AnushkaDepois daquela reunião, um climão tinha se instaurado na família Suryavant, mesmo assim Kabir não tinha desistido de arrumar uma forma de se casar comigo. Um dia desses o seu pai tinha o chamado até seu escritório para avisar a ele que já tinha achado uma nova noiva pra ele, Kabir foi decisivo dessa vez dizendo que se casaria com a noiva que eles procurassem pra ele só se ele estivesse amarrado, dificultando assim os planos da sua família para com ele. Quanto a mim, parecia que a família agora era intolerante a minha presença na casa, a mãe do Kabir contou aos meus pais o problema que supostamente eu estava causando na família e alertou que eles me impedissem de ver Kabir senão minha família toda iria pagar, ou seja, nós seríamos expulsos da casa dos Suryavant se me pegassem com Kabir.Aquilo provocou um certo alvoroço na nossa pequena acomodação dos empregados, o medo de perder um lar respeitado e voltar a morar lá fora era insuportável para os meus pais. Eles imploraram pra
AnushkaSemanas depois enquanto estou atarefada limpando um dos quartos de cima, o antigo quarto que Nayana partilhava com Shankar que já que ela não está mais presente ali a cerca de dois meses, os criados da casa tem que tratar da limpeza daquele quarto porque se esperar que o porco do Shankar faça alguma coisa por ele, era contar que ele dormisse na sua própria imundície sem ao menos se importar com isso. Desde a ida da Nayana daquela casa, Shankar não tem feito mais nada a não ser acordar e beber, ir trabalhar e voltar para casa tarde da noite bêbado, se jogar na cama e apagar.Nalgumas vezes eu era obrigada a ir limpar o vômito dele causado pela bebida e tirar os sapatos mal cheirosos dele enquanto ele roncava pesadamente na cama. Nessa tarefa tiveram vezes que pude ouvir ele murmurando pelo nome da Nayana enquanto dormia profundamente. Apesar de tudo ele deve estar morrendo de saudades da mulher dele. Quem em seu perfeito juízo não estaria? Nayana era a luz daquela casa, todos o
AnushkaNão tinha entendido por que do nada senti como se tivesse alguém me olhando por aí, eu estava sozinha naquele quarto. Talvez pudesse ser só minha impressão, suspirei e continuei minha limpeza pelo quarto.Quando saio daquele quarto depois de o deixar todo arrumado, passo a limpar a área do corredor continuando minha tarefa, porém percebo que tem um pedaço de papel ali num local bem visível e está escrito com letras grandes como se a pessoa que escreveu tinha pressa em fazê-lo. Pego no papel bastante confusa e leio o curto conteúdo escrito ali.'Se quer achar a solução para os seus problemas, me encontre no terraço do templo principal da cidade o mais rápido possível.'O remetente não se identificou, mas pude perceber que se tratava de um homem, pois a maioria deles têm uma caligrafia desleixada, também sei que o bilhete é direcionado a mim porque por trás do papel está escrito o meu nome. Estou curiosa, procuro com os olhos pelo corredor para talvez ter um vislumbre de quem ti
Anushka"Você sabia que Madurai só tem cerca de mil e trezentos habitantes?" Kabir está contando para mim, ele está todo empolgado. "É uma cidade bastante remota, lembra bastante a Índia antiga." Já se tinha passado dias desde que eu tinha contado pra ele sobre Madurai e a chance de que lá podia ter um Pundit insubornável (que não aceitava suborno nem de ninguém e muito menos do pai do Kabir) que realizasse a nossa cerimônia de casamento e desde então Kabir parecia uma criança feliz pesquisando tudo que podia sobre a cidade na internet. Ele está bastante ansioso em conhecer esse lugar e finalmente chegar no tal templo que Shankar me indicou para então conhecer esse homem que irá consentir em realizar a cerimônia do nosso casamento.Quando contei ao Shankar o que tanto ele queria que era saber onde Nayana estava, ele foi fiel ao que prometeu e falou o que tanto eu queria ouvir também. A solução pra resolver os meus problemas, assim como combinado. Falou finalmente como exatamente eu de
