Maria EduardaEnfim, havia chegado o dia tão esperado, 13 de agosto.O dia em que completaria dezoito anos. E que apresentaria o Dylan para o meu pai. Havia dois dias que estava pensando em como faria ou diria isso, ainda mais, depois que a minha mãe disse que o meu pai não gostava dele.— Já pensou em como vai fazer isso? — Elisa me perguntou.Estávamos no meu quarto, deitadas na cama, na verdade, estava deitada no seu colo, enquanto acariciava a sua barriga. Elisa estava linda e ainda não sabíamos qual era o sexo do bebê. — Não. Espero que ele não fique chateado. — Elisa riu.— Sabe que o seu pai nunca faria isso — afirmou.— Eu sei, o máximo que ele vai fazer é me ignorar por algum tempo. — E o Caleb?— Ele é bipolar, diz que me ama e agora, vai noivar com a Geórgia.— Ai, amiga. E o Dylan? — perguntou, cautelosa.— O que tem ele?— Você realmente gosta dele? — Eu me sentei na cama, ao seu lado, e fiquei pensando na resposta para a sua pergunta. — Não minta para mim, eu sei que
CalebEvitei ver a Duda até o dia do seu aniversário, precisava colocar as coisas em ordem na minha cabeça. Estava até cogitando em me casar com Geórgia e lhe dar a família que ela tanto sonhou. Duda estava bem com o Dylan, e não queria estragar tudo para ela.Roger me contou que teriam mais um filho, sendo assim, precisariam mudar de casa, pois queriam mais espaço. Com Duda longe seria mais fácil de esquecê-la.Era o dia em que ela completaria seus 18 anos. Esperei por seis meses para, no fim, desistirmos de tudo.Estava sentado no sofá, verificando alguns contratos e processo, até que fui surpreendido por alguém batendo na porta principal.— Já vai! — gritei, pois estavam socando a porta. — Duda! — surpreendi-me quando abri a porta e dei de cara com ela. — O que aconteceu? — perguntei, já que seu rosto estava molhado e as lágrimas continuavam caindo.— Por que você não me contou? — entrou e veio para cima de mim, dando socos em seu peito.— Contou o quê? — perguntei, sem entender.—
Maria Eduarda— Aceita? — Saí do meu devaneio quando Josh apareceu com uma taça de vinho nas mãos. — Tecnicamente, você já maior de idade. — Ele me lembrou, quando ainda não tinha certeza se pegava a taça ou não.— Acho que eles não vão perceber. — Peguei-a e saboreei um gole, até parecia que eu nunca tinha bebido em minha vida, pelo menos, não na presença dos meus pais.— Andrés me contou que você está namorando.— Estava.— Como assim?— Ele é primo do Caleb e o meu pai não gosta dele.— Dele quem? Do Caleb ou do primo dele?— Do primo dele.— Vamos por partes. — Ele riu. — Como se chama o primo do Caleb?— Dylan.— Ok. Seu pai conheceu o Dylan e não foi com a cara dele?— Não.— Estou ficando confuso. — Rimos juntos.— É assim: — bebi mais um gole do vinho — minha mãe sabe quem era o meu namorado, e ela me contou que o meu pai não gostava dele, pois ele sempre tentou derrubar o Caleb, e para a minha sorte, meu pai trata o nosso vizinho como o filho que ele não teve.— Acho que esto
Maria EduardaAssim que chegamos à minha casa, meu pai apareceu à porta.— Venha, te ajudo. — Caleb me encarou e já fazia um bico.— Josh, não precisa.— Tem certeza?— Sim. — Sorri docemente para ele, que me retribuiu.— Então, eu te ajudo — disse meu vizinho.— Não precisa — insisti.— Pare de ser reclamona, venha cá — Caleb ordenou.— Eu já disse que não quero a sua ajuda, já estou cheia de vocês dois. — Sem querer, cuspi as palavras.— Como você está se sentindo? — meu pai perguntou, assim que se aproximou do carro.— Minha cabeça parece que vai explodir, pode me levar para o meu quarto?— Ainda não comemos o bolo. — Minha mãe surgiu do nada.— Não estou com ânimo, podem comer sem mim. — Ela me olhou com um pouco de pena. — Pai, por favor? — Choraminguei.— Venha cá. — Meu pai me pegou no colo, teve uma certa dificuldade, mas conseguiu me carregar, pelo menos, até o sofá da sala.— Quer ajuda? — Josh perguntou.— Não precisa, posso ficar aqui. — Não queria que ele e o Caleb contin
