Mark Fletcher
Passei as últimas duas semanas, tentando provar a mim mesmo, que não estava apaixonado pela Alison. Consegui não procurá-la, mas não pensar nela, foi algo impossível. Achei que se ficasse longe, e evitasse não pensar nela, chegaria a conclusão de que tudo não passava de algo físico, que era apenas uma atração intensa, e que não vê-la, ou pensar nela, isso me daria a resposta. Mas a única reposta que tive, foi a de que preciso mais dela, do que eu imaginava.
A falta que sinto agora, não é do seu corpo nú, totalmente entregue a mim. Sinto falta mesmo, é de pelo menos vê-la, poder tocar seu rosto enquanto dorme, de seu olhar doce e inocente, de como ela sorri, de como seu rosto fica gracioso quando ruboriza, e principalmente, em como me sinto feliz quando estou com ela.
Agora faz todo sentido pra mim, o porquê eu me senti tão agoniado e, de certa forma, triste quando ela partiu da minha casa. Eu tive medo de perdê-la. Mas a conclusão é óbvia, ela nunca fôra realmente minha, e agora sei o quanto eu precisava que fosse, e apenas o temer, já era algo fatídico e lógico, eu apenas não quis admitir para mim mesmo, o sentimento que eu tinha.
Eu perdi qualquer chance, que um dia poderia ter, de estar com ela do jeito certo, apenas por ser tolo. E agora não sei o que fazer, com a sensação esmagadora que sinto no peito.
- Você deveria procurá-la.
- O quê? - sou tirado dos meus devaneios por Daniel.
- Eu sei que você está pensando nela, e tem pensado constantemente.
- Eu...eu só estava... - encaro minha mão em cima da mesa.
- Você está se martirizando demais. Vocês nem sequer conversam depois daquilo, e você age como se fosse um ponto final para tudo.
- Você não viu como ela me olhou Dan, não tem ideia de o quanto aquele olhar dela deixava claro, que me repudiava.
- Ela pode até ter repudiado a sua atitude, mas não significa que não haja uma maneira de resolver.
- E o que eu deveria fazer, rastejar atrás dela? Implorar que me perdoe?
- Sim! - ele me encara sério - Porquê é isso que seu sentimento quer que você faça. E se você não fizer o mínimo de esforço, nunca saberá se teria uma chance ficar com ela.
- Você só pode estar brincando. Não é? - o olho incrédulo - Eu nunca fiz isso por uma mulher na minha vida...
- Mas também nunca esteve apaixonado... Não é?
Ele está certo nesse ponto, mas correr atrás de alguém, e "implorar" por uma chance, parece coisa de filmes e novelas, coisa pra adolescente. Não me vejo praticando isso na vida.
- O quanto você a quer? O quanto você acha que vale a pena? Se sua resposta para isso, não for, correr até lá, e "rastejar" aos pés dela, seu sentimento por ela, não é algo que deveria fazer você se sentir tão mal. Por que aí sim, você está perdendo seu tempo.
- Eu sinto muito a falta dela, e gostaria de poder tê-la comigo.
- Ótimo! Então você já sabe o que fazer para tentar mudar isso. - ele se levanta e sai, me deixando sozinho.
Novamente, meus pensamentos são tomados pela Alison, e as palavras que Daniel acabou de me dizer. Será que eu deveria mesmo procurá-la e tentar conversar? E o que eu diria a ela? Que sinto a falta dela? Que preciso dela ao meu lado? Expor claramente o que sinto, e correr o risco dela rir da minha cara, me chamar de psicopata tarado, e ainda me pedir para ficar bem longe dela, outra vez? Parece doloroso demais para conseguir suportar.
- O jantar está servido Sr. - Penny me informa.
- Obrigado, Penny!
Eu nunca imaginei, que passaria parte das minhas noites, encarando o fogo na lareira. Há tantas formas de ser consumido, e enquanto o fogo consome a lenha, o medo de uma possível rejeição, consome meu peito, e a Alison, consome meus pensamentos.
Vou para a sala de jantar, e mais uma vez, ela está lá, sentada ao meu lado, usando aquele vestido vermelho, que fez meu corpo ferver intensamente. Mas agora, aquele vestido vermelho, não me traz mais a mesma sensação, a falta agora, é de poder ver seu rosto, e ter sua companhia.
- Ahhh - apoio os cotovelos na mesa, e as duas mãos ao rosto. - Eu vou acabar ficando louco. - concluo solitário.
Depois do jantar, subo as escadas, e sigo pelo corredor, acho que tentar dormir, deve ser melhor do que ficar encarando as paredes e deixando meus pensamentos ainda mais nebulosos com tantas questões. Mas ao passar em frente a porta do quarto em que a Alison ficou, sou tomado por uma vontade imensa de entrar.
Quando abro a porta, o cheiro do perfume dela ainda está lá. Desde que ela foi embora, eu ordenei que esse quarto ficasse fechado, e que não fosse tocado em nada nele, para que permanecesse do jeito que ela deixou.
Sentir o cheiro dela, faz meu coração acelerar, e um sorriso tímido brotar no meu rosto. O pingo de felicidade que sinto ao entrar aqui, é o que tem me feito manter a sanidade nessas últimas semanas.
Caminho até a cama, e passo levemente a mão pelo travesseiro que ela usou, e parece que meu peito se aperta ainda mais. Resolvo sair daquele quarto, e seguir com o planejado: tentar dormir.
