Depois de quase a noite toda de preliminares e jogos de sedução, eles entraram juntos no chuveiro e ali se amaram novamente. Larissa é completamente louca por ele, e na sua cabeça, Joseph só estava estranho por causa do casamento. Depois de terminarem de se amar, eles tomaram um banho rápido, pois estava na hora de descerem para o almoço.
Larissa escolheu um conjunto de terninho moderno, em tom de vermelho sangue. Seus cabelos estavam levemente molhados, presos em um rabo de cavalo. No rosto, somente um batom rosado e um rímel para realçar seu olhar. Nos pés, um salto preto não muito alto.— Como estou, amor? — Ela falou insegura. — Será que ele não vai achar muito exagerado?— Não, amor. Você está perfeita, uma das mulheres mais lindas da minha vida!— Ele se aproximou e beijou seu rosto.— Vou considerar que você disse que sou a única mulher da sua vida. — Ela falou fazendo charme.— Sem dúvidas, amor. Vamos, porque meu pai não gosta de esperar.Larissa se apressou preocupada, pois lá estava aquele semblante estranho no rosto do seu amado. Ao descer as escadas, havia uma fila de empregados que trabalhavam na mansão. Joseph apresentou um por um, até que os olhos de Larissa se cruzaram com uma pequena menina.Jana tinha 13 anos, ela era pequena para a idade. Seus olhos eram azuis como mar, e tinha cabelos loiros, bem claros. Sua pele era branca e cheia de traços delicados. Ela era uma menina linda, mas, ao mesmo tempo, com um semblante que demonstrava muita tristeza.Jana, desde muito pequena, era obrigada a trabalhar na mansão. Ela foi abandonada, e o pai de Joseph só aceitou alimentá-la, se a ensinassem a trabalhar. A pobre menina nunca recebeu amor, atenção, e nunca soube o que é um abraço. Suas pequenas mãos doíam com calos do trabalho pesado que ela fazia, sendo escrava dia e noite. Durante o dia, realizava um trabalho escravo, e, à noite, era abusada todos os dias, desde os seus 7 anos de idade.Larissa ficou horrorizada por saber que uma criança estava trabalhando e não estudando ou brincando, sendo o que ela é, uma criança. Ela não tinha ideia de que o trabalho era o menor dos problemas dessa pobre menina.Larissa fechou a cara e olhou em direção de Joseph, que, ao perceber sua infelicidade com aquela situação, abaixou a cabeça.— Joseph, como você permitiu que uma criança trabalhasse aqui? Que tipo de monstro faz uma criança trabalhar assim? Olha o estado dessa menina. — Joseph não respondeu, deixando Larissa ainda mais brava que antes. — Anda, me explica quem colocou essa menina para fazer trabalho de adulto?Um som de um salto ecoava pela grande sala, Larissa olhou e viu Luana, a "prima" dele. Mas na verdade, ela era ex-namorada de Joseph e amante de Dom Carlo. Sim, ela trocou o filho para ficar com o pai, mas Larissa não sabia disso. Nem imaginava que algumas vezes Luana e Joseph se encontravam no quarto dele, antes dele anunciar o casamento com Larissa. Ela se aproximou vindo acompanhada de um homem. A respiração de Larissa falhou quando ela viu de quem se tratava seu acompanhante.— Joseph, ensine boas maneiras para essa mulher, deixe bem claro que nos meus subordinados, mando EU! — Sua voz era forte, rouca e um tanto diabólica, ecoando nos ouvidos de Larissa. Ela sentiu sua pele tremer dos pés à cabeça. — O pai de Joseph sacou a sua arma e apontou para Jana. — Então quer dizer que ela é criança demais para trabalhar? Ok, não me serve mais! — Um som alto, ensurdecedor, tomou conta daquele local. Sem remorso e sem olhar para a pobre menina, Dom Carlo atirou em Jana, que caiu e se debateu até a sua vida deixar o seu pequeno corpo, deixando um rastro de sofrimento para trás.— Não...— Larissa gritou desesperada, tentando se soltar dos braços de Joseph, ela só questionou seu marido, pois era uma criança e não deveria estar trabalhando.— Limpem essa sujeira! — Ele manda. Larissa estava com o coração em pedaços, vendo o corpo daquele lindo anjo sendo levado. Sua mente estava em curto, tremendo sem parar, ela precisou ser apoiada por Joseph. Seus olhos foram para as pessoas que trabalhavam ali, elas não esboçavam reação, somente baixavam a cabeça. — Joseph. Que isso não se repita.— Sim, pai, isso nunca mais irá acontecer. Lhe prometo!— Joseph falou sem encarar os olhos do pai.Larissa sentiu uma mistura de horror, tristeza e revolta. Ela não conseguia entender como aquelas pessoas podiam simplesmente aceitar aquela situação, como podiam permitir que uma criança fosse tratada daquela forma. Ela olhou para Joseph com os olhos suplicantes, porém ele pareceu completamente submisso diante da figura autoritária de seu pai. Ela sabia que precisava agir, que não podia simplesmente aceitar aquilo.