Caleb— Por que você a levou ao hospital? Os pais dela estavam lá, eles poderiam tê-la levado sem nenhum problema. E você me deixou lá, sozinha e passando mal, e quando voltou, nem se importou quando eu disse estar enjoada. Que tipo de pai você é, Caleb? — A cobrança tinha começado no momento em que passamos pela porta de entrada da minha casa.— Quando eu fiz o convite? — perguntei, me virando e a encarando.— Qual convite? — perguntou atônita.— Para você vir para a minha casa. Não me lembro de tê-la convidado quando me despedi dos Kunt. — Completei.— Sempre estou tentando tapar o sol com a peneira, mas — ela fez uma pausa e respirou fundo —, é aquela menina, não é? — Geórgia me encarou. — Você acha que está apaixonado por ela, mas não está, tudo isso é só tesão.— Quem é você para dizer o que sinto eu não? — As lágrimas começaram a se formar em seus olhos.— Se não fosse por ela, já estaríamos casados. — Rebateu, andando de um lado para outro. — Quer saber, transe com ela, só assi
Maria Eduarda— Eu ainda não consigo acreditar nisso. — Jenny comentou enquanto preparava o nosso café.— No que? — minha mãe perguntou, assim que entrou na cozinha.— Que o Caleb vai se casar com a Geórgia. — Completa.— Também não acredito. — Minha mãe pareceu preocupada.No dia em que ele e o meu pai viajaram, saiu na revista mais importante da cidade que o casamento deles seria em dois meses. Nem sabia se o Caleb tinha conhecimento disso.— O que foi, mãe?— Caleb não está feliz. — Ela se sentou à mesa e Jenny lhe entregou uma xícara de chá. — Ele estava tão feliz quando nos contou estar apaixonado, e agora, está assim, triste.— Nem tudo na vida são flores — eu disse e Jenny me encarou. — Dizem que as coisas mudam quando os bebês nascem, não é?— Nem sempre, filha, nem sempre. — Dei de ombros.Ficamos ali, tomando café e jogando conversa fora, até que o celular da minha mãe tocou.— Nossa! É o seu pai. — Ela atendeu toda empolgada. — Amor! — Mas a sua expressão logo mudou.— Mãe,
Maria Eduarda— O que você veio fazer aqui? — Ela me perguntou, enquanto estava parada olhando pela janela.— Não é da sua conta. — O quarto estava cheio de pétalas vermelhas, com algumas velas espalhadas pelo chão e sobre a cama. — O que você quer aqui? — Droga! Caleb havia voltado? Ela estava esperando por ele?Merda, Jenny! O que ela fazia aqui? Será que a Jenny sabia que ela estava na casa?Ver tudo isso estava me deixando confusa. Decidi fazer o que ela me pediu, ia fechar a casa e ir embora.— Vim fechar a casa. — Eu esperava por qualquer outra pessoa, menos ela.— Satisfeita? — Ela usava um tom de autoridade, então, se virou e me encarou.— Do que você está falando? — Se você acha que só porque perdi o meu bebê, eu vou deixar o caminho livre para você, está muito enganada. — Os olhos de Geórgia estavam vermelhos e inchados.— Você está enganada.— Eu, enganada? — Ela riu sem ânimo.— Olha, Geórgia, você está confundindo as coisas. — Respirei fundo e contei até 10 para não pul
CalebQuando diziam que a vida era um sopro, era a mais pura verdade, numa fração de segundos, minha vida passou como um trailer diante dos meus olhos. Ver a equipe médica em cima de mim e não conseguir ouvir ou digerir o que eles diziam me deixou assustado, talvez fosse o meu momento de descansar, seria a oportunidade para que eu encontrasse a Louise, ou não. Ela era uma pessoa pura, cheia de amor; eu era alguém frio, que não dava muita importância para a vida desde quando minha mãe havia falecido e, depois que Louise se foi, nada mais fazia sentido, até que a Duda chegou.***A claridade me incomodou quando tentei abrir os olhos mais uma vez. Minha cabeça estava latejando, e mesmo assim, tentei me mover, mas senti um peso em uma das minhas pernas.— Caleb. — Ouvi a voz do Roger. — Calma, vou chamar um médico.A minha visão ainda estava um pouco turva, mas em questão de segundos ouvi um médico e uma enfermeira já dentro do quarto, me examinado.— Como ele está, doutor? — Roger pareci