Um rapaz saiu do consultório de Dra Suzana como um tornado e quase me levou com ele. Perdi o equilíbrio e esbarrei a perna na mesinha de centro. Iria me espatifar no chão se não fossem as mãos firmes de Harvey envolverem minha cintura. Apoiei as mãos em seus ombros fortes os senti tensionar. Seus olhos azuis cintilantes me analisaram intensamente fazendo meu corpo ferver. Ele apertou meus quadris de forma involuntária, acho que nem notou. Se não estivéssemos em um consultório eu certamente cederia aos meus instintos e o beijaria ali mesmo. Senti sua respiração pesada sobre meu rosto e pude jurar que ele quem me beijaria.
Dra Suzana o chamou e me afastei. O observei entrar na sala antes de sair. Quais as probabilidades de frequentarmos o mesmo consultório e nunca termos nos visto até aquele momento? Como o destino gosta de brincar com as pessoas. Atravessei a rua e fiz um lanche rápido. O álcool estava começando a evaporar dos meus poros e com isso a fome e a dor d
Encontrei Harvey sentado a minha frente e é como se meu coração errasse as batidas. Ele me olhava de um jeito que faz meu corpo tremer por inteiro. Não é possível que seja coincidência nos encontrarmos tanto em um curto período de tempo. O universo deve querer nos m****r algum recado. Desci do palco em sua direção e sussurrei provocações em seus ouvidos. Vi seus pelos arrepiarem e isso me causou norme satisfação. Seus amigos o olharam insinuativos mas ele manteve os olhos em mim, apenas em mim durante todo o show. Finalizei a apresentação e sorri para ele antes de sair e retornar ao camarim.- Amiga! - Sabrina veio logo atrás desesperada por informações - Que babado é esse? Quem é aquele gostoso que não tirava os olhos de você?- O bombeiro que me salvou do afogamento. - separei minhas roupas limpas e apanhei uma toalhaO camarim tinha um pequeno banheiro para uma ducha rápida após os shows. Sempre gostei de aproveitar a noite
- Mães... - mordi os lábios e dei de ombrosCaminhei até a lixeira ao seu lado e apaguei o cigarro na borda. Ele me seguiu com o olhar em total silêncio. Joguei a bituca apagada no lixo, alcancei uma caixa de chicletes e um frasquinho de álcool em gel com cheiro no bolso da minha calça. Sou fumante mas não preciso feder a cigarro. Higienizei as mãos e abri a caixa. Tirei uma fita fina de chiclete de tutifruti e o abri com calma. Ouvi a respiração pesada de Harvey sobre minhas costas e me virei em sua direção.- Aceita? - lhe estendi a caixinha e ele apanhou um mesmo que um pouco hesitante- Você não devia fumar... - finalmente abriu a boca- É, eu sei. A coisa toda com a saúde e tal... Mas é difícil largar.- Já falou sobre isso na terapia? - questionou despercebido- Sobre parar de fumar? Não. - arqueei a sobrancelha- Fui invasivo de novo. - deu uma
Harvey" - Eu amo seu sorriso... - os dedos de Lívia tocavam meus lábios delicadamente - essas covinhas dão um charme irresistível. - aproximou o rosto do meuEu já não conseguia controlar meus pensamentos. Ansiava por seu toque, seus lábios. É uma necessidade quase física provar seu gosto. Ter seu corpo. Nunca me senti assim antes. Tão desesperado por alguém.- Eu te quero tanto que dói...- sussurra em meu ouvido e arranha minha nucaSeus lábios macios roçaram os meus. Sua pele quente em atrito com a minha. Entrelacei os dedos em seus cabelos e a puxei para junto de mim como se quisesse fundir nossos corpos. Invadi sua boca em um beijo sedento..."Acordei assustado com o som estridente do despertador. Prince estava deitado em seu tapete e me encarava com um olhar de julgamento. Era a terceira vez na semana que sonhava com ela. Não nos encontramos mais depois daquela noite no bar. De
