Capítulo 2

Alana Peterson

Não basta ter chegado mais cedo do que os meus amigos, agora me resta ficar andando sozinha por Bahamas. Alugamos alguns quartos em um resort para aproveitar essa uma semana de férias, foi os dias que conseguimos reunir todos juntos. Os trabalhos estão batendo na porta e cada um seguiria caminhos bem diferentes. 

Decidi caminhar pela praia e aproveitar o sol, aproveitarei o máximo possível desses dias, porque sei que a dor de cabeça quando voltar para casa será grande. Quero paz e a minha família vai querer guerra.

Ri.

É capaz que eu seja deserdada.

Caminhando um tempo na praia ao longe podia ver o cais, vi um homem na primeira lancha tentando ligá-la. Me aproximei mais.

Não importava o que aquele homem fizesse, a lancha não ligava. Ele não percebeu que precisa desprender a corrente? Caminho pela praia em sua direção, não faço questão de apressar meus passos. Era engraçado ver seu estresse, o homem chutou uma parte da lancha e xinga, ao machucar o pé. Ri. 

Aposto que é um empresário metido e soberbo querendo se exibir. Acreditava que seria fácil guiar uma lancha e agora ver que não é nada fácil. E não é fácil, eu demorei para aprender, mas acho que dirigir um carro pode ser mais difícil. Depende do ponto de vista de cada um.

— Ei, sua lancha não sairá do lugar até que você solte a corrente. — Gritei para poder ser ouvida.

Não consegui ver seu rosto. Sua lancha é de porte médio, mas muito luxuosa, tendo a parte de frente e atrás da lancha para poder tomar sol. Em uma tonalidade toda branca e detalhes azuis do que esse homem tem muito dinheiro. Na parte de trás tem três jets ski. Estava pronta para gritar novamente até que o desconhecido levanta o rosto e ergue o corpo até a beirada para poder me ver. 

Meu Deus!

 Agradeço por fazer alguns anos de teatro e além de ter pais controladores a ponto de nos treinar as nossas controlar emoções e saber agir a qualquer.

Esse homem é um gato! É óbvio que é mais velho do que eu. Entrando na casa dos trinta, talvez, sua barba por fazer dava um ar de mais velho. Sua camisa branca e larga esconde um corpo que sem dúvidas é muito gostoso. Seu cabelo é tão preto quanto o meu e está uma bagunça o deixando sexy, seu olhar sério me faz errar meu próprio nome. 

Alana! Para! 

É um homem como qualquer outro… não! Não é. Olha o tamanho dessas mãos… Ele faz pouco caso com a minha presença e volta a tentar ligar a lancha ignorando o que falei.

Ele é surdo?

— Ei…

— Vai embora! — Grita de volta.

Nossa que ogro!

Cruzei os meus braços e bati o pé na areia, me recusando a sair daqui. Estou na parte de baixo da ponte do cais, onde se tem acesso às lanchas.

— Não vai ligar…

— Some!

Ah, cretino!

— Só estou tentando te ajudar. — Descruzei mais braços fechando minhas mãos em punhos.

— Ninguém pediu. — Grita novamente.

Burro! Idiota! Cretino…

— Ei, Logan. — Olho para trás venho outro homem, esse é loiro e sorridente. — Espero que esteja tratando essa bela dama bem.

— Some você também! — O Burro Idiota Cretino responde ao loiro.

Ele pode ser lindo, mas é um homem difícil de lidar. O loiro riu, não se importando com a grosseira do amigo, ele se agacha na ponte e me olha. Seu cabelo está úmido, sinal que tomou banho recentemente, ele usa uma camisa florida branca com as flores azuis.

— Desculpa o meu amigo. — Aponta o polegar para a lancha. — Ele é muito chato quando está estressado.

Olhei novamente para a lancha, negando com a cabeça, Logan continuava tentando ligar a lancha.

— Tem um sistema de segurança. — Tentei explicar mais uma vez. — Enquanto você não desprende a corrente que liga a lancha ao cais, a lancha não vai ligar.

Idiota! Queria dizer esse apelido carinhoso, mas não faço.

— Viu, Logan! A mulher só está tentando ajudar. Não seja tão cretino assim. — Sorri, porque queria xingar Logan também. — Então, querida, qual o seu nome?

O loiro é muito legal, seu sorriso é contagioso e pelo tom de pele bronzeada dá para ver que ele gosta de sol. Sua bermuda branca e um chinelo sendo brancos também completam o look, eles parecem ser homens podres de ricos, mas que gostam da simplicidade. 

É raro ver esses tipos de pessoas por aqui, nessa época do ano tem muito mauricinho querendo se gabar com seu dinheiro.

— Alana. — Prefiro não dizer meu sobrenome, não quero me associar a minha família.

Quero me divertir e não ficar perto de pessoas que querem fazer negócios com a minha família e me usarem para tal coisa.

— Hum, sem sobrenome? — O loiro ergueu a sobrancelha. Balanço a minha cabeça concordando. — Fugindo de alguém? — Brincou.

— Fugindo ou caçando uma grande encrenca. — O Logan Rabugento apareceu. — Essa garota é menor de idade e não quero problema. Ei, fedelha vai embora. — Logan agita a mão no ar como se eu fosse um cão sarnento.

Fedelha?! Ok, posso dá a impressão de não ter 23 anos, mas esse homem foi além do limite ao me chamar de fedelha. Meu corpo e minhas curvas mostram muito do contrário. Essa impressão que as pessoas costumam ter sobre mim não dura muito, mas parece que esse velho rabugento está disposto a me encarar como uma criança e nada mais importa.

