Bruna MariaSer amiga de um homem como João Gonzales seria possível? Questionei-me. Ele foi de grande ajuda naquele momento que precisava tanto de apoio.Refleti sobre minha conversa com a dona Gabriela, de que eu não deveria julgar as pessoas. Como não julgar? Éramos diferentes e isso para mim era um problema, porém, pra ele não era.Quando retornamos para Fortaleza, ele me deixou no hospital na companhia da minha avó. Vovó Olivia, gostou dele e ele foi bem simpático com ela.Ele disse que precisava resolver uns assuntos pendentes, todavia, brevemente voltaria para nós levar até minha casa.Ele manteve a palavra e nos levou para minha casa, na verdade, meu quarto de cômodo e um banheiro! Minha avó ficaria comigo até estar totalmente recuperada para voltar para casa.— Filha, aquele belo homem e você são namorados? Estou perguntando porque ele me pareceu muito interessado em você. Quero que saiba que tem a minha aprovação, ele é um gatão e foi muito simpático comigo.Minha avó entende
João GonzalezNão conseguia entender o porquê estava ansioso. Era apenas um jantar, não encontro. Não sabia que roupa usar, mesmo tendo várias peças diferentes, era como se nenhuma delas fosse boa o suficiente para ocasião. Meu lado exigente aflorou e nada me agradava.Quando finalmente encontrei a roupa adequada, o problema foi o cabelo, ele começou a me incomodar. De frente para o espelho perdi alguns minutos testando alguns penteados diferenciados, mas no fim, acabei usando o mesmo de sempre, o cabelo arrumadinho com gel, partido no meio.Meu irmão me telefonou inesperadamente, o que me deixou um pouco irritado, devo confessar, porque não era o momento para conversarmos. Eu estava praticamente de saída, ainda assim, atendi o telefonema.— Não posso conversar agora! Tenho compromisso inadiável. Por que não deixou para telefonar em outro momento? Você é meu irmão, porém, estou apressado para sair do hotel.— O que você tem? Pra que essa pressa toda? Essa é a primeira vez que você fal
Bruna MariaJoão ficou de cara fechada após ouvir minhas explicações para Dona Gabriela. Não queria que ela pensasse que existisse algo íntimo entre nós dois, portanto, falei que era somente um jantar entre amigos. Por que ele ficou daquele jeito? Eu não tinha falado nenhuma mentira! Não fiquei insistindo em ser simpática com ele, se ele queria ficar de cara amarrada que ficasse. Depois do jantar ele foi me deixar em casa com a minha avó. O silêncio ficou entre nós durante o trajeto até minha casa. Ele conversava com vovó Olívia apenas, o que aliviou um pouco o clima meio estranho no veículo. O senhor Nogueira nos convidou para sua festa de aniversário, vovó recusou, pois, não estaria mais na cidade na data marcada. Eu também queria recusar, no entanto, a senhora Gabriela respondeu por mim, afirmando minha presença sem me consultar antes. Quatro dias após o jantar o dia da festa de aniversário havia chegado. Desde o jantar João me evitava e não era coisa da minha cabeça. Toda vez
João GonzalezErrei em ser grosseiro com Bruna Maria, tinha consciência do babaca que acabei sendo. Meu impulso me fez fazer e falar coisas que não deveria. Roubei um beijo dela após ser um imbecil. Por que beijei ela? Foi algo que não consegui controlar, meus instintos e desejos.Vê-la fugindo de mim em um carro, me deu um aperto no coração. Quando retornei para a festa de aniversário do senhor Nogueira, não consegui ser o mesmo de antes. Pensei em nosso beijo. Sentir o gosto dos seus lábios doces nos meus, não saia dos meus pensamentos.Foi o orgulho que não me deixou procurá-la depois de todo o ocorrido. O tapa que ela me deu no rosto marcara seus dedos em mim. Ela não era uma mulher qualquer e apenas se defendeu.Peguei meu jatinho particular pela madrugada e quando ele levantou voou quase chorei, confesso. Por quê? Porque no Brasil deixaria alguém furiosa ao invés de sentir saudades ela sentiria raiva. Algumas horas depois aterrissei no México. O sentimento de perda era enorme.
