Mark Fletcher
-Como assim você não vai poder ir?
- Surgiram alguns imprevistos, compromissos inadiáveis na empresa, e eu não poderei discursar hoje. Então preciso que você vá.
- Mas eu não costumo fazer isso. Ficamos combinados que eu faria presença nos eventos, e você faria os discursos nos lugares em que nossa empresa faz colaborações.
- Eu sei, mas eu não posso adiar esse compromisso de hoje, e você está disponível.
- Droga Daniel, eu detesto essas coisas.
- Eu sei disso também, mas você vai se sair bem. Confio em você. - ele põe a mão no meu ombro me encorajando.
- Quando eu tenho que ir? - suspiro pesaroso.
- Agora!
- Agora? - o encaro absorto.
- Sim! O helicóptero já está pronto à espera. Você só precisa ir até o heliporto da empresa. Aqui está a pasta com tudo o que você precisa para poder fazer a apresentação.
- Tá. - pego a pasta da mão dele com desgosto. - Você vai ficar me devendo uma.
- Ficarei feliz em lhe pagar depois.
- E vai sair bem caro. - falo já saindo da minha sala.
Com duas horas de vôo, até que deu para tirar um cochilo durante o percurso, o que foi bom, pois minhas noites, têm sido péssimas, e meu sono bem irregular.
Depois de sair do helicóptero, sou recebido por um homem de meia idade todo sorridente.
- Bom dia, Sr Fletcher! É um prazer recebe-lo aqui. - estende a mão para me cumprimentar.
- Bom dia! É sempre uma honra para a FTC Company, participar desses eventos. - o comprimento com um sorriso.
Acho que essa "distração", até que está fazendo bem pra mim, já que não me sinto tão perdido agora.
- Sabemos que seu tempo é muito curto, então o auditório já está pronto, só aguardando a sua chegada.
- Obrigado Sr...
- Jones! - ele completa.
Eficiência, isso sim me deixa muito confortável. Principalmente saber que não precisarei ficar de mimimi, com um monte de gente, para chegar ao objetivo final. E o fato dele saber que meu tempo é curto, melhora ainda mais, assim poderei fazer isso, e depois dar logo o fora daqui.
Quando chego aos bastidores do auditório, uma moça me entrega uma folha, com uma lista de nomes que terei que chamar hoje.
Essas cerimônias, são muito comuns nessas faculdades, e como nossa empresa costuma fazer doações para as áreas de ciências delas, então as vezes Daniel precisa ir a esses eventos, e parabenizar alguns estudantes que se destacam em vários cursos diferentes. Dando assim, mais impulso para que eles se mantenham focados em seus estudos.
É basicamente, chamar alguns nomes, entregar um certificado de desempenho, apertar algumas mãos, e depois ir embora. Acho que o Dan, fica com a parte mais fácil, porque difícil mesmo, é encarar aquela gente chata nos jantares beneficentes. Acho que já sei como cobra-lo por esse favor de hoje.
- ... O Sr Mark Fletcher! - sou anunciado pela oradora de turma, após um breve discurso.
Agora sim, vamos finalizar logo isso.
- ... James Markle e Logan Tompson, pelo avanço na área da robótica. - anuncio os alunos, eles se aproximam e lhes entrego um certificado. - Meus parabéns. - os comprimento, e tiramos uma foto.
- Obrigado, Sr Fletcher! - eles agradecem uníssono.
- O próximo, é kaden Johnson, por inovação na área das artes. - o processo se repete, o parabenizo, ele me agradece, tiramos a foto, e sigo para o próximo.
- A próxima, é... - meu coração gela, e meus olhos ficam presos àquela folha em cima do púlpito. - Alison Pines...- minha voz chega a falhar ao pronunciar seu nome, e institivamente, meu rosto se vira com urgência para vê-la.
Quando a vejo se aproximando, meu coração parece querer sair do peito. Ela usa um de seus vestidos, que ficam perfeitos nela, e seus longos cabelos cor de mel, têm um movimento encantador, e ela parece flutuar enquanto anda. E aquele sorriso, minha nossa, me faz desejar ainda mais que o tempo parasse, só para eu poder admirar cada traço dele. Ela é perfeita! Simplesmente perfeita pra mim.
