Isabella Melo — Desfaz essa cara, Lu. Você sabe que se o Bê pudesse escolher ele ficaria com você. — Ricardo e eu estamos há um tempo tentando convencer a minha amiga a parar de ser turrona, mas estamos falhando nisso. — Podemos fazer algo divertido quando chegarmos lá. Que tal uma sessão de filmes com várias guloseimas? — Como sei que ela é muito viciada em doces, resolvo tocar seu ponto fraco. — Me convenceu com os doces. Podemos ver um filme de lobisomens sem camisa? — E já sei de que filme ela está falando. — Só se esse filme tiver um certo vampiro que brilha no sol. — Você não se cansa de ser #teamvampiro? — Meu bem, eu se pudesse seria igual à Bella e tiraria uma casquinha dos dois. — Nós duas começamos a rir, e vejo que Rick nos olha com curiosidade. — Eu sei que você está confuso, Rick. Estamos falando de um de nossos filmes favoritos, a saga crepúsculo, que tem vampiros, lobisomens, humanos burros, humanos espertos, híbridos fofos e a Bella, que é bu
Luiza Lopes Estava irritada com Bernardo por ele ter que viajar e me deixar sozinha. E fiquei com mais raiva ainda quando ele sugeriu que eu ficasse com a mãe dele, parece que não sabe que nós não nos damos bem. Depois que cheguei à casa de Bella ele me ligou para agradecer que fiz a mala dele, e acabamos fazendo as pazes. Sei que ando muito irritada por conta do final de gravidez e estou descontando nele, que está aguentando sem reclamar. Estava pronta para assistir ao filme dos lobisomens sem camisa e dos vampiros que brilham no sol, até que Márcio enviou uma mensagem para Bella contando sobre a nossa banda favorita, e faz tempo que não vemos as meninas. Fiquei empolgada, mas minha amiga tem um instinto protetor muito forte e não queria que eu fosse, porém sou mais persistente do que se imagina e consegui fazer com que ela viesse. E aqui estamos nós no HØC, relembrando os velhos tempos e contando algumas histórias para Rick, que ora ri, ora fica sem entender. Esse cara é mei
Ricardo Stefan Estamos em um show de rock. Ao que parece, a tal banda é a preferida deles. Tento me esforçar ao máximo para me... como eles dizem, “me misturar com a galera”, mas estou encontrando dificuldades. Isabella, mesmo preocupada com a senhora Luzia, está animada. Agora ambas estão cantando e dançando uma música que, pelo o que entendi, se chama “malandragem”. De onde venho, ser um malandro não é apropriado, mas nesse tempo parece não haver problemas. As pessoas desse tempo agem de forma diferente do meu tempo, às vezes até leviana. Sei que estou dando trabalho para Isabella e espero um dia poder retribuir todo o apoio que ela me oferta. — O que foi, Rick? — Bella se aproxima de mim, e só Deus sabe o esforço que faço para não beijá-la. — Não é nada. Apenas estou pensando em algumas questões que são conflitantes para mim. — Quer que eu te ajude com algo? Se tiver alguma dúvida não hesite em perguntar. — Como pode a minha Isabella atravessar os anos e continu
Isabella Melo Após o show fomos para casa, e Rick rapidamente sobe para o quarto, deixando Luiza e eu sozinhas. Fomos para a cozinha, e minha amiga, como de costume, começa a devorar os cupcakes. — Luiza, assim não vai sobrar nada para amanhã. — Reclamo, e ela apenas dá de ombros. — Para de ser chata e me deixa comer só mais um, não vai nem fazer falta. — Ela me olha com carinha pidona, e acabo deixando-a comer. — Amiga, me responde uma coisa, por que Ricardo é tão estranho? E o que há entre vocês? Solto um suspiro e penso em como vou explicar o que ele me disse e o que eu vi há uns dias atrás. Estava me preparando para responder quando ouço o grito de Rick e corro para seu auxílio. — Rick, abre a porta! Está tudo bem aí? — Pergunto preocupada, pois ele deu um grito tão estridente que quase me fez pular da cadeira. — Sim, Isabella. Aconteceu um pequeno incidente aqui, mas não precisa se preocupar. — Suas palavras não me transmitem segurança, e fico um pouco m
