Marcos— Ora se não é o vaqueiro pobretão! — olho para o lado e vejo Gil escorado na cancela. Ele aponta para a casa. — Está comendo mais uma da fazenda hein. Como você faz pra domar essas novilhas? Será que é fetiche em quem não tem onde cair morto?Ele fala e ri.— É melhor você ficar longe da Fabiana — aviso sério.O idiota ri mais ainda.— Essa é a mais interessante. Carla já comi, pode ficar com ela.— Você é um escroto. — Me aproximo, parando bem perto, na sua frente. — Se eu souber que tocou em Fabiana outra vez eu arrebento seus dentes.— É melhor você ficar longe dela. A garota é minha chance de meter um herdeiro com sobrenome.É minha vez de rir.— Pelo que soube, a garota não é sua, tem é nojo de você. Já eu...Ele dá de ombros.— Se empolga não, muleque. Nem eu tenho chance de algo mais sem golpe, imagina um pé rapado como você.Esse idioto presunçoso não sabe o quão pouco falta para levar um soco. Se acha superior só por ter casa própria e carro. Um cara de quase quarenta
FabianaA primeira coisa que noto quando entro na sala, pouco antes do professor, é a ausência da minha amiga.Sob olhares de sempre ― quero saber quando isso vai parar ou pelo menos diminuir ―, vou até a mesa de Marcos.― A Ali está bem? Por que não a vejo? Ela veio hoje?Ele ri discretamente do meu desespero.― Calma. Ela se queixou de cólica e minha mãe permitiu que ficasse em casa. Amanhã sua amiga estará de volta.Suspiro.― Que alivio! Tive um pressentimento ruim e fiquei preocupada.O professor chega, acabando com as conversa paralelas, inclusive a nossa.Após dez minutos de aula, Marcos cutuca minhas costas e recebo um pedaço de papel.“Sentiu falta da minha irmã, mas nem se importou por eu não ir ontem. Me achando jogado de lado.”Sorrio feito boba. Mas logo engulo o sorriso. Estou em aula. Decido responder atrás do papel.“Eu te vi bem. Achei que tinha cansado de ler comigo.”Estico a mão e sinto um arrepio quando seus dedos me tocam para pegar o papel.Queria poder ver sua
FabianaNa volta para casa fui decorando tudo que precisava dizer e treinando cara de choro. O que não seria difícil. Vontade de chorar tenho, só que de ódio.Já cheguei aos prantos, chamando a atenção de cada empregado pelo qual passava. Queria que todos vissem, que se tornasse um escândalo do qual meus tios e avós não poderiam fugir.― O que foi? ― Minha tia perguntou. Não estava preocupada, apenas curiosa, eu podia ver em sua expressão.― Nada — respondo.― Deve ter caído de bicicleta. — Meu tio fala, com a cara enfiada em um jornal.― Foi isso?― Não cai. Tia, posso voltar para casa? Não quero ficar aqui. Não me importo de ser enviada a uma escola só para mulheres... sei lá... eu...― Diga logo o que aconteceu ― exige.Não digo. Eu saio correndo e vou para o quarto.Conto cinco minutos antes de minha avó entrar. Quando ela entrou eu estava queimando a roupa que usei na missa. Se fossem usar como prova ou algo assim, era melhor me livrar.― O que está fazendo? ― ela entra no banheir
FabianaEdvaldo foi preso.Claro que todos ficaram sabendo da minha história. Se nada fica escondido em cidade pequena, imaginem em um vilarejo.O caos foi tamanho que meus pais e meus irmãos vieram de São Paulo. Ficaram pouco menos que uma semana.Foi bom saber que meu pai não me culpou. Cheguei a imaginar ele dizendo que provoquei. Pelo contrário, minha mãe me fez carinho várias vezes e disse que a culpa nunca é da vítima. Eles até ofereceram que eu voltasse para casa, mas recusei. Disse que me sentia mais segura agora que Edvaldo estava preso.Fiquei sabendo que a família dele até pretende se mudar. Saber que o filho é um criminoso deve ser doloroso. Depois da minha denúncia de mentira, apareceu outras quatro garotas da escola que ele estuprou. Uma delas mais de uma vez. Todas de séries abaixo da nossa. E o pior, uma delas é prima dele. O desgraçado não perdoou nem a família.No começo ele tentou dizer que eu estava mentindo e exigir provas, mas não foi muito longe quando as outras
