Por Isabella Melo Luiza está um poço de ansiedade. Ela não consegue ficar quieta um segundo, mas eu a entendo. Lembro-me que quando Cadu estava viajando eu ficava rabugenta e reclamona, e quando ele chegava parecia que meu mundo se iluminava. Assim como Lu, fazia questão de buscá-lo, mesmo quando ele dizia que eu estava cansada e que pegaria um táxi, eu batia o pé igual criança birrenta. Foram bons tempos. Rick olhou para mim e pus minha mão sobre a sua. Parece que ele adivinhou o que estava pensando. Ele sorriu para mim, mesmo eu vendo a dor em seus olhos, desvio a atenção por um breve segundo e olho para ele sorrindo. — Vocês podem flertar depois. Bella, presta atenção nessa pista, não quero morrer. — Minha amiga é sempre dramática. — Credo, Luiza! Já estamos chegando. Chegamos ao aeroporto e vemos Bernardo à nossa espera. Assim que minha amiga vê o marido ela, sai correndo para abraçá-lo. — Eles se amam de verdade. — Rick fica parado e me faz parar para dar
No dia seguinte estava tão animada, confesso que faz um bom tempo que não sabia o que era ser feliz. Vou ao meu quarto e me arrumo para trabalhar. Desço as escadas e vejo Ricardo animado preparando o café. Assim que ele me viu sorriu para mim. — Bom dia, meu amor. Como você está? — Ele me cumprimenta com um beijo e entrega uma xícara de café. — Bom dia. Fazia tempo que não me sentia assim. — Sorri para ele. — Deixe-me dizer que você está tão bela quanto seu nome. — Tão galanteador. — Ponho a mão no peito e finjo um suspiro. Rick me olhou com um misto de timidez e descontentamento pela minha brincadeira. Sorri para ele, que beijou o topo da minha cabeça e se retirou para se arrumar. Chegando à boutique encontro Marcio, que nos cumprimenta animadamente. — Vocês estão contentes demais para o meu gosto. Desembuchem logo, o que aconteceu? — Ele pede com um sorriso malicioso, me deixando envergonhada. — É o amor, meu caro amigo. Espero que um dia tenha essa
— Bella, acho que não daremos conta de todos esses pedidos. — Jéssica diz olhando para o nosso caderno de pedidos. — Concordo com ela. Olha isso: oitenta cupcakes veludo vermelho para depois de amanhã. — Márcio está em pânico. — Sem contar os chocolates e naked cakes para o dia dos namorados. — Vanessa nos lembrou. — Relaxem, pessoal. Tudo vai dar certo no final, não se preocupem tanto. — Se você diz, levamos fé. — Márcio se manifesta e os outros apoiam. — É por isso que amo minha equipe. Galera, mais tarde sai o pagamento. — Ai sim, hein, chefa. — O pessoal bate palmas. — Pessoal, vamos trabalhar, amores. Vanessa e Jéssica, por favor, terminem a torre de cupcake, pois os clientes virão buscar às 18:00h. Saio da cozinha e vou para a frente da loja. Acho que vou aumentar a boutique e contratar mais pessoas, pois os serviços, graças aos céus, estão aumentando. Acho estranho o fato da minha amiga ainda não ter vindo aqui comer bolinhos de mirtilo. O qu
Aconchegada ao peito de Ricardo me sinto segura, e faz muito tempo que não me sinto dessa forma. — Limpei a parte do guarda-roupa de Cadu. — Digo olhando para o teto. — E o que sentiu? — Ele me pergunta, e fico um bom tempo pensando. — Senti que finalmente o deixei partir. Foram seis anos de sofrimento, dor, vazio e solidão, que foram melhorando após sua chegada. — Depois de te encontrar também senti que o vazio se esvaiu. Isabella, não podemos ficar nessa situação. Não é prudente para nós ficarmos juntos assim; estamos pecando. — Sei que você é um homem do passado, mas precisa viver o presente. Não estamos fazendo nada de errado aqui, pois já fomos casados. Tudo bem que foi há muito tempo atrás e estamos revivendo um amor que foi arrancado de nós por conta de uma fatalidade. Ricardo apenas olha para o teto como se estivesse digerindo tudo que lhe disse, ele olha para mim com um sorriso faceiro nos lábios e me aperta contra seu peito. — Isabella, você não
