A minha última lembrança antes de morrer foi o som da chuva, do carro derrapando na pista, da batida no caminhão de gasolina e a explosão. Depois de fechar os olhos, só lembro de abrir novamente e estar viva em outro lugar.
Era um campo de grama, flores e a árvore em que eu estava apoiada, vestindo um vestido de época e com um livro de romance no colo, enquanto o vento soprava meu cabelo trançado que ia até a cintura. Ao longe, uma moça se aproximava com um lindo sorriso e uma cesta de flores, o vestido verde musgo combinando com o corpete preto que ela usava. ─ Ah, finalmente achei as flores certas para a coroa de flores do casamento da minha irmã ─ disse ela, suspirando com o rosto iluminado por uma beleza incrível. Inclinei a cabeça para a cesta, vendo as flores que ela colhera, e meu sorriso surgiu meio inclinado. ─ São lindas, bela escolha ─ mencionei, com os olhos brilhando de felicidade. Em seguida, por um breve momento, fechei os olhos e suspirei com a leve brisa que passava, trazendo as memórias dessa nova vida e os nomes de todos. ─ Você soube das mortes? ─ mencionou ela, com uma expressão séria. Ela percorreu as memórias para isso e então afirmou: ─ Na verdade, ouvi dizer que eram os Seres Pecadores que estavam matando os camponeses e pobres ─ afirmou, com base no que escutou dos cidadãos locais. Ela fez um biquinho, cheia de memórias que não eram dela, mas agora pertenciam a ela. Ao longe, ela reparou em três cavaleiros se aproximando delas, montados em cavalos. Ambas se levantaram quando eles pararam e desceram dos cavalos, mas um em particular chamou sua atenção: o cavalo todo negro e seu dono, que usava um capuz negro e roupas típicas de caçador. Eles se aproximaram com expressões sérias, mas soltaram um suspiro ao olhar para as duas. ─ Vocês duas não souberam que estava proibido sair da igreja hoje? ─ perguntou o cavaleiro com um símbolo azul. Porém, pela nossa expressão, eles ficaram pálidos e um deles, furioso, olhou para o cavaleiro de vestes negras ao lado de seu cavalo. Este último encarava ambas as garotas com desinteresse, até que seu olhar parou em mim. Ele demorou um bom tempo observando cada traço, roupa e o livro em minhas mãos. Então, percebi o leve repuxar em seus lábios. O de cabelo loiro sorriu calmamente e disse com uma expressão suave: ─ Sra. Vernon e a Sra. Valbot, eu peço que voltem à aldeia para sua segurança, certo? ─ indagou sorrindo. Assentimos juntas e começamos a andar até a aldeia, acompanhadas pelos cavaleiros montados em seus cavalos. O vento passava numa brisa relaxante, mas agora parecia perigoso, estava mais forte, como se algo estivesse vindo em nossa direção. Notei que os cavaleiros estavam sérios e em modo defensivo. Puxei minha amiga para mais perto e observei ao nosso redor, parando o olhar na floresta e vendo à distância algo grande e coberto por um tipo diferente de pelos castanhos no mato alto. Seja o que for, estava apenas observando, talvez algum animal curioso ou não. Porém, não demorou muito para que aquela coisa se mostrasse para mim: um lobo com um chifre de unicórnio. Esse ser é perigoso em alguns lugares. Num canto, vi que ele tinha três filhotes. Comecei a rezar para que eles não vissem aquela mãe e seus filhotes, senão todos seriam mortos. Notei que o cavaleiro negro me observava, parecia procurar algo em minha expressão facial. Ainda bem que sei fingir expressões, o que é normal na minha família. Ele se aproximou mais de mim, e consegui sentir o sopro do cavalo na minha nuca. Não olhei na direção do lobo e seus filhotes para não condená-los à morte certa. Passaram-se