Isabella Melo Acabo de perder minha única parente viva. Não sei porque o universo escolheu a mim para catástrofes. Teria desmoronado de vez se não fossem meus amigos e Rick, que se tornou mais que especial em minha rotina. Sally, Bete e Stef, três amigas queridas, que chegaram no momento certo e estão tentando me animar de tudo que é forma. Lu, minha irmã de alma, Bê e Márcio, que também considero meus irmãos, estão aqui ao meu lado me animando, e agradeço ao universo por pelo menos tê-los aqui comigo. — Você não vai e está decidido. — Minha amiga está aqui gritando que não posso ir ao cemitério visitar minha família. — Amor, deixa a Bella decidir. Se ela diz que precisa vê-los, quem somos nós para impedir. — Fica quieto, Bernardo. — Ela olha para ele com o olhar mais gélido que a própria rainha de gelo. — E você, já disse que não vai e pronto. — Ela põe as mãos na cintura, e sua barriga de sete meses fica mais evidente. As outras meninas tentam argumentar e recebe
Na madrugada acordei com braços ao redor do meu corpo e me depois lembrei-me que Rick havia dormido comigo, me levantei da cama e fui até a janela sendo recebida pela leve brisa gelada, mesmo eu sabendo que a qualquer momento minha avó poderia partir eu maninha a esperança que o milagre aconteceria e minha vozinha se recuperaria ou que ao menos teria mais alguns anos de vida, mas infelizmente a vida não é como a gente quer. Olhei para os céus e com lágrimas nos olhos deixei minha mente divagar para o momento em que vovó Hilda e eu receberiamos a pior noticia de nossas vidas. *Flashback On*Sentada nervosamente na sala de espera do médico, segurando a mão trêmula da minha amada avó, Hilda, eu estava com o coração acelerado. A ansiedade tomava conta de mim, enquanto esperávamos pela consulta que revelaria o que estava acontecendo com a saúde dela. Eu podia sentir a tensão no ar, sufocando-me lentamente.Finalmente, a porta se abriu e o médico nos chamou para entrar. Segurando firme a m
Elizabeth Stefan — Senhorita Elizabeth, a pequena Abgail acabou de dormir. — Agradeço a governanta por me ajudar nesse momento de dificuldade. Abby é adorável e, como tem a valentia da mãe, se tornará uma mulher formidável, assim como Isabella. Que Deus a tenha em bom lugar. Cá estou no escritório de meu irmão, pensando onde ele deve estar, já que saiu daqui desvairado dizendo que havia surgido uma urgência e ele necessitaria viajar por um tempo. Por um lado até gostei que ele fizesse uma viagem, mas tenho medo que, por ventura, Ricardo venha a cometer algo impensado contra si mesmo. Enquanto vou para o quarto de meu irmão ver Abby, não consigo parar de pensar nele e me pergunto o que realmente ele está fazendo. Meu irmão sempre foi muito protetor para com os outros, porém quando se trata de si mesmo ele é impulsivo e relapso — e é isso que me preocupa. Com a morte dos nossos pais, Ricardo precisou se tornar adulto rapidamente para poder cuidar da casa, dos criados, da no
Ricardo Stefan Isabella ficou um tanto estranha após ter ido ao cemitério, mas é compreensível, já que perdera a única parente viva. Todas as noites ela pede para que eu durma com ela, e, mesmo não achando certo, não tenho como recusar o convite. Porém apenas dormimos, nada mais. Minha consciência pesa, afinal, só se pode dormir na mesma cama se for casado, porém como esse século é modificado, Bella diz que não há problema. Hoje estamos nos despedindo das meninas, que estão partindo para seus lares. Sentirei saudade das três: Elizabeth, com sua estranha e engraçada risada, Sally, por seu vocabulário um tanto peculiar, e a Stefany, que das três é a mais tímida e a que pareceu mais sensata. Bella está se despedindo de suas amigas em um lugar que ela chamou de... “aeromoço” ou um nome semelhante, não lembro. As coisas ainda são confusas para mim. Nesse século tem um transporte que pode cortar os céus. Me sinto um parvo às vezes por não saber de nada disso. Eles não sabem