- ...- pigarreio - Alison Pines, pela autoria dos discursos sobre saúde e meio ambiente do curso de letras.
Ao me aproximar dela para entregar seu certificado, sinto minhas mãos suarem, e meu corpo tremer.
- Parabéns Alison!
- Obrigada, Sr Fletcher. - quando ela pega na minha mão para me cumprimentar, sinto a maciez da sua pele na minha, e meu corpo todo arrepiar, engulo seco, e me atrevo a fechar os olhos por alguns segundos, aproveitando o máximo que posso desse contato com ela. Mas meus olhos não querem se fechar, eles querem continuar olhando para ela, apreciando a beleza dela, e principalmente, a presença dela.
Para minha surpresa, os olhos dela se mantém nos meus, e a profundeza deles, parece me puxar ainda mais para ela, como se fosse um ímã, tragando ainda mais, tudo o que há em mim. E como se o resto do mundo não existisse, somos só eu e ela ali, envolvidos por completo, no olhar um do outro.
Daniel tinha razão, eu preciso fazer o que for possível pra tê-la comigo, mesmo que isso me torne um miserável.
Depois da entrega de todos os certificados, e de um discurso curto, redigido pelo Dan, eu me sinto afoito por ver o rosto dela mais um pouco.
- Muito obrigado, Sr Fletcher! Foi uma honra tê-lo aqui conosco.
Eu cumprimento o Sr Jones, e lanço um sorriso.
- Seria uma grande alegria para nós, se o Sr pudesse ficar mais um pouco, e participar...
- Eu posso! - o interrompo me sentindo acelerado demais nas palavras. - Quer dizer, eu poderia sim, ficar mais um pouco. - o Sr Jones exibe um sorriso largo.
- Que ótimo! Os estudantes que receberam o certificado, farão um brunch, e tenho certeza que eles ficariam muito felizes com sua participação.
- Todos os alunos? Todos que estão naquela lista? - pergunto aflito.
- Sim! Hoje as aulas foram suspensas... -ele começa a explicar.
Ótimo, eu poderei vê-la de novo, e quem sabe, trocar algumas palavras com ela. Mas só de saber que poderei, mesmo que de longe, estar olhando para ela, meu humor se torna outro.
- Tudo bem, então vamos lá, agraciar um pouco mais esses prodígios.
- Ok! Venha comigo Sr Fletcher. - ele estende a mão me indicando o caminho.
Ao chegar a sala, meus olhos percorrem todos os rostos, à procura de apenas um. E quando o encontro, minha satisfação é notória.
Todo os olhos me observam, inclusive os dela, mas parece que não estão mais tão conectados aos meus como antes. E eu me sinto inquieto.
Após algumas conversas, inclusive com alguns pais que estavam presentes na cerimônia, eu começo a pensar que não terei uma chance de poder me aproximar dela, até avista-la sozinha na mesa do brunch. Vejo aí uma oportunidade de poder me aproximar.
- Com licença. - digo educadamente saindo de uma das conversas.
Ao me aproximar dela, ela não percebe minha chegada, o que me dá a chance de poder observar seus cabelos. Ahh como eu queria poder sentir o cheiro deles agora, e inalar a fragrância de simplicidade que eles contém.
- Oi Alison. - ela se vira pra mim, e seus olhos encaram os meus antes de observar toda a sala.
- Sr Fletcher! - ela da um sorriso tímido.
- Sr Fletcher? Porque a formalidade? - pergunto confuso.
- Bom, aqui eu sou uma estudante, e o Sr...
- Eu detesto quando você me chama assim.
- Devemos nos tratar informalmente?
- Sim! Seria ótimo. - digo sorridente.
- Tá bom. Então...porque está aqui? Ainda está me vigiando?
- Não!
- Por que até onde eu sei, era para ser o Sr Daniel Thompson entregando aqueles certificados, mas não me surpreendeu quando seu nome foi anunciado.
- Não, Alison, eu não estou te vigiando. Desde que você foi embora...- engulo seco.- Eu me desfiz de todas aquelas coisas, e do programa que tinha no notebook que acessava suas mensagens de celular. Eu juro que não ultrapassei mais essa linha.
