No caminho de volta, Octávio desabafa: — Vou ter mesmo que lhe sequestrar novamente, Luizão! Da forma convencional não a terei de volta! Meus métodos sempre deram certo! Luizão não conseguia argumentar com o patrão. Estava extremamente nervoso. Precisava proteger Susan, mas para isso precisava quebrar uma promessa. Estava num dilema tão grande que as lágrimas invadiram os seus olhos rapidamente. Octávio, na sua soberba, não percebia o sofrimento do rapaz e falava pelos cotovelos no banco de trás: — Eu vou tê-la para mim, Luizão! Vou obrigá-la a ser minha amante! Vou montar uma casa longe desta cidade e levá-la para ser só minha! Ela vai abrir mão de tudo por mim, como fez a Michelle! Ela me ama, vai ver só! Luizão secou as lágrimas desajeitadamente para questionar: — Mas senhor, Don Salvatore vai lhe perseguir! Ele vai fazer da sua vida um inferno! Octávio riu malicioso e retrucou: — Não se preocupe com isso! Vou me livrar dele na hora certa! Eu s
Depois que saiu do quarto da mãe, Luizão andou em passos largos pelo jardim até o seu carro, mas foi alcançado pela enfermeira, que corria esbaforida atrás dele — Judith! Aconteceu alguma coisa com a minha mãe?— ele quis saber. — Não senhor! — a moça respondeu recuperando o fôlego. Luizão olhou na direção da porta da mansão e encostou-se no carro cruzando os braços. — Então diga-me, qual o porquê desse desespero?— ele insistiu. A moça passou a mão na testa, afastando o suor que fazia a sua franja colar na pele e disse: — Senhor, não fique tanto tempo sem vê-la! Ela se anima quando o senhor vem! Amanhã com certeza vai até passear pelo jardim. Luizão se alterou e começou a falar gesticulando muito: — Mas foi ela quem me colocou nesta situação, Judith! Eu sou escravo do meu irmão! Não imagina a que preço eu tenho que estar do lado dele, para agradá-la, porque eu sei que a doença dela é o remorso por tê-lo abandonado! Eu sei que você sabe de toda a história! A moça assentiu r
Durante o almoço, Octávio observava a expressão animada da esposa. — Me deseje sorte, minha esposa! Hoje pretendo fechar um grande negócio! — Ele disse misterioso. Nina sorriu inocente e respondeu se agitando sorridente: — Claro meu marido! Você terá sempre a sorte que merece! Octávio se conteve para não explodir de ódio, apenas sorriu irônico e começou a comer tranquilamente. Depois do almoço, ele subiu para o seu quarto, mas antes disse: — Vou descansar um pouco antes de sair! Não quero ser incomodado! Nina sorriu satisfeita e repetiu a sobremesa. No quarto, Octávio afastou a cortina que dava para a sacada e viu quando Luca chegou. — Esse deve estar mancomunado com ela!— ele disse irritado. Octavio voltou-se para o seu quarto e procurou o celular com os olhos. Ele estava na cama, então ele o pegou e falou sarcástico, olhando para o aparelho: — Vamos lá, minha querida esposa! O tiro vai sair pela culatra! Octávio fez uma ligação para Don Salvatore. Esperava ansioso o o
O homem que estava escondido atrás da mesa com Salvatore, se levantou assustado. Ele olhou os seus dois seguranças mortos e gritou para os homens com arma em punho: — Seus idiotas! Salvatore também levantou-se. — Fizeram bem, podia ser um policial ou vários deles!— ele disse desafiando o homem ao seu lado. — Ficou louco? Temos que nos render, estamos sem saída!— o homem discordou. — Devia ter uma saída de emergência!— Salvatore rebateu. Os dois ficaram se encarando muito próximos, enquanto os seus homens com as armas nas mãos não sabiam como agir. — Eu vou me entregar!— o homem disse se afastando de Salvador e se dirigindo para a porta. — Você é um covarde!— Salvatore gritou e sacou a sua arma. Ouviu-se o som dos gatilhos das armas dos homens de preto. Eles apontavam as armas de forma que cada equipe de um dos lados se enfrentasse. O homem não se intimidou, apenas parou segurando a maçaneta da porta. Ele respirou fundo sem olhar para trás e abriu a porta. Nesse momento, a a
