Alana Peterson
Ouço as batidas na porta do meu quarto e as ignoro mais uma vez. Arrumar minhas malas está vendo mais útil do que perder o meu tempo discutindo com o meu irmão. Erick pode ser o mais velho, mas estou cansada de mais das suas tentativas de fazer a minha cabeça. Chega de tentar me manipular para fazer seus joguinhos, sei quanto meu irmão me ama, no entanto, sou adulta e posso tomar minhas próprias decisões.
Tenho que aproveitar que meus pais estão fora do país e dar um rumo para a minha vida. Rumo esse que está quase fazendo meu irmão derrubar a porta.
— Alana! Abra essa porta agora. — Grita. — Temos que conversar!
Nossa quanto estresse!
Com as minhas três malas finalmente prontas para minha viagem, decidi finalmente dar atenção ao meu querido irmãozinho. Irmãozão, Erick é um homem de quase dois metros de altura. Ao abrir a porta me arrependo amargamente, a expressão do seu rosto está tão severa que chego a tremer. Porém, são 23 anos do qual esse ser me conhece e sabe que posso ser tão rude e chata quanto ele. Dou passagem para que Erick passe.
— Você tem o que na cabeça? Me diz! — meu quarto parece uma passarela de tanto que ele anda de um lado para o outro. — Sei o quanto é irresponsável, mas a esse nível, Alana?
Me mexi desconfortável, não gostando do jeito que está falando comigo e muito menos do jeito que me olha. Erick continua me tratando como se fosse uma criança e não vê que cresci.
— Erick…
— Quer ser modelo? Será! Quer ser? Ok! Quer o trabalho comum fora da mídia? Que seja! — Erick finalmente para de andar e me olha. — Agora você vai trabalhar com uma empresa inimiga? Trabalha para aquela m*****a família?! Você quer ver até onde o coração do nosso pai aguenta? É esse o seu plano?
Ser taxada como uma garota – problema da família é algo que me perseguiu durante anos. Fugir da mídia o quanto podia, passeio em família ou com amigos era sempre muito restrito. Queria fazer coisas simples ao ponto de ir tomar um sorvete no parque ou me divertir loucamente em uma festa cheia de adolescentes, meus pais achava que coisas assim era um erro e tinha que manter a princesinha Alana Peterson protegida e às escondidas.
Arrisco em dizer que não gosto do meu sobrenome.
Mantenho a minha cabeça erguida, pois assim que fui instruída durante anos da minha vida, temos a realeza no sangue, mesmo que seja distante. Não importa! Temos que ser sempre bem vistos com a nossa elegância carregada de berço. É claro que crescer rica e ter muitos benefícios é maravilhoso, e é dessa parte que gosto. Tanto é que estou indo para Bahamas passar uma semana, antes de começar o meu trabalho de modelo.
— Está decidido…
— Decidido uma ova…
— Cuidado com as palavras, maninho. — Ergui minha sobrancelha. — Sabemos que nossa mamãe não gosta desse tipo de vocabulário.
Erick passa a mão pelo cabelo. Somos muito parecidos fisicamente, seus traços são mais marcados e definidos que o meu. Ambos temos o cabelo preto, um preto brilhoso que inveja muitas pessoas. Meu rosto é oval com o nariz levemente arrebitado. Muitas pessoas faziam questão de lembrar Erick quanto ele parecia com o Shawn Mendes, seu cabelo com ondas naturais ajudava aparecer a versão grande do Shawn.
Minha pele é um pouco mais escura do que meu irmão, a melanina fazendo presente. Adoro um sol e me bronzear sempre que possível. Meu cabelo é longo chegando até o meio das costas, e minha aparência sem maquiagem pode até aparentar ter menos idade.
— Sabe o que a mamãe não iria gostar? — Se aproxima de mim lentamente com aquele ar predador igual ao nosso pai. — Pior! Sabe o que o nosso amado pai, o Sr. Peterson não iria gostar? Que sua amada filhinha estivesse trabalhando na Secrennor, trabalhando naquela cova de leões do qual pertence à família Oconnor.
