Diana Rodrigues Respirei fundo e entrei, como tinha feito no dia do show. Fiquei de costas e fechei a porta. Quando me virei, ele estava próximo da janela, o apartamento estava na penumbra e pude ver a silhueta dele, mas não o rosto. Fiquei parada na porta esperando ele dar as ordens, mas ele não o fez. Eu estava me sentindo uma boba, já fazia alguns minutos que eu estava ali e ele parado em frente à janela olhando, ele tinha algo nas mãos e os dedos ficavam em movimento. Tomei a iniciativa."Boa noite" - sem me olhar, e fitando a janela, ele disse."Você quer beber alguma coisa? Tem champanhe na mesa.""Eu aceito" - seria boa uma taça, eu estava muito nervosa. E imagino que ele saiba que é o meu primeiro cliente, pois eu não me comportei como uma profissional em nenhum momento - "Esta fechada, e não consigo abrir" - eu estava com a garrafa nas mãos.Ele foi até onde eu estava e segurou a garrafa, agitando, e o barulho da rolha me fez dar um pulinho de susto. Ele serviu as duas taças
Aslan Murabak "Said, quero sua discrição." - estava falando dos meus irmãos."Sabe que pode contar com a minha discrição.""Saber tudo sobre uma pessoa." "Quem é a pessoa, senhor?""Uma mulher do clube de stripper que fui outro dia com Lemi. A chamaram de Escarlate.""Eu vou ver o que descubro.""O mais rápido que puder."Said sempre foi um dos meus homens de confiança, ele sempre me ajudou desde criança, criamos um forte laço de amizade, companheirismo e fidelidade. Confio nele e sei que não faria nada para nos prejudicar, tanto a mim quanto aos meus irmãos, temos ele como nosso avô. Ele é um homem treinado, um dos melhores seguranças que já vi e descobre coisas bem rápido. Um dos atiradores com a mais precisa mira. Um matador nato. "Quero que faça uma coisa para mim" - digo quando meu advogado responde, assim que ligo para ele."Como está a viagem?""Entediante.""Do que precisa? Pois se não pediu ao seu irmão, quer dizer que quer algo em sigilo" - ele já sabe."Sim, não quero qu
Aslan Murabak A dançarina será minha esposa. Ela é perfeita.Sem antecedentes, sem nenhum problema com a Justiça e nunca foi casada. O único problema dela é a dívida com o tal de Juninho Bad Boy, que Said está averiguando para saber quem é o cara. Me parece que a dívida tem algo a ver com um carro, uma ninharia, mas vou aguardar. Estou curioso para saber como ela estragou o carro? Ou por que teve que pagar?O que está me deixando ansioso, neste momento, é saber que daqui a pouco ela estará aqui. E meu desejo é louco e desenfreado, quero essa mulher em minha cama, mas não posso misturar prazer e trabalho. Tomo um banho, coloco um terno, afinal é um trabalho. Um contrato de casamento. Os papéis do contrato já estão em minha mesa, os reviso e coloco no envelope. Pedi uma garrafa de champanhe para comemorar, pois ela provavelmente iria assinar o contrato. Ela precisa do dinheiro e eu preciso de uma noiva que saiba o lugar dela e fingir muito bem, e a cláusula mais importante é não se apa
"O que aconteceu lá em cima, Diana? Ele te bateu? Tentou abusar de você?" - José fica preocupado. "Não, ele não fez nada disso, mas fez algo que me magoou e que, na verdade, não era para magoar, pois é isso que sou." "Mas o que ele fez? Vou subir lá e descer a mão nele." "Ele me pediu em casamento", ele para e me olha com os olhos mais arregalados que já vi. "Oi? Casamento?" - ele coloca a mão na minha testa - "Você só pode estar doente. Eu sei que você não está bem, mas amiga, você tá delirando? O dono do hotel te pediu em casamento? De onde tirou isso, Diana?" - ele falava abismado enquanto íamos em direção à entrada do hotel. "Daqui", mostro o envelope - "Não é um casamento normal." "E daqueles casamentos falsos? Estou chocado." "Eu também estou chocada, por que um homem como ele vai querer se casar comigo?" "Não que você não seja perfeita, mas eu também fico pensando: o que esse homem podre de rico como ele quer com você?" "Ele me disse uma coisa quando eu falei que ia pe
