CAPÍTULO 72 - NOAH GREEN

Depois que compartilhei com Feyra as memórias sombrias da minha infância, uma nova conexão se abriu entre nós. Lembrar os tempos em que eu passava fome nas ruas, agachado em becos escuros e confiando em qualquer centavo que conseguia juntar, era um fardo que eu não esperava dividir. No entanto, ao ver a compreensão se desenhar em seu olhar, me senti mais aliviado ao lhe contar uma parte de minha vida para ela.Quando retornamos para casa, a atmosfera está carregada de uma eletricidade quase palpável. O cheiro do jantar que prepa

CAPÍTULO 73 - FEYRA SMIRNOV (PARTE 1)

Nos dias seguintes, me deixo envolver ainda mais pelos Green. A presença deles se torna um refúgio envolto em escuridão, uma promessa de proteção que é tanto reconfortante quanto aterrorizante. A lealdade deles é palpável, mas há um subtexto de poder que não posso ignorar. A aliança em meu dedo não é apenas um símbolo de compromisso; é um lembrete constante de que estou entrelaçada em um mundo que pode ser tão belo quanto brutal.

CAPÍTULO 74 - FEYRA SMIRNOV (PARTE 2)

O calor de seus beijos se intensifica, e eu me deixo levar pela sensação de seus lábios descendo suavemente para meus ombros, fazendo com que um calafrio percorra meu corpo. Sinto-me inebriada, mergulhada na química entre nós.— Lohan — murmuro seu nome enquanto seus beijos descem até o topo dos meus seios. O calor do seu toque e a expectativa do momento são quase insuportáveis. Quando sinto sua língua deslizar ao redor de minha pele, um gemido suave escapa de meus lábios.

CAPÍTULO 75 - LOHAN GREEN

Quando entro na área deles, um misto de lembranças brota em minha mente, como se o ambiente conseguisse despertar fantasmas do meu passado. O cheiro da fumaça e o murmurinho das conversas baixas agora parecem me envolver novamente, ecoando os ecos de uma vida que eu tento esquecer.Havia muitos anos desde que deixei esta vida para trás, mas conhecer o líder da gangue como conheço me traz de volta há um tempo sombrio. Minha adolescência foi marcada pela luta constante de ver minha m&a

PRÓLOGO - FEYRA SMIRNOV

MOSCOU ULITSA ARBAT (ARBAT STREET)Fico parada no portão da escola por mais de duas horas, tentando ligar para Mackenzie — minha mãe — que não atende a droga do telefone e deixa todas as minhas chamadas irem para a caixa de mensagens, já são vinte e três até agora!As sombras começam a se alongar, e a luz dourada do crepúsculo parece escorregar entre os edifícios enferrujados, arrastando consigo os últimos vestígios da esperança. Um vento gelado sussurra pelas árvores ao longo da calçada, as folhas dançando suavemente antes de se renderem ao chão, como sussurros de um passado esquecido. Cansada de esperar, opto por ir para casa a pé, sabendo que o caminho será longo e cansativo. É melhor do que permanecer aqui, aprisionada ao sabor cruel da incerteza, à espera de minha mãe. E, se ela se esqueceu de mim mais uma vez?Meus pés começam a latejar, o tecido dos meus tênis fazendo fricção nas costas dos meus calcanhares, e, ao longo do caminho, a cidade se transforma. As vozes distantes e o

CAPÍTULO 01 - FEYRA SMIRNOV

A noite parece se fechar ao meu redor, como se as sombras conspirassem para me engolir. O riso dos homens ao meu lado ecoa como um som distante, quase irreal, mas o cheiro de sangue e pólvora me traz de volta à realidade crua. Cada respiração que dou parece carregar o peso da morte, como se o ar estivesse impregnado de culpa e desespero.Meus olhos se fixam nas poças de sangue que se espalham pela calçada, cada uma delas um testemunho mudo de vidas que foram ceifadas sem piedade. A luz dos postes oscila, criando sombras dançantes que parecem sussurrar segredos sombrios. Sinto um frio que não vem do vento, mas de dentro, como se minha própria essência estivesse se desintegrando.O Capo ergue sua garrafa em um brinde macabro, sua voz rouca cortando o silêncio da noite.Eu me pergunto como cheguei a este ponto. Como minha vida se tornou isso: um pesadelo do qual não consigo escapar. Lembro-me de tempos mais simples, de dias em que o sol parecia brilhar mais forte e o futuro era uma prome

CAPÍTULO 02 - HEROS GREEN

A tensão no escritório é quase insuportável, como se o ar estivesse carregado de uma eletricidade silenciosa, pronta para explodir a qualquer momento. Luther continua a andar de um lado para o outro, seus passos pesados ecoando no chão de madeira escura. Seus olhos estão distantes, mas há algo neles que me preocupa — uma centelha de obsessão, de desespero. Ele está lutando contra algo que eu não consigo ver, algo que só ele conhece. E Feyra, essa garota que trouxemos para cá, parece o catalisador de tudo isso.Zedekiah permanece imóvel, seu rosto impassível, como sempre. Ele é como uma estátua, frio e calculista, mas hoje até ele parece sentir o peso da situação. Suas palavras são precisas, como sempre, mas há uma hesitação sutil em sua voz quando menciona Feyra. Ele sabe que isso é diferente. Ele sabe que isso pode ser perigoso.— Feyra Yelena Smirnov — ele repete, como se o nome tivesse um significado maior do que qualquer um de nós poderia entender. — Filha de Mackenzie Ekaterina S

CAPÍTULO 03 - FEYRA SMIRNOV

Desperto mais uma vez com o som da água pingando, um ritmo monótono que ecoa nas paredes frias e úmidas do porão. O cheiro de mofo invade minhas narinas e a escuridão me envolve como um manto pesado, quase palpável. Meus olhos, acostumados à luz, têm dificuldade em focar, mas logo percebo as sombras que se contorcem ao meu redor, revelando o espaço claustrofóbico em que estou presa.Minhas mãos continuam amarradas a um cano velho e enferrujado, a corda apertando meu pulso e fazendo minha pele arder. A sensação de impotência me gela por dentro. O chão, coberto por um material que prefiro não identificar, adere aos meus pés descalços e expostos. É um poço de desespero, uma sepultura à meia-luz, e não faço ideia de como cheguei aqui.Cada palavra que chega até mim me machuca mais profundamente. Como se pudessem sentir meu medo, uma risada alta fura o ar pesado. O que eles querem? O que farão comigo? Minha mente corre, buscando uma saída, um motivo para acreditar que posso escapar daquela