alguns minutos e chegamos sem problemas à aldeia. Passamos pelo arco da fachada "Aldeia da Colheita", e fomos até a igreja local. Lá, entramos e pedimos as bênçãos ao padre e a Deus. ﹍ Mesmo eu ainda sentindo o olhar do homem em mim o tempo todo, vejo meu pai e meus irmãos e ando até eles. ─ Bom dia, pai ─ indago ao chegar mais perto. ─ Ah, ainda bem que está viva ─ ele suspira, mais calmo. ─ Por que não veio à igreja? ─ pergunta sério. Assim que abro a boca para falar, ouço uma voz mais grave e grossa atrás de mim e vejo o cavaleiro do cavalo negro. ─ Senhor, deve ter havido algum mal-entendido, já que ela é a outra moça ali e não sabiam disso. Quero uma boa explicação sobre isso ─ avisa sério, parando do meu lado e olhando meu pai e meus irmãos. Pela expressão facial deles, algo muito sério está acontecendo. Fico quieta quando meu pai olha para o homem com medo e olha para meus irmãos, sério. ─ Eu disse para um de vocês avisarem ela, não disse? ─ pergunta sério, e meus irmãos sorriem, culpados. ─ Desculpe, pai. Quando fui avisar, me distraí por um momento, e ela já tinha saído quando lembrei ─ avisa calmamente meu irmão gêmeo, me olhando sério. O homem ao meu lado encarou meu irmão e disse com certa arrogância: ─ Então, por que não avisou a mim e à minha equipe sobre ela? ─ pergunta sério e parece levantar a sobrancelha. Meu irmão perde o olhar sério de mim e sorri estranho. ─ Por mim, ela podia estar morta que eu não ia me importar ─ fala sério e me encara. Todos que ouviram isso olham para mim, e para a surpresa de todos, estou neutra e dou de ombro. ─ Não é novidade para mim, irmão ─ aviso calmamente, olhando para ele. ─ Mas mandar a minha amiga para a morte comigo é novidade, posso perguntar o motivo? ─ pergunto com a voz levemente suave, o que o faz arrepiar. Ele me encarava mortalmente enquanto dava passos até mim, mas para ao ver que meu olhar não iria demonstrar medo. ─ Bruxa, sua aberração ─ reclama sério, e eu levanto uma sobrancelha. Todos negaram o ato do meu irmão em me acusar de bruxaria, porém tenho algo que ele quer. Deixo um riso baixo sair dos meus lábios e nego, olhando para ele. Meu pai repara e perde a cor na mesma hora. Todos encararam esperando o que iria acontecer. Ser acusado de bruxaria dentro da igreja era sério, e eu poderia ser expulsa por não explicar a situação, mesmo todos sabendo por que fui chamada assim, porém ele esqueceu disso. ─ Eu sou a bruxa? Estranho, irmão, nós dois nascemos do mesmo ventre, por que serei a única bruxa? ─ indago sem avançar, e ele fecha a cara. Eu abro um pequeno sorriso e levanto a manga do vestido mostrando o símbolo que não permite que eu controle magia sem permissão do rei ou do padre. Todos sorriram com o símbolo, e meu irmão me olhou sem entender onde eu queria chegar, mas meu pai sim, já que tinha o olhar baixo. ─ Então, irmão, cadê o seu símbolo ou você vai fingir que não tem poderes? ─ brinco com o tom de voz, e ele me olha sério. ─ Homens não podem ser bruxos ─ avisa sorrindo, mas o sorriso morre ao ouvir meu riso ríspido. O homem ao meu lado me olhou de cima a baixo, e os amigos assistiram surpresos também. Estranho, mas não digo nada. Meu foco não é eles. ─ Mas podem ser magos ou feiticeiros ─ aviso com a cabeça levantada, e ele nega rindo. ─ Eu não nasci igual a você ou a mamãe ─ avisa irritado. Porém, faço cara de sonsa e levo o dedo à boca e olho para o padre e pergunto: ─ Senhor, posso, como foi ordenado? ─ pergunto, e ele assente, me olhando. Todos ficam confusos, e eu olho meu irmão que me encara sério. Vejo a boca dele se mexer num “Não se