Quando o grupo se distancia o suficiente, William me solta. Eu olho em sua direção, furiosa. Que diabos esse cara acha que está fazendo? Por acaso ele está maluco?
— Qual é o seu problema? — rude, resmungo, com os braços cruzados e a face endurecida. Mas ele não me responde, apenas mantém-se sem expressão. Não há mais nenhum sorriso estampando os seus lábios e a seriedade em seu rosto está me deixando ainda mais enfurecida — Você é louco? Aquele grupo podia ter nos ajudado! Agora talvez tenhamos que ficar presos aqui até de manhã — continuo, mais ele ainda não está dizendo nada. Quero socar-lhe o rosto, por que q sua falta de resposta está me deixando cada vez mais chateada. O que me irrita mais é o fato de ele estar fitando-me estranhamente. Eu quero que ele fale e explique o por que esse imbecil tampou a minha boca — Não vai falar nada? Vai ficar parado aí me olhando? Inferno!
Contudo, quando estou ab
— O que disse?Eu sei o que ele disse, ouvi bem. “Por que eu goste de você, Angelina. Eu espero por esse beijo desde a época da escola.” Mas sinto como se tudo tivesse sido um delírio estranho.Ele respira fundo. Parece buscar coragem novamente para dizer o que quero escutar outra vez.— Eu disse que gosto de você. — morde o lábio.Volto o meu olhar para a sua direção, onde encontro os seus olhos me sondando em busca de alguma reação. E como é a bagunça que me ronda, é tendo ela como base que o respondo.— E só agora se deu conta disso? — meu tom soa mais afetado do que eu quero — Só agora, depois de anos?Vejo a tensão empurrar de uma vez só a leveza para bem longe, pegando-a de surpresa.— Eu… Disse que sempre esperei pelo teu beijo — a sua voz soa fraca, como se a minha acusação tivesse lhe acertado em cheio.— Eu ou
"Onde está ele, mamãe? O meu pai já está vindo?"A minha mãe me olhou fixo. Eu sabia o que aquele olhar queria dizer. Já o vira vezes demais para entender que algo não estava certo. Talvez, mais uma vez, ele não viria. Meus olhosinfantis estavam se enchendo de lágrimas. A minha mente de criança trabalhava insensantemente querendo saber o por que, mais uma vez, o meu pai não viria."Eu vou ligar para ele novamente, meu amor." a minha mãe falou, dando-me um beijo na testa antes de se afastar com o celular em mãos.Quando ela se afastou o suficiente, eu a segui, como vinha fazendo há um tempo. Vi-a cochichando no celular, sei que agora era para que eu não a escutasse. Eu escutava.Encostada perto da porta, escondida, eu ouvia o de sempre:"O que aconteceu
ANOS ATRÁS— De bruxinha, Angelina? Sério? — Vanya riu, e, naquele momento, não percebi que se tratava de um sorriso debochado — Não tinha nenhuma outra fantasia mais elaborada?Olhei para as outras meninas e me encarei no espelho de corpo inteiro. Era verdade que eu não procurei muito o que vestir além de algumas outras fantasias tão comuns quanto a que estava usando, mas, na verdade, eu sempre quis me fantasiar assim novamente. Fui de bruxinha quando ainda era criança na festa de Carnaval da escola e, é claro, chamei atenção — não de uma forma boa, por que, enquanto as meninas vestiam-se com roupas de princesas, por exemplo, eu apareci com uma roupinhas que combinava mais com o halloween, olhos pi
— Eu começo? — interpela ele, aguardando uma resposta.Eu faço que “não” com a cabeça, adquirindo coragem de algum lugar que ainda não conheço bem. Você não precisa ter tanto medo de falar o que sente e quando sente, digo a mim mesma, ignorando, pela primeira vez, aquelas duas outras versões que teimam em sempre me dizer e exigir, tão convincentes, o que devo fazer. Eu sei muito bem o que devo fazer e não preciso que ninguém imponha nada sobre mim. Agora que sei o que ele sente, se torna mais fácil me abrir, não é? Eu ainda tenho medo e receio, e a coragem não se faz muito presente. Ela se fecha e se esconde para que eu não a pegue. Mas eu quero tentar, por que, como William disse a Hector, é melhor se arriscar a viver na dúvida Com esse pensament
ANOS ATRÁSEu não achava que a festa de hallowen da escola ia estar tão agitada. Todos estavam fantasiados e, desde o momento em que tínhamos entrado, o que não fazia tanto tempo assim, eu já tinha contado várias bruxinhas, ou mais.Vânia tinha tido razão quando apontou paa mim que aquela era uma fantasia comum demais, todavia, eu estava feliz comigo mesma naquele momento e bonita. Então, apenas continuei andando animadamente junto com as minhas amigas para cada vez mais para dentro do pátio, onde a música era alta.— Namorando ou solteiras? — um garoto que eu não conhecia muito bem mas que sabia quem era, porque já tinha visto ele pela escola, perguntou.Estava vestindo uma fantasia que eu não conseguia identificar o que era. Em suas m&atild
23:18 PMDepois de William me lembrar da noite em que fui aquele bar, tudo voltou à memória. Danilo tinha ido aquele bar por que a banda de alguns amigos iria tocar. Danilo estava eufórico para me apresentar como sua namorada formalmente para eles, todo orgulhoso de me ter com ele. Nos tornamos primeiramente amigos, mas, com o tempo e com a convivência e por sermos tão parecidos, resolvemos tentar.Eu nunca tinha ido até aquele bar com ele. Na verdade, ele costumava ir sozinho com os amigos, para que pudessem se divertir e ter um momento entre amigos. Nada mais válido que isso. Era bom vê-lo feliz a companhia de seus amigos de escola. E eu não via nenhum problema em que Danilo saísse com os amigos. Nossa relação era sincera o suiciente para que não precisássemos agir tão possessivamente, o que infeli
Anos AtrásAli estava ele, de olhos atentos a Lucas, que empurrava o objeto em sua direção, enquanto ele negava, dizendo que não precisava de nenhuma. Meu coração bobo quis correr ainda mais, disposto a dançar loucamente enquanto eu quase… quase surtava.William estava vestido de elfo. O cabelo longo estava caindo por sobre os ombros e no peito. Seus olhos estavam grudados sobre mim. Eu nunca sabia o que pensar sobre aquilo. Por que ele não vinha logo? Por que não acabava com todo aquele suspense? Você também pode ir até ele, foi o que eu pensei inúmeras vezes durante aqueles anos d. escola, sempre sendo impedida pelo medo de ser rejeitada. Eu tinha muito medo de ser rejeitada, principalmente quando eu lembrava da rejeição do meu pai. Aquilo me traumatizava.
A confusão permanece em sua face por bastante tempo. Tenho vontade de dar-lhe um tapa, porque, sério? Ele vai fingir mesmo que não se lembra? Aquilo me machucou consideravelmente, ao ponto de eu passar alguns dias sem dormir, sendo embalada pela melancolia que apenas a madrugada pode trazer. Ele não foi e nem disse nada. Não deu nenhuma explicação. Foi naquele dia em que perdi completamente a esperança e vontade de tê-lo. Eu era só uma adolescente sem muita confiança em si e cheia de dúvidas sobre tudo. Mas não sou mais aquela garotinha sentimental e sedenta para ter um pouco de atenção. Não sou mais assim. Cresci e entendi a importância que tenho como pessoa. Evidentemente sou humado, as vezes fraqueja, mas aquela garotinha sem auto estima se orgulharia de ver a mulher que me tornei, sei que a Angelina mais nova que me e