— Joseph, isso é inaceitável! Como você pode permitir que seu pai faça isso? E todas essas pessoas que trabalham aqui, como podem simplesmente aceitar? Isso é desumano! — Ela gritou, sua voz tremia de medo e indignação.Mas, antes que Joseph pudesse responder, Luana se aproximou deles, um sorriso diabólico no rosto.— Ah, querida, você não entende. Aqui, nessa mansão, quem manda é o nosso Dom. E ele faz o que bem entender, sem que ninguém questione. E você, como esposa do Joseph, vai ter que aprender a aceitar isso.— Luana debocha, sua voz carregada de desprezo.Larissa olha para Joseph, esperando ver alguma reação, alguma demonstração de apoio, mas ele parece completamente resignado, como se já estivesse acostumado com aquela situação. Ela sente um misto de desespero e decepção tomando conta de si. Ela se recusa a viver em um lugar onde a crueldade e a desumanidade são aceitas como normais.— Eu não vou aceitar isso. Eu não posso ficar aqui, em um lugar onde uma criança é assassinada e ninguém faz nada! Eu vou denunciar isso, vou fazer com que a justiça seja feita!— Ela diz, sua voz trêmula demonstrando seu desespero.Dom Carlo ouve Larissa gritar, exigindo uma atitude de Joseph, ele começa a rir sem humor. Parando na frente de Larissa, ele levanta o rosto dela com o cano quente da arma, machucando onde toca, a fazendo segurar seu gemido de dor.— Tome isso como um aviso garota, você vai dançar assim como minha música tocar. Saiba que não está na zona que é acostumada. Então, cuidado, pois a próxima pode ser aquela delícia da sua amiga, ou quem sabe a gostosa da mãe dela? Com toda certeza a mãe dela. Ao ouvir isso Larissa teme pelo pior, e jura pra si mesmo que nunca vai deixar as pessoas que ela ama saber do que está lhe acontecendo, Larissa l olha sem acreditar para Joseph, ele não tem reação, somente fica de braços cruzados olhando o seu pai ameaçar sua mulher.— Eu não acredito que ele é seu pai, que esse maldito é seu pai.— Larissa repete sem parar a mesma coisa. Depois que a adrenalina passou ela fica paralisada em choque.— Cala essa m*****a boca agora Larissa!— Joseph grita com ela, fazendo
Foram dois dias desacordada, no seu rosto as marcas de dedos do velho, e um pequeno corte na sua boca, na sua pele as marcas roxas que ficaram das picadas. Larissa levanta tirando a outra bolsa de soro e entra no banho, ela encosta na parede e lentamente seu corpo escorrega até o chão, abaixada e abraçada nas suas pernas, ela chora por longos minutos baixinho.Larissa foi ensinada a ser forte, não demostrar fraqueza perto das pessoas, e ela aprendeu, as únicas pessoas que conhecem suas fraquezas são Rodrigo, Fernanda e Julia, nem mesmo Joseph a viu abaixar a cabeça para alguém, mas ser forte esses últimos 5 dias, não está sendo fácil.A porta do banheiro se abre dando passagem para Joseph, que ao acordar se desesperou quando viu que Larissa não estava na cama. Só se tranquilizou quando ouviu o barulho do chuveiro.— Amor...— Ele fala baixinho. Quando ela percebe que é o Joseph, Larissa levanta a cabeça arrumando sua postura.— SAI DAQUI!— Ela força a falar mais alto, mas consegue passa
Uma batida forte na porta faz ele volta a si, e lá estava os olhos de preocupação de Joseph, a voz carinhosa de antes do casamento— Droga Larissa, por que você tem que ser assim amor?— Eu só quero ir embora daqui, ter o meu marido, aquele que largava tudo para me tirar um sorriso, mas você estragou tudo. — Eu preciso me entenda. — Saiba que nunca vou te perdoar por estragar o meu amor, e minha admiração por você, nunca!Atras daquela porta estava o pior pesadelo de Larissa, com a demora a porta é arrombada, Joseph percebe que seu pai entrou e empurra Larissa para cama, segurando seus braços por cima da cabeça.— Oras, que enfim decidiu reagir como um homem, não deixe ninguém te dizer o que fazer, ande me prove quem é Joseph, o filho de Dom Carlo.Nos olhos de Larissa á somente decepção, suas lágrimas que tanto ela segurou para não derramar na sua frente escorriam se parar.Uma raiva tomou conta de Joseph e pela primeira vez ele grita com seu pai.— SAI DAQUI, CHEGA DE DIZER O QUE E