Luiza Lopes Estava descendo as escadas com Ricardo, quando sinto uma dor aguda em meu ventre e dou um grito mais agudo ainda. Minha amiga quando me vê nessa situação, corre ao meu auxilio rapidamente. Ela me põe no carro e entra junto com Ricardo, que mais parece um guarda-costa. —- Acalme-se, sen… Luiza. — Ricardo se vira para trás após eu dar mais um grito estridente. — Não mande uma mulher com dor e prestes a parir se acalmar. — Digo enquanto estou arfando de dor. — Amiga, respira fundo. — Bella tenta me acalmar olhando-me pelo retrovisor. Eu comecei a respirar igual cachorrinho. — Amiga, ponha o cinto, pois vou acelerar para chegarmos mais rápido. Faço o que ela pede, e Isabella começou a dirigir feito louca, costurando pelo trânsito. Ela gritava pedindo desculpa, e rapidamente estávamos no hospital. Ela estaciona e desce do carro para chamar ajuda, enquanto Ricardo ficou comigo tentando me acalmar. Ele segurou a minha mão e disse que tudo iria dar cer
Isabella Melo. Hoje o dia está corrido e estressante, afinal, é o dia dos namorados, uma data em que as pessoas compram mais chocolates e doces. Bernardo veio mais cedo e comprou um naked cake para Luiza. Pergunto a ele como estão minha amiga e Théo, e meu amigo diz que estão bem e que amanhã eles receberão alta. Fico feliz por eles; logo em seguida seu Crispim veio buscar suas rosas de chocolates. Todo o ano ele entrega quatrocentas rosas de chocolates para as pessoas com um bilhete escrito a seguinte frase: “Alguém ama você.” Acho esse gesto dele tão lindo que sempre lhe dou um desconto. O pessoal que vem buscar as encomendas pergunta por Ricardo, e digo a eles que ele está resolvendo um problema pessoal, mas a verdade é que eu o deixei no escritório do amigo da Luiza. Hoje ele vai começar o estágio e, mesmo eu tendo ensinado algumas coisas para ele, não acredito que vá bem. Tudo é novo e confuso para ele. Acabei de fazer uma pequena pausa, pois minhas costas estão m
Sei que Luiza chegou do hospital, mas não vou importuná-los agora. Deixa os dois babarem o Theozinho. Ricardo se arruma e fica muito lindo. Ele me espera na sala, vou para o guarda-roupa, pego a minha roupa e me arrumo rapidamente. Ricardo olha para mim e diz o quanto estou linda, e o agradeço pelo elogio, chamando ele para irmos. Chegamos ao museu, e ele observa todos os detalhes com atenção. Em relação à história algumas coisas ele afirma serem verdadeiras, já outras ele me conta que não foram desse jeito que aconteceram. Ele me conta a sua versão, que parece bem interessante. Depois do museu fomos almoçar, e Rick insiste em pagar a conta. Levo-o para a praia, e ele fica envergonhado pela roupa das mulheres. — Ricardo, as pessoas vêm à praia para ficarem exatamente à vontade. — Mas fica tudo exposto. — Ele aponta para uma mulher que passa por nós de fio dental, e eu abaixo sua mão. — Você também fica desnuda dessa maneira? — Ele pergunta e fica esperando minha resposta
Hoje é o batizado do Théo, e estou muito animada com isso. Luiza preparou uma festa gigantesca, e me pergunto se há necessidade para tudo isso, mas não posso culpá-la. Se eu também fosse mãe, daria a maior festa da cidade para comemorar. Estava esperando Ricardo descer, e assim que ele se aproxima e sorri para mim, ele faz um sinal. Pego seu braço, e saímos. Nesse meio tempo Ricardo aprendeu muitas coisas novas, se meteu em algumas confusões, e a cada dia estamos cada vez mais unidos. Sei que a qualquer momento as coisas podem acabar, mas, de verdade, espero que ainda demorem um pouco. Ainda me pego pensando sobre o que a velha senhora disse, e não entendi o quando ela diz que terei que provar o amor que sinto por ele. Será que terei que voltar para o passado? Acho pouco provável, mas pode ser uma possibilidade. — O que a aflige? — Ele perguntou, analisando meu rosto. — Nada. Apenas algumas situações que me vieram à mente, mas não se preocupe. — Ele olhou para mim, e acho q