Pietro Castellane:Entro no quarto com a calma calculada de um predador que sabe, sem sombra de dúvida, que a presa já se rendeu.Fecho a porta atrás de mim. O som seco da fechadura se trancando ecoa como um aviso final: daqui, ninguém sai. Nem ela. Nem eu.Ajoelha bem diante de mim, a menos de um passo de distância.Nua.“Pronta para te servir, marido” As palavras que saíram de sua boca há segundos ainda vibram dentro da minha mente, reverberando como um sussurro sujo e delicioso que atiça cada parte do meu corpo.Fernanda abaixa a cabeça, em submissão e essa atitude envia ondas quentes de fluxo sanguíneo diretamente para o meu pau.As mãos dela entrelaçadas repousando sobre as coxas, tão quietas e obedientes, apenas esperando e esperando, o momento se estende, e não me importo, preciso beber dessa imagem deliciosa.Quantas vezes, em silêncio, no escuro do meu quarto, fantasie exatamente com essa cena? Ela exatamente assim... sem medo, sem hesitação, apenas esperando por mim.Sem ne
Pietro Castellane:— Sabe... — começo, a voz baixa, como um sussurro que roça a pele. — Quando privamos o corpo de um sentido, todos os outros ficam mais alertas.Dou mais um passo ao redor de Fernanda, a observando, a tira de pano vermelho em contraste perfeito com sua pele branca. Seu corpo exposto apenas a minha mercê. — Sua audição fica mais aguçada — sussurro em seu ouvido, deixando meu hálito tocar sua pele. Ela estremece. — O olfato, mais atento. O paladar... mais exigente.Dentro da gaveta do criado mudo ao lado da cama, pego uma garrafa de vinho e o saca rolhas. Fernanda vira o rosto da direção do som, que com certeza está ecoando ainda mais alto que o normal. Abro a garrafa.— Abra a boca — ordeno, minha voz deslizando com firmeza.Céus, a quanto tempo eu não dou uma ordem como essa?Ela obedece sem questionar, os lábios entreabertos, e isso me faz sorrir. Melo meu dedo com o liquido rubro e encosto suavemente contra sua língua. Ela envolve o meu dedo com os lábios, inundand
Fernanda Castellane:Minhas costas arquejam contra a parede fria. A textura gélida contrasta com o calor avassalador que me consome por dentro. A corda que prede meus pulsos roça contra minha pele fazendo eu cravar as unhas contra a palma enquanto uma das minhas pernas repousa sobre o ombro de Pietro – firme, quente, meu. A outra treme incontrolavelmente, mal sustenta meu peso, porque ele já tirou de mim qualquer resistência.O rosto dele enterrado na junção entre as minhas pernas e de longe a vista mais erótica que já vi em toda a minha vida. Ele aperta minha coxa, pressionando ainda mais seu rosto, como se ali fosse o único lugar do mundo onde ele desejasse estar.Meu corpo inteiro vibra.Pietro não me come – ele devora. Cada movimento é calculado, cada sucção uma sentença em um idioma que meu corpo aprende antes mesmo de minha mente entender me fazendo perder o ar.A língua dele é quente, precisa, habilidosa.Cada lambida é um incêndio.Cada sugada no meu clitóris é um colapso.Cad
Fernanda Castellane:A manhã nasce preguiçosa, arrastando luz suave pela janela da cozinha. O cheiro de café recém passado mistura-se ao da massa assada sobre o balcão.Continuo mexendo lentamente com a colher de madeira a calda de chocolate na panelinha para que ela esfrie mais rápido.Uma das sensações que ele me causou ainda permanece, como se algo em mim finalmente tivesse despertado, e agora, exige por mais.Tento me concentrar no som do mar, manter minha mente focada em outra coisa, mas nada funciona. O café, o bolo, a calda. Nada é capaz de tira-lo na minha mente, nada é capaz de me deixar em paz.Meu corpo ainda lembra.Ainda pulsa.A primeira noite com Pietro me marcou de uma forma que eu não sei nomear. A língua dele, as mãos, a forma que ele me segurou como se eu fosse mais leve do que o ar... tudo isso me acompanhou a noite inteira.Ou teria acompanhado, se ele tivesse ficado.Agr! Mesmo com o dia já amanhecido, o gosto amargo ainda está em minha boca. A forma carinhosa co