Isabella Melo Aquele miserável me paga! Como ele pôde fazer isso comigo? Eu confiei cegamente nele! Como você foi burra, Isabella! Pego o meu celular e ligo para Márcio. No segundo toque ele atende, e peço que tome conta da boutique enquanto Ricardo e eu iremos resolver uma questão importante. Desligo sem lhe dar chance de dizer algo e volto a minha atenção para a pista. Sempre tive um pé atrás em relação a Fernando, mas Cadu me dizia para relaxar. Dizia que eu era muito cismada com as coisas, e agora vejo que estava certa. — Posso lhe fazer uma pergunta? — Sinto incerteza em sua voz. — Com toda a certeza. — Tento o encorajar. — O que ocasionou o seu terror noturno? — Olho de soslaio, e ele está me encarando, o que me deixa um pouco desconfortável. Foco minha atenção na pista. — Foi uma série de sonhos estranhos, que resultaram no meu pesadelo. Mas não foi nada demais, não precisa se preocupar. — Por que sinto que essas palavras não são verdadeiras? — Ele co
Ricardo Stefan Isabella está visivelmente abalada e isso parte meu coração, afinal, ela confiou no amigo de Carlos Eduardo e no fim ele acabou sendo um patife — e ainda insinuou que o marido a traiu! Por mais que ela diga não acreditar nas palavras dele, sei que no fundo ela duvida. No meu tempo isso era bem comum: os homens buscavam damas noturnas para se satisfazerem enquanto as esposas ficavam em seu lar bordando, dando ordens aos criados e cuidando dos filhos. Muitas delas eram infelizes, mas naquela época nada se podia fazer. Meu pai era um exemplo de marido fiel, e quando cresci eu sonhava me tornar como ele. E sempre dizia que quando encontrasse o amor, me casaria com ela e seria-lhe fiel, assim como meu pai para com a minha mãe. — Rick, não me olha assim. Estou bem. — Por mais que Isabella queira se fazer de forte, sei que ela está abalada com a recém descoberta. — Se quiser conversar, estarei aqui à disposição. — Ela sorri para mim e volta a atenção para a pista.
Bernardo Lopes Mal chegamos em casa, e sou interceptado por Luiza, porém já sei o que ela quer saber. — Ricardo te contou alguma coisa? Ele está nos escondendo alguma coisa. — Minha adorável esposa e seu faro de detetive não vão me deixar em paz. — Conversei com o Ricardo, e ele me disse que aconteceram algumas coisas sim, mas ele não me contou. — Lá vem o interrogatório. — E por que você não me disse isso? Se eu soubesse que realmente havia algo errado eu arrancaria a verdade dele nem que fosse a pontapés. — E lá vamos nós tentar acalmar a fera. Às vezes me sinto aquele cara da novela o Cravo e a Rosa, o Petruchio. — Amor, o Ricardo está certo. Temos que dar tempo ao tempo. Assim que ela estiver pronta nos contará a verdade. — Luiza estava debatendo comigo e listando os motivos pelos quais devemos saber o que está acontecendo com Bella, até que meu celular apita. “Ricardo, você foi escalado para ir à São Paulo cobrir o jogo Flamengo x Corinthians.” “Felipe, q
Isabella Melo — Desfaz essa cara, Lu. Você sabe que se o Bê pudesse escolher ele ficaria com você. — Ricardo e eu estamos há um tempo tentando convencer a minha amiga a parar de ser turrona, mas estamos falhando nisso. — Podemos fazer algo divertido quando chegarmos lá. Que tal uma sessão de filmes com várias guloseimas? — Como sei que ela é muito viciada em doces, resolvo tocar seu ponto fraco. — Me convenceu com os doces. Podemos ver um filme de lobisomens sem camisa? — E já sei de que filme ela está falando. — Só se esse filme tiver um certo vampiro que brilha no sol. — Você não se cansa de ser #teamvampiro? — Meu bem, eu se pudesse seria igual à Bella e tiraria uma casquinha dos dois. — Nós duas começamos a rir, e vejo que Rick nos olha com curiosidade. — Eu sei que você está confuso, Rick. Estamos falando de um de nossos filmes favoritos, a saga crepúsculo, que tem vampiros, lobisomens, humanos burros, humanos espertos, híbridos fofos e a Bella, que é bu