Mario havia nascido em uma famosa família mafiosa da Sicília, tinha conseguido um título honorífico de “Vossa Excelência” dentro daquela organização e sem contar os apelidos de monstro e doutor morte.
Diante de tudo que seu avô tinha falado, a única coisa que pôde vir a sua mente, era que a mulher com quem ele queria que se casasse, era uma oportunista, assim como a família dela, que provavelmente teriam coagido Joseph, por causa do favor de ter salvado a vida dele, mas não daria aquele gosto a eles.
Mesmo não sendo da vontade dos dois, todos os trâmites da união daqueles dois, foram acertados e sempre eram por advogados, nenhum dos dois queria conhecer um ao outro, ele já a desprezava e ela não pretendia ficar naquele casamento por muito tempo, até mesmo iria sugerir que dormissem em quartos separados, pois não estava disposta a dividir a cama com alguém que não conhecia.
Giovanna não sabia o que a família de Mário era, se soubesse jamais teria aceitado aquela união, pois tinha muita raiva no que se dizia sobre máfias e gangues, pois foi assim que seus pais biológicos morreram, durante um tiroteio entre máfias rivais, ela achou que fossem no máximo grandes empresários, por isso conheciam os seus pais adotivos.
Depois de tudo preparado, chegou o dia daquele casamento, ambos optaram por não se casarem na igreja, era somente com o juiz de paz, mas ela teve uma surpresa no dia do casamento, Mario não apareceu, mandando somente seu advogado como seu representante, e ainda mandou um contrato de três anos para que ela assinasse, que visava o divórcio no final daquele prazo, e a divisão de bens.
— Mas o que ele está pensando? Isso é um insulto a mim, e aos meus pais, ele acha que sou mesmo uma golpista? — estava o desprezando ao máximo naquele momento.
Mesmo se sentindo humilhada naquele momento, ela assinou o contrato, e assinou os papéis do casamento, aquele era mais um motivo para se manter longe daquele homem arrogante.
Por insistência de Joseph, ela acabou por morar na residência dele, que também era onde Mário morava, mas assim como no casamento, ele não se dignava a aparecer na casa, e se manteve afastado, ele cumpriu a promessa de seu avô de se casar com ela, mas não prometeu que manteria uma vida conjugal ao lado dela, e mal esperava passar aqueles três anos, para que se divorciassem logo.
Giovanna era bem tratada naquela enorme casa, mas não conseguia se sentir à vontade naquele lugar, depois de alguns meses naquela mansão, conseguiu convencer seu protetor, que ela considerava ser Joseph, que era melhor morar perto da faculdade, e foi com aquela desculpa, que comprou um apartamento perto da faculdade e se mudou.
A rotina ela ainda mantinha, mas era como se fosse uma mulher solteira, pois não viu seu marido desde que se casaram, ela apenas evitou ter algum relacionamento, pois havia uma cláusula naquele contrato, que dizia sobre um relacionamento extraconjugal da parte dela.
Sempre que podia, ela ainda visitava o avô de seu marido ou ele acabava indo ver ela e saber se estava tudo bem com ela e sua irmã, pois ela tinha uma irmã um ano mais nova que ela, que se chamava Bianca.
Aquela situação constrangedora se arrastou por aqueles longos três anos, que para Giovanna, parecia uma verdadeira eternidade, ela não conseguiu contato com Mario durante aquele tempo, teve que se abster de muita coisa, principalmente de ter uma vida amorosa, já que isso poderia ferir os termos do contrato, não fazia ideia se ele já tinha outra mulher, o que não era de se duvidar e já não aguentava mais, em uma das visitas a Joseph, ela foi clara com ele e esperava que entendesse o seu lado.
— Eu quero me divorciar do seu neto, não é justo eu continuar nessa situação, ele nunca apareceu nenhuma vez nesses três anos, que tipo de casamento é esse? Eu não suporto mais, sei que meus pais e o senhor tinham as melhores das intenções em fazerem isso, mas eu estou infeliz — foi sincera com ele.
Joseph pôde perceber o quanto ela estava infeliz, sabia que não era justo pedir que permanecesse naquele casamento, então deu sua permissão para ela.
— Tudo bem, não queria esse divórcio, mas não posso privar você de ser feliz, vou informar meu neto, que prepare os papéis da separação e espero que ele honre o nome de nossa família, pelo menos nesse momento, já que não o fez durante todo esse tempo.
Ele estava mesmo se sentindo decepcionado com Mario, mas não podia manter aquela bela mulher presa aquele casamento, ela tinha a possibilidade de conseguir um marido que a amasse e a fizesse feliz, os acionistas já tinham deixado ela em paz e tudo parecia estar indo bem, então não tinha por que manter aquilo, mas tentaria manter ela em seu radar, para a proteção que prometeu ao seu pai e assim que ela saiu, falou com sua governanta.
