Visão de Erick
Nos últimos quatro meses minha vida se tornou em um inferno. Nunca acreditei que Kate fizesse o que fez. Eu a conheci na faculdade, nos apaixonamos e nos tornamos namorados desde então. Quando nós nos formamos, nossa relação também esfriou e acabamos cada um indo para um lado. Depois de um tempo nos aproximamos novamente. Ela apareceu pedindo minha ajuda para indicar a uns amigos em um escritório de designer de interiores ou ajudá-la a montar seu próprio escritório, pois na sua cidade, estava tendo dificuldades. Assim, com essa reaproximação, acabamos reatando o namoro. Sempre tive uma vida livre, me envolvia com diversas mulheres e nunca passou pela minha cabeça ter algo mais sério com nenhuma delas. Quando reatei o namoro com Kate, ela me pressionava tanto para eu assumir um compromisso, que eu acabei concordando. Ficamos noivos, mudei meus hábitos para ela, mas para quê? Para ela jogar meu amor e atenção pelo ralo como fez? E depois de tudo, ainda ficar me importunando e fazendo da minha vida esse inferno que está hoje. Meu celular toca me despertando desses pensamentos deprimentes. Atendo a ligação do meu irmão Patrick. Ele quer me passar algumas informações da reunião de mais tarde na empresa. Vejo que estou atrasado, logo eu que detesto atrasos. Passei o final de semana na minha casa de praia em Los Angeles, tentando descansar um pouco, mas de nada melhorou meu humor. Kate apareceu por lá, com a cara mais sínica, dizendo que eu não deveria se afastar assim sem ao menos comunicá-la. Como ela soube que eu estava ali, não faço a mínima ideia. Quando chego na empresa, lembro que minha secretária não está mais aqui. Anna pediu demissão, pois ia morar em Chicago com seu namorado. Ao invés de demiti-la, autorizei a sua transferência para a nossa construtora de lá. Anna era uma boa assistente e não achei justo deixá-la sem emprego. Saio do elevador e entro no meu escritório. Vejo a mesa à minha frente vazia. Minha nova secretária já deveria estar aqui. Só espero que o pessoal do RH não tenha contratado uma pessoa incompetente para o cargo e que me dê trabalho. O elevador abre e uma mulher quase tropeça esbarrando em mim. Ela me olha e fica parada. Seus olhos estão arregalados e a boca se abre como se estivesse buscando o ar. Eu também a observo. Ela não me é estranha. Eu a conheço? Sinto meu coração bater em um ritmo, até então desconhecido por mim. O seu olhar é lindo, os olhos verdes mudando de tom com os reflexos da luz. Meu olhar percorre do seu rosto para o corpo e retorna para a sua boca. E que boca! Ela não está usando maquiagem, ou se está, não parece, pois, seus traços são suaves. Sua beleza parece natural. Que mulher é essa! A quero para mim. Balanço a cabeça espantando os pensamentos. O que deu em mim? Por que esses pensamentos agora? Ela deve ser, a minha nova secretária. - Srtª Smith? – Falo chamando sua atenção, pois ela está me encarando com um olhar de que viu algo delicioso à sua frente. - Sim! ... Júlia Smith. - Sua voz sai trêmula. Ela puxa o ar, tentando controlar a respiração. - A Srtª está atrasada. – Ela começa a falar algo, se explicando, mas a interrompi não lhe dando tempo para continuar. - Na minha sala agora, preciso te passar algumas informações importantes antes da reunião das nove horas. Não era minha intenção ser grosseiro, mas meu humor hoje não está sendo dos melhores e a presença dessa garota me perturbou de uma maneira inexplicável.Visão de Erick Minha nova assistente me seguiu e ficou em pé a minha frente sem nada dizer. Está completamente perdida. Levo alguns minutos analisando uns documentos e por um instante finjo que a esqueci ali. Ela observa minha sala. Parece encantada com tudo. Levanto a cabeça e a olho. Sua expressão tem uma mistura de admiração, apreensão, frustração