— Bella, acho que não daremos conta de todos esses pedidos. — Jéssica diz olhando para o nosso caderno de pedidos. — Concordo com ela. Olha isso: oitenta cupcakes veludo vermelho para depois de amanhã. — Márcio está em pânico. — Sem contar os chocolates e naked cakes para o dia dos namorados. — Vanessa nos lembrou. — Relaxem, pessoal. Tudo vai dar certo no final, não se preocupem tanto. — Se você diz, levamos fé. — Márcio se manifesta e os outros apoiam. — É por isso que amo minha equipe. Galera, mais tarde sai o pagamento. — Ai sim, hein, chefa. — O pessoal bate palmas. — Pessoal, vamos trabalhar, amores. Vanessa e Jéssica, por favor, terminem a torre de cupcake, pois os clientes virão buscar às 18:00h. Saio da cozinha e vou para a frente da loja. Acho que vou aumentar a boutique e contratar mais pessoas, pois os serviços, graças aos céus, estão aumentando. Acho estranho o fato da minha amiga ainda não ter vindo aqui comer bolinhos de mirtilo. O qu
Aconchegada ao peito de Ricardo me sinto segura, e faz muito tempo que não me sinto dessa forma. — Limpei a parte do guarda-roupa de Cadu. — Digo olhando para o teto. — E o que sentiu? — Ele me pergunta, e fico um bom tempo pensando. — Senti que finalmente o deixei partir. Foram seis anos de sofrimento, dor, vazio e solidão, que foram melhorando após sua chegada. — Depois de te encontrar também senti que o vazio se esvaiu. Isabella, não podemos ficar nessa situação. Não é prudente para nós ficarmos juntos assim; estamos pecando. — Sei que você é um homem do passado, mas precisa viver o presente. Não estamos fazendo nada de errado aqui, pois já fomos casados. Tudo bem que foi há muito tempo atrás e estamos revivendo um amor que foi arrancado de nós por conta de uma fatalidade. Ricardo apenas olha para o teto como se estivesse digerindo tudo que lhe disse, ele olha para mim com um sorriso faceiro nos lábios e me aperta contra seu peito. — Isabella, você não
Luiza Lopes Estava descendo as escadas com Ricardo, quando sinto uma dor aguda em meu ventre e dou um grito mais agudo ainda. Minha amiga quando me vê nessa situação, corre ao meu auxilio rapidamente. Ela me põe no carro e entra junto com Ricardo, que mais parece um guarda-costa. —- Acalme-se, sen… Luiza. — Ricardo se vira para trás após eu dar mais um grito estridente. — Não mande uma mulher com dor e prestes a parir se acalmar. — Digo enquanto estou arfando de dor. — Amiga, respira fundo. — Bella tenta me acalmar olhando-me pelo retrovisor. Eu comecei a respirar igual cachorrinho. — Amiga, ponha o cinto, pois vou acelerar para chegarmos mais rápido. Faço o que ela pede, e Isabella começou a dirigir feito louca, costurando pelo trânsito. Ela gritava pedindo desculpa, e rapidamente estávamos no hospital. Ela estaciona e desce do carro para chamar ajuda, enquanto Ricardo ficou comigo tentando me acalmar. Ele segurou a minha mão e disse que tudo iria dar cer
Isabella Melo. Hoje o dia está corrido e estressante, afinal, é o dia dos namorados, uma data em que as pessoas compram mais chocolates e doces. Bernardo veio mais cedo e comprou um naked cake para Luiza. Pergunto a ele como estão minha amiga e Théo, e meu amigo diz que estão bem e que amanhã eles receberão alta. Fico feliz por eles; logo em seguida seu Crispim veio buscar suas rosas de chocolates. Todo o ano ele entrega quatrocentas rosas de chocolates para as pessoas com um bilhete escrito a seguinte frase: “Alguém ama você.” Acho esse gesto dele tão lindo que sempre lhe dou um desconto. O pessoal que vem buscar as encomendas pergunta por Ricardo, e digo a eles que ele está resolvendo um problema pessoal, mas a verdade é que eu o deixei no escritório do amigo da Luiza. Hoje ele vai começar o estágio e, mesmo eu tendo ensinado algumas coisas para ele, não acredito que vá bem. Tudo é novo e confuso para ele. Acabei de fazer uma pequena pausa, pois minhas costas estão m