— Ligue para o meu neto e diga que preciso falar com ele, diga que é urgente, se eu mesmo ligar agora, vou acabar falando muita besteira para ele.
A mulher saiu do escritório e podia ver que ele estava com muita raiva naquele momento, antes de fazer o que ele havia pedido, buscou ainda seu remédio, sabia que ele não poderia ficar se estressando daquela maneira, então era melhor prevenir.
Depois que saiu da casa de Joseph,ela parecia mais aliviada, ao menos conseguiu a aprovação de quem ela queria, imagina que seu marido também não iria se opor, já que nem ao menos tinha aparecido durante aquele tempo, então significava que não se importava com aquele casamento, assim como ela também não fazia questão de manter aquele matrimônio.
O primeiro passo para sua liberdade, ela já tinha dado, que foi avisar que queria seu divórcio, depois que aquilo acontecesse, poderia voltar a viver sua vida normalmente, sem um marido de fachada e se deu conta, que nem ao menos sabia a aparência de seu marido, depois do descaso que tinha feito com ela, de não aparecer no dia do casamento dos dois, não se deu nem mesmo ao trabalho de querer saber como aquele homem era.
Giovanna tinha uma melhor amiga com quem dividia tudo, muitas coisas ela deixava em oculto de sua irmã, para não a preocupar, mas com Olivia podia desabafar à vontade e ela acompanhou toda sua história durante aqueles três anos, elas eram amigas de faculdade e se tratavam como verdadeiras irmãs de sangue.— Você não tem desculpa de não vir à minha inauguração Giovanna, e além do mais, temos um motivo para comemorar, você vai ficar solteira amiga, e vamos poder farrear juntas — estava animada.Olivia era filha de um magnata, chefe de uma empresa no ramo do petróleo, era do tipo festeira, que trocava de namorado quase toda semana e que não via a hora de sua amiga se libertar daquele casamento, para conseguir um namorado de verdade.— Tudo bem Olivia, não vou perder a inauguração do seu bar por nada, está feliz agora?— Sim, e espero que fique linda, pretendo apresentar você para alguns amigos.As duas sorriram e Giovanna balançou a cabeça, sua amiga era maluca e queria a arrastar para a
Como Mário era um professor na faculdade onde elas estudavam, sua amiga achou que aquela era uma ótima oportunidade para ela, o achava um homem de bem, lindo e rico, uma combinação mais que perfeita para sua amiga, por mais que ele fosse lindo, ainda não fazia o seu tipo. — Essa aqui é a Giovanna — apresentou sua amiga, com um sorriso. Assim que ele ouviu o seu nome, estreitou seus olhos para ela, não foi com aquele nome que ela tinha se apresentado a ele. — Muito prazer, sou o Mário — pegou sua mão, analisando suas expressões. No entanto, Giovanna apenas acenou com a cabeça, lhe dando um leve sorriso, não demonstrando nenhuma empolgação com relação a ele, o que o fez ficar ainda mais intrigado, já que se orgulhava do fato de não passar despercebido pelas mulheres. — Bom, vou deixar vocês a sós para se conhecerem melhor, vou falar com mais alguns dos meus convidados, e quanto a você — apontou para Mário — Trate de cuidar bem da minha amiga. Giovanna perdeu as contas, das vezes e
Assim que Mário retornou para casa, recebeu novas informações dos seus subordinados. — Senhor, conseguimos descobrir quem foi o traidor, que passou a informação da localização de onde o senhor estava, ele já está preso no local de sempre, estamos somente esperando pelo senhor. — Ótimo, vamos até lá, esse miserável tem muita coisa para dizer. Ele mal havia chegado e acabou saindo novamente, eles tinham um local próprio para interrogatório e foi para lá que eles foram, para interrogar aquele traidor e Mário fazia questão de estar presente, já que ele mesmo gostava de interrogar aquele tipo de homem. Quando chegaram, aquele homem estava amarrado com as mãos para cima, ele já tinha levado alguns socos e já estava bem machucado, Mario se aproximou, e como sempre, estava com suas luvas brancas nas mãos, olhou bem para seu subordinado e começou a falar com ele. — Então você é o traidor? Muita ousadia a sua, achou mesmo que eu não fosse descobrir? Quem está por trás da ordem? — Eu não