Bruna MariaUma semana após a partida de João Gonzales do Brasil, pensava no desgraçado, mesmo não querendo. Eu não sabia mais o que fazer, pensar me trazia tristeza. Ficou algo entre aberto porque não era para tudo acabar daquela maneira, em uma discussão idiota.Foi errado ele ter me beijado inesperadamente e me ofendido. As palavras pesam, mas apesar de tudo, ele não era uma pessoa ruim. Não soubemos lidar com o que estávamos sentindo um pelo outro.Não conseguia continuar negando pra mim mesma que aquele beijo roubando não significou nada. Um beijo era um beijo, embora surpresa, abalou meus sentidos e mexeu com o meu coração. Ele não saia dos meus pensamentos nem com oração, digo isso, pois tentei!Foquei ainda mais no meu trabalho, na esperança de me libertar da bagunça que estava na minha cabeça. O apoio da minha amiga Sofia era essencial naquele momento crítico. Ela me convidara para uma balada.Meu desânimo fez com que ela acreditasse que uma badalação me deixaria animada para
João GonzalezFora muita persistência para conseguir com que Bruna Maria me deixasse entrar em sua casa para conversarmos. Eu não viera de tão longe para não resolver aquela situação entre nós dois.Precisava descobrir se ela sentia algo por mim. Uma semana inteira que passei longe dela quase enlouqueci. Por quê? Imaginei muitas coisas, entre elas, ela se envolvendo com um homem mais jovem que eu. Fiquei enciumado, admito.Ela aparentava estar tão nervosa quanto eu. Não sei se era porque estávamos a sós ou outra coisa. Eu poderia ter esperado para conversarmos durante o dia, todavia, não aguentaria esperar mais. Aquela conversa não poderia ser mais adiada.— Tive muitos pensamentos durante essa semana que passei longe de você. Não estou dizendo isso porque me sinto culpado. De modo algum me arrependo de ter roubado um beijo seu, entretanto, o meu erro foi ter ofendido você. — ela me ouvia com atenção, portanto, continuei. — Eu não soube como lidar com nossa situação de maneira madura.
Bruna MariaSaber que um homem como Gonzalez tinha interesses amorosos em mim e não somente prazeres carnais era assustador. Não sabia qual direção seguir sem me arrepender.Caminhei pelo hotel com os meus pensamentos atribulados. Eu tinha sentimentos por ele, no entanto, sentia medo. Como enfrentar sentimentos que nunca quisera ter? Não sabia como! Existiam barreiras que seriam um problema, como, por exemplo, a distância entre o Brasil e o México.Não foi uma coincidência me encontrar com ele no corredor, de um dos andares que não era o seu. Apertei firme o carrinho de limpeza. Olhei para o seu lado direito, pensando em sair correndo. Por que eu queria tanto fugir? Porque ainda não tinha uma resposta conclusiva sobre nós.— Finalmente te encontrei! Por acaso está me evitando? — perguntou, aproximando-se. — Por que está pálida? Bruna Maria, precisa de ajuda?Como não ficaria pálida? Ele estava na minha frente e aparentemente esperando uma resposta minha, ou não teria me procurado por
João GonzalezBruna Maria, estava me escondendo de suas amigas! Isso era lamentável! Eu estava começando a me incomodar. Não queria nada escondido como se fossemos um caso proibido. Por que suas amigas não poderiam saber de nós?Não tinha nada de errado elas saberem que estávamos nos conhecendo melhor. Minhas intenções eram as melhores, queria namorá-la e quem sabe casar no futuro. No entanto, eu não queria estar escondido de ninguém.Samuel, sabia sobre nossa situação amorosa, e se não fosse por seus conselhos, não teria voltado para o Brasil. Por que ela queria tanto manter sigilo? Os dias com ela eram maravilhosos!Antigamente costumava acreditar que nenhum relacionamento valeria a pena. Após anos me dedicando somente ao trabalho e ao meu irmão, abri meus olhos para algo novo. Vivi durante muito tempo me enganando de que o amor de uma mulher não era tão importante assim, até conhecê-la e querer tudo.Minha família começou a ficar preocupada com a minha ausência do país. Eu era um h