Capítulo 4: Revelações Desoladoras: Segredos Expostos e Vínculos Fortalecidos

Albert Fernandes

Quando Rogério me passou a palavra, olhei para todos os presentes na reunião e percebi que muitos deles guardavam segredos que precisavam ser revelados. Olhei para cada um deles e iniciei a conversa.

"Boa noite a todos, meu nome é Albert Fernandes e, como Rogério mencionou, estou aqui para ajudá-los a encontrar Sammya, mas tenho algumas condições para oferecer minha ajuda", disse aos presentes, que me olhavam intrigados.

"Com licença, senhor Albert, que tipo de condições seriam essas?", perguntou uma mulher. “Qual o seu nome?” Pergunto a ela.

"Sou Verônica Maciel, irmã de Sammya. O que o senhor precisa que façamos para nos ajudar a encontrar minha irmã?", questionou Verônica.

"Estou nesse ramo há muitos anos. Rogério me conhece desde o começo e sabe que trabalho com a verdade. Vocês formam um grupo bastante numeroso, e geralmente em grupos assim, sempre há segredos, e alguns desses segredos podem ter contribuído para o sequestro dela", expliquei.

"Eu não tenho nada a esconder, então estou tranquila em relação a isso", disse Verônica, mas os outros não pareciam tão confiantes.

"Tudo bem, então posso colocar um 'ok' ao lado do seu nome. Mas pelos olhares dos demais presentes aqui, presumo que tenham algo a dizer", afirmei.

"Uma pergunta, senhor investigador: o que dissermos aqui ficará apenas entre nós, correto?", perguntou Rafaela, uma jovem que claramente tinha algo a esconder.

"Bom, da minha parte, sim. Mas não posso falar pelos demais", respondi a ela, que ficou pensativa. "Você tem algo a dizer?", questionei, enquanto ela me encarava por alguns momentos e, por fim, soltou um longo suspiro.

"Entendo, vou falar na presença de todos, porque eu quero minha amiga de volta. Mas espero que nenhum de vocês conte o que for exposto aqui", afirmou ela, e todos concordaram.

"Eu tenho alguns segredos que podem ter colocado Sammy em perigo", revelou.

"Então, pode começar", digo, sentando-me e dando a palavra a ela."

Rafaela Nunes

Estou preocupada com o que irei revelar, mas só farei isso porque é para salvar minha amiga.

"Muitos sabem que sou considerada uma pessoa 'porra loca' desde que nossa amiga Jéssica faleceu. Sinto-me culpada por seu suicídio, em parte, mas isso não vem ao caso agora. Andei fazendo coisas não muito legais, e Sammya sempre me livrou de enrascadas, como uma vez em que ela precisou me tirar de um muquifo em uma favela." Todos olharam para mim, mas percebi que havia pessoas piores do que eu.

"Foi apenas isso?" perguntou o investigador, e eu neguei.

"Ela também me ajudou quando comecei a ser 'mula' de um traficante. Sammya deu um soco na cara de um dos comparsas do traficante, e ele jurou vingança." Verônica olhou para mim com um olhar mortal, e eu fiquei amedrontada.

Contei mais alguns segredos e respondi às perguntas do investigador, mas percebi que havia chegado o momento de revelar algo ainda mais aterrorizante. Respirei fundo e reuni coragem para compartilhar o segredo que me atormentava há algum tempo, um segredo que jamais pensei que teria que expor.

"Também tem outra coisa...", comecei, minha voz trêmula. "Há alguns meses, descobri que Sammya estava sendo vigiada por alguém desconhecido. Vi-a conversando com um homem misterioso, e ela parecia assustada. Quando tentei perguntar o que estava acontecendo, ela apenas me pediu para ficar fora disso e prometeu que resolveria tudo sozinha."

Um silêncio pesado tomou conta da sala. Olhares de incredulidade e preocupação se espalharam entre todos. Verônica, com os olhos arregalados, não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Eu sabia que minha revelação havia chocado a todos.

As implicações do que eu havia dito pairavam no ar. Quem estava vigiando Sammya? Por que ela não pediu ajuda? O que estava em jogo? A sala estava repleta de perguntas não formuladas, mas o medo palpável estava presente.

O investigador tomou a palavra, quebrando o silêncio. "Isso é muito sério. Obrigado pelas suas informações, Rafaela. Cada detalhe conta, por menor que seja. Quem será o próximo?" Ele perguntou, e Sophia levantou a mão, dizendo que seria a vez dela.

Sophia Lucatto

"Depois de ver Rafa contar seus segredos mais íntimos, percebi que era a minha vez de revelar tudo o que escondi por anos. Olhei para meus pais e sorri fracamente, sabendo que eles ficaram chocados com minhas revelações.