Ela me olha desconfiada, e depois volta a olhar pela sala.
- Então por que você veio?
- Bom, o Daniel teve alguns imprevistos, e ...
Quando paro para pensar sobre isso, noto que, o Dan sabia exatamente onde seria essa cerimônia, e ele não me avisou previamente que seria aqui, então posso concluir que ele me mandou aqui, porque sabia que eu a veria.
- ...ah Daniel...
- O quê? - ela me olha confusa.
- Nada! Ele não pôde vir, e só me avisou em cima da hora. - respiro fundo e abro um sorriso. - E eu estou feliz de ter vindo.
- Oh, que bom. Deve fazer muito bem pro seu ego ter tanta gente te bajulando. - o seu tom de voz parece áspero, e ela desconfortável.
- Não. Estou feliz por poder ver você.
Seus olhos castanhos encontram os meus, e a surpresa neles, é evidente, e o leve rubor de suas bochechas, me deixa encantado. Nossa, como senti falta de apenas apreciar isso, de poder sentir meu coração bater mais forte estando perto dela.
- Eu... preciso ir. - eu a seguro pelo braço.
- Será que podemos conversar?
- Nós já conversamos, acabamos de fazer isso.
- Não. Quero dizer em outro lugar, em um outro momento.
- Tipo em um quarto de hotel? Ou na sua casa com as paredes cobertas de fotos da sua loucura?
Nossa, essas palavras me acertaram dolorosamente. E era exatamente isso que eu queria evitar. Mas vale a pena, nem que seja por apenas uma tentativa.
- Por favor, Alison! Apenas uma conversa, é só o que eu te peço.
Agora entendi bem, o que Daniel quis dizer com "implorar" "se arrastar aos pés dela", e por incrível que pareça, eu não me sinto inferior, ou rebaixado por isso, me sinto corajoso. Precisa ter coragem para pedir perdão a alguém.
Seus olhos parecem passíveis, e condescendente.
- Tudo bem. Apenas uma conversa. E eu escolho o lugar. Te mando mensagem com o endereço depois.
- Você ainda tem meu número? - fiquei surpreso, e feliz em saber disso.
- Até mais, Sr Fletcher. - ela segue em direção a outros colegas.
Ela ainda tem meu número, e isso me deixa feliz demais. Não sei porque, já que isso não quer dizer nada. Mas já significa que ela não me excluiu totalmente da vida dela. Ainda há uma chance de conseguir reverter tudo isso.
Eu fico lá, parado, sorrindo feito um bobo, como se realmente tivesse acontecido uma maravilha na minha vida. Apesar disso já ser motivo suficiente para me alegrar bastante.
Eu me tornei, convictamente, um miserável, e qualquer migalha que ela me serve, me faz um homem feliz. Espero não ser derrotado bruscamente, porque se depender do que eu senti, com essa migalha, logo terei uma mesa farta.
Mark FletcherDepois de toda a esperança que floresceu dentro de mim, não pude simplesmente voltar para o trabalho, e deixar Alison aqui, sem me resolver primeiramente com ela, então depois de falar com ela, liguei no escritório, pedi pra minha secretária reservar um quarto para mim em um hotel da cidade, pedi que informasse ao John, para que me trouxesse algumas mudas de roupas, e o meu carro. Assim como pedi para que cancelasse meus compromisso de hoje, pois não voltarei para a cidade este fim de semana. Preciso estar aqui, pronto e disponível pra poder resolver essas questões com ela.Já passa das 16h, e até agora, Alison não retomou contato comigo. Estou começando a ficar impaciente, e isso não é bom. Ficar andando para um lado e outro desse quarto, vai acabar me deixando paranóico. Mas eu não posso fazer nada, a não ser, esperar. O que custa muito
No pequeno corredor que leva da porta até a sala, ouço algumas vozes agitadas. Adentro o apartamento, e vejo Jane com outras 3 colegas, jogando uno na mesinha de centro da sala.- Alison! Você chegou. Quer jogar com a gente...- ela percebe o Mark vindo logo atrás de mim. - Oh.- Boa noite, meninas. - digo acanhada.- Boa noite. - elas respondem em uníssono.Dada a quantidade de garrafas espalhas entre a mesa e chão, elas já estão aqui, a algum tempo.- Boa noite. - Mark as cumprimenta.- Nossa! Que voz sexy você tem. - uma das meninas diz em meio a um sorriso.- Ei, você não é aquele cara que entregou os certificados na cerimônia de hoje na faculdade? - uma outra garota, mais rechonchuda pergunta apontando para Mark e semiserrando os olhos. - Você fica bem mais bonito naquele terno. - ri largamente.Aff, essa
