Murilo Lewis.
É a Hanna!
A minha garotinha de grandes olhos azuis, eu não a reconheci de longe e não acredito que me interessei por ela.
Ela não!
- Oi família - Hanna fala com a voz doce o que destoa completamente da sua aparência de mulher fatal - Oi Murilo - fala timidamente me estendendo as mãos - Tudo bem?
- Oi - falo rouco - Estou bem e você? - levanto a puxo para um forte abraço, ela fica tensa no início mais corresponde, seu cheiro doce invade as minhas narinas e fecho os olhos por alguns instantes.
- Fico feliz que esteja de volta - fala se afastando - E eu sinto muito por tudo que aconteceu - fala se referindo a morte da minha ex noiva.
- Obrigado - agradeço com amente fervilhando, cansado do assunto do meu passado e revoltado por ter me envolvido pela nova Hanna - Preciso de algo mais forte - aviso mostrando o meu copo vazio - Com licença.
Me afasto apressado, entro na casa e um garçom passa por mim com uma garrafa de whisky, pego a garrafa e sento em um banco sozinho no jardim, um pouco afastado de todos.
Não sei quanto tempo depois uma música sensual começa a tocar, e avisto Hanna dançar com uma amiga perto de onde estou, elas também se afastaram do resto dos convidados, parecem conversar sobre algum segredo.
Instantes depois sua amiga se afasta.
Hanna fica envolvida pela musica me deixando perdido em seus movimentos por alguns segundos, ela se deixa se envolver pelo ritmo sensual da batida, meu corpo vibra e meu coração palpita enquanto ela passa as mãos por seus seios e j**a o cabelo para o lado enquanto rebola o quadril.
Sem conseguir me controlar me aproximo e seguro sua cintura, ela não se assusta, pelo contrário rebola com mais vigor.
Meu aperto em sua cintura aumenta, ela vira o rosto na minha direção e quando dou por mim nossas bocas se colam e sinto o seu gosto, é uma mistura de morango com álcool.
Nosso beijo é quente, ondas de prazer invadem meu corpo junto com sua língua atrevida em minha boca.
Fecho meus olhos me entregando por inteiro a essa sensação, ela entrelaça suas mãos em meu pescoço e em resposta aperto fortemente sua cintura.
Sem desgrudar nossas bocas ou nosso corpo caminhamos para uma parede próxima onde ninguém consegue nos ver onde a prendo com meu corpo e ela aproveita nossa proximidade para se esfregar ainda mais em mim.
Minhas mãos deslizam pela lateral de seu corpo e param sobre sua bunda durinha, a aperto ainda mais a mim, como se estivesse querendo fundir nossos corpos. Não sei descrever exatamente o que está acontecendo comigo, apenas sinto como se minha vida dependesse desse beijo e nada poderia me parar, bem, nada além da m*****a falta de ar.
Esse foi o melhor beijo que já tive em toda a minha vida!
Nossas bocas se separam, mas nossas respirações quentes se misturam, ainda de olhos fechados, consigo sentir novamente o cheiro doce do seu perfume e é como se finalmente eu despertasse de um transe.
Separo nossos corpos como se tivesse tomado um choque, começo andar de um lado para o outro nervoso.- Calma, Murilo - ela pede tentando se aproximar, foco meus olhos em seu rosto vermelho e a boca inchada por conta do beijo.
- Como calma? - pergunto nervoso - Se seu irmão souber o que aconteceu aqui, nunca mais falará comigo e com razão.
- Somo adultos, nós quisemos e está tudo bem - tenta me acalmar.
- Não está tudo bem - falo alto e ela se encolhe - Me desculpe ursinha - tento soar mais calmo.
- Vicente não manda me mim e muito menos em quem beijo ou não, não precisa ficar tão nervoso está tudo bem - repete - Adultos ficam, se beijam, quando acontecer de novo...- Não vai acontecer de novo - a corto - Isso foi um erro e não voltará a se repetir, eu estou um pouco alterado por conta da bebida, estou carente e foi isso. Vi você ali linda, dançando tão alegre que não conseguir me conter. Mas a verdade Hanna é que não te desejo, não te quero e repito isso não vai mais acontecer.
- Você é um babaca - fala com os olhos cheios de lágrimas - Pode ficar tranquilo Murilo Lewis - fala magoada e é como levar um soco - Nós dois bebemos muito, você tem razão foi um erro esse beijo.
