Capítulo 5
Os pais de Marcus, o antigo Alfa e a Luna da alcateia, me lançaram olhares carregados de hostilidade explícita.

Enquanto Oliver chorava incontrolavelmente ao lado deles.

— Bruxa má! Essa bruxa má machucou a mamãe! Eu não quero ela na nossa alcateia!

— Eu quero a mamãe! Quero minha verdadeira mamãe!

Rachel se apoiava fraquejando em Marcus, com suas roupas molhadas se aderindo dramaticamente ao corpo.

— Desculpe... Eu só disse à Sarah que concordei em substituí-la na cerimônia de marcação. Nunca imaginei que ela reagiria assim...

— Não a culpe, Marcus. Ela passou por tanta coisa...

Eu permanecia deitada no convés, desconfortável, com um sorriso amargo repuxando meus lábios marcados por cicatrizes.

— Marcus, eu não mereço uma explicação? O incêndio, o que fizeram à minha loba, o filhote... Existe ao menos algo que tenha sido sincero de verdade?

A testa de Marcus se franziu, mas eu percebi o pânico que brilhou em seus olhos.

— Do que você está falando? O incêndio foi um trágico acidente. A Rachel só está tentando ajudar, substituindo você na cerimônia.

— Ela está sendo gentil, e você a ataca? O que aconteceu com você, Sarah?

— Peça desculpas à Rachel. Agora.

Antes que eu pudesse falar, os anciãos da alcateia deram um passo à frente.

— Ômega inútil! Como você ousa causar problemas? Acha que ainda é digna de ser a companheira de um Alfa?

— Quem mais aceitaria uma vira-lata sem loba, se não fosse pela piedade do nosso filho?

— Basta! Que isso seja sua punição pela arrogância. Levem Rachel até a curandeira, e verifiquem se ela não se machucou.

Minhas garras - a única parte da minha loba que eu ainda podia acessar - cortaram minhas palmas, e o sangue gotejou no convés.

Marcus reuniu Rachel em um braço e pegou a mão de Oliver com o outro.

Eles se afastaram como uma família, me deixando quebrada no chão.

Cinco anos de amor haviam se transformado em cinzas amargas na minha boca…

Com dificuldade, me arrastei de volta para o quarto, com minhas queimaduras gritando em protesto.

Reservei um lugar em um veículo que sairia da alcateia no dia da cerimônia de marcação.

E me acomodei em um hotel distante do território da alcateia.

Naquela noite, Marcus enviou uma mensagem:

"A Rachel ainda vai te substituir na cerimônia. Seu ataque a ela não foi bem visto, então o pedido de desculpas foi só para disfarçar. Não pense muito nisso. Os anciãos ficaram chateados, mas farei com que se desculpem quando tudo isso tiver passado."

"Descanse. Eu tenho uma surpresa para a cerimônia. Você vai adorar, eu prometo."

Mas eu já entendia.

A encenação não era para benefício de Rachel.

Era tudo para mim.

Ele havia se passado por um companheiro devotado durante cinco anos.

Então naquele momento era hora do ato final.

Fiquei longe da casa da alcateia nos dois dias seguintes.

Marcus também não retornou.

Pois estava ocupado demais se preparando para a cerimônia de marcação.

Insistindo em supervisionar pessoalmente cada detalhe.

Na manhã da cerimônia, liguei para ele pela última vez.

Ele estava distraído com seu Beta, mal prestando atenção na minha ligação.

— Alfa, você tem certeza sobre transferir metade dos Territórios do Norte para a Rachel? Ela não é nascida na alcateia. É arriscado dar tanto poder a uma forasteira.

— Faça como eu digo. Aquela metade é uma compensação que prometi a ela. A outra metade é para a herança do Oliver.

— E cuide dos convidados da cerimônia você mesmo. Fique de olho em qualquer problema vindo da antiga alcateia da Sarah.

Só depois que o Beta saiu é que Marcus se lembrou da ligação ainda em andamento.

— Sarah? Desculpe pela espera. A cerimônia está prestes a começar, mas eu vou voltar para você assim que acabar. Não fique chateada.

Eu olhei para a reserva do veículo em minha mão, mantendo minha voz cuidadosamente neutra.

— Não se preocupe. Não vou te prender.

— Marcus... Parabéns pela sua marcação.

Ele pausou por um momento, depois riu.

— Você quis dizer "nossa marcação", certo? Seja boazinha e espere por mim em casa.

Quando a ligação terminou, eu caminhei para dentro do avião.

A prata em minhas veias ardia menos agora.

Minha loba se agitava mais fortemente a cada dia.

Nós duas sabíamos que isso não era o fim.

Era apenas um novo começo.

Quando a confirmação da exclusão do meu registro da alcateia chegou, apaguei cada vestígio dele da minha vida.

Números de celular.

Fotos.

Mensagens.

Tudo desapareceu, como fumaça ao vento.
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