Mark FletcherJá faz um mês que eu e a Alison estamos juntos, e no último fim de semana eu não pude vê-la, precisei viajar a trabalho, e agora ainda tenho um evento beneficente pra ir esse fim de semana. Confesso que me sinto angustiado de ter que ficar mais um fim de semana sem a minha Alison.- Daniel, eu preciso que você vá a esse evento por mim, não tenho paciência para enfrentar isso. Sem falar que já tenho outro compromisso.- Eu sinto muito, Mark, mas não poderei te substituir. Estou há semanas, devendo essa viagem para a minha esposa. E como tenho trabalhado todos os sábados, inclusive nos domingos, agora não posso deixar essa oportunidade escapar. - ele se explica.- Caramba! O que vou fazer agora? Eu tinha que viajar pra ver a Alison.- Por que você não a leva no evento? Aposto que ela adoraria ir.<
Mark FletcherO caminho até o evento, pareceu ser mais longo do que eu imaginei. Como se não bastasse ter a Alison vestida daquele jeito ao meu lado, a safada ainda me provocou o tempo todo, alisando seus dedos por minha coxa, e como não dava pra ficar aos beijos por causa do seu batom que, por sinal deixava sua boca totalmente irresistível, ela insistia em mordiscar o meu lábio. Foi um caminho torturante.Mas quando estavamos próximos a chegar, tive que encará-la, e ser franco com ela. Haveria muitos jornalistas e paparazzos, então a foto dela estaria circulando nas mídias amanhã. Mas ela pareceu não se importar muito com isso dessa vez, o que me fez relaxar um pouco. Confesso que estav
Alison PinesDepois que Mark assumiu nosso relacionamento, pensei que minha vida viraria um inferno, porém, depois de uma semana, eu já não tinha mais nenhum jornalista, ou paparazzo na minha cola. E apesar de ainda ter sido incomodada, nada se comparou a época das especulações. Acho que uma fofoca vende bem mais, do que uma declaração oficial de um dos envolvidos nas especulações.Agora, completando três meses de namoro, creio que as colunas de fofocas, voltarão a ficar bem interessantes.
Mark Fletcher Ao chegar até o portão, vejo que o carro já está muito longe para que eu possa alcança-lo. Volto uma pequena parte do caminho até a casa, e logo corro por entre as árvores.A ansiedade que percorre meu corpo, faz minhas pernas me moverem em um ritmo desenfreado, e apesar da escuridão em torno de todas aquelas árvore, nada conseguirá me parar até eu conseguir chegar na estrada, e alcançar aquele carro.Quando minha visão se adapta aos pequenos pontos iluminados pela lua, me sinto a
Daniel ThompsonAcordo com o celular tocando, mas estranho o fato de ainda estar escuro.Quando pego meu celular, vejo o número do Mark na tela.- Alô? - pergunto ainda sonolento.A voz dele está claramente desesperada, e ele fala numa rapidez, que fica difícil a compreensão.- Calma, Mark. Fala mais devagar que eu não consigo acompanhar nada do que está dizendo. Eu acabei de acordar, então seja paciente. - brinco. Daniel ThompsonAo acordar pela manhã, percebi que o Mark já não estava mais em casa, e quando liguei no hospital, fui informado que ele já estava por lá. Eu decidi não falar com ele, e deixar que ele ficasse por lá hoje. Tenho total ciência, de que foi bem difícil pra ele, passar a noite longe dela, então resolvi não incomoda-lo.Na segunda semana que a Alison permanecia no hospital, o quadro dela não mudou muito. A diferença mesmo foi na retirada dos pontos da cirurgia que ela havia feito.Como não houve mudanças no quandro dela, então tentei convencer o Mark, a pelo menos dormir em casa. E consegui. Eu tentava cuidar dEsperanças