Mesmo sabendo do risco que estava correndo, Giovanna não se intimidou por aquela mensagem, sua determinação dizia que precisava seguir em frente, até descobrir sobre os problemas daquela mina, aquele patrimônio tinha sido deixado para ela e sua irmã, precisava proteger os bens da sua família. Ela manteve o e-mail em sua caixa de mensagem, e partiu para verificar o outro, que tinha sido enviado pelo detetive. Giovanna abriu aquele e-mail, e nele continha as provas sobre o colapso na mina, ela leu cada informação que foi mandada pelo detetive, mas já pensando no que fazer com todas aquelas provas e com os culpados de toda aquela situação. Giovana notou que além das informações sobre a mina, ainda existia algo mais naquele relatório era algumas informações referente ao acidente de carro que seus pais adotivos sofreram. No relatório dizia que havia uma testemunha-chave daquele acidente, ela se sentiu animada, pois poderia conseguir algum tipo de prova, que a levasse ao que realmente es
Na manhã seguinte bem cedo, a irmã de Giovanna viajou com suas amigas, ela desceu com Bianca ajudando com as malas, mas antes de saírem, ela ainda recomendou novamente. — Assim que chegar envie uma mensagem, não esqueça de tomar os seus remédios, por favor não saia com estranhos e não faça besteiras por lá — abraçou sua irmã. — Sim senhora, prometo me comportar, além do mais sou adulta, sou mais nova que você somente por um ano, então pare de me tratar como criança sua boba. Ela argumentou, se despediu de Giovanna e entrou no carro com suas amigas saindo rumo a sua nova vida. Enquanto olhava sua irmã partir, Olivia chegou com seu novo namorado, eles também sairiam de viagem naquela manhã e combinaram de que Mário os pegaria no apartamento de Giovanna. Eles subiram, mas logo já chegou uma mensagem de Mário, pedindo que fossem para o terraço, que ele estava quase chegando. — Ele está vindo de helicóptero? — questionou incrédula depois de ler. No prédio em que ela morava, realmente
Giovanna estava quase perdendo a consciência, já podia sentir o seu corpo começando a desfalecer, mas ainda pôde sentir que algo a puxou, por sorte era Mário, que tinha conseguido a encontrar, ele a puxou em sua direção, colocando a máscara extra que ele sempre carregava, tentando fazer com que ela respirasse. Depois de alguns segundos, ele conseguiu fazer com que ela não perdesse a consciência, fez um sinal com a mão, pedindo para que ela tivesse calma e respirasse devagar e só depois que viu que ela tinha se acalmado, tirou seus equipamentos danificados e foi que segurou sua mão a puxando para sair daquele lugar. Os dois saíram da caverna, o sentimento de alívio que ela sentia naquele momento era indescritível, saber que passou perto de ter morrido naquela caverna, era realmente assustador, ele seguiu segurando sua mão e a puxando até avistarem o iate, só então ele parou e se olharam. Eles não sabiam se era pela adrenalina do que tinha acontecido, ou se era porque realmente se s
Os dois ainda se beijavam intensamente naquele chão, por aqueles poucos instantes, não estavam se importando com nada e nem com ninguém, até que ela percebeu o que estava fazendo, parou seus beijos e tentou se levantar, pois tinha ficado com vergonha daquela impulsividade. Mário percebeu que ela queria se levantar, mas não queria que aquele beijo e aquele contato terminassem, pois estava gostando muito daquilo, ele segurou seu rosto, começando novamente aquele beijo de uma forma bem mais apaixonada. A princípio Giovanna tentou resistir, mas aos poucos foi cedendo aquele beijo, na verdade, era também o que ela queria, acabou se entregando de vez em um beijo mais íntimo que estavam tendo e que ambos estavam gostando. No andar de baixo, Olivia achou que aqueles dois estavam demorando até demais, ficou se perguntando se resolveram partir logo para a sobremesa e se seus presentinhos, tinham ajudado em alguma coisa. — Vou subir para ver o porquê de estarem demorando tanto — avisou seu n
Giovanna andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer nem o que pensar, todas aquelas informações na sua frente, parecia muita coisa para sua cabeça naquele momento, ela decidiu ligar para o advogado novamente, precisava tirar aquelas dúvidas que estavam inundando sua cabeça e assim que ele atendeu, começou suas indagações. — A foto que me mandou é do meu marido? — Sim senhora, são todas as informações que temos, como a senhora nunca quis saber sua aparência, durante esse casamento, pensei que talvez quisesse saber como ele era, já que estão prestes a se divorciarem. — Você sabe me dizer se ele tem fotos minhas também? — Sim, ele também tem todos os seus dados, inclusive fotografias, eles investigaram tudo sobre a senhora. Mas aconteceu alguma coisa? Tem algum problema com essas informações? — Não, nenhum problema, só queria ter certeza dessa informação, obrigada por enquanto. Ela desligou e ainda estava em choque com tudo aquilo, se Mario sabia quem ela era, no mínimo