Seu tom de voz é calmo e não abre espaço para discussões. Ele não está pedindo, apesar de seu tom calmo, ele não demonstra raiva, e muito menos irritação. Mas, há algo nele que grita perigo, então eu simplesmente fiz imediatamente o que ele mandou.
Não esperava que o mesmo homem que cheguei minutos atrás, fosse estar na minha frente neste momento. Pouco consigo ver de seu rosto devido o capuz que ele usa. Apenas consigo ver o tom de sua pele, seus olhos, lábios, e algumas mechas castanhas que escapam do capuz.
-- Se não querem me fazer mal, então saiam deste lugar. É minha casa, e não quero aqui.
-- Tudo bem. Simba, vamos voltar. -- ele me deu as costas e saiu.
Simba, me lançou um olhar ameaçador antes de se retirar. Respirei aliviada, mas não pude deixar de me sentir intimidada pela calmaria daquele homem. Não pensei que ele fosse aceitar sair sem mais nem menos, sem querer nada em troca, ou alguma explicação.
Droga, está tudo queimado graças ao imecil do Simba.
Sempre que tenho tempo venho para e venho tentar reparar o dano que foi feito ao meu lar.
Droga.
Fiquei algum tempo tentando recuperar as trepadeiras queimadas. Olhei para o lago, e fiquei triste. Meus poderes não são fortes o suficiente para o limpar.
-- Estava em Sem?—Nia me pergunta. Assim que me vejo chegar aos aposentos para me preparar para nossa atuação.
-- Isso ainda é pergunta?—Shena.
-- Devia parar de ir para lá, e superar.—Nubia.
-- É perigoso, você sabe, e já não há nada para nós naquele lugar.—Mandisa.
Elas são fofas tal como eu, e juntas somos apenas um terço das cortesãs que trabalham aqui, foram compradas pelo antigo proprietário quando ainda éramos novas, o proprietário, não era uma pessoa agradável, nos pune por pequenos erros, e nos ameaçava de morte. A esposa dele. A senhora China, que também é uma elfa é que nos ajudou a encontrar nossos talentos, apesar de ser uma mulher gananciosa, e rude, nos trata como filhas. E não deixa que nos envolvamos intimamente com alguém contra nossa vontade. Segundo ela, temos mais valor virgens do que corrompidas.
Eu em particular não me envolvo intimamente com ninguém, devido às minhas crises de raiva, China tem medo que eu mate algum cliente importante.
O marido dela , morreu a três anos atrás, e ela é quem vem controlando tudo.
Ela nos dá folga. Alimentação, vestuário, e liberdade de nos locomovermos. Mas, não temos nossa liberdade, aliás, nenhum elfo tem. Se sairmos daqui, seremos tomados por qualquer um e usados como escravas, sabe-se lá em que.
Estamos presos dentro dessa gaiola.
- Seu corpo tem se desenvolvido bem, ein!!—Shena é a mais pervetida do grupo. Toca os meus seios medios descaradamente.
-- Me solta. -- me esquivo, pegando um vestido.
-- Quero muito que passe a dançar no meu grupo. -- Nubia.
- Não curto muito as danças sensuais, e aqueles bêbados me dão raiva.
Mandisa me abraça de lado e me dá um beijo na testa.
-- Niara ainda é um ovo, a dias fez dezanove anos. Ainda é cedo para ela se arriscar tanto.—Mandisa, é a mais sensata do grupo, ela entretém os clientes com jogos de tabuleiro e cartas.
--- Nosso tempo de atuação também é curto aqui. Quanto mais velhas ficamos mais, desnecessárias nos tornamos, iremos para cozinha, e Chinara vai achar outras elfas para atuarem em nosso lugar.—Shena.
Eu sou a mais nova do grupo, quando viemos para cá, eu tinha apenas treze anos,e elas já tinham quinze, eu tive mais tempo para aprender enquanto elas só tinham um ano. Somos ensinadas desde novas, como deve agir uma cortesã, em contrapartida, começamos a atuar com dezasseis anos, e aos vinte dos é o nosso auge. É quando o nosso valor começa a desaparecer.
-- Shena, se controla. Niara, é só um bebe, não a sobrecarregue.—Shena eleva as mãos ao alto, e se vira para retocar a maquiagem.
Chinara aparece, parando na entrada e batendo no pulso. A garota que faz prosas se levanta e saem juntas. Respiro fundo porque já é a minha vez.
Assim que subo no palco, a melodia começa, olho para os clientes, que estão ansiosos, para receber o êxtase que a melodia de um elfo produz. Entre a clientela, meus olhos acabam se focando em homens de capuzes castanhos que olham para mim. Imediatamente, fico desconfiada deles, porque eles sempre aparecem onde eu estou. Isso é coincidência, ou é propositado.
