IndiraAcabamos por ir naquela tarde mesmo a um hospital bem afastado do instituto, pois não queríamos que alguém conhecido nos visse lá, Rabia teve que ficar de fora para que eu pudesse ser atendida em particular pelo médico, levei um bom tempo para que eu tivesse coragem de me abrir pro médico depois dele ter se apercebido que algo não estava bem em mim assim que perguntou os porquês de eu achar que estava tendo infeção no aparelho reprodutor, estava brincando nervosamente com o tecido do meu kurta em minhas mãos com a cabeça abaixada para reunir coragem e dizer a verdade ao médico."Eu sofri um estupro, doutor. Há poucas semanas atrás, e não estou me sentindo bem. Devo estar doente..." Falei de uma vez não conseguindo encarar o homem a minha frente."Oh, querida. Eu sinto muito que isso tenha acontecido..." Ele fez um carinho no meu braço. "Cadê seus pais? Eles vieram com você pra cá?" Ele queria saber dos meus pais? Se eu falasse a ele que meus pais não puderam vir comigo porque e
IndiraEu, na ânsia de esconder de todo mundo que tinha um filho, convenci Rabia a mudarmos de residência para outro bairro onde ninguém nos conhecia logo assim que o bebê nasceu, Rabia se faria passar por mãe dessa criança enquanto eu fingia ser a amiga que estava morando com uma mãe e o seu bebê apenas. Já que os pais da Rabia já não mandavam mais dinheiro pra ela e eu tive que mentir pros meus pais dizendo que já tinha terminado a faculdade e que eles não precisam mais me mandar dinheiro todos os meses (eu precisava fazer eles acreditarem na minha história a todo custo), Rabia e eu tivemos que aceitar diferentes tipos de trabalho naquela cidade pra poder nos sustentar e pagar os remédios caros que Thomas precisava pra sua doença, ele é asmático desde pequeno e os remédios dele naquela cidade não estavam nada baratos, o que nos fazia aceitar qualquer trabalho que aparecia na nossa frente, desde faxina, entregas, atendente, garçonete e até massagista. No início era um pouco estranho
IndiraHoje eu tenho que ir fazer um part time numa casa de massagem que fica do outro lado da cidade de onde eu moro, já que eu estava aceitando qualquer trabalho que me aparecia, obviamente não desperdicei este quando a Sra. Nilima me ligou essa manhã dizendo que tinha trabalho pra mim na sua casa de massagem. Deixei tudo em ordem em casa e peguei o autocarro até ao local onde a casa de massagem ficava, fui ter com a proprietária e depois fui vestir uma roupa mais apropriada para o trabalho, comecei a atender os clientes daquele dia como sempre eu fazia. Mas um cliente em particular me chamou atenção, ele não quis tirar a roupa alegando que era muito reservado pra isso, nem mesmo a parte de cima ele quis tirar, então tive que fazer uma massagem neles por cima das roupas dele. O que salvava nele era que ele conversava muito bem com todos, ele se apresentou como sendo Radesh e disse que estava ali em Nova Deli a passeio. Ele é ótimo de conversa e já conseguiu roubar algumas risadas de
NayanaDepois de ter passado pelo ritual de purificação ali em Varanasi, não levamos mais muito tempo e já fomos pegar o trem que ia direto até Surat, em Guzerate. Não falei com Shankar o caminho todo de volta pra Surat, pois não via necessidade de manter uma conversa com ele, tudo bem que eu tinha que o aturar até o resto dos meus dias, mas não vou me submeter a ter que ficar bajulando ele toda hora. Segundo a nossa religião eu já estava purificada, mas infelizmente eu não conseguia me livrar das memórias que tinha de Singapura e do que tinha vivido por lá, Radesh ainda continuava dominando os meus sonhos mesmo eu não pedindo por aquilo. Alguns sonhos que tinha com ele eram maravilhosos e felizes enquanto eu sonhava com nós dois correndo de mãos dadas num campo claro enorme coberto de flores mais vivas possível, eram tantas cores lindas que deixava o meu coração alegre, eu era feliz nesses sonhos pois ele sorria pra mim com um sorriso lindo e nunca largava minha mão, me oferecia flo