— Não sou uma fedelha. — Falei entre os dentes. — Tenho vinte e três anos.

Que se dane esconder as emoções e parecer fina e elegante, quero é fazer com que esse homem retire o que disse.

— Logan, ela disse que tem vinte e três anos…

— Se ela falar que o papai Noel existe, você também vai acreditar? — Logan rebate.

O homem difícil!

Não sei porque estou perdendo meu tempo com eles. Voltarei para o resort e esperar meus amigos voltarem, posso aproveitar meu dia melhor do que bater boca com esse homem. Me viro para ir embora, sem fazer questão de me despedir.

— Ei, mulher! Espera… — Ouvi o Loiro me chamar.

— Deixa ela ir embora.

— Cala boca, Logan. — O loiro se irrita com o amigo. — Ei, espera. — Parei, cruzando meus braços e ergo meu rosto para Olhá-lo. — Meu nome é Diogo e como falei antes, esse é o Logan, sem sobrenomes. Você não me parece ser alguém querendo causar problemas e a gente não quer problema algum.

Diogo é um homem lindo também, são homens que não se incomodam de cuidar da aparência e usando roupas simples, mas de alta costura, mostrar que são mais velhos e lidam bem com a maturidade. 

Pelo menos o Diogo sim. Seus olhos são um castanho-claro diferente do seu amigo rabugento com olhos escuros iguais aos meus. Seu cabelo em um tom de loiro puxado para o dourado e sem nenhum pelo no rosto mexe com a imaginação de qualquer mulher.

— Que tal, passear de lancha conosco? Tem mais três mulheres para chegar, não se preocupe. — Diogo dá um sorriso contido e olha para a lancha. — Você entende de lancha, não é? — Balancei a cabeça concordando. — Olha, mas há um motivo para você vir conosco.

— Vocês por acaso estão sem dinheiro para pagar alguém para pilotar? — Pensei alto.

Fechei meus olhos por alguns segundos ouvindo a risada deles. Até Logan riu e fez uma cara de deboche para mim. Queria dizer que ele fica feio sorrindo, mas o filho da mãe carrega a beleza e ele sabe disso.

— Esse não é o problema, Alana. — Diogo aponta para o amigo novamente. — Meu amigo anda trabalhando demais e viemos para Bahamas descansar, a gente não quer estar cercado de empregados. É até melhor, nos sentimos mais à vontade. Então quando viajamos queremos fazer o máximo de coisas possíveis por conta própria. Não me leva a mal, mas para dois velhos e acabados…

— Velho e acabado é o que você tem entre as pernas. — Logan resmungou, cruzando os seus braços.

Velho e acabado eles não tem nada!

— Gostamos de curtir a simplicidade e tranquilidade, somos criados fazendo as coisas por nós mesmo. — Diogo continua a falar ignorando Logan. — E pode ser que precisamos de ajuda com a lancha já que apenas eu sei pilotar e os outros não.

Não consigo evitar uma risada de deboche.

— É, dá para perceber! 

Logan ficou emburrado e não me olha, a minha vontade é de morder seu lábio inferior e desfazer aquele bico. Para um homem do seu tamanho essa imagem dele acaba sendo fofo. Pisquei algumas vezes afastando esse pensamento, Diogo, por outro lado, estava rindo novamente. Esse passeio dará muito certo ou muito errado, pode ter certeza.

— Ela só entra aqui depois de mostrar a identidade. — Logan começa a implicar assim que as meninas chegam.

— Logan, para de ser chato! — Diogo estende a sua mão e seguro, me ajudando a subir na lancha.

— Sinceramente não sei como você aguenta ele, Diogo. — Olha o Logan de baixo para cima deixando o moreno mais irritado e sigo para ficar perto das meninas. 

A loira com seus 26 anos é a prima de Diogo, modelo exclusiva da Secrennor, reconheceria aquele rosto em qualquer lugar. Lea Schneider tem 1,75 de altura com um belo corpo já tem inveja em qualquer um, fico tentada em conversar sobre a sua vida artística, mas não vou dar uma de fã louca. Mesmo sabendo que ela é prima do Diogo, não poderia dizer quem é exatamente ele. Lea usa o sobrenome artístico, e não sei muito da sua família.

Gosto do seu trabalho, mas não é como se eu tivesse acompanhado toda sua carreira. E estamos aqui para nós divertirmos! Depois que concordei em passear de lancha com eles, voltei no meu quarto para pegar minha bolsa.

Precisava entrar em contato com os meus amigos, alguns chegaram mais tarde do que o esperado por conta do voo. A Hannah e Mia são amigas de Lea, Mia não tirava os olhos de Diogo e Hannah do Logan.

— Diogo comentou que o seu nome é Alana, não é? — Lea me olha por cima dos seus óculos escuros. — Sem sobrenomes, mas pelo jeito que você me olha com certeza me reconheceu.

Dou de ombros e me deito ao seu lado, estamos sentadas na parte da frente da lancha.

— Posso fingir muito bem que não conheço. — Sorri. — Assim ficamos kits.

Ela ri.

— É, acho que gostei de você.

A lancha não demora muito para ganhar movimento. As meninas estavam conferindo os comes e bebes, enquanto Diogo pilotava a lancha com Logan ao seu lado. O sol estava radiante no céu, a brisa e o cheiro da água salgada me deixava anestesiada. Com certeza está em Bahamas foi a minha melhor escolha, não quero pensar nos problemas que estão me esperando quando voltar para Los Angeles.

Ignorarei a família Peterson até quando puder.

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