-- Hum
Oh, Oh
O cheiro de seu perfume
Eu pensei ser imune
Olhando ao redor desse quarto
Não posso deixar de ver seus traços
Esse momento é surreal
Não consigo expressar em palavras como me sinto
Assim que eu começo a cantar, ele volta sua atenção, a sua conversa, à medida que comem. Eu sei que ele não está olhando para mim. Mas é estranho o tanto de vezes que nos cruzamos, ou será que ele sempre esteve aqui, e eu não o tinha visto. Ele não está olhando para mim, mais ainda assim como se fosse o centro de sua atenção.
Ninguém me conhece como você
Ninguém vai me amar como você
Não posso negar, toda a vez que eu tento
Uma olhada nos meus e você sabe que estou mentindo
Corpo a corpo, pele a pele
Eu nunca vou amar assim de novo
Você foi feito para mim
Disse você foi feito para mim
Acho que você foi feito para mim
Você foi feito para mim
Aquela não foi a última vez que o vi, e acabei concluindo que ele está hospedado aqui. As cortesãs estão numa área diferente dos clientes, para evitar perturbação, ou algum tipo de atentado. Minha única chance de o ver, é durante a noite, e nós as artistas somos proibidas de aparecer na área dos clientes para criar um certo mistério. E também não é como se eu estivesse interessada nele. Contando que ele não me dê problemas, para mim está tudo
ORIEL GHEDIAo fim de uma semana, nós já tínhamos terminado a nossa pequena expedição. Mas, antes de sair da casa de Kisaeng, pedi para me encontrar com a proprietária.Uma sala particular, foi-nos preparado, aguardei algum tempo até uma senhora, de idade avançada, cabelos rosados, e olhos que parecem pérolas, e mesmo sem aparecem as orelhas pontiagudas, pela aura dela, percebe-se que é uma elfa. Para não ser desrespeitoso, tirou o capuz, permitindo que ela visse o meu rosto por completo.-- Saudações.—a mulher me encara milimetricamente—eu sou a China, a proprietária. Por favor, acomode-se.—um aperto de mãos, ela se senta na cadeira feita de couro braço, de frente para mim.—em que posso lhe ajudar?-- Quanto custam suas cortesãs?—Uma das coisas que eu gostei deste lugar, é a sua descrição, eles não pedem informações pessoais de seus clientes. O que me faz pensar que este é um ótimo lugar para pessoas ricas que querem se divertir, ou resolver algum assunto, estarei, sem correr riscos
Simba me olha, irritadiço, e o meu comprador, não sei decifrar o seu olhar. A proprietária, tirou a marca que lhe fazia minha dona.-- Que tipo de marca vai querer?—ele é alto, deve ter dois metros, ele consegue ser mais alto que Simba que aparenta ser mais velho. Sua pele é morena, seus cabelos castanhos, e seus olhos na cor do mel, seus cabelos chegam até o ombro, e está cortado em formato de escadas. Até parece a juba de um leão. Por outro, Simba tem cabelos curtos vermelhos, e pele bronzeada. Ambos são fortes, mas Simba, é mais musculoso.-- Nenhum. Sem marcas.Tanto eu como a proprietária ficamos surpresas, de certa ele é estrageiro, nenhuma pessoa da área, compraria um elfo sem marcar depois.- Se não marcar, corre o risco, de que presuma que não tem dono, e a leve.—Chinara explica.Ele olha para nós, de forma séria, e não me parece satisfeito com a explicação de Chinara. Ela colocou as mãos, em volta do pescoço, e depois, tirou um colar de prata, com pingente de lobo.-- Use is
Suzana, me apresentou a mansão toda, de seguida me mostrou o meu quarto, que fica do lado, do quarto do Ras. O quarto, é incrivelmente grande e belo.Então ela me convidou a ir para uma das lojas de roupas, escolheu várias roupas para mim, e acessórios de roupa.Levamos a tarde inteira comprando roupa, acessórios, saltos e maquiagem. Me senti esgotado. Quando voltamos ao palácio, ela chamou uma serva para me ajudar com o banho.O luxo é bom, mas não gosto de ser tratada como objeto, ou como animal. Eu devo, eu quero seguir os conselhos da minha antiga proprietária, mas, eu queimo de raiva pela forma como os humanos nos tratam.Depois que a serva terminou de me preparar, fui conduzida até a sala de refeições. Onde o príncipe, já me acordava. a mesa foi servida só para nós os dois. Puxei uma cadeira e me sentei de lado para ele.-- Gostou do seu quarto?—ele perguntou em meio a refeição.-- É legal.—a comida daqui, é muito gostosa, tem muita carne saborosa.—Eu não sei seu nome, não sei
