Nicholas Smith Respira, inspira. Não surtar, não dar chilique. Meus olhos estavam piscando sem parar. Por conta da crise nervosa que eu estava tendo naquele momento. Cravo as unhas na minha perna e aperto. Eu tinha que descontar a raiva de alguma forma. Arthur não agiu como uma criança. Ele veio até a mim e me cumprimentou, mas depois disso ficou em um canto com os amigos e o primo. Alan que é outro que estou doido para pegar no soco. O pior de tudo, é que Ayla parece muito a vontade com eles. Ela até foi no colo daquele garoto. Depois de tudo que eu fiz por ela. Briguei com meu pai, levei tapa na cara, roubei dinheiro dele para pagar pelos remédios dela, e é assim que sou agradecido? Traidora! Vou deixar meu pai vender ela para qualquer um agora. Eu deveria estar aproveitando, mas era difícil para mim. Eu gosto do Arthur, muito mesmo. E ver aquele garoto tocando nele o tempo todo estava me matando aos poucos. Arthur estava sorrindo para ele. Daquela forma que fazia o cora
Nicholas Smith __ Será que pode me ajudar? Eu preciso muito tomar o meu remédio. Pode me dar um copo de água? __ Claro! - saio da cadeira e vou até a geladeira. Pego uma garrafa de água e deixo em cima do balcão. Vou até o armário e pego um copo. Abro uma das gavetas e olho as variedades de facas que tinha ali. Um sorriso logo aparece no meu rosto. __ Tão tentador... - recuo minha mão antes de pegar uma das facas. __ O que? __ Uhm? __ O que é tentador? __ Seu pescoço cortado e o sangue jorrando pelo chão - o menino arregala os olhos. Coloco a água no copo e entrego a ele. __ Você não gosta muito de mim, não é? __ Como adivinhou? __ Isso é por causa do Arthur? __ Que menino esperto. A faca estava tão perto de mim. Uma palavra a mais e ele iria perder a língua. __ Vocês não são mais namorados, o que significa que ele está solteiro. E eu não escondo meu interesse nele. __ Garoto é melhor calar essa boca. __ Pode me ameaçar a vontade. Mas sou do tipo de pessoa que faz de
Arthur Bianchi O clima entre os meus pais não era nada agradável. Estava bem na cara que eles ainda estão brigados. Mas mesmo assim eu trouxe meus amigos aqui. Já que só posso voltar para o meu apartamento amanhã. Está em dedetizando. Verônica viu uma barata e ficou gritando por quase meia hora. __ Quando vai ser sua competição mesmo? - minha amiga me olha curiosa. __ Semana que vem. __ Vou torcer muito por você - ela coloca a mão no meu braço. __ Sou o organizador, mas torço por você também - Bernardo sorri para mim. __ Você não vai participar? - Verônica o olha curiosa. __ Infelizmente não vou poder, mas vão ter outras oportunidades. Ouço um barulho de salto e logo vejo minha mãe descendo as escadas. Ela iria embora daqui, mas não foi. Ainda não sei o motivo de não ter ido. Só que ela e meu pai não estão se falando. Eu quero saber onde chegou a história do exame. Meus pais não falam nada e eu também não obrigo eles a falar. Vou esperar por mais um tempo. Se não falarem
Arthur Bianchi Dirijo pelo lugar desconhecido. Estava escuro deixando minha visão da pista um pouco dificultosa. __ Onde a gente está, Bernardo? - minha amiga pergunta. __ Meu irmão que me convidou para a festa. Não é perigoso. Depois de alguns minutos, finalmente eu chego no local. Era uma festa bem parecida com as que dão na casa do Nicholas. Saio do carro e coloco as mãos nos bolsos da minha calça. Bernardo parecia animado ao ver o irmão. Ele me disse que eles raramente se falam, já que a mãe o proibi de fazer isso. __ Jhonatan - ele corre até um cara. Ele era alto e repleto de tatuagens, além de ter um corte no rosto, que tomava boa parte dele. __ Quem são esses ai? __ Meus amigos. O olhar dele na gente não foi nada agradável. Mas eu não me importei. __ Esse é o Arthur, aquele é o Alan e essa e a Verônica - Jhonatan demora o olhar mais tempo no meu primo, que parecia estar com medo de alguma coisa. __ Vamos entrar! Alan segura o meu braço antes que eu possa fazer is