Depois do beijo eles se abraçam, seus corações estavam disparados, tinha tanta saudades neles, tantas perguntas, não há dúvida que os dois irão ter que lutar contra esse mundo que Joseph trouxe ela, se eles quiserem ficar juntos, terão que se unir, confiar um no outro. Larissa está disposta a lutar, des que ele não a machuque para provar algo ao seu pai.Joseph analisa o rosto de Larissa por longos segundos, até que toma coragem de falar.— Antes de tudo, preciso que me perdoe, eu sei que jamais passou na sua cabeça que te tiraria da sua vida calma, para te trazer nesse inferno que vivo, mas saiba que se tiver disposta a ficar comigo, vou lutar contra todos. — Larissa da um leve beijo nos seus labios como resposta. Joseph a senta com delicadeza na cama e puxa a poltrona na sua frente para ele se sentar, olhando nos olhos de sua amada, ele tenta buscar coragem de falar o que ninguém nunca ouviu de sua boca. Mas Larissa é sua calmaria, é sua âncora, ele sabe que ela vai escuta-lo sem jul
Larissa narrandomêses depois...Como pode tudo ter mudado assim, tão drasticamente, aqui está tudo um caus, tento me manter forte, pois nas várias vezes que Joseph me tratou mal, e não me defendeu em momento nenhum perto do seu pai, me deixa arrasada cada vez que isso acontece, ele não foi capaz de cumprir a única promessa que me fez, que era de me proteger.Ele sempre conversa comigo e acabo sedendo aos seus inúmeros pedidos de desculpas, pois eu o amo tanto que chega doer o peito só de pensar que posso perde-lo.Quando estamos sozinhos ele volta a ser o meu Joseph, um homem carinhoso, meu melhor amigo, meu confidente, tenta fazer de tudo para que eu perdoe sua submissão, eu vejo que ele se sente mal, mas enquanto seu irmão Julian estiver sobre cuidados daquele monstro, Joseph não vai bater de frente com o pai, mas sabe, tenho que confessar que está difícil de aguentar tudo isso sozinha.Todas as nossas noites são mágicas para nós dois, na cama ele não é nem um pouco cuidadoso, mas a
Depois de ver o homem que amo me traindo praticamente a noite inteira, no dia do meu aniversário, no dia mais triste da minha vida, eles vieram me soltar. Até cheguei a pensar que ele estava sendo obrigado, que estava fazendo isso pelo seu irmão, mas foi na segunda vez que ele teve o corpo daquela mulher, que percebi que para ele, eu já não existia mais ali.Fechei meus olhos e acabei sendo vencida pela dor, não só sentimental, mas que ainda estava por causa de uma longa semana sendo espancada a mando daquele velho, entre tantas dores, a dor na alma era que me corróia nesse momento, a dor de ver que enfrentei cada tapa, cada soco e as vezes cada chute, lutando pelo meu amor, ahhh, como fui idiota.Quando abri meus olhos que ardiam pelo reflexo do sol que batia em cheio na janela, apertei fortemente acreditando estar tendo apenas mais um pesadelo. Mas a realidade estava ali, estampada bem na minha frente. Não consigo nem descrever o tamanho da dor que estou sentindo quando percebi que m
Larissa narrandoMêses se passaram, e ninguém se aproximou, ou levantou a mão na minha direção, Joseph tentou inúmeras vezes falar comigo, mas com as feridas cicatrizando, percebi que quem te ama de verdade, jamais deixaria alguém te machucar, fiz uma promessa, mas essa é pra mim mesma, jamais deixarei que esse amor me faça continuar sendo idiota.Des daquele ocorrido foi a última vez que chorei, foi a última vez que me importei com Joseph, ou até mesmo com seu irmão, hoje dedico cuidar do meu bebê, ainda não sei o que é, aquele velho não me deixou ir fazer sequer uma ultrassonografia para saber, confesso que estou com medo de ser uma menina, apesar que meu coração diz que minha Poliana... já está aqui dentro, não sei o que vou fazer, nem conversar com Julia pude mais, a última vez, foi uma semana antes de Joseph me trair.Des desse dia estou sem telefone, sou vigiada até mesmo no cemitério que fica atrás da mansão, é estranho dizer que o único lugar que me sinto em paz é num cemitério
Larissa narrando Olho pra ele com raiva do seu cinismo, como pode ter esquecido tão rápido tudo que me fez passar, durante todos esse longo ano que estou aqui? Olhando para ele percebo que tudo que eu sinto em relação a Joseph, é somente nojo, cada vez que olho para ele, lembro daquela noite, lembro de como ele estava se deliciando com a boca entre as pernas daquela mulher.— Ok. Vamos logo!— Falo sem emoção.Joseph estende a mão para que eu a pegue, passo de cara fechada na sua frente, desço os degraus da mansão e encontro Dom Carlo, nos esperando, assim que coloquei os pés na escada, seus olhos se fixam na minha barriga.— Maravilhosa, sua barriga está linda, hoje todos vão ver o quanto meu filho tem bom gosto.— Ele fala orgulhoso.— Demorou pra enfiar um filho em você, mas no fim meu neto vem!Ouço é sinto uma ânsia borbulhar dentro de mim, minha vontade é de me impor, porém mais uma vez, minha consciência pedindo paz, fala mais alto— Sim pai, meu menino já está prestes a nascer. —