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Capítulo 3: Unidos pela Busca: Determinação, Medo e Estratégia

Rogério Lucatto

Desde que Sammya foi levada, tenho observado meu filho definhar. Ele perambula pelos corredores do escritório como um zumbi, e a preocupação só aumentava. Saulo havia perdido seu brilho, e percebi que a vida retornava aos seus olhos apenas quando ele conheceu Sammya. Além de ser uma excelente funcionária, ela conquistou mais casos em menos de um ano do que os funcionários mais antigos.

Meu filho e Wesley pediram para que eu deixasse as coisas em suas mãos, mas já se passou quase um mês e não vejo resultados. Decidi assumir pessoalmente o controle da situação e trazer Sammya de volta.

Liguei para um amigo de longa data, que prontamente concordou em me ajudar. Após acertar os detalhes com ele, chamei meu filho e pedi para ele ligar e agendar uma reunião com todos os envolvidos. Durante o dia, continuamos trabalhando na empresa, pois tínhamos muitos casos que requeriam nossa atenção, incluindo aqueles em que Sammya estava trabalhando. Decidi assumir a liderança, especialmente no caso da cliente de quinze anos que assassinou o pai. Sammya estava no meio de uma investigação, então liguei para a mãe da menina e informei sobre o ocorrido. Ela ficou preocupada com o caso de sua filha, mas a tranquilizei, dizendo que eu mesmo cuidaria do assunto. Ela agradeceu e disse que rezaria pela segurança de Sammya. Desliguei o telefone e retornei ao trabalho.

Logo em seguida, ouvi batidas na porta e pedi para a pessoa entrar. Veronica apareceu, e sua expressão me pareceu estranha.

"Bom dia, senhor Rogério. Não sabia que o senhor viria trabalhar", disse ela de uma forma que achei um pouco estranha.

"Claro que vim trabalhar. Uma das minhas melhores funcionárias está desaparecida, e temos trabalhos acumulados", respondi, notando a careta que ela fez.

"Então, quer dizer que o senhor só está aqui por causa de Sammya?", perguntou Veronica diretamente.

Olhei nos olhos dela e respirei fundo para não dizer algo impulsivo. "Qual é o nome que está na fachada?", perguntei.

"O seu, senhor."

"Então pronto! Isso significa que, se acontecer alguma coisa, eu preciso estar na linha de frente. Agora, uma pergunta: você não tem o que fazer? Nenhum caso para analisar?"

Veronica rapidamente pediu licença e fechou a porta. Acho que Saulo estava certo; eu dei muita liberdade a Veronica, e agora ela age como se fosse parte da família.

Voltei ao trabalho e, na hora do almoço, pedi a Alice que providenciasse minha refeição. Antes que ela saísse, meu filho apareceu e disse que gostaria de almoçar comigo.

"Então, pode deixar, Alice. Muito obrigado", agradeci a ela, enquanto ela meneava a cabeça e fechava a porta. "Você pagando uma refeição para mim? O que você quer?"

"Apenas conversar com meu pai longe daqui", respondeu ele.

"Me dê cinco minutos."

Chegamos a um restaurante próximo ao escritório. Enquanto nos sentávamos em uma mesa reservada, pude ver a preocupação estampada no rosto do meu filho. Ele estava tenso, e eu sabia que havia algo importante que ele queria compartilhar comigo.

"Então, Saulo, o que está te incomodando? Parece que tem algo que você precisa me dizer", perguntei, tentando transmitir tranquilidade.

Saulo suspirou profundamente antes de responder. Seus olhos estavam cheios de apreensão e determinação. "Pai, estou com medo", confessou.

A seriedade de suas palavras fez meu coração apertar, pois nunca vi meu filho assim. "Medo? Medo do quê, meu filho?", perguntei, preocupado.

Ele olhou fixamente para a mesa, escolhendo cuidadosamente suas palavras. "Estou com medo de não conseguir ajudar a trazer Sammya de volta em segurança. Sinto que estamos perdendo tempo, e não sei se tenho as habilidades necessárias para lidar com algo tão grande assim. Se algo ruim acontecer, Vero vai me matar, com certeza, já que ela não trata Sam como irmã mais nova, mas como uma filha mais velha."

Meu instinto paterno queria abraçá-lo e assegurá-lo de que tudo ficaria bem, mas também sabia que ele precisava de mais do que palavras reconfortantes. Era preciso mostrar a ele que tínhamos um plano e que estávamos unidos nessa busca.

Olhei nos olhos de Saulo e segurei suas mãos com firmeza. "Saulo, eu entendo o seu medo, mas precisamos confiar um no outro. Juntos, somos capazes de superar qualquer obstáculo que surgir em nosso caminho. Eu também estou com medo, mas isso não vai nos impedir de lutar por Sammya. Você é forte e corajoso, e eu tenho orgulho do homem que você se tornou."

Saulo sorriu timidamente, uma mistura de gratidão e determinação em seu olhar. "Obrigado, pai. Sei que podemos contar com a ajuda de Albert, mas às vezes sinto que o tempo está se esgotando."

Eu assenti, compartilhando sua preocupação. "Eu entendo, filho. E é por isso que decidi assumir pessoalmente o controle dessa situação. Vamos trazer Sammya de volta, não importa o que aconteça. Estamos juntos nessa jornada, e eu estarei ao seu lado em cada passo do caminho."

Saulo pareceu encontrar conforto em minhas palavras. Ele sabia que não estava sozinho nessa luta e que sua família o apoiava incondicionalmente.

Enquanto terminávamos nosso almoço, discutimos os próximos passos a serem tomados. Eu compartilhei com ele os detalhes da conversa com Albert e a reunião que havíamos agendado. Juntos, traçamos estratégias e decidimos que não pouparíamos esforços para encontrar Sammya.

À medida que nos levantamos da mesa e nos preparamos para retornar ao trabalho, senti uma nova determinação tomar conta de nós. A incerteza ainda estava presente, mas agora estávamos mais fortes e focados em nosso objetivo comum.

"Saulo, meu filho, nunca duvide do seu potencial. Eu acredito em você e sei que somos capazes de trazer Sammya de volta. Vamos fazer isso juntos, como uma família", disse eu, segurando seu ombro com afeto.

Ele assentiu, um brilho de confiança em seus olhos. "Sim, pai. Vamos encontrar Sammya e trazê-la de volta para casa, onde ela pertence."

Saímos do restaurante prontos para enfrentar qualquer desafio que cruzasse nosso caminho. Sammya era parte de nós, e faríamos o impossível para tê-la de volta em segurança.

Naquela noite, quando o pessoal chegou, pedi a palavra e expliquei o objetivo da reunião. Quando terminei de falar, apresentei Albert a todos e lhe dei a palavra para que explicasse o que precisava de todos.

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