Em pouco tempo, o quarto de Nina foi invadido por várias pessoas. Além dos empregados, os seus pais chegavam também. — Papá, foi você, eu sei!— Nina gritou.Salvatore olhou em volta examinando a expressão curiosa dos criados. — Calma bambina! Papá não fez nada, eu juro!— ele disse sem jeito. — Eu sei que foi você! — Nina acusou. Gioconda se aproximou da filha para abraçá-la, enquanto Giulia dispersou os curiosos.De repente, Nina saiu correndo à procura de Luca. — Lucaaaaa!!!Salvatore ficou apavorado. — Eu sinto muito, agora é tarde! — ele disse pensativo, sentando-se à beira da cama da filha. — Amore! Mandou matar o rato!!— Gioconda exclamou assustada.Giulia cruzou os braços e olhou para os lados fingindo não saber de nada. Enquanto isso, no cativeiro, Valentim estava preso a uma cadeira, com as pernas e braços amarrados. Ele estava calmo, pois acreditava que era mais uma brincadeira da Nina. — Podem ir!— Luca ordenou aos homens, apontando uma arma para a cabeça de Valentim
Luca desamarrou os braços e as pernas de Valentim e quando ele se levantou arrumando o terno, ele sentiu piedade do rapaz. — Perdoe Valentim, mas o máximo que posso fazer é poupar a tua vida, mas se tu non desaparecer, vai me complicar com o Don Salvatore, han? — Eu sei, eu sei disso Luca! Não se preocupe comigo!— Valentim respondeu resignado, enquanto se encaminhava para a porta.Luca baixou a cabeça e olhou para tudo naquele lugar como se não visse mais sentido naquela vida que levava. Parecia que confessando a sua história para Valentim, teria resolvido a sua vida e tudo o que queria, era levar Gioconda e Nina embora, mas passou tanto tempo que achava não ser mais possível. Luca não entendia porque Gioconda continuava do lado de Salvatore, mesmo ele estando ali para protegê-la. Ela nunca teve coragem de voltar à Itália com ele, mesmo admitindo que ele era o pai de Nina.Luca já desistiu dos seus sonhos, mas nunca deixou de estar ao lado da mulher amada, mesmo que fosse como capa
Nina engoliu em seco e lançou um olhar assustado para Luca, que entendeu e pediu licença para se retirar. Nina foi atrás dele quase correndo. — Não posso casar com outra pessoa, Luca!— ela disse desesperada enquanto andava rápido do lado do homem. — Não quer que eu o sequestre novamente, quer?— o homem disse parando de andar e cruzando os braços.Nina respirou ofegante enquanto os seus olhos aflitos pensavam numa saída. — Eu vou atrás dele e vou implorar o seu amor! — ela disse se precipitando para a direção do portão. Mas Luca segurou o seu braço dizendo: — Nem pensar, Nina! Está muito recente! Ele acusou o Don Salvatore! Nina parou suspirando impaciente e disse suplicante: — Então, o que eu faço? Me ajuda! Eu não posso perdê-lo! Luca ficou sério e olhou para a casa descansando uma das pernas. — Precisamos tirar o seu pai de uma enrascada!— ele disse pensativo. — Papá corre perigo?— Nina indagou assustada.Luca suspirou tenso e respondeu: — Tem um amigo infiltrado e d
Luca guardou a maleta de dinheiro num cofre enterrado no jardim da casa. Era um segredo dele, nem mesmo Nina sabia. Ele já havia juntado muito dinheiro dessa forma, mas daquela vez teria que colocar a filha a par.No dia seguinte, Nina desceu para o café e se surpreendeu com o pai contrariado, ela deduziu rapidamente que Luca não lhe entregou o dinheiro dessa vez. — Hoje estou de mau humor, Gioconda, não me pergunta nada, han?— ele dizia cabisbaixo. Giulia sabia que alguma coisa nos negócios deu errada para o genro, mas preferia fazer o papel de inocente. — Algum negócio deu errado, Salvatore?— Gioconda quis saber.Giulia sabia que desde que a filha soube da traição do marido não lhe chamou mais de amore, mas ela se preocupava com razão, pois os negócios escusos do marido poderiam respingar para todos. — Filha, deixa o tuo marido que ele não está bem, han?— ela disse.Nina olhava para o pai de rabo de olho e foi ter com Luca, um tempo depois. Ela encontrou o homem num canto sombre