Assim que Luca parou o carro, Nina saiu correndo para dentro da mansão. Gioconda e Giulia vinham correndo na sua direção e as três choraram com a mesma dor. Luca veio logo atrás e também tinha lágrimas nos olhos. — O que vai ser de nós, hein Nina!— Gioconda disse desesperada. Giulia olhou para Luca, percebendo que ele arregalou os olhos querendo oferecer apoio, então ela disse: — Gioconda, filha mia, primeiro tu vive a tua dor, depois tu pensa nisso, han! Luca olhou desconfiado e ficou sem graça. Ele tinha vontade de dizer para Gioconda que ela não se preocupasse que ele não lhe deixaria faltar nada, mas essa fala era de Nina. — Mamma, nonna, eu vou cuidar de vocês!— ela disse emocionada. Enquanto isso, Valentim estava sendo obrigado a estender o seu programa por conta da notícia da morte de Salvatore. A polícia encontrou muitas provas da sua máfia. Susan foi encontrá-lo num pequeno intervalo. — Valentim! Meu Deus, você precisa ir falar com a filha dele! Saber como ela está
Nina chegou no velório acompanhada de Valentim. Ele a protegia da imprensa. Giulia e Gioconda vinham logo atrás. Elas usavam trajes pretos e óculos escuros também. Durante todo o velório, Octávio não apareceu, mas Valentim ficou até o sepultamento. Voltaram todos para a mansão. — Você não vai voltar mais para a casa do seu marido?— Valentim quis saber. — Eu, eu não estou com um pingo de vontade— Nina respondeu olhando sem jeito para a mãe e a avó que começaram a pigarrear. Elas se retiraram e Valentim às acompanhou com o olhar, depois voltou-se para Nina falando: — Nina, não volta mais para Octávio! Você precisa ter esse filho em paz! Nina olhou para o alto da escada onde estava o seu quarto de solteira, depois passou a mão no ventre e respondeu: — Você tem razão, não há clima nenhum para eu e Octávio! A essa altura, ele já deve estar sabendo que eu queria vê-lo preso! Valentim arregalou os olhos sem entender e Nina continuou: — Valentim, eu planejei uma emboscada para Oct
Luizão não arredou o pé esperando o patrão aparecer. Octávio chegou muito tarde. Passava das vinte e três horas. O desespero era geral. A polícia estava mobilizada nas buscas para encontrar a Susan. Rita e Jane não saiam da frente da televisão esperando por notícias e quando escutaram a voz do patrão, puseram-se a ouvir através das paredes. — Senhor, eu o estava esperando! Onde está Susan?— Luizão levantou-se do sofá falando ansioso. — Calma, rapaz! Ela está bem!— Octávio respondeu tranquilamente. As criadas ficaram boquiabertas. — Então foi ele!— Jane concluiu assustada. Luizão tinha a boca seca. Estava tão nervoso que mal conseguia falar. — Senhor, ela está grávida! — ele disse quase chorando. — Eu não sou um monstro, Luizão! Eu vou cuidar bem do meu filho!— Octávio disse Já se dirigindo para o bar. Luizão viu o patrão se servir de uma dose de whisky e pôs-se a analisar a sua frieza. Ele pensou que se quisesse ajudar Susan teria que entrar no jogo dele. Então ele também
Susan colocou um sorriso no rosto e virou-se. — Senhora, o que faço agora que vai voltar para o senhor Octávio?— a moça quis saber. Susan foi convincente quando respondeu: — Seus serviços não são mais necessários, querida! Estou ansiosa para voltar para os braços do meu amor! — É sempre assim! Eles acabam sempre bem!— Luizão disse irônico. A moça voltou para o quarto em que estavam os seus pertences e Luizão saiu arrastando Susan rapidamente pela mão. — Aonde está me levando?— Susan quis saber. — Para a minha casa!— ele respondeu tranquilamente. — Sua casa!— Susan exclamou parando de andar. — Não para a casa que Otávio pensa que eu moro!— Luizão disse impaciente, voltando a puxar a moça pela mão. Os dois seguiram pelos fundos da casa onde o carro estava estacionado. Susan entrou rapidamente, ansiosa para sair dali. Luizão passou devagar pelos seguranças que acenaram e lhe deram passagem. Logo, os dois estavam respirando aliviados lo