DiogoMinhas mãos soa, minha cabeça dói. Respiro fundo, a menina ao meu lado me olha com julgamento discreto. Digo discreto porque está sendo gentil em só olhar e não dizer em palavras, mas seu rostinho é bem expressivo. Olho de canto de olho, ela não disfarça, mesmo minhas pernas me sentindo nervoso e não quero ser indelicado com ela em dizer que é feio olhar desse jeito para os outros.Mas ela sabe.Valentina foi muito bem criada e sabe ser respeitosa como ninguém, só que parece que quis vir com o espírito do irmão mais novo.— Dar para parar? — Peço.— Só se você parar de mexer suas pernas, padrinho.Algo impossível no momento, me levanto e respiro fundo. Estamos na sala de espera de um hospital da cidade vizinha, minha querida menininha Antonella resolveu nascer uma semana antes. Tudo estava preparado para sua chegada, o hospital, o quarto e sua bolsa. Ah, essa bolsa anda comigo para cima e para baixo desde que Mia completou oitavo mês de gestação. Pelo menos essa bendita bolsa e
Erick PetersonSer herdeiro de um homem perverso que tem mais inimigos do que aliados se tornou meu maior tormento. Não imaginava o quão perverso Éden era, ele é pior do que um dia imaginei que fosse. Cedi as suas manipulações, não posso dizer que não fui errado nessa história, sabia que era um erro e fiz.Foi difícil e todas as noites tenho que lidar com as escolhas que fiz. É apenas uma das coisas.Mas há algo bom no meio disso tudo, minha irmã, Alana está e é o que importa. Meu maior medo era o que Éden poderia fazer com ela, ele está morto, não é mais um problema, mas o que deixou nessa terra não é de extrema felicidade.Me recuso a abandonar esse império, recuso que acabe o que doei boa parte da minha vida para que se tornasse o sucesso que é hoje. Éden me treino para ser um homem de negócios, o superei e obvio que não gostou.— Deveria descansar. — Cecilia comenta, passando as mãos pelo meu ombro e começando uma massagem.Fechos meus olhos instantaneamente, apreciando a sensação
Cecília WestUma parte boa de ser a amiga do dono da empresa que trabalho e a agilidade de resolver os problemas do qual vai beneficiar a ele mesmo. Gael é um empresário de respeito e uma visão para negócios admiráveis. Ele confiou em mim, um cargo sem experiência alguma na época e hoje sou a melhor no que faço.Respiro fundo, desligando a ligação. Preciso de um tempo para pensar em mim, o dia foi longo e preciso dormir um pouco.Não demoro para chegar em casa, gosto de dirigir e foi uma curta viagem para casa, o trânsito estava a meu favor.Deixo a pasta em cima da cama, tomando cuidado com o notebook. Fui para cozinha, coloco meu celular no balcão e pego uma coisa qualquer na geladeira para comer, meu celular toca.Mordo o lábio inferior, seria Erick? Ah, por que estou pensando nesse hoje?! Deveria me afastar dele como meus pais tanto quer. É o certo a fazer, olho o nome na tela e infelizmente puxo como uma bola que acabou de ser estourada. Não era Erick.Engoli qualquer requisito
Cecília WestSenti o ar frio de Los Angeles em meu rosto, é um sinal de poder voltar a respirar novamente, o clima estranho persegue mesmo tendo saído do restaurante. A leveza do ar me permiti me acalmar, mas não me deixa esquecer. Erick está ao meu lado. As mãos no bolso da frente de sua calça, o olhar sério e a mandíbula travada mostra que toda a tensão da conversa de segundos atrás ainda o persegue. — Estava pronta para brigar com você e dizer que não precisa me salvar de encontros arranjados. — Olho a rua movimentada. — Mas obrigada.Sinto seu olhar em mim.— É boa em conhecer pessoas, talvez não devesse desconsiderar só porque não gosta de mim e minha família.Dou um sorriso fraco. — Não apareceu aqui para depois me empurrar novamente para ele, foi? — O olho desafiando.É a primeira vez que Erick faz algo desse tipo.— Não. — fixa o seu olhar em um ponto qualquer a sua frente. — Você não quer estar nesse encontro fajuto, vir para agilizar e terminar logo.— Bom, fez um ótimo tr
Erick Peterson Arrumo Daryl em meu colo para dar a sopa dele. Escolhi fugir um pouco do trabalho e a casa de Alana foi o meu refúgio da vez. Valentina me entrega o pano para limpar a boca do seu irmão.— Obrigada. — Agradecia a ela.A menina é linda, sorrindo, ela volta correndo para cozinha. Me sinto estranho em conversar ou até mesmo estar perto, lembro que não sentiu medo quando a coloquei no carro para levá-la de volta ao seu pai. Era como se me conhecesse e sempre estive no seu convívio.Agora que sou, me sinto mais culpado pelas escolhas do passado.Alana no sofá, dobrando as pernas e abrando o braço no encosto. Daryl é obediente e quando o assunto é comida fica bem concentrado, nem tudo são flores, Diogo pode sofrer com as risadas e olhares julgadores. O loiro só não sabe que ele não é o único, eu mesmo não escapo.— É muito bom te ver aqui.A olho, erguendo uma sobrancelha.— Você não vai me visitar.Ela manda língua.— Não vou entrar naquela casa, sem chance.E não a culpo.