Mark Fletcher-Como assim você não vai poder ir?- Surgiram alguns imprevistos, compromissos inadiáveis na empresa, e eu não poderei discursar hoje. Então preciso que você vá.- Mas eu não costumo fazer isso. Ficamos combinados que eu faria presença nos eventos, e você faria os discursos nos lugares em que nossa empresa faz colaborações.- Eu sei, mas eu não posso adiar esse compromisso de hoje, e você está disponível.- Droga Daniel, eu detesto essas coisas.- Eu sei disso também, mas você vai se sair bem. Confio em você. - ele põe a mão no meu ombro me encorajando.- Quando eu tenho que ir? - suspiro pesaroso.- Agora!- Agora? - o encaro absorto.- Sim! O helicóptero já está pronto à espera. Você só precisa ir até o heliporto da empresa. Aqui está a pasta com tudo
Mark FletcherDepois de toda a esperança que floresceu dentro de mim, não pude simplesmente voltar para o trabalho, e deixar Alison aqui, sem me resolver primeiramente com ela, então depois de falar com ela, liguei no escritório, pedi pra minha secretária reservar um quarto para mim em um hotel da cidade, pedi que informasse ao John, para que me trouxesse algumas mudas de roupas, e o meu carro. Assim como pedi para que cancelasse meus compromisso de hoje, pois não voltarei para a cidade este fim de semana. Preciso estar aqui, pronto e disponível pra poder resolver essas questões com ela.Já passa das 16h, e até agora, Alison não retomou contato comigo. Estou começando a ficar impaciente, e isso não é bom. Ficar andando para um lado e outro desse quarto, vai acabar me deixando paranóico. Mas eu não posso fazer nada, a não ser, esperar. O que custa muito
No pequeno corredor que leva da porta até a sala, ouço algumas vozes agitadas. Adentro o apartamento, e vejo Jane com outras 3 colegas, jogando uno na mesinha de centro da sala.- Alison! Você chegou. Quer jogar com a gente...- ela percebe o Mark vindo logo atrás de mim. - Oh.- Boa noite, meninas. - digo acanhada.- Boa noite. - elas respondem em uníssono.Dada a quantidade de garrafas espalhas entre a mesa e chão, elas já estão aqui, a algum tempo.- Boa noite. - Mark as cumprimenta.- Nossa! Que voz sexy você tem. - uma das meninas diz em meio a um sorriso.- Ei, você não é aquele cara que entregou os certificados na cerimônia de hoje na faculdade? - uma outra garota, mais rechonchuda pergunta apontando para Mark e semiserrando os olhos. - Você fica bem mais bonito naquele terno. - ri largamente.Aff, essa
Mark FletcherJá faz um mês que eu e a Alison estamos juntos, e no último fim de semana eu não pude vê-la, precisei viajar a trabalho, e agora ainda tenho um evento beneficente pra ir esse fim de semana. Confesso que me sinto angustiado de ter que ficar mais um fim de semana sem a minha Alison.- Daniel, eu preciso que você vá a esse evento por mim, não tenho paciência para enfrentar isso. Sem falar que já tenho outro compromisso.- Eu sinto muito, Mark, mas não poderei te substituir. Estou há semanas, devendo essa viagem para a minha esposa. E como tenho trabalhado todos os sábados, inclusive nos domingos, agora não posso deixar essa oportunidade escapar. - ele se explica.- Caramba! O que vou fazer agora? Eu tinha que viajar pra ver a Alison.- Por que você não a leva no evento? Aposto que ela adoraria ir.<
Mark FletcherO caminho até o evento, pareceu ser mais longo do que eu imaginei. Como se não bastasse ter a Alison vestida daquele jeito ao meu lado, a safada ainda me provocou o tempo todo, alisando seus dedos por minha coxa, e como não dava pra ficar aos beijos por causa do seu batom que, por sinal deixava sua boca totalmente irresistível, ela insistia em mordiscar o meu lábio. Foi um caminho torturante.Mas quando estavamos próximos a chegar, tive que encará-la, e ser franco com ela. Haveria muitos jornalistas e paparazzos, então a foto dela estaria circulando nas mídias amanhã. Mas ela pareceu não se importar muito com isso dessa vez, o que me fez relaxar um pouco. Confesso que estav
Alison PinesDepois que Mark assumiu nosso relacionamento, pensei que minha vida viraria um inferno, porém, depois de uma semana, eu já não tinha mais nenhum jornalista, ou paparazzo na minha cola. E apesar de ainda ter sido incomodada, nada se comparou a época das especulações. Acho que uma fofoca vende bem mais, do que uma declaração oficial de um dos envolvidos nas especulações.Agora, completando três meses de namoro, creio que as colunas de fofocas, voltarão a ficar bem interessantes.
Mark Fletcher Ao chegar até o portão, vejo que o carro já está muito longe para que eu possa alcança-lo. Volto uma pequena parte do caminho até a casa, e logo corro por entre as árvores.A ansiedade que percorre meu corpo, faz minhas pernas me moverem em um ritmo desenfreado, e apesar da escuridão em torno de todas aquelas árvore, nada conseguirá me parar até eu conseguir chegar na estrada, e alcançar aquele carro.Quando minha visão se adapta aos pequenos pontos iluminados pela lua, me sinto a
Daniel ThompsonAcordo com o celular tocando, mas estranho o fato de ainda estar escuro.Quando pego meu celular, vejo o número do Mark na tela.- Alô? - pergunto ainda sonolento.A voz dele está claramente desesperada, e ele fala numa rapidez, que fica difícil a compreensão.- Calma, Mark. Fala mais devagar que eu não consigo acompanhar nada do que está dizendo. Eu acabei de acordar, então seja paciente. - brinco.Último capítulo