ORIEL GHEDI-- Sabe, eu ainda estou tentando entender porque trouxe uma cortesã. -- Suzana disse de pés, cruzados em meu escritório.-- Ela canta.-- Eu percebi, ela canta muito bem. É uma habilidade dos elfos, está hipnotizado, de amor.—olhei para ela com a sobrancelha arqueada. -- duvido. Ela não me parece, ma, mas Simba não gosta dela. O que aconteceu.-- Invadimos o espaço dela, em Sem. Ela ficou irritada, e tentou proteger sua casa. Você sabe como o Simba é, quem tira a espada da bainha sem conversar, quer lutar.-- Hmmm. -- ela acena.Para de escrever e a encara.-- Sei, que vai fazer seu relatório semanal para mana, pode me fazer o favor de ocultar a parte de Niara, estar aqui. É uma surpresa.-- Uma surpresa para ela ou para o imperador que está tentando te casar.--riu irônica. -- Sabe, que isso dá no mesmo né? Vai lá apresentar uma garota, ai ele vai dizer, porque não se casam.- Pelo menos, essa garota, eu escolhi.-- É um ponto.Na minha opinião, as pessoas mais explosivas
Está bem que eu estou devagar, mas, eu não esperava encontrar ele fora das muralhas de areia. Isso é tão extraordinário.-- Como?—volto a indagar, e sem me aperceber fico na forma de elfa.-- O nosso povo vai continuar lutando, mesmo quando tudo indicar nossa extinção. Eu fugi para cá no tempo de guerra, e mais alguns elfos. Sempre que houver uma chance de fugir da morte, os elfos vão agarrar-se a isso com tudo. Não foi assim que chegou até aqui? Fugindo?Fiquei segundos, quieta, sem saber o que dizer. Com as mãos na cabeça e os cotovelos na coxa.-- E onde estão os outros elfos, que chegaram até aqui.—perguntei ansiosa, para saber onde fica o nosso novo esconderijo.-- Dispersos por aí. Vivendo suas vidas, criando seus negócios. Aqui não temos necessariamente que nos esconder. -- ele fez uma pausa—mas, me conte como chegou até aqui?-- Alguém me trouxe. -- disse num tom baixo.-- Oh. Essa pessoa deve te amar muito e...—ele continuou a falar um monte de coisas que não tinha cabeça pa
NIARA.O que ele pensa que está dizendo. Como ele pode dizer que somos iguais, depois de tudo que meu povo passou e continua passando. Aquele decreto que diz que nós não somos cem por cento humanos, por isso não podemos gozar de direitos. Que devemos ser vendidos como escravos. Que não somos nada além de objetos. Eles se aproveitam da nossa conexão com plantas e animais, eles usam a nossa destreza e habilidade em artes, como música, poesia, dança e até na guerra, para ganhar vantagem, ganhar mais poderes. Eles nos vêem como nada.-- Você não sabe o que está dizendo. -- digo com o coração profundamente amargurado.-- A alguns anos, o ser humano se odiava mais por isso, porque acreditava em raça humana. Brancos, pretos, mestiços, pardos, albinos, entre muitas outras, aliás, a muitos anos não, até hoje, as pessoas se odeiam pelo tom de pele, cabelo, altura, massa, aspectos físicos causados pela variabilidade genética dentro da raça humana, em vez de raças distintas. A diversidade humana
Minha cabeça acaba de colapsar. Como assim, o príncipe-vontade do império do fogo, é do país da areia. Será que tem alguma relação com a família real? Não me recordo de alguma vez ter visto. Eu sei que o imperador da areia tem quatro filhos, eles já foram apresentados ao público, desde a sua infância. Um dos quais, foi responsável por afastar Mika de mim.Todos os filhos do imperador da areia, são casados, com moças nobres, algumas inclusive do clero. Seus casamentos foram um mais luxuoso que o outro.Os primeiros a entrar foram os imperadores do fogo.-- Oriel.—a imperatriz foi a primeira a cumprimentar o príncipe intimamente e lhe dar um abraço.—Você está bem?-- Estou sim.—a imperatriz olhou para ele de forma fraterna, e mesmo sendo baixinha, bagunçou os cabelos dele, como se ele fosse uma criança.—Imperador Renom.-- Oriel.—eles se saudaram com um simples aperto de mão. O imperador olhou na minha direção, e depois para Oriel, trocaram olhares significativos, e por fim o imperador
Os servos serviram o banquete, colocando as melhores safras de vinho. As melhores carnes de legumes. Uma mistura de pratos, do país do fogo, conhecido pelo clima quente, e o país da areia, clima temperado.-- A vida não é só trabalho, Renom. É curtir com a família. Devia dar um desconto, para ele vir curtir com sua família, em sua terra natal.—Shakur.-- Ele já tem uma família.--a imperatriz Antonieta disse se intrometendo. Sendo completamente rude e deixando claro, que não abriria mão de Oriel.-- Falo de família biológica, imperatriz.—Shakur disse sem se deixar intimidar.- Família é quem cuida, não quem gera. E se estivesse preocupado em se aproximar dele, teria vindo atrás dele antes, não acha, quando ele ainda era só uma criança indefesa.- Nada que eu não tenha tentado.—Shakur disse estalando a língua. Ficando desconfortável, por Tonya mencionar o abandono tão descaradamente.-- Que tentasse mais. -- Tonia disse como se fosse obvio.—que fosse até os confins da terra para o achar