Claire ajuda a senhora a se sentar. Depois de acomodada ela olha para nós e sorri. — Então as duas mocinhas querem saber sobre a família Stefan? O que desejam saber? Mas que falta de educação a minha! Me chamo Rute Stefan Melo Medeiros. — Muito prazer, senhora Rute. Me chamo Isabella Melo, e essa é a minha amiga, Luiza Lopes. — Somos repórteres e gostaríamos que a senhora pudesse nos contar tudo que se lembrar. — Vó, conta a história de como meus “bisos” se conheceram. — Pede Claire, e é exatamente o que quero saber. — Uma boa história. Quem me contou foi minha mãe, que soube por intermédio da minha tia que a criou. — Minha amiga olha para mim com expectativa. A senhora Rute pigarreia e começa. — Meu avô, Ricardo Stefan, estava galopando quando viu uma mulher sendo ameaçada. Naquela época ainda existia escravidão no Brasil, que foi praticamente um dos últimos países a aboli-la, mas não vamos nos alongar nisso, afinal, não estamos em uma aula de história. Como eu estava
— Bella, o que foi tudo isso? — Luiza olha para mim com curiosidade. — Não sei, amiga. Estou tão perdida quanto você, no inicio eu achei que estava louca, mas agora percebi que não. — Digo sincera. — Amiga, eu te disse, você tem seu próprio conto de fadas. — Ela cismou com esse negócio de contos de fadas. — Vou precisar conversar com Rick quando chegarmos. — Ignoro o que minha amiga diz, e ela faz careta. — Só fingir que não estou lá, amiga. — Ela sorri. Chegamos em casa. Ricardo estava fazendo algo na cozinha e o cheiro estava muito bom. Ainda não acredito que um cara do século XIX sabe cozinhar. — Nossa, Rick, não sei o que está fazendo, mas o cheiro está muito bom. — Luiza e eu fomos para cozinha. — Tomei a liberdade de preparar o almoço, pois sabiam que chegariam cansadas. — Minha amiga sussurra no meu ouvido o quão maravilhoso Rick é. — Eu estou morrendo de sono. — Ela fingiu um bocejo e olhou para mim com aquele olhar como quem diz: vá falar com el
Por Elizabeth Stefan Abby está muito agitada hoje, e não consigo entender o motivo. Fui ao seu berçário várias vezes e não conseguia a acalmar. Ah! Meu irmão, onde estarás? Sua filha necessita de ti. Fiquei um bom tempo ninando Abby, até que ela fechou os olhinhos e finalmente dormiu. Estava velando seu sono quando alguém bateu na porta. — Senhorita Stefan, está bem? — Maria, uma das criadas da casa, me pergunta ao me ver com semblante de preocupação. — Irei ficar, muito obrigada. — Digo sincera lhe dando um sorriso tranquilizador. — Maria, por obséquio, prepare o leite da Abby. Logo ela acordará faminta. — A senhorita Glória está aqui para vê-la. Já trago o leite da menina pra senhora. Agradeço a Maria mais uma vez e aviso a ela que irei recebê-la em breve. Gloria é uma pessoa tão enfadonha. Que os céus me ajudem. Olho para Abby mais uma vez e digo a ela que retornarei em breve. Chego ao salão e a encontro tomando chá. — Elizabeth, minha amiga. Como estás? — E
Por Isabella Melo Luiza está um poço de ansiedade. Ela não consegue ficar quieta um segundo, mas eu a entendo. Lembro-me que quando Cadu estava viajando eu ficava rabugenta e reclamona, e quando ele chegava parecia que meu mundo se iluminava. Assim como Lu, fazia questão de buscá-lo, mesmo quando ele dizia que eu estava cansada e que pegaria um táxi, eu batia o pé igual criança birrenta. Foram bons tempos. Rick olhou para mim e pus minha mão sobre a sua. Parece que ele adivinhou o que estava pensando. Ele sorriu para mim, mesmo eu vendo a dor em seus olhos, desvio a atenção por um breve segundo e olho para ele sorrindo. — Vocês podem flertar depois. Bella, presta atenção nessa pista, não quero morrer. — Minha amiga é sempre dramática. — Credo, Luiza! Já estamos chegando. Chegamos ao aeroporto e vemos Bernardo à nossa espera. Assim que minha amiga vê o marido ela, sai correndo para abraçá-lo. — Eles se amam de verdade. — Rick fica parado e me faz parar para dar
