Capítulo 03.

Voltei para casa, para a cidade meio apagada

Voltei para casa para encarar o que nos encaramos

Este lugar precisa de mim aqui para começar

Este lugar é a batida do meu coração

Perco atenção no que estava falando, e encaro a mulher que está no palco, seus cabelos crespos são brancos, sua sobrancelha da mesma cor, seu olhar dourado como o ouro, um metro e sessenta, em um vestido decente. Sua voz tira atenção de qualquer pessoa, todos param seus afazeres só para a ouvir cantar.

Oh meu coração

Oh meu coração

Oh meu coração

Oh meu coração

Suas orelhas são pontiagudas, seu olhar distante, canta de olhos fechados, dando voltas ao palco.

A tempestade não me matou

O governo mudou

Ouça o chamado de resposta

Ouça com um novo arranjo

Ouça as árvores, os fantasmas e os edifícios cantando

Com a sabedoria para conciliar essas coisas

É doce, é triste e é verdade

Como nao parece amargo para você

Oh meu coração

Oh meu coração

Oh meu coração

Oh meu coração

Sou um grande apreciador de música, e também de belas vozes. Sua voz me envolve num tipo de nostalgia que me faz viajar, entre o passado e o presente.

Já entendo porque eles cobram assim tão caro, essas elfas fazem um belíssimo trabalho, depois que a cantora saiu, apareceu um grupo de elfas dançarinas que animou o lugar, o deixando levemente agitado.

(...)

Fomos para outra cidade, rondamos, e demos uma volta ao redor do palácio real, para ter uma ideia de como é sua segurança, enquanto seguíamos para um outro lugar, conhecido por Sem, acabei descendo do cavalo, por sentir pena do animal que trabalha feito escravo. Gosto de tratar minhas coisas bem.  Do mesmo jeito que Tonya cuidou de mim, quando eu não tinha nada.

Era escravo de um grupo de mercenários, magro e desnutrido, ela me salvou, me levou para o palácio e me tratou como filho, me ajudou a despertar os meus poderes, me deu educação, e criou um jeito de eu me tornar alguém na vida. Tonya me deu tudo que eu tenho, e por ela eu iria até o inferno se Renom já não estivesse lá para a salvar.

Em meio a confusão das andanças alguém b**e forte em meu ombro. Seu capuz cai, e vejo que é uma mulher negra de olhos escuros como a noite, apesar da sua aparência, humana me recordo dela, é a cantora de ontem.

-- Ve por onde anda porra.—ela grita.

-- Foi você que trombou, você que devia pedir desculpas.—Simba.

-- Calma que o negócio, não é contigo filho. -- ela aponta o dedo para Simba. -- Se não vai andar feito gente, coloca merda do cavalo na cabeça, e anda.

-- Olha garota. -- Simba se prepara para puxar a bahia.

-- Deixa, ela.—ela olha para nós dois, uma última vez, antes de se virar e sair. Desaparecendo entre a multidão.

-- Esse povo é mal-educado.

-- Esse povo me parece oprimido, não vejo sequer uma pessoa que não pareça tensa. Como se estivessem andando em cordas ,bambas.

Simba me encarou com duvida, nao percebendo como eu deduzi, isso em pouco tempo estadia.

Continuamos caminhando em direção a Sem, um distrito praticamente vazio, com marcas de destruição. A terra é seca, não há nenhuma plantação a não ser algumas árvores secas, que ainda persistem em manter o fôlego da vida.

-- Isso é praticamente ruina. -- Simba.

-- Caça às bruxas?—Simba é cinco anos mais velho que eu, filho de comerciantes, antes de se juntar ao exército, vivia viajando com seus pais, de um lado para outro,em trocas comerciais, por isso ele conhece um pouco dos outros povos.

-- Caça aos elfos. Por causa da regra do cem por cento humano, muitos elfos foram caçados e suas terras destruídas. -- olho para o horizonte e vejo o sol se por.—elfos não têm direito a nada aqui. E são propriamente escravos de primeira qualidade, por causa de suas habilidades particulares, conforme vimos ontem. Eles tem uma melodia única, como se fosse o canto de sereias. Eles criam seus próprios instrumentos musicais, e conseguem manipular a natureza, até um certo grau.

- Por isso, o estilo rústico. Devem ter vários elfos ao seu dispor.

À medida que caminhávamos, nos aproximamos de um lugar fechado, com alguma vegetação verdejante, comparado aos outros lugares. Abre caminho para me deparar com uma lagoa, uma mulher de costas para nós, de cabelos crespos brancos da altura do ombro, com os pés nas águas e suas orelhas pontiagudas. Tentando fazer ela mudar de coloração, já que a maior parte da água é suja como a lama.

A mulher sente nossa presença, e se vira completamente assustada.

-- O que querem aqui. Estão me seguindo? Vocês não podem entrar aqui.—gritou histérica.

-- Essa mulher é maluca, e me passa  raiva. -- Simba.

-- Saiam daqui.—ela jogou água em nossa direção.—vocês não têm o direito de entrar aqui.

Alguns galhos ganharam vida e começaram a nos atacar, Simba se colocou na minha frente e desviou todos os ataques que viam em nossa direção. Controlando a situação, ele agarrou na garota, a puxando da água.

-- Para com essa merda.—Simba disse se referindo ao ataque das trepadeiras que não para.

-- Para você de me tocar. Não pode me tornar sua escrava. Eu já tenho dono. -- disse mostrando a marca em seu pulso.

Sua voz é trêmula e assustada, tenta a todo custo se soltar de Simba que a segurou pelo cotovelo, enquanto que com a outra mão envia chamas contra as trepadeiras que não param.

-- Não. Para com isso. Está destruindo tudo. Para com isso. Para.—ela surta tentando morder Simba.

Suspiro.

-- Simba sulta ela, e para de destruir a floresta.—Simba faz imediatamente o que ordenei.—e voce para de nos atacar.—ela engole em seco, e os ataques pararam.—Nós, não queremos te capturar, e nós não sabemos que esse lugar te pertence, não viemos te fazer mal.

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