atreva” e eu coloco a mão na boca, escondendo o sorriso sarcástico. ─ Signum obedientiae et poenae invoco, sive veneficus sive veneficus sit, nota remanebit in pelle eius usque in diem quam mortuus est ─ começo a falar em latim, e ele fica pálido sem entender as palavras que eu falo. Ao terminar, ele cai no chão gritando de dor e a mesma marca que tenho no pulso aparece no dele, avermelhada, e eu sorrio docemente e aviso: ─ Seja bem-vindo à marca da obediência e punição, irmão ─ sorrio. Porém, era só uma fachada para o que eu queria dizer. Eu o ajudo a se sentar, o abraçando logo em seguida, para dizer baixo: ─ O seu erro foi nunca ter temido a mim, irmão, e ter colocado uma maldição nas minhas amigas ─ sussurro com um sorriso doce e me levanto. O padre sorri e diz, com surpresa e seriedade: ─ Bem que você disse que magia demora a se manifestar, a sua manifestou mais rápido por ser garota, a dele demorou ─ indaga surpreso, e eu sorrio docemente. Minha amiga levantou a sobrancelha, negando com a cabeça para isso. Depois de algumas horas, fomos liberados, mas sou chamada pelo padre, junto da minha amiga e minha família. Entramos de volta e reparo que os cavaleiros ainda estão aqui, e puxo a Mara para o meu lado. E ela olha na direção em que eles estão. O padre aparece, e os mesmos andam até nós, parando cada um ao lado do outro. ─ Bom, tenho que avisar que estou surpreso pela carta que recebi há alguns dias atrás e mais surpreso ainda por essas notícias ─ indaga, suspira e olha para mim e a Mara. Meu pai me olha, perdido, querendo uma explicação, mas eu já sei e nego rindo. ─ Me diz que o rei não decidiu que irão caçar aquela raposa ─ meu tom de voz saiu mortal. Todos repararam isso e engoliram em seco. O padre suspirou. ─ Não, Susan ─ indaga, e eu relaxo um pouco. ─ Na verdade, a notícia que eu trago pode ser mais problemática do que eu acho que vai ser ─ explica ainda me olhando. Levanto a sobrancelha, e ele empalideceu ao ler a carta para si mesmo. ─ Bom, parece que você e sua amiga foram chamadas pelo rei, a ir até a capital real amanhã ─ avisa, e eu fico séria. ─ Motivo? ─ solto um rosnado baixo. A cor de todos na sala sumiu ao ouvir o mesmo, então o padre não perdeu tempo para explicar o conteúdo da carta. ─ Calma, o rei está chamando sua amiga porque a princesa está com saudades, e você sobre... a Floresta Proibida ─ a voz dele sumiu na última parte, e eu soube naquele exato momento o que queriam de mim lá. ─ O guardião acordou ─ murmuro, e ele assente, mais pálido do que o costume. ─ E todos os pecadores também ─ avisa, me olhando. Eu puxo meu cabelo e estalo meus dedos, sumindo de lá, apareço no meu quarto e sento no chão vendo a lua brilhar. Sinto minhas lágrimas escorrerem aos poucos, Crystal estava morrendo, e a floresta estava a ser avisada. Estava sendo chamada para examiná-la pelo reino.Susan passou a noite em claro, com os olhos brilhando pelas lágrimas que marcavam o rosto angelical, enquanto as olheiras evidenciaram a falta de sono. Ela se levantou da cama já com tudo preparado para a viagem à capital real, mesmo estando sonolenta e com a mente lenta demais para acompanhar os próprios pensamentos e sentimentos. Ao sair do quarto, deparou-se com o pai, que estava cabisbaixo e silencioso. Ao vê-la, seu semblante de surpresa e choque ao notar o rosto e o cabelo bagunçados a fez engolir em seco. ─ Filha... - ele murmurou, engasgando de preocupação. Ela lhe ofereceu um sorriso doce e tranquilo, acenando um leve adeus enquanto se movia até a porta. Ao chegar na igreja, sua presença chamou a atenção dos cavaleiros, da amiga e do padre. Alguns ficaram em choque ao verem seu rosto e suspiraram surpresos ao notarem o sorriso doce e despreocupado, apesar da evidente exaustão. ─ Você deveria descansar, Susan - aconselhou o padre, preocupado. Ela soltou um
