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CAPÍTULO – VI  Pensamentos inapropriados

Visão de Júlia

No dia seguinte, chego ao trabalho antes do horário previsto, não quero ser repreendida novamente. Conforme a agenda do meu chefe, não há nenhuma reunião agendada para hoje e nenhum trabalho externo, portanto, ele vai ficar o dia todo no escritório. Ao chegar, Erick me cumprimenta com um sorriso.

- Bom dia Srtª Smith.

Também o cumprimento e ele segue para sua sala. Seu humor hoje está bem melhor do que ontem. Talvez ele não seja um mal chefe. Erick é um homem lindo. Alto. Mesmo atrás de terno e gravata, percebe-se que seu corpo possui músculos bem distribuídos, de quem malha ou pratica algum esporte. Seu sorriso é lindo, seus olhos, seus cabelos...

Fecho os olhos e novamente fico imaginando seu corpo colado ao meu, sua boca deslizando pelo meu pescoço e sussurrando no meu ouvido....

Por que esses pensamentos agora? Solto a respiração devagar e olho em direção a outra sala, Erick está me observando através do vidro. Meu coração dá um salto e imediatamente abaixo a cabeça tentando disfarçar, mexendo no computador à minha frente.

O telefone começa a tocar, é da sala dele. Respiro fundo.

– Sim Sr. Prattes.

- Poderia vir aqui na minha sala?

– Agora mesmo senhor.

– Ah! Providencia o café... para nós dois.

Café para nós dois? Penso.

Minutos depois entro na sala com o café, somente para ele e coloco sobre a mesa ao seu lado.

– Senta-se Srta. Smith. E o seu? – Ele pergunta já pegando sua xícara e levando aos lábios.

- Não tomo café Senhor. – Ele me analisa olhando bem em meus olhos.

- Certo. Te chamei aqui porque quero pedir desculpas por ontem, pela forma grosseira que tratei você. Espero não ter te assustado tanto... – Deu uma pausa.

- Você parecia uma coelhinha assustada. - Acrescenta isso com um sorriso, fazendo a cor dos seus olhos mudarem para um brilho diferente. Sinto meu rosto corar. - Ele prossegue.

- Estou passando por alguns problemas pessoais... enfim, isso não é motivo para ser rude com as pessoas. Me conta um pouco sobre você, de onde você veio e como soube da vaga de emprego, alguma indicação?

Nossa! Estou passando por uma entrevista novamente? ... Será que ele não viu o meu currículo ou o RH não passou nenhuma informação sobre mim? Puxo a respiração, não tinha percebido que tinha segurado até então.

- Não tenho muito o que dizer, além do que já tem na minha ficha contratual senhor. - Dou uma pausa e ele espera que eu continue.

– Eu nasci aqui em Seattle, mas passei a morar em São Francisco desde os meus seis anos de idade. Me formei na universidade de Washington, em Economia e estou aqui em Seattle a mais ou menos um mês. Distribui meus currículos em algumas empresas e aqui estou.

Sorrio largamente, porém, abaixo meu olhar diante do seu, que permanece sério.

– Quantos anos você tem? – Pergunta.

- 22 Senhor! – Ele balança a cabeça para cima e para baixo e ri.

– E o Senhor, quantos anos tem?

Imediatamente me arrependo de fazer essa pergunta, as vezes eu falo sem ao menos filtrar meus pensamentos. Não quero que ele pense que estou sendo invasiva. Ele sorri mais ainda e responde.

- 28 Anos Srtª Smith.

Não demonstro nenhuma surpresa, já esperava. Pela sua aparência, deduzi que sua idade não seria mais que essa. Continuamos nossa conversa por mais um tempo. Falo um pouco da minha família, claro, omito boa parte dela, principalmente a parte conturbada da minha infância e adolescência. Falo dos meus poucos amigos e de como eu estava feliz morando em Seattle.

Meu chefe apenas assente para tudo que eu falo.

– E o namorado? - Ele me pergunta de repente olhando firme em meus olhos, encarando minha íris.

Demoro uns segundos para responder. Por que ele quer saber? Penso em mentir, mas acabo falando a verdade.

– Não tenho namorado Sr. Prattes.

Me sentindo bastante tímida, levanto e tentando soar o mais calma possível, falo.

- Bem, acho que já nos falamos o suficiente... com licença Senhor, vou voltar ao meu trabalho.

Ele nada fala. Saio da sala me sentindo uma idiota. Como ele mesmo havia falado antes, parecendo uma coelhinha assustada. Sempre fico assim constrangida quando falam de namorados. Só tive um namorado em toda minha vida e não gosto de lembrar muito disso. Minha vida amorosa é um desastre total, é melhor você não saber de nada, sr. Prattes.

Passo o restante do dia conferindo relatórios, imprimindo alguns contratos que meu chefe solicitou. Entro em sua sala várias vezes durante o dia e ele só levanta a cabeça para receber as pastas que eu levava para ele, não voltamos mais a nos falar.

Nos dias seguintes nossa conversa ficou somente no profissional, Erick não voltou a me abordar com assuntos pessoais. Porém, seu sorriso de canto de boca e os olhares em minha direção não passaram despercebido por mim.

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