NayanaNo dia seguinte a aquele, acordei cedo já que tinha voltado pra casa do meu marido, fui até a cozinha para junto das outras mulheres ajudar a preparar o café da manhã para a família inteira."Bem vinda de volta, sra Nayana!" Dulari, que era uma das criadas da casa juntamente com a mãe da Anushka, me desejaram boas vindas com largos sorrisos assim que cheguei a cozinha. Era como se eu fosse a mais recente novidade ali, elas parecem mesmo muito radiantes por estarem me vendo novamente."Obrigada, mas não é pra tanto assim." Sorri meiga pra elas e amarrei o avental em mim começando a preparar o pão, fazia um tempo que eu não preparava comida tradicional. Hari e eu em Singapura praticamente costumávamos sobreviver de delivery estando muito fartas de cozinhar, isso quando eu não estava comendo em algum lugar legal na companhia do Radesh nas excursões que a gente fazia pela cidade de Singapura, mas não seria por isso que eu tinha desaprendido a cozinhar, longe disso. Eu tinha passad
"Mas que grande abusada. Garota sem noção! Como ela é capaz de me envergonhar desse jeito?" Minha sogra está cuspindo essas palavras com tanto ódio, a mão dela que está segurando o copo com água chega a tremer de tanta raiva que ela está sentindo, nem mesmo a água com açúcar que eu tinha pego para tentar acalmar a mulher estava adiantando, ela estava soltando fogo pelas ventas de tão brava que estava. "Como ela se atreve a me fazer passar tanta vergonha na frente das minhas amigas? Agora posso até imaginar o quanto elas estão falando mal de mim, da pouca sorte que eu tenho por ter que aguentar aquela praga na minha própria casa! E ainda por cima ter que aguentar calada sem poder dizer nada!" Já que agora Anushka é casada com Kabir, que é o filho da casa, isso torna ela parte da família, e se o meu sogro tinha permitido que Kabir continuasse morando na casa junto com toda família e sua recém-mulher, a Anushka, isso impedia Bhadrasri de botar Anushka pra fora de casa se quisesse assim
NayanaVer essa menina de apenas 16 anos me lembra de mim no passado quando me casei com Shankar, a gente praticamente não tinha escolha nesses casamentos que as nossas famílias arranjavam pra gente, o homem podia ser feito ou velho, ou mesmo bonito, mas um agressor e abusador, a gente não devia contestar em nada, apenas aceitar de bom grado e caladas. Sobre casamentos prematuros era também um assunto no qual eu estou com planos de fazer algo acerca, pois quem entende realmente o que é aquilo apenas é a pessoa que já passou por aquilo."Arebaguandi, mal posso esperar para que o orientador chame o meu nome." Respondo a ela um tanto angustiada e apreensiva, ela dá uma risadinha. Ela já tem seu resultado e ela tinha conseguido ser aprovada em todas matérias, a invejava um pouco, não posso negar.Não tive que esperar muito após aquilo porque o orientador chama pelo meu nome finalmente, dou um pulinho do banco onde estou sentada e vou até a sala do homem. O orientador está sorrindo ameno p
Nayana"Amiga, você não está me entendendo. Aquele cara é um tremendo de um gato!" Hari está exclamando do outro lado do celular falando do novo namorado dela, finalmente Shankar tinha me dado permissão pra voltar a falar com a minha amiga, então ela estava me atualizando as novidades que aconteciam na vida dela enquanto eu fazia o mesmo. É o momento após o jantar daquele dia, estou no closet vestindo o meu pijama enquanto Shankar está sentado na cama lendo um livro e bebendo a sua tradicional taça de vinho antes de dormir."Quão gato?" A provoco dando risada, ela finalmente tinha decidido abrir o seu coração e tentar amar como nunca tinha feito antes na vida, me contava que esse novo namorado dela se chamava Wong Liu e que parecia bastante simpático e simples, ela dizia que se conheceram no meio do trabalho quando ela quase rejeitou a oferta da agência dele achando que eles fossem uns charlatões, mas Liu conseguiu provar a ela que a empresa dele tinha planos fidedignos, o que Hari ac