Ela ficou em silêncio por um tempo, até que uma garota ruiva apareceu com sua amiga. A ruiva se curvou e, com um sorriso, disse: — Olá, princesa. É bom revelá-la — indagou com um tom enigmático. A outra garota, visivelmente incomodada com a presença da ruiva, soltou um murmúrio de desgosto, mas logo levou um leve peteleco de sua companheira. — Susan Vernon, sua presença aqui certamente vai tornar as coisas mais interessantes — disse uma voz familiar, carregada de ironia. Susan, surpreendida, quase caiu para trás ao ver a garota diante dela. Só não se desequilibrou completamente porque o cavaleiro ao seu lado a segurou a tempo. — Imperatriz... — sussurrou ela, incrédula. A imperatriz sorriu brevemente, mas logo seu sorriso desapareceu, dando lugar a uma expressão pálida, quase aterrorizada, ao fixar os olhos no rapaz ao lado de Susan. Ela tentou disfarçar o nervosismo, mas não conseguiu evitar olhar por cima do ombro, onde o rapaz estava. Sua figura parecia distorcida, co
Susan e Mara agora estavam diante de um desafio mais perigoso do que imaginavam. A criatura, feita de pura escuridão, era um guardião, protetor de segredos antigos, e atacá-la de frente seria fatal. Susan sabia que precisavam provar que eram dignas de descobrir o que a floresta escondia, e a solução não estava em força, mas em sabedoria. Lembrando-se de um antigo feitiço de comunicação, Susan começou a recitar palavras em uma língua há muito esquecida. A entidade hesitou por um momento, sua forma oscilando como sombras ao vento. O tom gutural de sua voz retornou: — Por que deveriam vocês, seres de carne e osso, ter acesso aos segredos que protejo? Apenas os corajosos de espírito podem avançar. Mara, aflita, perguntou em um sussurro: — O que fazemos agora? Susan manteve a calma. A floresta reagia a magia antiga, e elas precisavam se conectar a esse poder. Sabendo disso, Susan recitou um verso sobre coragem e verdade. A escuridão ao redor pareceu absorver suas palavras, enquanto a
Susan e Mara seguiram em silêncio, a escuridão da floresta densa envolvendo-as como um manto. As palavras do espírito da floresta ainda ecoavam em suas mentes, pesando sobre cada passo que davam. A atmosfera ao redor tornava-se cada vez mais opressiva, como se a própria floresta soubesse que o fim estava próximo. Elas não apenas carregavam o fardo de salvar uma vida, mas também o peso de desfazer um pacto antigo, manchado por traição.— Temos que achar o local do juramento — disse Susan, quebrando o silêncio. — Foi ali que tudo começou e é ali que podemos acabar com isso.Mara hesitou. O medo e a incerteza visíveis em seu olhar a deixavam vulnerável, mas Susan percebeu que, apesar disso, sua amiga continuaria. Elas não tinham outra escolha.Enquanto avançavam, o terreno tornou-se acidentado, como se a floresta estivesse tentando impedi-las de chegar ao seu destino. O ar ficou denso, cheio de uma névoa estranha que dançava em torno delas, quase viva. De repente, o vento trouxe sussurro