Nina entrou em pânico. Precisa ver Valentim, mas um medo terrível de ser rejeitada passava pela sua cabeça. Ela andava em círculo pelo quarto falando sozinha. — Meu Deus! Preciso ver Valentim urgente! Preciso afastar da cabeça dele a ideia de que eu estava lá, naquele galpão! Enquanto isso, Salvatore comemorava lá embaixo. — Viu isso, nonna? O rato non me acusou, han? Imagino que estar apaixonado pela minha bambina! Giulia assistia ao noticiário de pé com os braços cruzados e se balançava nervosa. Nina desceu as escadas e passou na ponta dos pés para não ser vista.Giulia olhou para ela, mas disfarçou para não chamar a atenção de Salvatore. Depois que Nina saiu, Giulia questionou o genro: — O que pretende fazer agora, hein Salvatore? Arrumar outro casamento para tua filha ou empurrá-la para este aí que quer te ver na cadeia?Salvatore esticou o corpo arrumando a postura e respondeu um tanto confuso: — Ainda não sei, han? Per que a mia figlia não sabe se está grávida ainda e s
Valentim tinha um carinho tão grande por aquela que seria filha do seu maior inimigo. Ele sabia agora que ela era na verdade filha de Luca, mas era ainda a herdeira do sanguinário Salvatore Bergamaschi. Ele olhava para ela tentando sentir ódio, mas o seu coração lhe traía.Valentim se afastou na intenção de se livrar daquele sentimento e como acreditava que Nina fosse pura de sentimento, decidiu lhe provocar repulsa para que se afastasse dele definitivamente, o livrando daquele sentimento que ele reprimia.Nina ainda vestia um vestido curto preto colado ao corpo e o ajeitava, puxando para baixo sorrindo inocente. Valentim, num gesto brusco, a virou de costas novamente, a pressionando contra a bancada. A afastou um pouco para que ela inclinasse mais o seu corpo e ergueu o seu vestido, segurou os quadris da moça machucando a pele delicada.Nina ficou confusa, por um momento pensou que estava sendo punida, e estava mesmo.Valentim queria magoá-la e lhe humilhar, pisar nos seus sentiment
Valentim estava se arrumando para sair quando o interfone tocou.O porteiro avisou que Susan estava na portaria e ele autorizou a sua subida. A moça já entrou se justificando: — Eu não queria te atrapalhar, Valentim! Sei que tem que trabalhar ainda!Valentim fez um gesto vago com as mãos e respondeu: — Eu saio mais cedo para almoçar num restaurante lá perto, você sabe!Susan acompanhou os movimentos de Valentim, enquanto ele se virava para fechar a porta. Ela dizia: — Estou preocupada com você, Valentim! Anda estranho e triste! — Susan, se você soubesse!— Valentim disse suspirando. — É ela não é? A riquinha obcecada!— Susan andou pela sala a falar.Valentim riu com tristeza e disse: — Nem sabe de quem ela é filha! Susan ficou curiosa, mas o interfone tocou neste instante e Valentim foi atender. — Deixe-o subir!— ele disse e logo virou-se suspirando para a colega. — Você chegou em boa hora, Susan!— ele disse sério. A moça franziu a testa e o acompanhou até o bar, onde se ser
Salvatore comunicou a sua decisão para Luca, assim que o homem se foi. — Mas senhor, Octávio é muito velho para Nina! — Luca tentou argumentar. Salvatore respondeu abrindo a caixa de charutos: — Não importa! Não tenho tempo para ficar escolhendo muito, Luca!Luca aceitou um charuto e insistiu: — Senhor, ele é pouco para a sua filha! O senhor pode arrumar um marido melhor! Esse metido a mafioso é um aproveitador, não creio que esteja fazendo um bom negócio! Salvatore concordou com a cabeça e suspirou desanimado falando em seguida: — Sinto muito, Luca! Eu queria mesmo era o Valentim com o rabo preso, isso me daria prazer, mas um neto sem pai nesta casa vai me matar de desgosto! Luca não insistiu mais no assunto e os dois ainda tomaram uma dose de whisky.Mas tarde, Luca esperou Nina sair para a faculdade para lhe contar a novidade.Nina falava curiosa: — Papá arrumou um marido para mim? Quem é Luca? Como assim, já está tudo certo? Eu nem conheci o infeliz! Luca se apoiava na po