e nervosismo. Aproveito que ela está distraída e analiso seu corpo. Muito bonito por sinal. Curvilíneo. Cintura fina, seios firmes e avantajados. Está vestida com uma saia azul escuro na linha do joelho e uma blusa de seda branca com os dois primeiros botões abertos. Vejo que não é tão recatada, pelo menos não é daquelas que escondem o corpo. Sinto que sua presença aqui não vai ser muito legal para mim. Ficar olhando para ela todos os dias vai me desconcertar. Já me sinto totalmente atraído por essa garota. Que merda! - Srtª Smith, por que será que estou com a sensação de que não foi uma boa ideia te contratar? Ela me olha co
Visão de Júlia No dia seguinte, chego ao trabalho antes do horário previsto, não quero ser repreendida novamente. Conforme a agenda do meu chefe, não há nenhuma reunião agendada para hoje e nenhum trabalho externo, portanto, ele vai ficar o dia todo no escritório. Ao chegar, Erick me cumprimenta com um sorriso. - Bom dia Srtª Smith. Também o cumprimento e ele segue para sua sala. Seu humor hoje está bem melhor do que ontem. Talvez ele não seja um mal chefe. Erick é um homem lindo. Alto. Mesmo atrás de terno e gravata, percebe-se que seu corpo possui músculos bem distribuídos, de quem malha ou pratica algum esporte. Seu sorriso é lindo, seus olhos, seus cabelos... Fecho os olhos e novamente fico imaginando seu corpo colado ao meu, sua boca deslizando pelo meu pescoço e sussurrando no meu ouvido.... Por que esses pensamentos agora? Solto a respiração devagar e olho em direção a outra sala, Erick está me observando através do vidro. Meu coração dá um salto e imediatamente aba
Visão de Erick Minha saída para beber ontem à noite me fez bem. Não bebi muito, claro. Por ser segunda-feira não encontrei nenhum dos meus amigos, mas em compensação, fiquei com uma mulher que não parava de me olhar e lançar sorrisos em minha direção. Eu estava no bar observando o movimento quando me deparei com o seu olhar. Ela estava na companhia de um casal. O homem se dividia entre as duas mulheres, ora beijando os lábios de uma, ora da outra. As duas se esfregava nele sem nenhum pudor. A mão do homem estava no meio de suas pernas e ela rebolava nos seus dedos. Seu olhar parecia estar me convidando para me juntar a eles. Eu já participei muitas vezes desse tipo de brincadeira. Aqui no meu clube rola de tudo. Fiz menção para ela vir até mim. A danada nem se despediu dos seus acompanhantes e veio em minha direção. Segurei em sua cintura a puxando de encontro a mim, esfregando minha ereção em sua virilha. Ela gemeu já toda entregue. Segurei em sua mão a levando para o andar de
Visão de Júlia Duas semanas se passaram. Eu estou adorando o meu trabalho. Passei a me envolver mais nas atividades da empresa. Na minha segunda semana, já participei de uma reunião com os gerentes executivos da empresa, pois a assistente do Sr. Patrick Prattes precisou se ausentar por motivos de doença, por isso, fui requisitada para tomar nota de tudo que acontecia. Acostumei-me com o humor do meu chefe que variava a cada dia. Um dia estava tranquilo, sorridente e atencioso, em outro, parecia nervoso, triste e preocupado. Erick é um homem muito legal, eu gosto de vê-lo e de conversar com ele. Até sinto a sua falta quando não está no escritório. Seu jeito de falar, seu sorriso, seus olhares em mim, que me deixa envergonhada. Será que estou fantasiando coisas? Nunca me senti amada por ninguém. Nunca estive realmente apaixonada. Na faculdade tinha uns carinhas que queriam ficar comigo, mas nada sério. E teve Tyler, meu primo. Meu primeiro beijo e minha primeira paixonite de