Mara ainda estava ajoelhada na clareira, seus soluços ecoando na vastidão da floresta que agora parecia adormecer ao redor dela. A sensação de perda era avassaladora, e o vazio deixado pela partida de Susan pesava em seu peito como um ferimento aberto. Por um momento, ela ficou ali, sem saber o que fazer. A clareira antes sombria agora estava iluminada por um brilho pálido e suave, como se a floresta finalmente estivesse em paz, mas o preço era alto demais. Ela sentiu uma brisa leve passar por seus cabelos, trazendo consigo um sussurro familiar. Era a voz de Susan, suave e distante, como se viesse de um lugar entre os mundos. — Você precisa continuar, Mara. O reino ainda precisa de você. Levantando-se com dificuldade, Mara enxugou as lágrimas e olhou para a clareira, onde agora apenas uma marca cintilante na pedra negra lembrava do sacrifício de sua amiga. Ela sabia que a missão ainda não havia acabado. O pacto estava desfeito, mas a maldição não desapareceria tão facilmente. O esp
Mara, agora aclamada como a heroína do vilarejo, passou os dias seguintes coordenando a reconstrução das casas e cuidando dos feridos. Apesar da dor pela perda de Susan, ela se manteve firme, utilizando a memória de sua amiga como combustível para seguir adiante. A presença dela parecia estar em cada ato de bondade, em cada sorriso que ela via nos rostos daqueles que ela ajudava. Uma noite, enquanto descansava em sua pequena tenda nos limites do vilarejo, Mara sentiu uma inquietação no ar. O vento carregava consigo um sussurro familiar, como se as folhas das árvores estivessem cantando. Ela se levantou, seguindo o som até a borda da floresta, onde a luz da lua iluminava o caminho. Era como se a floresta a estivesse chamando. Ao se aproximar das primeiras árvores, a névoa reapareceu, mas, desta vez, era mais sutil, menos ameaçadora. Ela fechou os olhos e escutou o que parecia ser a voz de Susan, distante, mas clara. — Não tenha medo, Mara. O caminho ainda não terminou. A voz er
Depois de descansarem no templo purificado, o grupo se preparou para seguir em frente. As sombras pareciam mais leves e a floresta, menos opressiva. Mas todos sabiam que, com cada fragmento destruído, os desafios se tornariam mais complexos. A própria essência da maldição tentaria impedi-los de alcançar o sucesso final. Elara, estudando o mapa antigo que trouxera, mapeou o próximo destino: as Ruínas de Norr, uma cidade antiga e esquecida, agora um ponto de concentração da energia sombria. Era ali que, segundo os textos, o próximo fragmento estava escondido. As ruínas estavam localizadas ao norte, além de um desfiladeiro que cortava a terra como uma cicatriz. — As Ruínas de Norr são um lugar de memória e perda — explicou Elara, enquanto o grupo se preparava. — Dizem que antes da maldição, era uma cidade próspera, mas as traições que ocorreram ali a tornaram um túmulo para almas inquietas. Precisamos estar prontos para enfrentar essas memórias. O grupo partiu, caminhando por trilh
A manhã trouxe com ela uma neblina espessa e um frio cortante que se espalhava pelo vilarejo. Mara se preparava para partir em sua nova jornada, acompanhada por um grupo de quatro pessoas que haviam se voluntariado para ajudá-la. Havia Rael, o caçador, cuja habilidade com o arco era conhecida por todos; Lena, uma curandeira jovem e promissora; Dorin, um ferreiro de coração nobre; e Elara, uma estudiosa das antigas magias, cujos conhecimentos seriam cruciais para decifrar as pistas que encontrariam. O grupo se reuniu na clareira central, com as expressões carregadas de determinação e incerteza. Mara olhou para eles com gratidão e força. Sabia que não poderia enfrentar essa jornada sozinha, e ver que tantos estavam dispostos a lutar ao seu lado renovava sua coragem. — Obrigada por estarem aqui — disse Mara. — Esta jornada será perigosa, e as sombras que enfrentaremos não são apenas criaturas da floresta. As marcas da maldição ainda estão enraizadas no coração do reino, e só unidos s