Voltei para casa, para a cidade meio apagada
Voltei para casa para encarar o que nos encaramos
Este lugar precisa de mim aqui para começar
Este lugar é a batida do meu coração
Perco atenção no que estava falando, e encaro a mulher que está no palco, seus cabelos crespos são brancos, sua sobrancelha da mesma cor, seu olhar dourado como o ouro, um metro e sessenta, em um vestido decente. Sua voz tira atenção de qualquer pessoa, todos param seus afazeres só para a ouvir cantar.
Oh meu coração
Oh meu coração
Oh meu coração
Oh meu coração
Suas orelhas são pontiagudas, seu olhar distante, canta de olhos fechados, dando voltas ao palco.
A tempestade não me matou
O governo mudou
Ouça o chamado de resposta
Ouça com um novo arranjo
Ouça as árvores, os fantasmas e os edifícios cantando
Com a sabedoria para conciliar essas coisas
É doce, é triste e é verdade
Como nao parece amargo para você
Oh meu coração
Oh meu coração
Oh meu coração
Oh meu coração
Sou um grande apreciador de música, e também de belas vozes. Sua voz me envolve num tipo de nostalgia que me faz viajar, entre o passado e o presente.
Já entendo porque eles cobram assim tão caro, essas elfas fazem um belíssimo trabalho, depois que a cantora saiu, apareceu um grupo de elfas dançarinas que animou o lugar, o deixando levemente agitado.
(...)
Fomos para outra cidade, rondamos, e demos uma volta ao redor do palácio real, para ter uma ideia de como é sua segurança, enquanto seguíamos para um outro lugar, conhecido por Sem, acabei descendo do cavalo, por sentir pena do animal que trabalha feito escravo. Gosto de tratar minhas coisas bem. Do mesmo jeito que Tonya cuidou de mim, quando eu não tinha nada.
Era escravo de um grupo de mercenários, magro e desnutrido, ela me salvou, me levou para o palácio e me tratou como filho, me ajudou a despertar os meus poderes, me deu educação, e criou um jeito de eu me tornar alguém na vida. Tonya me deu tudo que eu tenho, e por ela eu iria até o inferno se Renom já não estivesse lá para a salvar.
Em meio a confusão das andanças alguém b**e forte em meu ombro. Seu capuz cai, e vejo que é uma mulher negra de olhos escuros como a noite, apesar da sua aparência, humana me recordo dela, é a cantora de ontem.
-- Ve por onde anda porra.—ela grita.
-- Foi você que trombou, você que devia pedir desculpas.—Simba.
-- Calma que o negócio, não é contigo filho. -- ela aponta o dedo para Simba. -- Se não vai andar feito gente, coloca merda do cavalo na cabeça, e anda.
-- Olha garota. -- Simba se prepara para puxar a bahia.
-- Deixa, ela.—ela olha para nós dois, uma última vez, antes de se virar e sair. Desaparecendo entre a multidão.
-- Esse povo é mal-educado.
-- Esse povo me parece oprimido, não vejo sequer uma pessoa que não pareça tensa. Como se estivessem andando em cordas ,bambas.
Simba me encarou com duvida, nao percebendo como eu deduzi, isso em pouco tempo estadia.
Continuamos caminhando em direção a Sem, um distrito praticamente vazio, com marcas de destruição. A terra é seca, não há nenhuma plantação a não ser algumas árvores secas, que ainda persistem em manter o fôlego da vida.
-- Isso é praticamente ruina. -- Simba.
-- Caça às bruxas?—Simba é cinco anos mais velho que eu, filho de comerciantes, antes de se juntar ao exército, vivia viajando com seus pais, de um lado para outro,em trocas comerciais, por isso ele conhece um pouco dos outros povos.
-- Caça aos elfos. Por causa da regra do cem por cento humano, muitos elfos foram caçados e suas terras destruídas. -- olho para o horizonte e vejo o sol se por.—elfos não têm direito a nada aqui. E são propriamente escravos de primeira qualidade, por causa de suas habilidades particulares, conforme vimos ontem. Eles tem uma melodia única, como se fosse o canto de sereias. Eles criam seus próprios instrumentos musicais, e conseguem manipular a natureza, até um certo grau.
- Por isso, o estilo rústico. Devem ter vários elfos ao seu dispor.
À medida que caminhávamos, nos aproximamos de um lugar fechado, com alguma vegetação verdejante, comparado aos outros lugares. Abre caminho para me deparar com uma lagoa, uma mulher de costas para nós, de cabelos crespos brancos da altura do ombro, com os pés nas águas e suas orelhas pontiagudas. Tentando fazer ela mudar de coloração, já que a maior parte da água é suja como a lama.
A mulher sente nossa presença, e se vira completamente assustada.
-- O que querem aqui. Estão me seguindo? Vocês não podem entrar aqui.—gritou histérica.
-- Essa mulher é maluca, e me passa raiva. -- Simba.