Visão de Júlia No final do expediente, saio do escritório e vou ao supermercado, preciso fazer umas compras para casa. Ao chegar no meu apartamento, ouço o toque do meu celular. Procuro-o na bolsa e atendo imediatamente, imaginando que seria minha amiga Maya. A última vez que nos falamos foi há uma semana. Atendo no maior entusiasmo. – Hei, olá! - Se soubesse que a minha ligação a deixaria tão feliz, tinha ligado antes. – A voz do outro lado não é de Maya. Meu coração acelera, eu conheço essa voz... Tentando fazer meu coração desacelerar um pouco, finjo não reconhecer a sua voz. – Quem é? Seu sorriso largo surgi no meu ouvido e ele fala em um sussurro. – Júlia... Você sabe quem é. Ouvir meu nome em sua voz, conciliada com sua respiração suave ao telefone, fez um frio seguir do meu estomago até minha virilha. Minha tentativa de acalmar foi por água abaixo. Senti minhas pernas fraquejarem e me apoiei no balcão da cozinha para não cair. - Sr. Prattes, posso te ajudar em a
Visão de Erick Meus finais de semana costumavam ser bem agitados. Festa, balada, bebidas e mulheres. Mesmo namorando a Kate, não deixava de aproveitar com meus amigos. Na maioria das vezes ela estava presente, mas sempre demonstrava insatisfação. Depois do seu acidente, minhas saídas nos finais de semana diminuíram. Fiquei ao seu lado, cuidando e lhe dando atenção. Não só por ela, mas porque esse acidente trouxe mais complicações em minha vida que agora estou pagando caro. Deixei de lado meus amigos e algumas mulheres que insistiam em sair comigo. Fiquei com algumas, claro, pois a necessidade de sexo estava me deixando estressado. Pensei em ir a boate novamente, beber e apreciar um bom sexo. Mas não, hoje quero fazer algo diferente, mas tranquilo. A imagem de Júlia vem em minha mente. Decido convidá-la para sair, será que ela vai aceitar? Pego o telefone e ligo para ela. Não preciso esperar muito, ela atende no segundo toque. A sua voz risonha e meiga preenche os meus ouvidos
ErickFico em frente ao prédio de Júlia ainda por alguns minutos reorganizando os pensamentos. Meu celular começa a tocar, é Kate. Deixo de lado, deixando a ligação cair. Ele toca novamente. Atendo sem a menor vontade de falar com ela. - O que foi Kate? – Minha voz sai alterada. - Oi Erick é Elizabeth. Porra! Por que a mãe de Kate está me ligando? E a essa hora? Sua voz parece um tanto chorosa. Fico apreensivo pelo que ela tem a me dizer. - Preciso da sua ajuda, minha filha... a Kate... ela.... Ah! Erick vem logo para cá. – Começa a chorar. Ligo o carro e saio o mais rápido que posso. Ainda com Elizabeth no telefone tento saber o que realmente aconteceu. - Calma Lisa, o que houve? O que aconteceu com a Kate? - Erick, ela está no hospital nesse momento. Minha filhinha... não sei o que fazer Erick. Não sei por que ela fez isso, parecia que estava bem nesses últimos dias. Elizabeth recomeça a chorar, dá para ouvir seus soluços ao telefone. – Estou indo, fique calma. Não sei e
Visão de Júlia Já é sexta-feira novamente. Já em casa e pronta para dormir, ouço meu telefone tocar. Meu coração se agita na esperança de ser Erick. Vejo o número de Maya piscando na tela. Adoro conversar com minha amiga e atendo a ligação toda animada, tentando deixar o vazio em meu peito para lá. - Alô! - Oi amiga! – Ela grita em meu ouvido, fazendo com que eu afaste um pouco o telefone do ouvido. - Acordei você? - Não... na verdade estava pronta para ir para cama. - Sorrio do seu entusiasmo. - Estou feliz porque amanhã mesmo vou te ver! - O que? Como assim, amanhã? - Estou chegando aí amanhã, por volta das 14 horas. Já comprei a passagem... só de ida. Eu pediria para você me pegar no aeroporto, mas como a mocinha não tem carro, eu pego um táxi. Acho que não tem erro, tenho seu endereço anotado. - Espera aí, May, fala devagar. Por que está vindo para cá? E o seu trabalho? - Você não quer que eu vá? Suspiro. Minha amiga às vezes age como se fosse criança. Imagino ela do