Fernanda Castellane:— Sim — a palavra sai mais firme do que eu esperava.Apesar de toda a raiva que senti, a confiança que tenho nele é muito maior.Os passos dele ecoam, indo e vindo, tento manter minha respiração controlada. Meu coração calma, mas a ansiedade e expectativa estão me deixando tão... tão... sensível.Um calor inesperado pinga bem no centro do meu seio esquerdo. Bem no bico.— Ah! — um gritinho de surpresa escapa dos meus lábios. Meus quadris se contraem, os dedos se agarram à beirada da mesa.É quente. Quase quente demais para a minha pele tão sensível.— O que diabos você... — engasgo. Ofegado, fecho as mãos em punhos e sinto uma nova onda de pulsão caminhar por todo o meu corpo, o cheiro da calda de chocolate invadindo meu olfato de uma forma tão intensa.Mais um gemido escapa de mim, o boca quente dele se fechando ao redor do meu bico, sugando com uma pressão que faz meu corpo arquejar.Então ele começa a brincar com a língua, me lambendo como se saboreasse um doce
Fernanda Castellane:A brisa morna e salgada da praia acaricia meus cabelos, fazendo-os dançar suavemente contra meu rosto. Meus pés afundam na areia úmida enquanto ondas pequenas, tranquilas e geladas beijam meus tornozelos antes de recuar, deixando rastros espumantes na areia úmida. O sol queima minha pele, mas a brisa salgada do mar ameniza o calor.Estar assim com ele, em um ambiente tão tranquilo, ainda é algo que preciso me acostumar. Parece irreal.O rosto dele parece sereno sob os óculos escuros, uma expressão rara, relaxada, parece quase feliz. Quase consigo ver o Pietro de uns cinco anos atrás, antes de tudo acontecer.— Ei, tira uma foto minha — peço, sorrindo enquanto paro e faço uma pose divertida, jogando os cabelos para o lado.Ele ergue o celular e tira algumas fotos minhas. Sorrio naturalmente para a câmera, a luz dourada da manhã refletindo em meus olhos. Logo depois, Pietro se aproxima e estica o braço, virando a câmera para uma selfie nossa juntos. Sua expressão é
Fernanda Mendonça:Concentre-se Fernanda. Você já passou por várias simulações na faculdade, respire fundo e ajude! — Pressão arterial subindo! — A voz da enfermeira corta o ar, carregada de tensão.— Precisamos acelerar — a obstetra declara, sua postura rígida transparecendo a gravidade da situação. Ela se volta para o anestesista. — Ela está estabilizada o suficiente?— Podemos começar — o anestesista responde com um breve aceno, embora o nervosismo esteja evidente em sua voz.Meu coração parece pular do peito quando o bisturi na mão da doutora reluz sob a luz fria da sala. O ambiente ao meu redor parece diminuir, cada som ampliado como se estivesse dentro de uma bolha prestes a estourar.Droga! A simulação nunca é como a vida real.A obstetra começa a incisão, suas mãos rápidas e precisas. O sangue surge na pele pálida da paciente, e o som dos instrumentos sendo passados de mão em mão enche a sala, um ritmo quase hipnótico.— Chegando na cavidade uterina — informa a Dra.Sinto o s
Pietro Castellane:— Sei que o momento é delicado para o senhor — minha secretaria começa. — Mas os novos estagiários chegaram ontem, você ainda não se apresentou a...A frase dela é interrompida pelo som agudo do meu celular vibrando em meu bolso.— Um momento, Emile — tiro o aparelho do bolso e vejo o nome da médica da minha esposa na tela. Meu coração acelera. — O que aconteceu? — Atendo imediatamente, minha voz soando mais firme do que me sinto por dentro.O silêncio do outro lado dura uma fração de segundo, mas é longo o suficiente para que meu estômago se contraia em um nó.— Senhor Castellane, o estado da sua esposa piorou. A pressão dela está perigosamente alta. Precisamos fazer o parto de emergência agora. Não há tempo, ou perderemos os dois.O peso das palavras atravessa o meu peito como um soco. A sala ao meu redor desaparece em um turbilhão de vozes abafadas e formas indistintas, como se o mundo tivesse perdido o foco. A única coisa que ouço, clara como um trovão, é o som