Sei que Luiza chegou do hospital, mas não vou importuná-los agora. Deixa os dois babarem o Theozinho. Ricardo se arruma e fica muito lindo. Ele me espera na sala, vou para o guarda-roupa, pego a minha roupa e me arrumo rapidamente. Ricardo olha para mim e diz o quanto estou linda, e o agradeço pelo elogio, chamando ele para irmos. Chegamos ao museu, e ele observa todos os detalhes com atenção. Em relação à história algumas coisas ele afirma serem verdadeiras, já outras ele me conta que não foram desse jeito que aconteceram. Ele me conta a sua versão, que parece bem interessante. Depois do museu fomos almoçar, e Rick insiste em pagar a conta. Levo-o para a praia, e ele fica envergonhado pela roupa das mulheres. — Ricardo, as pessoas vêm à praia para ficarem exatamente à vontade. — Mas fica tudo exposto. — Ele aponta para uma mulher que passa por nós de fio dental, e eu abaixo sua mão. — Você também fica desnuda dessa maneira? — Ele pergunta e fica esperando minha resposta
Hoje é o batizado do Théo, e estou muito animada com isso. Luiza preparou uma festa gigantesca, e me pergunto se há necessidade para tudo isso, mas não posso culpá-la. Se eu também fosse mãe, daria a maior festa da cidade para comemorar. Estava esperando Ricardo descer, e assim que ele se aproxima e sorri para mim, ele faz um sinal. Pego seu braço, e saímos. Nesse meio tempo Ricardo aprendeu muitas coisas novas, se meteu em algumas confusões, e a cada dia estamos cada vez mais unidos. Sei que a qualquer momento as coisas podem acabar, mas, de verdade, espero que ainda demorem um pouco. Ainda me pego pensando sobre o que a velha senhora disse, e não entendi o quando ela diz que terei que provar o amor que sinto por ele. Será que terei que voltar para o passado? Acho pouco provável, mas pode ser uma possibilidade. — O que a aflige? — Ele perguntou, analisando meu rosto. — Nada. Apenas algumas situações que me vieram à mente, mas não se preocupe. — Ele olhou para mim, e acho q
Após o batizado de Theo os dias foram passando tranquilamente. Rick está trabalhando mesmo com Borges, da contabilidade. Contratei os serviços deles para minha boutique e, por falar nela, as coisas estão tão boas que estou pensando seriamente em abrir uma filial. Conversei com Márcio, mas ele disse que não se sentirá bem sendo gerente da nova loja. Disse para ele pensar bastante no assunto e me avisar. Na hora do almoço fui à casa de Luiza, pois ela me ligou dizendo que a abandonei, que não ligo mais para ela, sendo que na verdade nos vimos há dois dias. Quem não conhece acha que sou uma péssima amiga, mas eu a entendo. Luiza sempre foi muito ativa, e uns meses de molho estão mexendo com a psiquê dela. Ela está em tribunais, é o que nasceu para fazer. Chegando em sua casa, Bernardo abriu a porta para mim, e fui direto para o quarto, onde a encontro dormindo com Theo. — Sua amiga está me dando nos nervos. — Ele diz massageando as têmporas. — Você melhor do que ninguém d
No dia seguinte, Márcio está tão nervoso que estava varrendo a frente da loja pela quarta vez. A sua ansiedade pode pôr tudo a perder, mas não posso culpá-lo. Também estou uma pilha de nervos, mas, como a chefe, não posso deixar transparecer, e como se soubesse o que estamos passando aqui, Ricardo me enviou mensagem. Pasmem! Ele aprendeu. “Amor, está tudo bem?” — Perguntou, e eu respondi rapidamente. “Estamos nervosos. Parece que uma crítica virá nos ver.” — Digo enquanto olho para os cantos para ver se encontro a tal pessoa. “O que seria isso?” “Ela vem disfarçada de cliente, prova a nossa comida e depois faz sua avaliação, e o sucesso dependerá do que ela escrever.” “Acalme-se, meu amor. Tudo dará certo, você verá.” “Obrigada. Estava precisando disso para me acalmar.” “Eu te amo. Nunca se esqueça disso.” — Não entendi mesmo o motivo dele estar falando, parece que ele vai sumir. Não posso pensar nisso agora. Uma moça entrou, e fui atendê-la. Tadinh