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Capítulo 1: À Sombra do Perigo

Saulo Lucatto

O dia havia sido longo e cheio de preocupações. Minha mente estava tomada pelo desaparecimento de Sammy, e eu estava decidido a encontrar respostas. Após deixar o escritório, segui direto para casa, ansiando por um momento de descanso e clareza. Porém, ao chegar à minha porta, deparei-me com algo que me fez perder o fôlego.

Um bilhete estava cuidadosamente posicionado sobre o tapete em frente à minha porta. Uma onda de inquietação percorreu meu corpo quando me aproximei cautelosamente. As palavras impressas no papel amassado foram um golpe direto em minha sanidade: "Saulo, você está brincando com fogo. Pode ser perigoso procurar respostas. Abandone essa busca ou arcará com as consequências."

Uma mistura de raiva e medo tomou conta de mim. Com as mãos trêmulas, amassei o bilhete com força, soltando um xingamento carregado de frustração. Quem quer que estivesse por trás dessa ameaça não me intimidaria. Eu estava disposto a enfrentar qualquer perigo para descobrir a verdade e trazer Sammy de volta para casa.

Com o semblante determinado, fiz uma promessa a mim mesmo. Não me renderia ao medo, não importava o quão sombrio fosse o caminho à minha frente. Minha paixão por Sammy superava qualquer obstáculo. Eu arriscaria tudo para encontrá-la.

Joguei o bilhete ameaçador ao chão, deixando-o se misturar com meus pensamentos turbulentos. Sabia que estava entrando em terreno perigoso, mas o amor que sentia por Sammy era maior do que qualquer temor. Estava disposto a enfrentar tudo e todos para tê-la de volta.

Com cada fibra do meu ser pulsando de determinação, eu estava pronto para enfrentar o desconhecido. Sabia que o caminho seria árduo e cheio de perigos, mas não havia volta. O destino de Sammy estava em minhas mãos, e eu não descansaria até tê-la novamente, segura e protegida.

Com a chama da coragem reacendida dentro de mim, comecei a traçar meu próximo passo. Não estava sozinho nessa jornada. Contava com a ajuda e apoio inabaláveis de meu pai, Wesley e das pessoas que amam Sam.

Procurar pela verdade seria um caminho perigoso ainda mais para ela que ao longo fez alguns inimigos, minha mente dava voltas para descobrir o que realmente havia acontecido naquele apartamento.

Estava olhando para o bilhete ameaçador no chão quando meu celular começou a tocar. Era meu pai querendo falar comigo. Atendi rapidamente na esperança de que ele tivesse alguma nova pista.

"Pai, o que está acontecendo?", perguntei, ansioso por qualquer informação que pudesse ajudar na busca por Sammy.

"Saulo, preciso que você venha até aqui em casa imediatamente", disse ele em um tom grave. "Há coisas que precisamos discutir pessoalmente."

Sem hesitar, respondi: "Claro, pai, estou a caminho."

Assim que desliguei peguei as chaves e sai, nem me preocupei em tomar banho. Minha mente estava cheia de preocupações, mas eu sabia que precisava manter a calma e descobrir o que meu pai tinha a me dizer.

Ao chegar, a expressão de minha mãe ao me ver foi de puro espanto. Ela me olhou de cima a baixo, seus olhos cheios de preocupação. "Saulo, meu Zeus! Você está tão magro. O que está acontecendo com você?"

Tentando acalmá-la, respondi: "Mãe, eu estou bem, na medida do possível. Não se preocupe."

"Como não me preocupar depois de ver o seu estado, meu filho?" Ela diz e me abraça. Tentei segurar as lágrimas, mas aquele abraço da minha mãe era tão reconfortante que não consegui evitar.

Minha mãe assentiu, ainda visivelmente preocupada, e nos sentamos para uma breve conversa. Ela me perguntou como andavam as minhas investigações, e eu expliquei sobre minha busca incessante por respostas, não contei sobre o bilhete, pois sabia que se dissesse ela poderia se preocupar ainda mais.

Depois de um momento de silêncio, meu pai entrou na sala e nos interrompeu. Ele parecia sério, seus olhos refletindo a determinação que eu tanto admirava nele.

"Saulo, venha comigo para o meu escritório", disse ele com firmeza. "Deixei as coisas por sua conta até agora, mas a partir de agora, eu assumirei as rédeas dessa busca."

Surpreso com sua decisão, segui meu pai até seu escritório. Antes de chegar recebi uma mensagem no meu celular, quando abri continha mais uma ameaça.

"Cuidado, Saulo! Quem brinca com fogo pode se queimar." Por hora ignorei aquela mensagem e voltei a acompanhar meu pai.

Sentamo-nos em frente à mesa repleta de documentos e anotações. Meu pai olhou para mim com olhos cheios de confiança. "Saulo, estamos juntos nessa. Vamos encontrar Sammy e trazê-la de volta para casa, não importa o que aconteça. Entrei em contato com um grande amigo meu, um experiente investigador, e ele nos recomendou marcar uma reunião com a família e os amigos mais próximos de Sammy, para entendermos melhor quem pode tê-la sequestrado." Meu pai olhou para mim severamente e perguntou: "Saulo, você sabe de alguma coisa que possa ter colocado ela em perigo?"

"Pai, há uma série de fatores que podem ter contribuído para isso, mas isso não é um problema só meu, então eu não posso contar sem que as pessoas envolvidas queiram se expor." Meu pai fez uma careta como se entendesse.

"Ligue para a família e marcaremos a reunião para amanhã. Enquanto isso, você vai precisar se concentrar no seu caso com a justiça, que está bem complicado." Apenas assenti, concordando com cada palavra dele. "Está na hora de eu acionar meus contatos e cobrar antigas dívidas." Eu sabia que meu pai tinha muitos contatos importantes e com a ajuda dele, tudo seria muito mais fácil. "Meu filho, nós traremos Sammy de volta." Ele pôs a mão em meus ombros e olhou dentro dos meus olhos.

As palavras de meu pai encheram meu coração de esperança. Meu pai é uma pessoa fantástica, sempre soube disso.

"Obrigado por tudo, pai", disse olhando em seus olhos.

"Que isso, filho, não me agradeça." Ele tocou meu ombro. "Em tão pouco tempo, me apeguei a essa menina, Saulo. Ela é determinada e destemida."

"Mas a valentia dela está cobrando um preço agora, e não sei se conseguiremos encontrá-la com vida", disse derrotado.

"Se acalme, meu filho, e não pense nisso. Sammy é forte, e tenho certeza de que a encontraremos com vida." Agradeci a meu pai pelas suas palavras e saí de seu escritório, me despedi de minha mãe e fui para casa.

Durante o trajeto, eu apertava o volante com tanta força que os nós dos meus dedos doíam, e enquanto a cidade passava diante de mim, fiz uma promessa silenciosa. Sam, não vou parar até te encontrar. E juntos, vamos superar todos os obstáculos e encontrar a felicidade que nos foi roubada.

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