Sei que Luiza chegou do hospital, mas não vou importuná-los agora. Deixa os dois babarem o Theozinho. Ricardo se arruma e fica muito lindo. Ele me espera na sala, vou para o guarda-roupa, pego a minha roupa e me arrumo rapidamente. Ricardo olha para mim e diz o quanto estou linda, e o agradeço pelo elogio, chamando ele para irmos. Chegamos ao museu, e ele observa todos os detalhes com atenção. Em relação à história algumas coisas ele afirma serem verdadeiras, já outras ele me conta que não foram desse jeito que aconteceram. Ele me conta a sua versão, que parece bem interessante. Depois do museu fomos almoçar, e Rick insiste em pagar a conta. Levo-o para a praia, e ele fica envergonhado pela roupa das mulheres. — Ricardo, as pessoas vêm à praia para ficarem exatamente à vontade. — Mas fica tudo exposto. — Ele aponta para uma mulher que passa por nós de fio dental, e eu abaixo sua mão. — Você também fica desnuda dessa maneira? — Ele pergunta e fica esperando minha resposta
Hoje é o batizado do Théo, e estou muito animada com isso. Luiza preparou uma festa gigantesca, e me pergunto se há necessidade para tudo isso, mas não posso culpá-la. Se eu também fosse mãe, daria a maior festa da cidade para comemorar. Estava esperando Ricardo descer, e assim que ele se aproxima e sorri para mim, ele faz um sinal. Pego seu braço, e saímos. Nesse meio tempo Ricardo aprendeu muitas coisas novas, se meteu em algumas confusões, e a cada dia estamos cada vez mais unidos. Sei que a qualquer momento as coisas podem acabar, mas, de verdade, espero que ainda demorem um pouco. Ainda me pego pensando sobre o que a velha senhora disse, e não entendi o quando ela diz que terei que provar o amor que sinto por ele. Será que terei que voltar para o passado? Acho pouco provável, mas pode ser uma possibilidade. — O que a aflige? — Ele perguntou, analisando meu rosto. — Nada. Apenas algumas situações que me vieram à mente, mas não se preocupe. — Ele olhou para mim, e acho q
Após o batizado de Theo os dias foram passando tranquilamente. Rick está trabalhando mesmo com Borges, da contabilidade. Contratei os serviços deles para minha boutique e, por falar nela, as coisas estão tão boas que estou pensando seriamente em abrir uma filial. Conversei com Márcio, mas ele disse que não se sentirá bem sendo gerente da nova loja. Disse para ele pensar bastante no assunto e me avisar. Na hora do almoço fui à casa de Luiza, pois ela me ligou dizendo que a abandonei, que não ligo mais para ela, sendo que na verdade nos vimos há dois dias. Quem não conhece acha que sou uma péssima amiga, mas eu a entendo. Luiza sempre foi muito ativa, e uns meses de molho estão mexendo com a psiquê dela. Ela está em tribunais, é o que nasceu para fazer. Chegando em sua casa, Bernardo abriu a porta para mim, e fui direto para o quarto, onde a encontro dormindo com Theo. — Sua amiga está me dando nos nervos. — Ele diz massageando as têmporas. — Você melhor do que ninguém d
No dia seguinte, Márcio está tão nervoso que estava varrendo a frente da loja pela quarta vez. A sua ansiedade pode pôr tudo a perder, mas não posso culpá-lo. Também estou uma pilha de nervos, mas, como a chefe, não posso deixar transparecer, e como se soubesse o que estamos passando aqui, Ricardo me enviou mensagem. Pasmem! Ele aprendeu. “Amor, está tudo bem?” — Perguntou, e eu respondi rapidamente. “Estamos nervosos. Parece que uma crítica virá nos ver.” — Digo enquanto olho para os cantos para ver se encontro a tal pessoa. “O que seria isso?” “Ela vem disfarçada de cliente, prova a nossa comida e depois faz sua avaliação, e o sucesso dependerá do que ela escrever.” “Acalme-se, meu amor. Tudo dará certo, você verá.” “Obrigada. Estava precisando disso para me acalmar.” “Eu te amo. Nunca se esqueça disso.” — Não entendi mesmo o motivo dele estar falando, parece que ele vai sumir. Não posso pensar nisso agora. Uma moça entrou, e fui atendê-la. Tadinh