Essa rixa entre a família Peterson e a família Oconnor vem percorrendo gerações. Uma briga que sinceramente não entendo até hoje e ninguém faz questão de me explicar. Não acredito que Logan Oconnor aos seus 33 anos perca seu precioso tempo com a rixa entre a nossa família, até porque não teriam me aceitado. Ou melhor, nem devem me associar a família Peterson do qual acontece essa briga durante anos.
Meu rosto não é exposto à mídia e as chances das pessoas acharem que meu sobrenome é apenas uma coincidência é enorme. Pelo que sei Logan e Scott Oconnor assumiram os negócios da família, Scott Oconnor pai de Logan decidiu viajar pelo mundo e aproveitar sua riqueza, coisa que a minha família deveria estar fazendo o mesmo e esquecer essa bendita briga.
— Olha, cansei! — Ergo as mãos para o ar e ri. — Ao contrário de você, não quero ficar na sombra da minha família. Não quero participar de uma briga que não fui eu que comecei. Eles nem sabem quem sou e não vão perder tempo com uma modelo iniciante.
Secrennor abriu vagas para novos modelos do seu catálogo. Sou uma das cinco novas modelos para representar a empresa, Secrennor carrega a fama de lançar modelos muito famosos na atualidade e quem sabe não sou uma delas?
Rafaela Oconnor é a falecida esposa de Scott Oconnor, foi uma grande estilista que a dedo escolheu as modelos para suas peças, o que alavancou a empresa de tal modo que até hoje é a primeira opção quando o assunto é moda.
Posso ter me inscrito nesta seleção na hora da raiva quando os meus pais não me mandaram para a Russa para uma seletiva de modelo fotográfica. E quando tentei ir sozinha me impediram e sabe por quê? Uma Peterson não faz teste, ter uma Peterson é uma honra para qualquer pessoa. Sou uma péssima filha por querer fazer as coisas do jeito certo e não querer passar por cima de ninguém?
— Olha, Alana, eu entendo a sua raiva. — Ri. — Não, é sério. Sei o quanto nossos pais são rígidos, convivo com eles mais tempo do que você, irmãzinha.
Olhando para Erick conseguia ver a sua sinceridade ou ele está tentando me manipular mais uma vez. Ainda não consigo decifrar.
— Não pensa que durante esses 29 anos foi fácil, me preparei para cuidar da empresa da nossa família e você sabe que não era o que queria…
— Então! — Diminuir qualquer distância entre nós e segurei em suas mãos. — Sabe que não quero administrar nada e pelo que sei a nossa família não trabalha com o lado de entretenimento ou indústria da moda. Não quero passar anos fazendo algo que não me deixa feliz.
— Você pode aprender a gostar.
As palavras me desarmam totalmente.
Se por um momento acreditei que meu irmão pudesse entender o meu lado, eu estava completamente enganada. Ele teve que aprender a gostar. Não quero ter que aprender a gostar de algo que vejo a minha família brigando constantemente, e daqui a alguns anos me arrepender de não ter seguido os meus sonhos. Deixei de lado as minhas tentativas de tentar convencê-lo.
— Bem, que se dane! — Dou de ombros. — Estou indo passar uma semana em Bahamas e quando voltar estarei estrelando na indústria da moda. Me deseja boa sorte, maninho.
Não fico ali esperando Erick começar com suas palavras de persuasão, peguei o meu óculos em cima da cama e a minha bolsa. Mando um beijinho para ele e sair do meu quarto, o motorista que viria buscar as minhas malas. Erick não fez questão de me conter, provavelmente pensava que depois dessa viagem iria desistir de trabalhar na Secrennor.
Não estou fazendo um showzinho como ele pensa.
Algumas horas de viagem são bastante para poder relaxar, decidi não pensar em Erick ou em meus pais. Durante a viagem, bebo um bom champanhe, logo chego em Bahamas.
Ficarei com alguns amigos, todos com seus destinos traçados e passaremos um tempo sem se ver, a ideia é se distrair um pouco antes de começar os trabalhos. Estamos no início do ano, muita coisa pode acontecer.