Luiza Lopes Acordo sentindo algumas dores, mas como estão suportáveis, creio que seja normal, e outra: se eu contar para Bella é capaz dela querer me arrastar para o hospital, e não quero ter que cancelar meu chá de bebê. Me disseram que era loucura fazer ele prestes a dar a luz, porém o meu horóscopo disse que essa data seria perfeita para eventuais festas. Sinto mais uma leve pontada e ponho a mão na barriga. — Está tudo bem, Lu? — Minha amiga pergunta, e rapidamente disfarço. — Claro que está. Estou irritada com essa demora para chegar ao cemitério. — Em partes é verdade. Sou uma pessoa muito curiosa, e essa história de Bella é digna de um livro. — Calma, apressadinha! — Ela sorri e continua a dirigir como uma lesma. Chegando ao cemitério, antes de tudo fomos fazer uma oração para dona Hilda, e assim que trocamos as flores, fomos direto para o túmulo, onde constato que o Bella me contou era verídico. Vejo os túmulos de Rick, de Bella e Abgail. Olho para minha am
Isabella Melo O chá de bebê de Théo foi uma loucura. Luiza já estava terrivelmente estressada e, para que ela não tivesse um colapso nervoso, tomei a frente para ajudá-la. Me pergunto quem em sã consciência faz um chá de fraldas no final da gestação, mas essa é a minha amiga, ela deixa tudo para o último minuto. Estava terminando de limpar a bagunça da cozinha quando meu celular toca e vejo o nome do meu amigo no visor. — Fala, chato! — Ele dá uma gargalhada do outro lado. — Bella, como está a Luísa? — Ele sempre foi preocupado com a esposa, e agora, no final da gestação, sua preocupação aumentou. — Ela está bem, apesar de estar com um pouco de dor. — Ele solta um suspiro pesaroso. — Me deixe adivinhar: ela não contou para você que estava sentindo dor? — Você conhece a sua esposa, mas fique tranquilo que estou de olho nela. Vai voltar amanhã mesmo? — Ele ouve a minha pergunta, e ouço outro suspiro. — A intenção era voltar pela manhã, mas mudaram meus pl
— Mudaram os planos dele e agora só vai chegar à noite. — Minha amiga olha para mim, e vi o traço de irritação em seus olhos. — Como assim, Bella? Me explica esse troço direito! — Reviro os olhos e tento, da maneira mais calma possível, explicar para minha amiga sobre seu marido. — Eu vou ligar para aquele careca barrigudo, e ele vai ver, vou arrasar com ele! Como eles fazem com uma mulher prestes a dar a luz? — Eu sabia que ela ficaria chateada, mas não imaginei que seria tanto assim. — Luiza, meu amor, não cause problemas para Bernardo. Você sabe que se ele pudesse estaria contigo, mas tem situações que vão além do querer dele, e outra coisa: ficar agitada desse jeito não fará bem para o bebê. — Passo a mão em sua barriga, e meu sobrinho/afilhado dá um chute em resposta. — Você tem razão, o fim da gestação está me deixando gorda e irritada. — Luiza se chama de gorda o tempo todo, mas só engordou quatro quilos. — Você anda mais irritada que o normal, agora gorda n
Claire ajuda a senhora a se sentar. Depois de acomodada ela olha para nós e sorri. — Então as duas mocinhas querem saber sobre a família Stefan? O que desejam saber? Mas que falta de educação a minha! Me chamo Rute Stefan Melo Medeiros. — Muito prazer, senhora Rute. Me chamo Isabella Melo, e essa é a minha amiga, Luiza Lopes. — Somos repórteres e gostaríamos que a senhora pudesse nos contar tudo que se lembrar. — Vó, conta a história de como meus “bisos” se conheceram. — Pede Claire, e é exatamente o que quero saber. — Uma boa história. Quem me contou foi minha mãe, que soube por intermédio da minha tia que a criou. — Minha amiga olha para mim com expectativa. A senhora Rute pigarreia e começa. — Meu avô, Ricardo Stefan, estava galopando quando viu uma mulher sendo ameaçada. Naquela época ainda existia escravidão no Brasil, que foi praticamente um dos últimos países a aboli-la, mas não vamos nos alongar nisso, afinal, não estamos em uma aula de história. Como eu estava