Alana PetersonOuço as batidas na porta do meu quarto e as ignoro mais uma vez. Arrumar minhas malas está vendo mais útil do que perder o meu tempo discutindo com o meu irmão. Erick pode ser o mais velho, mas estou cansada de mais das suas tentativas de fazer a minha cabeça. Chega de tentar me manipular para fazer seus joguinhos, sei quanto meu irmão me ama, no entanto, sou adulta e posso tomar minhas próprias decisões.Tenho que aproveitar que meus pais estão fora do país e dar um rumo para a minha vida. Rumo esse que está quase fazendo meu irmão derrubar a porta.— Alana! Abra essa porta agora. — Grita. — Temos que conversar!Nossa quanto estresse!Com as minhas três malas finalmente prontas para minha viagem, decidi finalmente dar atenção ao meu querido irmãozinho. Irmãozão, Erick é um homem de quase dois metros de altura. Ao abrir a porta me arrependo amargamente, a expressão do seu rosto está tão severa que chego a tremer. Porém, são 23 anos do qual esse ser me conhece e sabe que
Alana PetersonNão basta ter chegado mais cedo do que os meus amigos, agora me resta ficar andando sozinha por Bahamas. Alugamos alguns quartos em um resort para aproveitar essa uma semana de férias, foi os dias que conseguimos reunir todos juntos. Os trabalhos estão batendo na porta e cada um seguiria caminhos bem diferentes. Decidi caminhar pela praia e aproveitar o sol, aproveitarei o máximo possível desses dias, porque sei que a dor de cabeça quando voltar para casa será grande. Quero paz e a minha família vai querer guerra.Ri.É capaz que eu seja deserdada.Caminhando um tempo na praia ao longe podia ver o cais, vi um homem na primeira lancha tentando ligá-la. Me aproximei mais.Não importava o que aquele homem fizesse, a lancha não ligava. Ele não percebeu que precisa desprender a corrente? Caminho pela praia em sua direção, não faço questão de apressar meus passos. Era engraçado ver seu estresse, o homem chutou uma parte da lancha e xinga, ao machucar o pé. Ri. Aposto que é
Logan OconnorRespiro fundo sentindo o vento batendo contra meu rosto quando a lancha ganha velocidade, nos afastando da praia e ganhando mais profundidade no mar. Procuro não pensar muito na ideia de querer jogar Diogo no mar, como acordar amarrada em seu pé e uma grande âncora na outra ponta. Era para ter ficado em Los Angeles, mesmo não tendo oportunidade de ficar com a Valentina. Agora tenho que dividir a lancha com idiota do jogo, a prima maluca dele, a mulher obcecada por ele, Hannah que acredita que serei louco de ficar com ela novamente e uma pirralha queria ter 23 anos. Passou a língua preguiçosamente pelo lábio, e consequentemente logo passa a mão pelo cabelo afastando os fios que caía pelo meu rosto. — Se continuar olhando para garota desse jeito, vou começar a pensar que está apaixonado…—Vá se ferrar, Diogo. — Olho para ele irritado. — Você pode ter acabado de nos colocar em uma baita encrenca.Diogo revira seus olhos em um castanho claro.— A garota não é um perigo, ok?