Anos Atrás— Você está ridículo nessa fantasia.Empurrei-o para longe, rindo da sua cara. Alex me olhou contrariado, fazendo uma careta engraçada.— Não, isso não é verdade. — contestou — Eu estou belíssimo.Ri alto, por que a forma pomposa com a qual ele falou boa bastante engradaça. Ainda passamos um bom tempo nos provocando. Era o que fazíamos. Nós provocavam os sempre. Éramos bons nisso. Nosso amizade estava cada vez mais firme. Estar em sua companhia era sempre um momento de alegria e diversão.Então, lembrando-me do nosso plano e, consequentemente, sentindo o meu ventre pegar fogo, perguntei, extremamente acanhada:— É… E sobre o que dissemos que faríamos hoje? Que você me ajudaria a fazer?Ele demorou um pouco a me responder, fingindo que não sabia do que eu falava.
— O quê? O que você disse? — em choque, balbucio.Meu corpo treme em espectativa e minha mente ainda mantém-se em estado de desorientação. Alex fez isso? Ele mentiu para mim? Para nós? É quase impossível que isso seja verdade. O Alexander? O cara mais legal e engraçado e fofo do mundo inteiro? Não pode ser verdade. William deve estar mentindo, não é mesmo? Alex nunca faria isso. Eu quase riu só em pensar na hipótese.— Por que você tá rindo? — William chama a minha atenção.Ponho os meus olhos sobre ele outra vez. Eu estou rindo? Nem percebo. É que tudo parece estranho demais, impossível demais… Alexander Mendez nunca faria isso, não é? Pode ser que sim. Ninguém conhece direito as pessoas, Angelina. Dessa vez não é nenhuma das minhas versões que opna. É apenas a minha própria constatação. Na verdade, as minhas versões estão caladas há bastante tempo. Parecem querer me
23:40 PM— Droga! — William sibila quando nos afastamos.— O quê? — frazo o cenho.Há algo de errado? Eu me pergunto. Até mesmo as minhas outras duas versões o encaram em dúvida é expectativa.— Não é nada que seja ruim. — ele explica bem rápido quando nota o olhar indeciso que lanço em sua direção.Estamos ainda na mesma posição;seus braços ao meu redor causando-me a sensação de fogo intenso e seus lábios ainda reencostam nos meus. Ele não faz nenhum movimento que denote que pensa em se afastar. Na verdade, tira uma das mãos de meu quadril apenas para acariciar o meu cabelo. Seu toque me trás ainda mais eletricidade, se é
Tudo parece se encaixar finalmente. Vejo as últimas peças do quebra-cabeça ocuparem seus lugares.Há algo místerioso no ar. Ainda chove e embora onde eu esteja sentada respingue um pouco de água, não é algo que tenha muita relevância. Na verdade, nenhuma. A chuva está um pouco mais forte, todavia, ela ainda não impede que a música cesse e nem que os buburinhos diminuam.Ninguém parece dar importancia a nesse fato.Quero permanecer aqui para sempre. Sei que quero. E as minhas outras versões concordam comigo.— O que quer que eu toque? — William pergunta, fixando seus olhos castanhos sobre mim em espera.Ah... Seus olhos! E em todas as vezes que ele me olhou e em todas as vezes que ainda vai me olhar, nada muda ou mudará. O formigamento em meu ventre e o acelerar do meu coração continuam os mesmos.— Eu não sei... — solto, pensand
— Eu estou com a chave, vou abrir q porta. — Hector diz, seu tom não está mais nublado. Na verdade, há excitação e alegria nele.— Ah, dêem um oi para o meu amor. Eu consegui, quero que nos abençoem. — escutamos o som de um molho de chaves. —Quer dizer, vocês são espíritos bons, não é?William e eu ainda nos olhamos. Nossa respiração está pesada. Não há nada mais no mundo, e a voz de Hector parece reverberar em outra dimensão, se transformando apenas em um ruído fraco, como a voz de algum fantasma. Sei o quero, e não é sair agora desse banheiro. Não sei quando aconteceu, mas agora percebo que a chuva está ainda mais forte.Quero que ele toque para mim. Quero ouvi-lo e ve-lo dedilhar sua guitarra. Ele a d
00h00♤Posso estar neste momento no auge da fantasia, mas quando a porta é aberta, faz eu me sentir como se eu tivesse sendo sugada de volta para a minha realidade verdadeira. Ao mesmo tempo, o ar parece entrar de uma só vez. O banheiro realmente é muito abafado. Sinto um ar um pouco mais agradável adentrando vagarosamente e subindo pelas minhas pernas e entre as minhas coxas. A sensação é boa. Trás até mim um alívio gostoso. A frente de mim duas figuras tomam forma. Detrás deles, o corredor vazio se estende, fazendo eu me perguntar o quão ingênua fui para acreditar em Thalia e ser arrastada até esse banheiro
Quando a chuva para decair... — O que fazemos agora? — ele fala. Eu prendo o ar. — O que acontece agora?A chuva ainda cai, mas é apenas uma garoa. Estamos nos encarando. O asfalto molhado abaixo de nossos pés parece brilhar, e, embora a chuva tenha cessado, o céu ainda permanece completamente nublado e bastante escuro.Quando deixamos o banheiro, vimos claramente a placa avisando que o banheiro não estava bom para uso. Tinham realmente armado para nós dois, por que antes de entrar ali dentro eu não a tinha visualizado em nenhum lugar. Nós voltamos para a sala. Apenas um casal se b
♤ <William> Quando a chuva para Ela é tão pequena. Não sou extremamente alto, mas diante de mim ela é tão pequena e… Seu sorriso, acanhado, acaba trazendo aos meus lábios um sorriso próprio meu. Não sei exatamente que horas são. Posso agora facilmente desviar os olhos dela e espiar em meu celular, mas por qual motivo faria isso? Não. Não quando estamos tão próximos outra vez. Não quando quase posso sentir o seu toque sobre a minha pele, quente. Não quando, se espirrar mais profundamente, seu cheiro, que parece ser alguma mistura de rosas e algo a mais, chega até mim, embriagando-me com muito mais facilidade do que qualquer bebida existen