-- Saiam daqui.—ela jogou água em nossa direção.—vocês não têm o direito de entrar aqui.
Alguns galhos ganharam vida e começaram a nos atacar, Simba se colocou na minha frente e desviou todos os ataques que viam em nossa direção. Controlando a situação, ele agarrou na garota, a puxando da água.
-- Para com essa merda.—Simba disse se referindo ao ataque das trepadeiras que não para.
-- Para você de me tocar. Não pode me tornar sua escrava. Eu já tenho dono. -- disse mostrando a marca em seu pulso.
Sua voz é trêmula e assustada, tenta a todo custo se soltar de Simba que a segurou pelo cotovelo, enquanto que com a outra mão envia chamas contra as trepadeiras que não param.
-- Não. Para com isso. Está destruindo tudo. Para com isso. Para.—ela surta tentando morder Simba.
Suspiro.
-- Simba sulta ela, e para de destruir a floresta.—Simba faz imediatamente o que ordenei.—e voce para de nos atacar.—ela engole em seco, e os ataques pararam.—Nós, não queremos te capturar, e nós não sabemos que esse lugar te pertence, não viemos te fazer mal.
Seu tom de voz é calmo e não abre espaço para discussões. Ele não está pedindo, apesar de seu tom calmo, ele não demonstra raiva, e muito menos irritação. Mas, há algo nele que grita perigo, então eu simplesmente fiz imediatamente o que ele mandou.Não esperava que o mesmo homem que cheguei minutos atrás, fosse estar na minha frente neste momento. Pouco consigo ver de seu rosto devido o capuz que ele usa. Apenas consigo ver o tom de sua pele, seus olhos, lábios, e algumas mechas castanhas que escapam do capuz.-- Se não querem me fazer mal, então saiam deste lugar. É minha casa, e não quero aqui.-- Tudo bem. Simba, vamos voltar. -- ele me deu as costas e saiu.Simba, me lançou um olhar ameaçador antes de se retirar. Respirei aliviada, mas não pude deixar de me sentir intimidada pela calmaria daquele homem. Não pensei que ele fosse aceitar sair sem mais nem menos, sem querer nada em troca, ou alguma explicação.Droga, está tudo queimado graças ao imecil do Simba.Sempre que tenho temp
ORIEL GHEDIAo fim de uma semana, nós já tínhamos terminado a nossa pequena expedição. Mas, antes de sair da casa de Kisaeng, pedi para me encontrar com a proprietária.Uma sala particular, foi-nos preparado, aguardei algum tempo até uma senhora, de idade avançada, cabelos rosados, e olhos que parecem pérolas, e mesmo sem aparecem as orelhas pontiagudas, pela aura dela, percebe-se que é uma elfa. Para não ser desrespeitoso, tirou o capuz, permitindo que ela visse o meu rosto por completo.-- Saudações.—a mulher me encara milimetricamente—eu sou a China, a proprietária. Por favor, acomode-se.—um aperto de mãos, ela se senta na cadeira feita de couro braço, de frente para mim.—em que posso lhe ajudar?-- Quanto custam suas cortesãs?—Uma das coisas que eu gostei deste lugar, é a sua descrição, eles não pedem informações pessoais de seus clientes. O que me faz pensar que este é um ótimo lugar para pessoas ricas que querem se divertir, ou resolver algum assunto, estarei, sem correr riscos
Simba me olha, irritadiço, e o meu comprador, não sei decifrar o seu olhar. A proprietária, tirou a marca que lhe fazia minha dona.-- Que tipo de marca vai querer?—ele é alto, deve ter dois metros, ele consegue ser mais alto que Simba que aparenta ser mais velho. Sua pele é morena, seus cabelos castanhos, e seus olhos na cor do mel, seus cabelos chegam até o ombro, e está cortado em formato de escadas. Até parece a juba de um leão. Por outro, Simba tem cabelos curtos vermelhos, e pele bronzeada. Ambos são fortes, mas Simba, é mais musculoso.-- Nenhum. Sem marcas.Tanto eu como a proprietária ficamos surpresas, de certa ele é estrageiro, nenhuma pessoa da área, compraria um elfo sem marcar depois.- Se não marcar, corre o risco, de que presuma que não tem dono, e a leve.—Chinara explica.Ele olha para nós, de forma séria, e não me parece satisfeito com a explicação de Chinara. Ela colocou as mãos, em volta do pescoço, e depois, tirou um colar de prata, com pingente de lobo.-- Use is