- Hanna - falo chateado por ver a mágoa em seus olhos - Não fica assim - tento tocá-la.
- Não inconsta em mim - se afasta bruscamente - Vamos esquecer tudo isso.
Ela se afasta correndo, mais ainda consigo ver uma lágrima descer pelos seus lindos olhos azuis.
- Eu não posso te querer ursinha! - falo com pesar vendo ela se afastar pela multidão.
Murilo Lewis.Dias atuais.O choro estridente de Arthur chama a minha atenção e olho para Vicente tentando acalmar o filho recém-nascido.Quando Vicente me convidou para assumir a direção do hospital da sua família e ser o mentor da sua irmã eu fiquei muito surpreso, não poderia rejeitar, ele é meu melhor amigo, estava precisando de ajuda e eu sou muito grato a sua família por tudo. Alguns meses após a morte da minha ex noiva eu resolvi me mudar e assumir a direção do Cooper Clinic. Estou a um ano no cargo e breve Hanna irá para o hospital começar seu treinamento.- Tutu, eu sei o quanto os seios da sua mãe são bons, mas precisa colaborar com o papai - meu amigo fala balançando o garotinho.- Vicente, que cafona esse apelido - falo rindo.- Tem nada de cafona no apelido do meu filho - reclama - Combina com o da irmã, Tata. Que inclusive está quietinha dormindo no quarto dela.- Quando você se tornou esse cara - aponto em descrença me referindo aos apelidos cafonas.- Quando eu encont
Murilo Lewis.Tudo bem, confesso que eu não estava preparado para ver Hanna versão mulherão, quando eu fui embora ela ainda era uma adolescente que usava aparelhos, quando eu vinha visitar sua família acompanhado da minha ex noiva eu não tinha olhos para nenhuma outra mulher. Lembro de quando eu comecei a frequentar a casa dos seus pais, eu gostava de passar um tempo com ela, sempre sentir uma vontade de cuidar e protegê-la, a minha ursinha, um dos motivos para eu achar tão errado beijá-la.Hanna não é o tipo de mulher que quero em minha cama, por mais que esteja um mulherão de fazer qualquer homem se encantar, eu sei que ela ainda é uma menina doce e ingênua. Mesmo que não fosse irmã do meu melhor amigo, não me envolveria, pois tenho certeza que não a faria feliz.Sou um homem do mundo, gosto de mulheres, não dou exclusividade e nem prioridade a ninguém, não mais, pois quando eu deixei alguém se aproximar do meu coração ele foi despedaçado.Ver a mágoa nos olhos da Hanna, depois que
Hanna Cooper.Cruzo a boate lotada, me esquivando de vários corpos suados e histéricos, que dançam ao som de Alive, do DJ Alok. Seguro um copo transparente contendo um líquido vermelho, doce, porém, muito forte, não fazia ideia do nome, e perdi as contas de quantos copos eu já havia bebido.Sigo Flora, minha melhor amiga desde o início da faculdade, andamos de mãos dadas até o outro lado da boate onde estão nossos amigos e uns conhecidos.Eu estava muito feliz que finalmente eu me formei e aprenderei o máximo que eu conseguir para um dia assumir o hospital da minha família. Esse pensamento me faz lembrar do Murilo, o grande amor da minha infância e adolescência. A forma rude na qual ele falou que foi um erro o nosso beijo e em como ele foi um babaca por ter transado com a minha ex amiga no meu apartamento.Preciso apagar qualquer vestígio de sentimento por aquele homem, vamos trabalhar juntos e não quero me machucar. Não mais.Depois do episódio da festa, onde nos beijamos e ele me m
Hanna Cooper.Sinto a claridade incomodar os meus olhos e os abro lentamente. Primeiro sinto uma dor de cabeça tão forte que parece que vai explodir a qualquer momento, depois observo o teto branco, sem lâmpada, a cama macia me parece muito aconchegante, percebo que não estou em meu quarto e que não estou sonhando.Sento-me rapidamente na cama e parece que o mundo está girando, a cabeça começa a latejar e aperto as minhas têmporas e respiro devagar algumas vezes tentando lembrar da noite anterior e principalmente tentar descobrir onde estou.Quando sinto que estou melhor, começo a avaliar o quarto com os olhos, vejo algumas janelas redondas e caminho até elas, as nuvens passam com rapidez e a imensidão azul do oceano preenche a minha visão, percebo está em um avião.- Um avião - exclamo chocada e tapo a boca com as mãos em descrença - Com vim parar aqui?! - coloco as mãos na cabeça preocupada.Noto a decoração rica e de bom gosto do quarto, sigo em passos lentos e cuidadosos até a por