No dia seguinte estava tão animada, confesso que faz um bom tempo que não sabia o que era ser feliz. Vou ao meu quarto e me arrumo para trabalhar. Desço as escadas e vejo Ricardo animado preparando o café. Assim que ele me viu sorriu para mim. — Bom dia, meu amor. Como você está? — Ele me cumprimenta com um beijo e entrega uma xícara de café. — Bom dia. Fazia tempo que não me sentia assim. — Sorri para ele. — Deixe-me dizer que você está tão bela quanto seu nome. — Tão galanteador. — Ponho a mão no peito e finjo um suspiro. Rick me olhou com um misto de timidez e descontentamento pela minha brincadeira. Sorri para ele, que beijou o topo da minha cabeça e se retirou para se arrumar. Chegando à boutique encontro Marcio, que nos cumprimenta animadamente. — Vocês estão contentes demais para o meu gosto. Desembuchem logo, o que aconteceu? — Ele pede com um sorriso malicioso, me deixando envergonhada. — É o amor, meu caro amigo. Espero que um dia tenha essa
— Bella, acho que não daremos conta de todos esses pedidos. — Jéssica diz olhando para o nosso caderno de pedidos. — Concordo com ela. Olha isso: oitenta cupcakes veludo vermelho para depois de amanhã. — Márcio está em pânico. — Sem contar os chocolates e naked cakes para o dia dos namorados. — Vanessa nos lembrou. — Relaxem, pessoal. Tudo vai dar certo no final, não se preocupem tanto. — Se você diz, levamos fé. — Márcio se manifesta e os outros apoiam. — É por isso que amo minha equipe. Galera, mais tarde sai o pagamento. — Ai sim, hein, chefa. — O pessoal bate palmas. — Pessoal, vamos trabalhar, amores. Vanessa e Jéssica, por favor, terminem a torre de cupcake, pois os clientes virão buscar às 18:00h. Saio da cozinha e vou para a frente da loja. Acho que vou aumentar a boutique e contratar mais pessoas, pois os serviços, graças aos céus, estão aumentando. Acho estranho o fato da minha amiga ainda não ter vindo aqui comer bolinhos de mirtilo. O qu
Aconchegada ao peito de Ricardo me sinto segura, e faz muito tempo que não me sinto dessa forma. — Limpei a parte do guarda-roupa de Cadu. — Digo olhando para o teto. — E o que sentiu? — Ele me pergunta, e fico um bom tempo pensando. — Senti que finalmente o deixei partir. Foram seis anos de sofrimento, dor, vazio e solidão, que foram melhorando após sua chegada. — Depois de te encontrar também senti que o vazio se esvaiu. Isabella, não podemos ficar nessa situação. Não é prudente para nós ficarmos juntos assim; estamos pecando. — Sei que você é um homem do passado, mas precisa viver o presente. Não estamos fazendo nada de errado aqui, pois já fomos casados. Tudo bem que foi há muito tempo atrás e estamos revivendo um amor que foi arrancado de nós por conta de uma fatalidade. Ricardo apenas olha para o teto como se estivesse digerindo tudo que lhe disse, ele olha para mim com um sorriso faceiro nos lábios e me aperta contra seu peito. — Isabella, você não
Luiza Lopes Estava descendo as escadas com Ricardo, quando sinto uma dor aguda em meu ventre e dou um grito mais agudo ainda. Minha amiga quando me vê nessa situação, corre ao meu auxilio rapidamente. Ela me põe no carro e entra junto com Ricardo, que mais parece um guarda-costa. —- Acalme-se, sen… Luiza. — Ricardo se vira para trás após eu dar mais um grito estridente. — Não mande uma mulher com dor e prestes a parir se acalmar. — Digo enquanto estou arfando de dor. — Amiga, respira fundo. — Bella tenta me acalmar olhando-me pelo retrovisor. Eu comecei a respirar igual cachorrinho. — Amiga, ponha o cinto, pois vou acelerar para chegarmos mais rápido. Faço o que ela pede, e Isabella começou a dirigir feito louca, costurando pelo trânsito. Ela gritava pedindo desculpa, e rapidamente estávamos no hospital. Ela estaciona e desce do carro para chamar ajuda, enquanto Ricardo ficou comigo tentando me acalmar. Ele segurou a minha mão e disse que tudo iria dar cer