AnushkaSerá que estou fazendo errado..? Acredito que não, na vida era necessário sacrifício pra obter a felicidade, era lei da vida e eu estou apenas seguindo isso. Afinal, Kabir e eu merecemos isso mais que ninguém pelo tanto que a gente sofreu. O olhei enquanto ele ainda mantém um sorrisinho bobo nos lábios falando sobre nossa lua de mel. Na praia ao som do vento e do mar e ele do meu lado, aquilo era perfeito. Provavelmente a gente ficaria num hotel a beira-mar e sairíamos pra caminhar de mãos dadas na praia como um casal feliz, um lugar pacífico longe de tudo e todos, um lugar onde nosso amor pode fluir melhor e até se multiplicar para que a gente renovasse as nossas forças, pois assim que voltássemos pra Surat teríamos que enfrentar o monstro que era os Suryavant e o quão encapetados eles estariam quando ficassem a saber que Kabir e eu já tínhamos nos casado. Posso até imaginar eles surtando e há grandes chances deles botarem Kabir pra fora de casa, ele está ciente dessa hipótes
Deva"Esse chá de camomila está uma delícia." Chandalini, uma das minhas amigas, está elogiando o chá de ervas que está bebericando. Chandalini adora se sentir importante e refinada, ela sempre está elogiando as coisas."Verdade." Gulab, uma outra amiga, está concordando. "E esses biscoitos feitos com leite de côco estão maravilhosos." Fala e depois morde o dito cujo biscoito comendo com vontade, Gulab come demasiado, devo dizer, ela tem uma aparência fofa e está acima do peso, ela sempre foi boa de garfo, e agora não faz diferente enquanto devora os biscoitos que os empregados da minha casa serviram para mim e para as minhas amigas assim que elas se reuniram para vir me visitar naquela tarde."Mas meninas, parem de comer. Estamos aqui pra prestar nossos sentimentos a Deva." Hanima está falando enquanto tem as mãos acolhendo gentilmente a minha mão, ela é muito emotiva e tem coração grande demais para uma pessoa tão pequena como ela é."Sentimentos porquê? Alguém da família dela morre
DevaEstou feliz me arrumando para dormir, fico escovando o meu cabelo imaginando como que seria após eu obter minha vingança, acredito que irei alcançar minha paz de espírito, afinal não estou em paz enquanto sei que os Suryavant estão todos bem, esse sentimento de vingança está me corroendo por dentro, preciso me livrar disso antes que minha aura se torne cada vez mais negra ainda do que já está.Olhei para o pequeno santuário da Divina Kali ali na minha penteadeira, a deusa tem uma pele de cor azul-escuro e está seminua como se coisas banais como roupas não eram importantes pra ela, seus olhos estão arregalados, seus lábios são tão vermelhos o que confunde se é mesmo um simples batom que os tinge ou então se era o sangue que ela bebe das suas vítimas, sua língua longa está pra fora numa expressão como se zombasse de seus inimigos, pois ela tem todo o poder somente pra ela, em toda sua Magestade em seus três braços ela está levando armas brancas e violentas sempre preparada pra derr
DevaQuando ele me perguntou aquilo o chamei de louco. Como diabos eu poderia estar grávida? Com tudo que está sucedendo na minha vida eu lá tinha tempo pra estar grávida? Expulsei Dinesh do meu quarto naquela noite e pude finalmente dormir em paz, mas a questão que na manhã seguinte acordei de novo com o estômago revirado e ânsias de vómito me obrigando a ir vomitar de novo no banheiro, aquilo começou a me deixar preocupada de verdade. Tenho medo de ter pego uma doença, talvez dengue ou uma doença infecciosa, nunca se sabe. Se eu continuar assim devo ir logo num ponto médico para saber o que tenho, e tomara que não fosse grave. Que Kali poupasse a minha vida.Porém, naquela mesma noite Dinesh se esgueirou de novo pela janela do meu quarto e bateu de leve pedindo para que eu abrisse com gentileza que sempre teve ao se dirigir a mim, decidi não ir abrir, ele já está abusando achando que sempre vou abrir a janela pra ele, ele está se achando especial pra mim por acaso!? Pois ele não tem