Diana Rodrigues "Eu te liguei ontem, mas você não atendeu. Eu sei que estava trabalhando, filha", me senti uma filha horrível."O que aconteceu?" - me sentei com ela no sofá e José do outro lado. Ela chorava e não conseguia dizer o que tinha acontecido - "Por que a senhora tá assim? Passou a noite toda aqui?" - As olheiras dela denunciavam."O seu irmão, minha filha. Eu não sei no que ele se meteu desta vez.""Onde ele está? Eu não acredito que ele…" - Será que Alex já estava se metendo em confusão?"Filha me escuta" - Ela não me deixou terminar."A senhora vai defender o Alex, de novo mãe? A senhora não tem noção do que o seu filho está metido.""Ele me contou tudo.""E mesmo assim a senhora não enxerga o que aquele inconsequente apronta, não vê que eu deixo de viver minha vida para poder consertar as coisas do seu filho querido?" — Eu me levanto e olho para ela com lágrimas nos olhos."Ontem à noite ele estava comigo, sentado no sofá da sala e vendo televisão, um filme naquele negó
Diana Rodrigues"Sim, sou eu." - Parei por um minuto e fiz a pergunta: "Ele está vivo?""Ele está vivo, mas precisa de cuidados urgentes.""Já chamamos a ambulância, moça. Está vindo." - Uma mulher segura meu ombro e me olha com pena.Me ajoelhei ao lado do corpo caído no chão. Eu sabia que isso ia acontecer. E temo pela vida de Alex. O medo me consumiu naquele momento, saber das burradas dele e que elas estão nos levando junto. O buraco que ele cavou a cada dia que passa tem mais terra sobre nós. O rosto está machucado e inchado. Ele está respirando, mas com dificuldade. O barulho ao longe da sirene da ambulância.Tive a sensação de que o relógio parou e as pessoas estavam em câmera lenta. Vi alguém me tirar de perto dele e os paramédicos fazendo os primeiros socorros. As pessoas ao nosso redor conversando e José vindo em minha direção e me chamando. Tudo foi tão rápido que não me dei conta do que tinha acontecido."Diana, eles vão levá-lo para o hospital.""Para o São Vicente, levem
Diana Rodrigues Peguei um táxi quando saí do hospital e estava extremamente nervosa. Tinha tantas dívidas e não tive dúvidas do que fazer, segui para meu destino. Já tinha tudo em minha mente. O carro parou na frente do hotel onde eu trabalho, eu estava atrasada e José nem viria trabalhar hoje para me ajudar com aqueles dois integrantes da minha família que só me dão trabalho, mas eu amo mais que tudo na vida. Respirei fundo e entrei pela porta da frente. Alguns hóspedes me olhavam e cochichavam entre si. Estava com roupas simples e sujas em um hotel de luxo."Você sabe que empregados não podem entrar por aqui, não é querendo ser chato, mas você sabe das regras", o rapaz que cobria o José me disse, "Por que não me chamou lá nos fundos que eu ia até você?""Olá Patrick, eu não vim falar com você e sim com outra pessoa.""Aqui do hotel? Diana, aquela sua gerente está como louca hoje, querendo dar bronca em todo mundo. E quando eu avisei que você não viria, meu Deus, aquela mulher virou
Diana Rodrigues Como assim, me demitir?" - eu olho indignada para ele - "Você está louco?""Eu sou o dono da empresa, eu decido quem eu quero fora do meu quadro de funcionários e você não faz mais parte desse quadro."As falas dele deram a Sônia um sorriso no rosto tão grande que me leva a imaginar o quanto essa mulher me odeia, desde quando eu entrei para trabalhar aqui, ela sempre me deu os piores trabalhos. E ainda por cima junto com a Sirlene, ela sempre nos colocou para trabalhar juntas, mesmo sabendo que Sirlene não fazia praticamente nada. Sempre para me castigar, ela nos colocava na mesma escala e no fim eu tinha que fazer o trabalho praticamente sozinha. "Eu concordo com o senhor, essa funcionária sempre foi mal educada e deixava a desejar. Então ela deve sim ser demitida" - ela finge secar as lágrimas - "Eu vou pedir para o recursos humanos do hotel fazer os papéis da demissão e não sei se o senhor sabe, ela deve uma alta quantia pois ela queimou o terno de um dos clientes