Suzana, me apresentou a mansão toda, de seguida me mostrou o meu quarto, que fica do lado, do quarto do Ras. O quarto, é incrivelmente grande e belo.Então ela me convidou a ir para uma das lojas de roupas, escolheu várias roupas para mim, e acessórios de roupa.Levamos a tarde inteira comprando roupa, acessórios, saltos e maquiagem. Me senti esgotado. Quando voltamos ao palácio, ela chamou uma serva para me ajudar com o banho.O luxo é bom, mas não gosto de ser tratada como objeto, ou como animal. Eu devo, eu quero seguir os conselhos da minha antiga proprietária, mas, eu queimo de raiva pela forma como os humanos nos tratam.Depois que a serva terminou de me preparar, fui conduzida até a sala de refeições. Onde o príncipe, já me acordava. a mesa foi servida só para nós os dois. Puxei uma cadeira e me sentei de lado para ele.-- Gostou do seu quarto?—ele perguntou em meio a refeição.-- É legal.—a comida daqui, é muito gostosa, tem muita carne saborosa.—Eu não sei seu nome, não sei
ORIEL GHEDI-- Sabe, eu ainda estou tentando entender porque trouxe uma cortesã. -- Suzana disse de pés, cruzados em meu escritório.-- Ela canta.-- Eu percebi, ela canta muito bem. É uma habilidade dos elfos, está hipnotizado, de amor.—olhei para ela com a sobrancelha arqueada. -- duvido. Ela não me parece, ma, mas Simba não gosta dela. O que aconteceu.-- Invadimos o espaço dela, em Sem. Ela ficou irritada, e tentou proteger sua casa. Você sabe como o Simba é, quem tira a espada da bainha sem conversar, quer lutar.-- Hmmm. -- ela acena.Para de escrever e a encara.-- Sei, que vai fazer seu relatório semanal para mana, pode me fazer o favor de ocultar a parte de Niara, estar aqui. É uma surpresa.-- Uma surpresa para ela ou para o imperador que está tentando te casar.--riu irônica. -- Sabe, que isso dá no mesmo né? Vai lá apresentar uma garota, ai ele vai dizer, porque não se casam.- Pelo menos, essa garota, eu escolhi.-- É um ponto.Na minha opinião, as pessoas mais explosivas
Está bem que eu estou devagar, mas, eu não esperava encontrar ele fora das muralhas de areia. Isso é tão extraordinário.-- Como?—volto a indagar, e sem me aperceber fico na forma de elfa.-- O nosso povo vai continuar lutando, mesmo quando tudo indicar nossa extinção. Eu fugi para cá no tempo de guerra, e mais alguns elfos. Sempre que houver uma chance de fugir da morte, os elfos vão agarrar-se a isso com tudo. Não foi assim que chegou até aqui? Fugindo?Fiquei segundos, quieta, sem saber o que dizer. Com as mãos na cabeça e os cotovelos na coxa.-- E onde estão os outros elfos, que chegaram até aqui.—perguntei ansiosa, para saber onde fica o nosso novo esconderijo.-- Dispersos por aí. Vivendo suas vidas, criando seus negócios. Aqui não temos necessariamente que nos esconder. -- ele fez uma pausa—mas, me conte como chegou até aqui?-- Alguém me trouxe. -- disse num tom baixo.-- Oh. Essa pessoa deve te amar muito e...—ele continuou a falar um monte de coisas que não tinha cabeça pa
NIARA.O que ele pensa que está dizendo. Como ele pode dizer que somos iguais, depois de tudo que meu povo passou e continua passando. Aquele decreto que diz que nós não somos cem por cento humanos, por isso não podemos gozar de direitos. Que devemos ser vendidos como escravos. Que não somos nada além de objetos. Eles se aproveitam da nossa conexão com plantas e animais, eles usam a nossa destreza e habilidade em artes, como música, poesia, dança e até na guerra, para ganhar vantagem, ganhar mais poderes. Eles nos vêem como nada.-- Você não sabe o que está dizendo. -- digo com o coração profundamente amargurado.-- A alguns anos, o ser humano se odiava mais por isso, porque acreditava em raça humana. Brancos, pretos, mestiços, pardos, albinos, entre muitas outras, aliás, a muitos anos não, até hoje, as pessoas se odeiam pelo tom de pele, cabelo, altura, massa, aspectos físicos causados pela variabilidade genética dentro da raça humana, em vez de raças distintas. A diversidade humana
Minha cabeça acaba de colapsar. Como assim, o príncipe-vontade do império do fogo, é do país da areia. Será que tem alguma relação com a família real? Não me recordo de alguma vez ter visto. Eu sei que o imperador da areia tem quatro filhos, eles já foram apresentados ao público, desde a sua infância. Um dos quais, foi responsável por afastar Mika de mim.Todos os filhos do imperador da areia, são casados, com moças nobres, algumas inclusive do clero. Seus casamentos foram um mais luxuoso que o outro.Os primeiros a entrar foram os imperadores do fogo.-- Oriel.—a imperatriz foi a primeira a cumprimentar o príncipe intimamente e lhe dar um abraço.—Você está bem?-- Estou sim.—a imperatriz olhou para ele de forma fraterna, e mesmo sendo baixinha, bagunçou os cabelos dele, como se ele fosse uma criança.—Imperador Renom.-- Oriel.—eles se saudaram com um simples aperto de mão. O imperador olhou na minha direção, e depois para Oriel, trocaram olhares significativos, e por fim o imperador