Hanna Cooper.Na verdade eu estava um pouco feliz por ele ter me trazido junto, e principalmente por não ter que encarar minha família, a outra parte de mim estava nervosa, porque quanto eu prolongar, piores serão seus discursos protetores.- Você estava bêbada e desmaiada, ursinha. Eu poderia pedir para alguém fazer isso por mim, mas então, eu teria que encarar seu irmão e seu pai por ter feito isso, quando estivesse de volta.- Eles sabem desse detalhe? - pergunto insegura.- Tudinho - fala rindo.- Fofoqueiro - cruzo os braços emburrada.- Quanto a você não está feliz com a minha companhia, sinto lhe informar, mas breve conviveremos diariamente - lembra.- Somente o necessário, sei separar as coisas.- Separar o que exatamente, ursinha?- No hospital, vamos ser colegas de trabalho, vou está tão focada que não terei tempo de olhar para sua cara e lembrar o quão babaca é.- Eu já pedi desculpas pelo beijo.- Não estou falando do beijo - explodo - Na verdade você se desculpar pelo bei
Hanna Cooper.Um táxi nos trouxe até o hotel em que Murilo tinha reserva, em todo o caminho eu estive observando a cidade, Fortaleza é um lugar muito bonito. A suíte presidencial que ficamos hospedados é enorme e de frente para a praia.Após fazer minha inspeção pelo ambiente luxuoso, peguei o celular do Murilo e liguei para o meu irmão. Só depois que garanti mais de dez vezes que estava bem e que não sairia de perto do Murilo foi que ele desligou.- Você está fome? - Murilo pergunta atrás de mim, enquanto eu caminho para a varanda da suíte.- Um pouco - respondo.Um sorriso escapa dos meus lábios quando o sol quente toca minha pele. Amo a sensação dos raios solares esquentando a minha pele.- Ursinha - Murilo chama, e eu me viro para vê-lo na entrada da varanda. Ele sorri despreocupado, notando que me pegou distraída e ergue uma sobrancelha.- Eu perguntei se estava tudo bem se eu pedir uma comida leve.Concordo com um aceno de cabeça e volto minha atenção para as águas convidativas
Hanna Cooper.*Flashback on*Aguardo pacientemente minha babá terminar de pentear os meus cabelos, eu não gosto muito quando ela os alisa demais.Estou muito ansiosa para descer e ver meu irmão. Ele finalmente voltou para casa depois de dois meses num acampamento para meninos, ele chegou pela manhã mas eu estava na aula e quando voltei ele saiu com o papai.Eu escolhi meu melhor vestido e minha melhor sapatilha. Eu gosto de estar bonita e hoje é um dia especial, estava com muita saudade.Matilda, minha babá, termina de pentear meus cabelos e eu saio correndo para fora do meu quarto e desço as escadas, apressada.E lá está ele, em pé no meio da sala contando suas aventuras no acampamento. O irmão mais lindo que uma menina pode ter. Eu costumo passar isso na cara das minhas amigas. Sempre.- Vince - grito animada e abraço as pernas do meu irmão.Ele é muito alto, é mais velho que eu. E eu sou baixinha ainda, só tenho oito anos.Ele sorri e beija o topo da minha cabeça.- Você está maior
1 ANO DEPOIS. Hanna Cooper. Acordo sobressaltada com um som estridente ao lado da minha cabeça, bufo frustrada e morrendo de sono ainda. Bocejo preguiçosamente e passo as mãos pela cama, sentido a maciez do lençol de duzentos fios egípcios. De repente sinto cabelos na palma da minha mão, cabelos que não meus e imediatamente lembro do que aconteceu na noite passada. Coloco um travesseiro no rosto e grito frustrada. Eu cheguei de viagem ontem a noite, depois de ter passado um ano em Harvard fazendo uma especialização. Após visitar a minha família, decidi sair para comemorar e liguei para minha melhor amiga, Flora. Nós fomos para uma boate muito conhecida na cidade, perto da praia. Lá após alguns coquetéis, um homem bonito se aproximou, ele era alto, ombros largos e cabelos negros como a noite. Desde que cheguei na boate que sinto seus olhos sobre mim, confesso que gostei de me sentir desejada por um homem tão bonito. Ele se aproximou e conversamos muito, dançamos e eu acabei bebendo