"Sammya me ajudou muito desde que nos conhecemos, e agora é minha vez de ajudar, mesmo que isso me faça relembrar situações dolorosas." Meus pais me observavam atentamente, e um flashback passou pela minha cabeça. Antes de começar a falar, precisei respirar fundo algumas vezes.

"Tudo começou quando fui a uma festa e fui violentada no local. Fiquei aterrorizada e não sabia como contar a ninguém, então preferi guardar isso só para mim, e isso acabou comigo. Para tentar esquecer a dor, comecei a usar entorpecentes. A princípio, usava pequenas doses, mas depois aumentei, e quem me ajudava com isso era a Marina, que conseguia os comprimidos para mim." Minha mãe olhou para mim em choque.

"Sophia, você está me dizendo que foi violentada, se envolveu com entorpecentes e não nos contou nada?" Meu pai olhava para mim de maneira severa, e senti medo.

"Sim, pai, eu estava muito envergonhada e guardei tudo para mim."

"Agora está explicado o motivo de você querer tanto ir embora." Minha mãe disse por fim, e eu assenti.

"Tive medo dos jornais descobrirem o que eu fazia e arrastarem o nome da família na lama. Então, como eu gostava de moda, resolvi estudar na França. Lá, me livrei do vício e conheci Edoardo, que me ajudou a permanecer limpa." Olhei para o meu namorado com carinho.

"Como minha irmã se encaixa nisso?" Verônica perguntou, e eu pedi para ela esperar.

"Quando voltei, alguns caras do meu passado vieram atrás de mim, cobrando por algo que não devia. Quando confrontei a Marina, descobri que ela estava envolvida, e algum tempo depois, esses canalhas invadiram meu apartamento e levaram Edoardo como refém. Foi quando Sammya soube disso que ela me ajudou a encontrar Ed e me hospedou em sua casa. Me pergunto se não foram aqueles desgraçados que a levaram para se vingar deles."

"Sophia Lucatto, quero os nomes desses filhos da puta agora mesmo." Meu pai gritou, enquanto os olhos da minha mãe se enchiam de lágrimas.

"Rogério, por favor, agora não é o momento." O investigador disse ao meu pai, que se acalmou. "Há mais alguma coisa para acrescentar, Sophia?" Ele perguntou, e eu neguei. "Vamos fazer uma pequena pausa, daqui a pouco retornamos."

Após revelar os segredos que mantive guardados por tanto tempo, o silêncio pesava no ar. Os olhares atônitos de meus pais me confrontavam, misturados com choque, incredulidade e dor. Eu sabia que minhas palavras haviam causado um impacto profundo neles.

Enquanto o investigador pedia uma pausa e todos começavam a se dispersar, senti a necessidade urgente de ir atrás da minha mãe, que havia subido as escadas correndo. Percebi que era o momento de confrontar nossos medos e enfrentar as consequências de minhas revelações.

Subi as escadas o mais rápido que pude, encontrando minha mãe em seu quarto, soluçando e segurando uma foto antiga da família. Meu coração se apertou ao vê-la tão vulnerável, e me aproximei lentamente, sabendo que minhas palavras haviam causado uma dor profunda nela.

"Mãe..." minha voz falhou por um momento. "Eu sinto muito, sinto muito por não ter compartilhado tudo isso com você antes. Eu não queria que vocês sofressem, achei que poderia lidar com tudo sozinha."

Minha mãe ergueu o olhar, seus olhos cheios de lágrimas encontraram os meus. "Sophia, meu amor... você não precisa passar por isso sozinha. Nós somos sua família, estamos aqui para você, não importa o quê."

As palavras dela atingiram meu coração com uma mistura de alívio e tristeza. Deixei escapar um soluço e me aproximei, abraçando-a com força. Enquanto as lágrimas rolavam por nossos rostos, senti uma sensação de cura começando a se espalhar dentro de mim. Finalmente, eu não estava mais sozinha nessa jornada dolorosa.

"Eu sinto muito, mãe, por ter escondido tudo isso de você e do papai. Eu estava com medo, com vergonha... mas agora eu vejo que não posso carregar esse fardo sozinha."

Minha mãe apertou-me ainda mais em seus braços, deixando escapar um suspiro trêmulo. "Sim, minha querida, estamos juntos nisso."

Enquanto permanecíamos abraçadas, senti uma sensação renovada de força e determinação. Agora, mais do que nunca, entendia a importância de enfrentar a verdade, não importa quão dolorosa fosse. Enxugamos as lágrimas, olhamos uma para a outra com determinação e, juntas, descemos as escadas, prontas para enfrentar o que estivesse por vir.

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