por ele... É normal sonhar com ele. – falou Dani tentando não dar importância.- Mas tia, não acha estranho ter um sonho se repetindo por vários dias com um homem sem rosto e daí de repente aparece um rosto e é de um homem que conheceu há pouco? – perguntou Bruna.- São sonhos, Bruna. Não perca seu precioso tempo do dia tentando desvendá-los. Deixe para se preocupar com isso durante a noite. Também pense sobre isso à noite.Bruna preferiu não falar sobre já ter sonhado com Alex antes mesmo de conhecê-lo. Imaginava que Dani não acreditaria.- Bruna, vou reforçar o que eu já lhe disse: evite ver este homem novamente.- Posso tentar, tia. Mas vai ser um pouco difíc
- Venha, sente-se aqui. – falou ele.Ela foi, sentando-se no outro sofá, bebendo o chá, tentando ficar calma e pensar no que falaria.- Ralf está aqui desde que iniciou a chuva. Ele está bem. Não havia como avisar. – disse ele.- Eu imaginei isso... Mas precisava me certificar. Minha tia estava certa de que ele estava bem... Mas eu não.- Então você decidiu voltar para casa? – perguntou ele.- Sim. – disse ele.- Problema resolvido?- Sim... – disse ela sem entender muito bem o que ele estava querendo dizer.O chá estava bom e em temperatura agradável, com açúcar do jeito que ela gostava.- Cachorro ingrato... Nem se importou comigo. – disse ela acariciando ele.- Quando vai partir? – perguntou ele.- Eu... Ainda não sei. Vou falar com minha tia. Não sei como ela reagir&
Ela saiu em direção à porta e colocou a mão na maçaneta para abri-la quando foi impedida por ele.- Me desculpe... Eu só disse a verdade.- Eu quero ir embora. – disse ela. – Não quero mais ficar aqui com você.- Não quer saber por que você vai sofrer se envolver-se comigo?- Não... Eu não quero saber.- E não tem interesse em saber por que eu não quero me envolver com você?- E você não quer? – perguntou ela. – Não se preocupe, deixou isso bem claro.- Sua tia tinha razão o tempo todo.- Alex, eu quero ir embora.- Você não tem perguntas? Por que não as faz, Bruna? Tem medo das respostas.Ela olhou nos olhos dele e disse:- Tenho muitas perguntas... Mas já não me importa as respostas.- Vai embora sem saber nada? Co
O doutor Adam entrou pela porta, retirando a capa de chuva e pendurando em um cabide próximo è entrada.- Acreditam que ainda chove? – observou ele.Bruna e Alex o observavam calados. Bruna estava preocupada com o que Dani pensaria sobre ela passar a noite ali, na casa de dois homens. Ela também temeria se não conhecesse o doutor Adam há tanto tempo.- Falou com minha tia? – perguntou ela ansiosa.O doutor Adam trouxe-lhe uma pequena sacola com algumas roupas dela e um tênis.- Tudo certo. Sua tia é muito gentil e simpática.- Isso eu concordo... Quando ela quer realmente ela consegue ser muito gentil e simpática. Só não esperava que ela fosse assim... Com o senhor. – confessou Bruna.- Bruna, acho que podemos dispensar as formalidades, não é mesmo? Afinal, você está na minha casa de praia, usando as roupas do meu f
Bruna entrou em casa preocupada com o que Dani falaria. Estava certa de que ouviria um sermão e não estava nada bem para conversar com a tia sobre aquele assunto tão delicado. Mas sabia que não poderia fugir.Dani correu até ela e lhe deu um beijo, abraçando-a carinhosamente:- Você está bem? – perguntou ela.- Sim... Está tudo bem. – tranquilizou ela.Bruna ficou surpresa com a manifestação de carinho de Dani, que não costumava muito demonstrar seus sentimentos.- Eu peguei muita chuva até chegar lá... Então o doutor Adam, digo, o Arthur insistiu que eu não poderia voltar, que ficaria doente... Então insistiu que eu ficasse. Eu não queria, mas ele não me deixou voltar. Eu o conhecia... Foi meu psiquiatra desde o início da depressão. Fiquei muito surpresa quando o vi lá... Ele é
O dia estava lindo, em nada lembrando a chuva dos últimos dias. Bruna colocou o biquíni e uma camiseta larga por cima, pois seu objetivo do dia era caminhar um pouco e se banhar no mar morno e límpido. Sua pele estava ávida pelo sol forte e o sal marinho.- Não vai tomar café da manhã? – perguntou Dani.Ela pegou uma maçã e disse:- Acreditaria se eu dissesse que preciso tomar um sol e sentir o mar?Dani riu:- Você estando há certo tempo na Praia do Portal eu diria que sim. Sol e mar e a vista exuberante que temos aqui é viciante.- Vai ser difícil quando eu tiver que retonar para casa. Sentirei falta de tudo isso. – admitiu Bruna.- E quem disse que você precisa ir? Tempo minha querida... Você tem todo tempo do mundo. – disse Dani.Tempo... Esta palavra parecia ser muito importante de uma hora para outra em
Bruna descobriu que por mais que ele tentasse afastá-la, no fundo ele queria alguém. Era impossível ele se sentir completo e feliz estando sozinho sem ninguém para conversar naquela ilha enorme e solitária. Talvez ele temesse a aproximação porque sabia o que o futuro lhe reservava. Mas ela sabia o que aconteceria e sinceramente não se importava... Sabia que iria sofrer quando ele partisse, mas estava disposta a pagar o preço. Embora ela não entendia o porquê e não aceitasse direito, não perderia tempo sofrendo antes de acontecer... O melhor a fazer era aproveitar cada minuto ao lado dele enquanto ele estava ali, vivo.Seu corpo a traía quando pensava em Alex. Sua pele ficava sensível à simples presença daquele homem. E ela não entendia como aquilo era possível, sendo que havia passado seis anos com Adrian e jamais tivera aquelas sensaç&oti