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Capítulo 2: Enfrentando a Realidade e Buscando Forças

Veronica Maciel 

A angústia tomava conta de mim enquanto eu me encontrava no meu quarto, cercada pelas lembranças dolorosas de Sammya. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu segurava uma fotografia antiga de nós duas juntas, relembrando os momentos felizes que compartilhamos. A ausência dela pesava em meu coração, deixando um vazio insuportável.

Meu marido entrou no quarto e me encontrou em prantos. Seu rosto expressava preocupação e compaixão ao me ver naquela situação. Ele se aproximou e me abraçou, tentando confortar minha dor.

"Verônica, meu amor, o que aconteceu? Por que você está tão abalada?", perguntou ele suavemente.

Entre soluços, eu consegui balbuciar: "É a Sammya... Eu sinto tanto a falta dela. Ela é minha irmã, a garotinha que criei como se fosse minha filha. Eu só quero tê-la de volta, Rogério."

Seus olhos demonstravam compreensão e empatia. Ele segurou minhas mãos e disse com gentileza: "Eu sei o quanto você ama a Sammya, Verônica. E tenho certeza de que ela também sente sua falta. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para encontrá-la e trazê-la de volta para casa."

Ouvir as palavras reconfortantes de Rogério me trouxe um pouco de alívio. Ele sempre foi um parceiro fiel e determinado, e agora, com sua ajuda, tínhamos uma chance maior de encontrar minha querida irmã.

Secando as lágrimas, eu olhei nos olhos de Rogério. "Eu não vou desistir, Rogério. Vamos encontrá-la, não importa o que aconteça. Ela é parte de nossa família, a única família que me restou, e a traremos de volta para casa."

Ele olhou para mim e sorriu. "Como se isso fosse possível, Sammy sempre foi um espírito livre e você sabe disso."

"Pois é, desde pequena ela é determinada, e eu sempre soube que ela faria grandes feitos", disse, secando mais uma lágrima que caiu de seus olhos.

"E fez, a melhor aluna de sua classe, ganhou um estágio requisitado pelos melhores, saiu de Minas e voltou para o Rio de Janeiro requisitada. Sammy fez feitos e fará ainda mais, você vai ver."

"Se algo acontecer com ela, eu não vou suportar", confessei.

"Hei! Nada irá acontecer, você verá. Ela retornará sã e salva, e ainda irá reclamar que nos preocupamos à toa."

"Que os céus te ouçam", murmurei.

Ele apertou minhas mãos com força. "E não importa quanto tempo leve, vamos encontrá-la."

Rogério me avisou que as crianças estavam preocupadas comigo, e eu percebi que não saía da cama há três dias. Tenho certeza de que Sammya odiaria saber disso. Levantei-me e tomei um banho relaxante. Depois, desci e fiquei com meus

 filhos, que me abraçaram apertado e me perguntaram se eu estava bem. Sorri para eles e agradeci por se preocuparem.

"Mamãe, a tia Sam vai voltar para casa?" perguntou minha filha, e eu acariciei sua cabeça e afirmei: "Vai sim, ela irá voltar, e vocês irão rolar na grama para ficarem sujos e me verem reclamando."

Ela sorriu, e eu disse a ela para brincar um pouquinho antes de irem para a cama. Depois de colocar as crianças na cama, tomei um calmante e fui dormir, pois sabia que o dia seguinte seria longo e angustiante.

No dia seguinte, enquanto me preparava para enfrentar o dia, uma lembrança vívida da minha irmã invadiu minha mente. Fechei os olhos por um momento, permitindo que as memórias preenchessem cada parte de mim.

Era um dia ensolarado de verão, e Sammya estava correndo pelo jardim com um sorriso radiante no rosto. Suas risadas ecoavam pelo ar enquanto ela perseguia borboletas coloridas entre as flores. Eu a observava, maravilhada com sua doçura e alegria contagiante.

Desde que éramos crianças, nossa conexão era especial, mesmo com uma pequena diferença de idade. Compartilhávamos segredos, brincávamos juntas e enfrentávamos os desafios da vida lado a lado.

Naquela lembrança, eu a via correr em minha direção, seus cachos negros balançando ao vento. Ela me abraçava com ternura, como se soubesse que sempre estaríamos unidas. Naquele momento, eu prometi a mim mesma que faria tudo o que estivesse ao meu alcance para protegê-la.

As lágrimas voltaram a inundar meus olhos, mas agora eram lágrimas de saudade e determinação. Eu sentia um vazio imenso em meu coração desde que Sammya desapareceu, mas também sentia uma força interior crescendo, impulsionando-me a encontrá-la.

Ainda com a lembrança fresca em minha mente, abri os olhos e encontrei o olhar preocupado de Rogério. Ele perguntou se eu estava bem, e eu apenas assenti, dizendo que sim.

Antes de sair do quarto, olhei para a fotografia de nós duas quando éramos pequenas e sorri. Assim que me sentei, Rogério me entregou uma xícara de café e me avisou que Saulo ligou para ele e pediu para irmos à casa dos pais dele para uma reunião. Eu disse que tudo bem.

"O que será que eles querem?" perguntou Rogério.

"Espero que sejam estratégias para trazer a minha irmã de volta." Ele sorriu e me deu um beijo. As crianças desceram apressadas, e eu pedi para eles não correrem, o que não adiantou muito. Ralhei com os dois, que me pediram desculpas.

O dia passou na velocidade da luz, e a noite chegou trazendo consigo uma sensação de apreensão. Enquanto Rogério dirigia, olhei para trás e vi meus filhos brincando animadamente no banco de trás do carro. Um sorriso escapou dos meus lábios, apesar da preocupação que pesava sobre mim. Ver aqueles rostinhos inocentes me lembrava por que eu estava lutando tão arduamente para trazer Sammya de volta para casa.

"Rogério", comecei, quebrando o silêncio tenso que pairava no carro, "estou preocupada com essa reunião na casa dos pais do Saulo. Não faço ideia do que eles querem discutir."

Ele apertou minha mão suavemente enquanto mantinha o olhar fixo na estrada. "Eu entendo sua apreensão, Verônica. Mas acredito que eles possam ter informações úteis sobre o desaparecimento da Sammya. Vamos manter a calma e enfrentar essa reunião juntos."

Respirei fundo, tentando acalmar os pensamentos tumultuados em minha mente. Essa preocupação está me consumindo.

Enquanto nos aproximávamos da casa, a tensão se intensificava. Eu sabia que cada passo dado em direção àquela porta significaria enfrentar uma realidade que estava além do meu controle. Eu precisava enfrentar meus medos e encontrar forças.

Rogério estacionou o carro em frente à casa dos pais de Saulo, e eu respirei fundo mais uma vez, preparando-me para o que estava por vir. Olhei para Rogério, encontrando em seus olhos o apoio e a confiança de que eu precisava.

"Estamos juntos nisso, amor", ele disse, sorrindo de forma reconfortante.

Eu sorri de volta, grata por ter um parceiro tão solidário ao meu lado. Agarrei sua mão com firmeza e abri a porta do carro, pronta para enfrentar o desconhecido e lutar pela minha irmã.

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