Alana PetersonNão basta ter chegado mais cedo do que os meus amigos, agora me resta ficar andando sozinha por Bahamas. Alugamos alguns quartos em um resort para aproveitar essa uma semana de férias, foi os dias que conseguimos reunir todos juntos. Os trabalhos estão batendo na porta e cada um seguiria caminhos bem diferentes. Decidi caminhar pela praia e aproveitar o sol, aproveitarei o máximo possível desses dias, porque sei que a dor de cabeça quando voltar para casa será grande. Quero paz e a minha família vai querer guerra.Ri.É capaz que eu seja deserdada.Caminhando um tempo na praia ao longe podia ver o cais, vi um homem na primeira lancha tentando ligá-la. Me aproximei mais.Não importava o que aquele homem fizesse, a lancha não ligava. Ele não percebeu que precisa desprender a corrente? Caminho pela praia em sua direção, não faço questão de apressar meus passos. Era engraçado ver seu estresse, o homem chutou uma parte da lancha e xinga, ao machucar o pé. Ri. Aposto que é
Logan OconnorRespiro fundo sentindo o vento batendo contra meu rosto quando a lancha ganha velocidade, nos afastando da praia e ganhando mais profundidade no mar. Procuro não pensar muito na ideia de querer jogar Diogo no mar, como acordar amarrada em seu pé e uma grande âncora na outra ponta. Era para ter ficado em Los Angeles, mesmo não tendo oportunidade de ficar com a Valentina. Agora tenho que dividir a lancha com idiota do jogo, a prima maluca dele, a mulher obcecada por ele, Hannah que acredita que serei louco de ficar com ela novamente e uma pirralha queria ter 23 anos. Passou a língua preguiçosamente pelo lábio, e consequentemente logo passa a mão pelo cabelo afastando os fios que caía pelo meu rosto. — Se continuar olhando para garota desse jeito, vou começar a pensar que está apaixonado…—Vá se ferrar, Diogo. — Olho para ele irritado. — Você pode ter acabado de nos colocar em uma baita encrenca.Diogo revira seus olhos em um castanho claro.— A garota não é um perigo, ok?
Alana Peterson Fiquei anestesiada com as suas palavras. Por que me incomodou tanto ele me comparar com outras mulheres? Esse homem nem me conhece e só sabe insultar, além de não se preocupar com nada exceto seja for com o próprio umbigo. É um homem bonito, mas a cada vez que abre a boca para falar alguma coisa sei que vou ficar irritada. Por um momento até acreditei que teríamos uma conversa boa e finalmente teríamos paz, ou pelo menos uma trégua. Porém, acabei avançando demais. Dando a ele poder.Ah, Logan, gostaria de nunca ter te conhecido! Não faço questão de pegar outra bebida, e subi para encontrar com as meninas na proa. Todos estavam lá. Tiro minha saideira de praia e chamo as meninas para mergulhar. Mia é a primeira a concordar, mas não sem antes tirar umas fotos. Pousei ao lado das meninas, os homens não quiseram tirar fotos e viraram nossos fotógrafos. Não faço questão de olhar para Logan e pulo no mar com as meninas, todas de mãos dadas.As músicas que vinha da nossa lan
Logan Oconnor Ela é irritante, chata, insuportável e fala demais. Alana poderia ir longe tanto na vida pessoal quanto profissional se não fosse ao um único detalhe: quando abre a boca irritante. Ela em silêncio dá até para dar algum elogio, mas quando abre aquela boca novamente me deixa irritado facilmente. Alana anda na minha frente sabiamente em silêncio, apenas passo as ordens para qual lado ela deveria ir. Poderia ser sempre assim. Não demoramos muito para encontrar Diego e as garotas, Diogo ficou surpreso ao me ver chegar com a Alana, as garotas, por outro lado, começaram a falar todas juntas e Alana se juntou a elas.— Fizeram o pedido? — Pergunto ao Diogo, sentando ao seu lado.— Você e a Alana… o que está me escondendo? Reviro meus olhos. Lea, Mia, Hannah e Alana entraram em uma conversa entre elas, sendo impossível para mim fugir de conversar com Diogo.— Não é nada que está pensando…— O que estou pensando?— Merda!— Você está atraído pela garota, confessa. — Seus lábios