Cheguei na boutique toda contente e pude ver a felicidade também dos funcionários com a nossa boa crítica. O dia hoje estava frenético, pois muitas pessoas vieram para conhecer o lugar por conta da nossa boa nota. Estava muito feliz, pois trabalhamos muito para chegar até onde chegamos. Quem não estava contente era Márcio. Ele estava inconformado com o que ouviu a respeito dele, pois a única pessoa que havia falado sobre a questão da moradora de rua foi ele. Na hora do almoço Ricardo me ligou e perguntou como estava meu dia. Ele me convidou para dançar mais tarde, e com certeza eu aceitei, já que não sei quanto tempo nos resta ainda. Ele conversou comigo por mais algum tempo e depois se despediu dizendo que me amava. O que me dói de verdade é saber que a qualquer momento realmente ele pode ir embora, mas eu sei que ele precisa ir, porque por mais que Abby esteja com Elizabeth, ela precisa do pai. Quem também me ligou foi Luiza, que estava toda contente a respeito das críticas
Assim que ele chegou perto de nós, me agarrei a seu braço. Tem coisas que são difíceis para ele se acostumar. — Flávio, quero te apresentar Ricardo, meu namorado. — Ele sorri timidamente e estende a mão, para que meu futuro arquiteto possa apertar. — Muito prazer, senhor Flávio. — Depois que se cumprimentarem. Flávio se vai, e Rick olha para mim. — Então quer dizer que está tudo certo para a expansão da boutique? — Ainda não. Tudo vai depender do orçamento. Trabalhei um pouco mais e resolvi liberar o pessoal e também ir para casa. As meninas ficam contentes e dizem que ultimamente ando liberando elas cedo. Dou um sorriso e pergunto se elas querem ficar até mais tarde, mas Márcio logo toma a frente e diz que não. Todos sorrimos e eles se vão. Chego em casa com Rick, e ele diz que me levará para comer. Pergunto a ele onde vamos, e ele diz que será uma grande surpresa e que irá dirigir. Pergunto a ele se aprendeu a dirigir, e Ricardo me diz que seu amigo Bernardo o
Ricardo Stefan Isabella olhou-me, e não pude identificar a sua expressão. Gostaria de saber o que se passa em sua mente. Mas ainda assim irei lhe fazer o pedido. — Isabella Melo, você aceita se tornar minha… — Nem termine, Ricardo. Eu sei o que vai dizer, e você sabe muito bem que não pode ficar. — Ela nem me deu a chance de terminar. — Escute-me, Isabella. — Peço-lhe, porém ela nega. — Não posso me iludir, Ricardo. Esses meses que passamos juntos serão memoráveis e me lembrarei enquanto viver, mas chega de ilusão. Você precisa voltar para Abby, e mesmo que não existisse a sua filha… — Nossa… — A lembrei, e ela revirou os olhos antes de continuar. — Que seja! Você não pertence a esse mundo, e nem eu ao seu. Na verdade, nem sei que porra aconteceu que te fez aparecer aqui. Não sei se foi mágica ou bruxaria, sei lá que caralho foi, só sei que seus dias estão contados. Uma velhinha já me disse que você terá que ir, então nem me venha com esse “aceita ser…” sej
Isabella Melo Após o episódio da noite passada, fui para a boutique e nem me importei em saber como Ricardo estava. Apenas precisava sair de perto dele e respirar um pouco. Me irritei no trânsito com um babaca que não parava de buzinar para que eu andasse e acabei discutindo com o desgraçado. Sinceramente, fiquei tentada a pegar o bastão que tenho dentro do carro e acabar com ele, mas só pensei mesmo, “Você não é assim, Isabella. Controle-se!” Meu subconsciente ralhou comigo. Na tentativa de me acalmar, acabei ligando o rádio. A música que começou a tocar por algum motivo me fez lembrar de Ricardo, e acabei desligando o aparelho. Chegando à boutique a porta deu uma pequena emperrada, e eu não estava conseguindo abri-la. Isso nunca aconteceu. Tinha que ser logo hoje? Comecei a dar socos na porta, e Márcio veio me ajudar. Ele olhou para mim, e pedi a ele para não dizer uma palavra. Meus brownies queimaram, troquei açúcar pelo sal nos cupcakes, me irritei com Monique, que foi