Nicholas Smith Grito de dor quando mais uma vez eu vomito. Só que não tinha mais nada para sair. Eu ainda estava com vontade de vomitar, mas sem absolutamente nada na barriga. Por conta dos meus pesadelos, estou me drogando mais e consequentemente não estou comendo, e isso está me afetando cada vez mais. Parece que minha tripas vão sair para fora. Uma pressão terrível que estava fazendo na minha barriga. __ Nicholas - Martin bate na porta - você está bem? __ Sim! - dou descarga. Me levanto e vou escovar meu dentes. Passo enxaguante bucal 3 vezes, para não ficar gosto ruim na minha boca. Molho meu rosto e respiro fundo. Saio do banheiro e vejo meu irmão sentado na cama. __ Precisa se alimentar, Nicholas, ou não vai conseguir parar de pé. __ Eu sei disso. Vou comer alguma coisa. __ Promete? __ Prometo! - esfrego meus olhos - por que está me dando bronca? Onde está a Samantha? Normalmente ela é que faz isso. __ Saiu com o namorado. Parece que iriam em uma festa - assinto -
Nicholas Smith Estava mais para um massacre do que para um tiroteio. Estávamos em menor número e isso conta muito. Eu já estava ficando sem munição e parecia que isso nunca iria acabar. Me assusto ao ver mais um dos meus cair morto ao meu lado. __ Estou de volta - Martin aparece ao meu lado. __ Você os fez ir embora? __ Tive que botar o Arthur para dormir, ele não queria ir - assinto. Um tiro acerta a árvore onde eu estava. Pegou perto do meu rosto e me faz cair no chão. E foi nesse exato momento em que 3 carros param na nossa frente. Dylan ainda de dentro do carro atira em 3 deles que estavam em cima da casa. Ao ver Jhonatan recuar, eu imagino que era para fugir, e eu não iria permitir que isso acontecesse. Então sem pensar muito, eu atravesso a rua e corro para dentro da casa. __ Nicholas! - meu irmão grita por mim. Entro na casa e atiro na primeira pessoa que vejo. Continuo correndo e seguindo aquele desgraçado. Os caras acabam entrando na casa também, fazendo agora o
__ É claro que pode! Estou na casa dos meus pais, mas você pode vir aqui. Meu pai faz um sinal para mim, então eu encerro a ligação. __ Vamos embora. Eles terminam aqui. Volto para o carro e reparo que Martin não tinha saído de dentro dele. Paul parecia com raiva e isso não era nada bom. Demoramos um pouco a chegar em casa. Eu desço do carro e vou para a sala. Samantha estava sentada no sofá. Rayssa estava fazendo um curativo no rosto dela. __ Pai - ela fica nervosa ao ver ele. __ Quantas vezes eu tenho que falar para você tomar cuidado? Não Confie nas pessoas, veja para onde está indo, leve um dos meninos com você. Não conseguiu aprender nada, garota? __ Sinto muito! __ Sinto muito? É o que você tem a dizer? Seus irmãos se machucaram, 8 dos meninos morreram, Dylan está morrendo e a única coisa que tem para falar é sinto muito? __ Não tenho nada para falar. __ Sua irresponsabilidade custou muitas vidas. A morte deles foi culpa sua! Ela coloca a mão na boca, abafando o cho
Nicholas Smith __ Como você está? - o olho de cima a baixo - espero que não tenha se machucado muito. __ Eu estou bem - Arthur se senta a cama - queria ter ficado lá. __ Para que? __ Meus amigos estavam presos lá. E eu não acho que você iria querer ajudar eles. Acho que sonhei demais achando que ele queria ficar lá porque estava preocupado comigo. __ Por que acha isso? __ Você sempre demonstrou não gostar de nenhum deles - assinto. Pulo a janela e entro no quarto. Vou até uma cadeira e a puxo para me sentar. __ E realmente não gosto - esfrego meus olhos - trouxe uma coisa para você. De dentro da minha mochila, eu puxo uma flor. __ Eu não sabia qual você gostava, então peguei algumas - mostro a ele - rosa, hortência, Margarida, lírio, lotus e tulipas. Arthur me olha por um tempo. Eu me levanto e entrego cada uma das flores a ele. __ Não gosto muito de flores - toda minha felicidade vai embora e meu sorriso morre. Ele deixa as flores em cima da cama, como se não fosse nada