- Felpudo? - torci para que o gato tivesse saído ou se escondido em algum lugar seguro. O que àquela altura eu achava difícil - Gatinho? Cadê você? A Agnes ta preocupada.Vasculhei os cômodos e móveis e não o encontrei. A fumaça e o calor já estavam insuportáveis. Ninguém sobreviveria por muito tempo. Cheguei com custo até a cozinha. Procurei nos armários e toda parte. Me aproximei de um canto próximo a área de serviço e o vi encolhido num canto. Seu pelo branco estava cinza. Me ajoelhei e constatei que era tarde. O pequeno se encolheu o máximo que pode para se proteger, mas acabou morrendo asfixiado. Com medo e sozinho. Seu corpinho já estava endurecido.O abracei e suspirei deixando as lagrimas rolarem em meu rosto. A imagem decepcionada da menininha lá em baixo invadiu minha mente. Senti novamente aquele aperto no coração, um desespero e sensação de impotência. O que eu iria dizer a Agnes? Como entregaria a ela seu bichinho nesse estado
Chegamos ao bar e estava mais cheio do que da última vez. O local estava decorado com balões dourados e brancos. As mesas seguiam o mesmo tom, assim como o balcão. Um DJ tocava músicas animadas. Lívia já estava ali, conversando em um grupo de pessoas empolgadas. Hora ou outra alguém chegava para cumprimenta-la. Estava deslumbrante. Cabelos longos soltos, lábios vermelhos. Sua felicidade era visível. Mantinha o lindo sorriso no rosto. O tal Erick não saía de seu lado. A abraçava, apoiava a mão em suas costas, envolvia o braço em seus ombros. E ela correspondia a tudo com muita satisfação. Eu sabia. Tinha certeza que era uma péssima ideia ter saído de casa.- Boa noite! - Erick subiu no palco e começou a falar - Vocês sabem porque estamos aqui hoje, certo? Nossa rouxinol está completando mais uma primavera. E claro que o presente é nosso por termos o previlégio de tê-la em nossas vidas. Eu não sou ela... - deu de ombros e pegou uma guitarra que estava escorada em um
- Eu acho melhor ir pra casa. - alertei a Donna que se balançava no ritmo da música- Não senhor. Você vai entregar esse colar pra ela. - ordenou firme- Eu não estou me sentindo bem, Donna. E ela já tem a atenção que precisa. - apontei para Erick que correu em sua direção quando a apresentação acabou- E a culpa é de quem? Quem saiu correndo feito um cãozinho assustado na última noite?- Eu já expliquei...- Bobagem. Você está com medo de arriscar. E eu não vou deixar você bancar o covarde e se arrepender depois... - segurou minha mãoEla alertou Romeo e Zac da minha possível fuga. Confiscou meu celular e o desligou caso Sylvia decidisse ligar. Algo que não aconteceria. Ela estava me dando um gelo desde a nossa última discussão. Ela faz isso sempre que tento me impor, para que me arrependa e peça desculpas. Mas estava decidido a ser firme dessa vez. Não iria ceder. Lívi
Pensei em interromper mas Lívia tocou meu braço e fez menção para que os deixasse conversar. Os acompanhei com o olhar a medida que ela me puxava delicadamente para o balcão.- Relaxa. O Erick tem essa pose de provocador mas é um cara legal. Vai cuidar bem da sua amiga.- Eu não sei, ela bebeu demais...- Eu dou a minha palavra a você que o Erick vai respeitar sua amiga.- Eu não conheço você. Nem ele. Quer que eu confie minha amiga bêbada a um perfeito estranho? Só por que você diz pra confiar?Lívia arqueou a sobrancelha e me olhou espantada. Abriu os braços em rendição e se apoiou no balcão.- Me desculpa...- Não. Você está certo. Ele é um estranho e ela é sua amiga. - se virou novamente para mim - Ela tem sorte em ter você. - sorriu sincera - Se quiser, mas só se quiser, eu levo ela em casa.- Não pr
LíviaEu nunca gostei muito de aniversários. Na verdade eu os detestava. Minha mãe nunca se importou em comemorar e sequer se lembrava. Até os nove anos minhas comemorações eram feitas na escola, por professores sensibilizados com a falta de interesse de Mônica em celebrar a data. Ela sempre foi convidada mas nunca compareceu a nenhuma. Quando Walter se casou com ela, até tentou fazer algo. Foram três anos de tentativas frustadas. No primeiro ano, Mônica se esqueceu da data e foi fazer compras no shopping. Voltou três horas depois e eles discutiram a noite toda. No segundo ano ela compareceu, mas expulsou as pessoas com meia hora de festa alegando que se sentia mal. Na terceira ela simplesmente não quis participar e se trancou no quarto.Quando completei treze anos, Devon e Sabrina já haviam se mudado para a casa ao lado, nos tornamos amigos e começamos uma tradição. Todos o