Alana PetersonTomo um banho demorado, foi difícil sair da cama essa manhã. Parece que o meu corpo está rejeitando as madrugadas acordadas e preferindo uma boa noite de sono. Me olho no espelho e mordo o canto da boca lembrando da noite de ontem, valeu muito a pena ter ficado acordado até tarde. Logan me fez caminhar durante a madrugada pela praia, não posso reclamar, ele me mostrou um lugar mais reservado e que não conhecia ainda.O melhor momento foi sentar de frente para aquele mar lindo e ser beijada por aquele homem, não houve provocações e implicância como de costume. Apenas trocas de beijos muito gostosos. Seus toques, fechei meus olhos e consigo imaginar perfeitamente, seus dedos deslizando pela minha nuca e adentrando os fios do meu cabelo. Seus lábios acariciavam minha pele, vindo de encontro a minha boca.Me arrepio de imediato, Logan sabe o que faz e faz muito bem. O beijo lento e a pegada em minha cintura faz com que suspire até agora, é claro que na hora fingir não está
Alana Peterson— Estamos aqui para curtir e distrair, logo cada uma vai estar em países diferentes. — Eva me interrompe mais uma vez. Suspira, arrumando o óculos escuro em seu rosto. — Podemos não ser tão responsáveis assim durante alguns dias? Sabemos como será quando voltarmos à “realidade”.Mordi o canto da boca, lembrando da minha conversa nada gentil com Erick. E tendo a certeza que meus pais devem estar pensando que estou querendo apenas chamar a atenção, Eva está certa. Ao voltar a realidade será bem cruel. A decisão de ter vindo para essas férias foi exatamente para não me preocupar com nada e ter alguns dias de paz.— É, você tem razão. — Dou um meio sorriso. — Pode fazer a festa.— Você é demais! — Eva pega o celular novamente e começa a digitar.Sento na espreguiçadeira, pensando em entrar na piscina. Não sei porque não estou muito animada. Ao longe vejo Lea que acena para mim, sorri e acenei para ela também.— Mentira que você está acenando para Lea Schneider. — Me assusto
Logan OconnorAlana pega seu suco de maracujá e sai, ignorando Diogo, que pedia para que ela se acalmasse e ficasse conosco. Pego meu corpo com o líquido delicioso de tequila, gostando do gosto da bebida em minha boca. Sorrindo, finalizo a minha bebida. Alana se irrita fácil de mais. Suas sobrancelhas tem o costume se juntar o máximo possível e o bico se formar em seus lábios.— Cara, por que você fez isso? — Diogo quer uma explicação. — Sabe como a irritar e faz de proposito.— Sim, faço. — Não nego. — É engraçado vê-la irritada.Diogo me olha desconfiado.— Quer ser o motivo dos sentimentos dela e escolhe justo a raiva?Ah, não. Ele já vai começar com essa conversa chata.— Diogo…— Não faço ideia do que fizeram ontem, mas não foi bom? — Continuou com seu tom de sermão. — Sim, mas…— Então aproveita a parte boa e para despertar o lado ruim. — Me interrompe. — Se você não gostasse dessa garota e não estou falando amorosamente, sabemos muito bem que faria ela ficar longe de nós. Quer
Logan OconnorAlana olha na direção que elas haviam saído sem entender. A mulher na minha frente demora um pouco para reagir. E nesse momento só queria está na frente do Diogo e apertar aquele pescoço com minha duas mãos mandando ele parar de se meter na minha vida pessoal.— Hum, atrapalhei alguma coisa? — Me pergunta ficando sem jeito.— Não, elas tinham que resolver umas coisas. — Menti. — Já estavam de saída.Ergo a mão no ar fazendo pouco caso com a conversa. — Ah… — Morde o canto da boca.Alana pela primeira vez não implica comigo, olhando para qualquer outro lugar, menos para mim. Passava a mão no braço, deslizando os dedos pela pele exposta em um jeito tímido. — Alana, você está bem?— Eva está dando uma festa em nosso quarto e não quero participar, então meio que fugir. — falou de uma vez sem parar para respirar. — Faz meia hora que estou procurando vocês, pensando que poderia entrar de penetra em seus planos, mas parece que todo mundo tem algo para fazer. Sem mim.A olho p