MarcosDesde que comecei seja lá o que seja com Fabiana que não transo com nenhuma outra, ou seja, não transo. Porque com ela ainda não rolou. Sei que ela é virgem, não quero forçar nada. Ainda mais sabendo do seu passado. Ela deve estar com medo de se envolver depois das suas experiencias anteriores. Mas sei que vai acontecer naturalmente. Nossos beijos provam isso.A última vez quase transamos atrás da casa principal. Por acaso estávamos passando. Eu a vi. Ela me viu. E em um piscar de olhos estávamos agarrados. Suas mãos apetando minha bunda e minha boca seguindo a trilha até seu mamilo. Estava quase chegando no biquinho duro e rosado... e a porra de um barulho nos despertou.Está ficando difícil controlar o tesão. Sem contar nossos beijos em sua cama. Não sei como ainda estou vivo, como minhas bolas não explodiram.Decidimos não passar nossos momentos de leitura sempre em seu quarto porque simplesmente não conseguíamos concentrar na história. A árvore ainda era nosso lugar favorit
FabianaVenho beijando muito Marcos... Beijando e amando aquele corpo maravilhoso.Faz algumas semanas desde que perdi minha virgindade com ele debaixo da árvore. Toda vez que passo ali sinto meu rosto esquentar por lembrar o que fizemos. Detalhe, não foi só aquela vez.Está meio difícil sair do quarto com a chegada dos meus pais e meus irmãos, que ficam sempre acordados até tarde. Aconteceu alguma coisa que deixou a família agitada, mas como sempre, não acham importante me falar. Nem me abala mais. Só queria ter mais tempo para sair e ficar com Marcos. Tenho medo de trazer ele para o meu quarto e acabar sendo pegos.Por isso aproveito cada segundo quando conseguimos ficar sozinhos.Hoje terá uma fogueira na casa da dona Aurora. Ela me convidou. Ninguém da família vai, mas não me impediram de participar.Me arrumo com o pensamento no meu bad boy sertanejo. Queria colocar um vestido para ele levantar em algum cantinho, mas hoje está frio, então optei por uma calça jeans mesmo e uma blu
FabianaEsperei por Marcos tão ansiosa que é possível que tenha estragado o chão de andar de um lado para o outro.O barulho de sua entrada fez meu coração saltar do peito.— Oi! — diz com seu sorriso lindo.Levada pela ansiedade, puxo ele para dentro e já começo a beijar e tentar tirar sua camisa.Marcos segura minha mão, rindo.— Calma, amor.— Não quero ter calma. — Tento beijá-lo, mas ele segura meu rosto com a mão livre. — Marcos! — reclamo.— Não tivemos tempo de preliminares direito. É o momento ideal para isso.Isso sim chama a minha atenção.— Eu quero te chupar. — Abafamos a risadinhas por termos dito ao mesmo tempo.— Vamos jogar no impar ou par, quem ganhar decide quem é o primeiro — sugiro, ansiosa e excitada.É o que fazemos. Eu ganhei. E claro que irei primeiro.Sorrio e corro até a cama, apontando para ele sentar. Marcos obedece, e eu me coloco de joelhos entre suas pernas. O que me sobra de desejo falta de confiança enquanto abro seu jeans com mãos levemente tremulas.
FabianaÉ errado eu querer ignorar minha tia e ficar nos braços do meu namorado? Tá bom, eu sei que é.Minha tia decide não esperar.Me afastei da tentação e corri para o banheiro. Não sem antes avisar:— Se vista e vá embora. — Ele faz uma carinha de cachorro perdido. — Nos vemos depois. É arriscado agora.Sem esperar resposta, entro no banheiro e me limpo rapidamente e desço. Quando saio, Marcos está se vestindo. Apenas assopro um beijo na sua direção e saio do quarto antes que alguém decida me buscar.Quando chego na sala literalmente todos estão sentados ali.— O que houve para me acordarem assim? Aconteceu alguma coisa?— É verdade que você está trepando com um peão? — a pergunta sai dura na voz ameaçadora do meu pai.Meu corpo gela. Olho para Carla, que sorri. Foi ela, sei que foi.— Responde, Fabiana? — ele exige.— Não — minto com a voz fraca.— Então não é verdade que mentiu para nós que foi estuprada quando na verdade aquele rapaz teve relações com a filha da nossa empregada